ESTUDO BIBLICO DE GENESIS
Gênesis, o livro da criação
divina
ESBOÇO DO LIVRO DE GÊNESIS
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1) A Criação
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1.1 – 2.3
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2) A Narrativa
pré-patriarcal
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a) A história dos céus e da
terra (2.4 – 4.26)
b) A história de Adão (5.1–6.8) c) A história de Noé (6.9–9.29) d) A história de Sem, Cam e Jafé (10.1–11.9) e) A história de Sem (11.10-26) |
3) Os patriarcas na
Palestina: a formação do povo de Deus
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a) A história de Terá (11.27–
25.11)
b) A história de Ismael (25.12-18) c) A história de Isaque (25.19-35.29) d) A história de Esaú (36.1-43) |
4) Os patriarcas no
Egito: o início de fato da história do povo de Deus
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a) A história de Jacó
(37.1–50.26)
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Como apresentado na tabela acima,
o livro de Gênesis se divide em quatro partes principais: (1)
a Criação; (2) a narrativa pré-patriarcal; (3) os patriarcas na
Palestina; e 4) os patriarcas no Egito. Os 50 capítulos de Gênesis darão
conta desse esboço, do desenvolvimento da história do povo de Deus. Tecnicamente,
pode-se dizer que o gênero literário predominante no livro de Gênesis é o
da narrativa.
As narrativas variam entre antes
e depois da Era do Patriarcado na Palestina. Esse gênero literário
nos permite perceber que as histórias ali narradas foram elaboradas
de maneira a prender a atenção do leitor a ponto de levá-lo ao clímax da
história: a saga do povo de Deus rumo à Terra Prometida. A partir
dessa percepção, podemos inferir o propósito do livro de Moisés: contar a
maneira e motivo de o Deus de Israel escolher a família de Abraão
e fazer uma eterna aliança com ela. Para os cristãos, essa aliança
tem uma importância preponderante, pois foi a partir da aliança de Deus
com Abraão que Jesus de Nazaré foi feito o Messias prometido: o
Messias seria judeu, da família de Davi, descendente direto da casa
de Abraão. De modo que também a Igreja de Cristo foi pensada sob a aliança
estabelecida entre Deus e Abraão. Por isso, o apóstolo Paulo
escreve convictamente: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo
nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e
herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.28,29).
Portanto, há razão sufi ciente
para dedicarmo-nos ao estudo do livro de Gênesis. Ele apresenta o
início da história da salvação. Em Gênesis, somos convidados a
compreender como começou a história do povo de Deus que culminou na
revelação de Jesus Cristo, a fi m de que hoje fôssemos alcançados pela
graça de Deus em Cristo Jesus, o nosso Senhor.
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, ano
16 - nº 64 – out/nov/dez de 2015.
A criação dos céus e da terra
A insustentabilidade da Teoria
da Lacuna
Quando me pus a comentar a revista
Lições Bíblicas deste trimestre de Escola Dominical da CPAD, deparei-me com
alguns desafios bastante singulares. Sei perfeitamente que a Bíblia, do Gênesis
ao Apocalipse, é a inspirada e inerrante Palavra de Deus. E que, nela, não há
contradição alguma, pois a suas belezas e perfeições não conhecem limites. Mas
como explicar suas ilimitadas e infinitas fronteiras?
Ante os desafios dos onze primeiros
capítulos de Gênesis, dispus-me a pensar racionalmente, e cheguei a estas conclusões:
1.Estamos diante de uma narrativa
histórica, e não ante uma parábola que busca explicar o inexplicável. Portanto,
a descrição que Moisés faz da criação dos Céus e da Terra é um fato verídico.
Não colocaremos o autor sagrado, pois, na mesma galeria de Homero, Hesíodo,
Virgílio e Camões. Moisés, além de poeta, era historiador.
2.Quanto aos três primeiros versículos
do Gênesis, que o aceitemos com a mesma simplicidade que o profeta o redigiu.
Por conseguinte, descartamos, desde já, a chamada Teoria da Lacuna, que alguns
estudiosos preferem alcunhar de Teoria do Caos.
3.Portanto, não temos nenhuma base
escriturística para acreditar num pré-mundo habitado por anjos ou por
hominídeos.
4.Se o autor sagrado descreve a Terra,
antes do primeiro dia da criação, como informe e vazia, não significa que o
planeta estivesse em estado caótico. Mas que, naquele momento, tomava forma sob
a ação do Espírito Santo, que pairava por sobre as águas. Tratava-se, pois, da
etapa inicial da obra divina que, embora efetivada em apenas seis dias
literais, em tudo mostrou-se metódica, lógica e, por incrível que pareça,
científica.
5.Deus trabalhou, com muita arte e
ciência, o nosso planeta. Primeiro deu-lhe forma. Depois, chamou à existência
os dois reinos de vida irracional: o vegetal e o animal. E, só então, chamou o
homem a ser e a estar ao seu lado. Por isso, escreve Isaías: “Porque assim diz
o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a
estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o
Senhor, e não há outro” (Is 45.18).
6.Se a Terra, no início, estava sem
forma e vazia, não era em razão da apostasia do querubim ungido, que, em minha
opinião, só ocorreria após a criação do ser humano. Como já disse, o vazio e a
informidade do planeta faziam parte da etapa inicial da obra criadora de Deus.
Como bom oleiro, primeiro o Senhor preparou a massa para, só então, dar forma
ao grande vaso que é a Terra.
7.Por que acredito que a rebelião de
Satanás deu-se após a criação do homem? Em primeiro lugar, porque Deus, quando
criava a Terra, os anjos todos cantavam e rejubilavam-se (Jó 38.1-7). Esta
passagem é muito reveladora.
8.Finalmente, não podemos usar os dois
primeiros versículos da Bíblia Sagrada para acomodar as mais absurdas e incongruentes
teorias. Infelizmente, nessa passagem, jogam-se todas as tranqueiras
teológicas: raça pré-adâmica, dinossauros, hominídeos, demônios etc.
Aceitemos a Bíblia Sagrada como a
Palavra de Deus. Quanto à criação, levemos em conta que se trata de um ato sobrenatural
de Deus para dar forma e vida ao mundo natural. Nesse sentido, a criação é um
milagre. E milagre, como todos nós sabemos, está acima da ciência, mas não é
contraditado pela verdadeira ciência.
Fonte: CPAD News.
E
Deus os criou homem e mulher
Qual a origem do homem? É a
grande pergunta da fi losofi a, da ciência e da religião. É a pergunta que
nenhum postulado chegou a responder satisfatoriamente esta perguntra, no
que diz respeito aos seus mínimos detalhes. A Teologia, a partir dos
seus postulados sistemáticos, tenta dar conta da origem da vida em seus
detalhes. A filosofia, com suas divagações e argumentações lógicas e
complexas, realiza uma das mais bem elaboradas respostas, dentro da
capacidade humana, para se chegar a bom termo sobre o início da vida
humana, mas igualmente insatisfatória.
A ciência, com a tecnologia,
experiências em laboratórios e grandes postulados de seus
teóricos, procura perscrutar ao máximo o mistério da
vida. Entretanto, no fim de todas as coisas, a palavra aos Hebreus é
definitiva para quem crê: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra
de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi
feito do que é aparente” (Hb 11.3).
Imaginemos se fosse possível
explicar adequadamente a origem da vida, como se deu e se desenvolveu?
Ainda assim, o “start” (início) de todas as coisas ficaria sem explicação
para os cientistas, pois a ciência apenas tem a possibilidade
de explorar o mundo material; o que é transcendental, e até mesmo o
quântico, ela não consegue prescrutar. A fé, como expõe o escritor aos
Hebreus, afi rma que “os mundos” foram criados por Deus; isto é, tudo -
não só a terra, mas o que está completamente fora do alcance do olhar
humano - foi criado por Deus.
Por isso, não podemos ter uma posição
excludente entre a fé e a ciência. Gênesis não é um livro de
ciência, mas de fé. Ali Deus revelou ao ser humano o início de
todas as coisas. O que cabe à ciência? Pesquisar e explorar o aspecto
material dessa criação divina, e reconhecendo os seus próprios limites,
como os primeiros grandes cientistas da humanidade, que foram cristãos e,
ao mesmo tempo, grandes cientistas. Caro professor, ao final da aula, com
o auxílio da tabela abaixo, realize uma atividade reflexiva, levando
em conta as seguintes questões:
FÉ E COMUNICAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
|
1) A Ciência moderna é ou
não limitada pelos seus próprios métodos, técnicas e paradigmas?
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2)Como a Palavra de Deus
pode fazer sentido no século XXI?
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3) Você se sente
preparado para dialogar com essa sociedade hoje?
|
Procure se informar sobre as
atuais discussões entre fé e razão. Há ótimos artigos na internet sobre o
tema (cf. CPANEWS, coluna Cesar Moisés Carvalho – Fé e Razão). Desafi e o
seu aluno a pensar a fé e fazer o diálogo com a ciência. Boa aula!
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, ano
16 - nº 64 – out/nov/dez de 2015.
A queda da raça humana
Em sua clássica obra “Conhecendo as
Doutrinas da Bíblia”, o teólogo pentecostal Myer Pearlman destaca
quatro pontos fundamentais que marcam a história espiritual do homem. Veja
o esquema abaixo:
ORIGEM
DO PECADO
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1) A tentação
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2) A culpa
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3) O Juízo
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4) A redenção
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O capítulo 3 de Gênesis
êxpoe esses quatro pontos chaves para caracterizar a história espiritual do
homem.
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Segundo Myer Pearlman, a Tentação,
desde o início, destaca ao ser humano que o caminho de obediência
a Deus não é fácil. Isso quer dizer que o ser humano terá escolhas a
fazer nos termos de Deuteronômio 30.15: “Vês aqui, hoje te tenho proposto
a vida e o bem, a morte e o mal”. A Tentação está prevista na
perspectiva da impossibilidade de conter a ansiedade de entrar
em contato com o que foi proibido. Por isso, ela é sutil, pois, pela
sua sutileza, a natureza humana será envolvida em seus desejos e vontades:
nisto consiste a tentação.
Ao dizer “sim!” para a tentação e
colocá-la em prática, se estabelece no ser humano o estado de Pecado.
Em seguida, a culpa toma conta da sua consciência, ao ponto de o ser
humano viver num estado de cauterização em sua consciência, de modo que
ele não mais atende aos apelos do Espírito Santo: nisto consiste o estado
da culpa. Uma vez praticado o pecado, por intermédio da tentação, e
estabelecido o sentimento de culpa, instala-se, na realidade humana, o Juízo.
No Éden, o Juízo se deu sobre a
serpente (de formosa e honrada, a um animal degradado e maldito), sobre
a mulher (multiplicação das dores de parto) e sobre o homem (comer
com o suor do rosto), constituindo, porém, o maior de todos os juízos: a
morte física e a morte eterna. Entretanto, a história da humanidade não
seria para sempre condenada à terrível realidade de viver para
sempre longe de Deus. O Pai, por intermédio do Seu Filho, proveria um
escape para redimir a vida do ser humano:
“Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justifi cação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos” (Rm 5.17-19).
“Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justifi cação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos” (Rm 5.17-19).
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, ano 16 - nº 64 –
out/nov/dez de 2015.
Caim era do maligno
O capítulo 4 do livro do Gênesis
apresenta a consumação do pecado e sua história de implicações
práticas para o gênero humano. O assassinato de Abel por seu irmão,
Caim, é o símbolo do alcance do mal quando este domina o coração humano. E
o consequente banimento de Caim da presença de Deus mostra o quanto o
homem se afasta da presença do Altíssimo quando decide em seu coração
fazer o mal. O caminho de Caim se torna o caminho de todos nós,
quando desejamos em nosso coração a vingança, o “dar o troco”, o revide,
ou seja, tudo o que passa na contramão do fi ltro de Jesus Cristo: ame o
vosso inimigo. Tudo começa bem na vida do ser humano.
Assim, Caim nasceu e cresceu numa
família que devotava a vida a Deus, tanto que a sua mãe, Eva, devotou a
Deus ação de graças: “Alcancei do Senhor um varão” (Gn 4.1). A vida
de Caim para os seus pais era uma bênção de Deus. Um
presente. Adulto, Caim tornara-se um agricultor, pois trabalhava a
terra, administrava-a e assim cumpria o plano de Deus estabelecido para a
humanidade (Gn 1.26-28). Fazendo assim, Caim obedecia a Deus. Até que, num
belo dia, o ciúme, a inveja e o desejo egoístico tomaram o coração de
Caim. Seu sacrifício fora rejeitado por Deus e o de seu irmão, aprovado e
aceito por Ele. A razão de o Senhor aceitar o sacrifício de Abel e
rejeitar o de Caim, embora não esteja totalmente claro nas Escrituras,
pelo menos deixa claro que o Senhor olhava e olha com atenção e
justiça para o interior do ser humano, de modo que nada lhe escapa o olhar
divino.
Caim não se achou aprovado, muito menos
aceito, pelo olhar de Deus. Entretanto, essa reprovação de Deus não
signifi cava que Caim seria banido de sua presença, pois bastava outro
sacrifício com a motivação correta, espontânea e voluntária que o Senhor
não haveria de rejeitá-lo. Mas Caim não escolheu o caminho do
bem. Ele matou o seu irmão covardemente. O resultado: Caim foi banido
da presença de Deus. O caminho de Caim é muito fácil de trilhar. Basta
dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a tudo que
não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a
cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo
superior a nós mesmos.
O caminho de Caim está mais
próximo das nossas vidas, quando procuramos fugir da realidade
inventando desculpas para não fazermos a nossa parte com
retidão. Qual o caminho que você deseja trilhar: o de Caim ou o de
Jesus?
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, ano 16 - nº 64 –
out/nov/dez de 2015.
O
impiedoso mundo de Lameque
O relato dos capítulos 5 e 6 se refere
à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete.
Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no
capítulo anterior (Gn 4.17- 4). Neste contraste, há a presença de dois
“Lameques”, um no capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5
(vv.28- 31). Qual a diferença entre esses dois “Lameques”? O Lameque
do capítulo 4 é o da linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem
violento e odioso, conforme o autor sagrado descreveu: “E disse
Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a minha voz; vós, mulheres
de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e
um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas
Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24).
O Lameque do capítulo 4
cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal
pulsava em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o
pisou. O Lameque do capítulo 5 é o da geração de Sete. A geração que
começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse Lameque é o pai de Noé.
Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o pai de Noé se
referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o seu nome
Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do
trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou”
(Gn 5.29). Este Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava
cheia de violência.
Entretanto, ele depositou a sua
esperança no seu filho, pois sabia que Noé agradaria o Senhor seu
Deus. Enquanto o Lameque do capítulo 4 simboliza a violência, o ódio,
a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano de Caim que aprofundou o
mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência ilimitada e
a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo 5 representa
a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o Lameque que
não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e
consolação. Por intermédio de Lameque, o pai de Noé, chegou o
livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus de Nazaré é
da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano
maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.
LAMEQUE O FILHO DE CAIM
(Gn4)
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LAMEQUE, O PAI
DE NOÉ (Gn 5)
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Cantou o ódio, entoou a morte (v.23);
|
Cantou o amor, entoou a vida
(v.28,29);
|
Matou homens (v.23);
|
Gerou vida para o bem da humanidade
(v.29); |
Só pensava em vingança
(v.24).
|
Só pensava em vida
(v.29).
|
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, ano
16 - nº 64 – out/nov/dez de 2015.
A família que sobreviveu ao
dilúvio
INTRODUÇÃO
I – UM NOVO COMEÇO
II – O ARCO DE DEUS
III – O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO
CONCLUSÃO
II – O ARCO DE DEUS
III – O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO
CONCLUSÃO
“A democracia é a pior forma de
governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos
em tempos” – frase atribuída a Winston Churchill. Dizem alguns filósofos
que a história da humanidade pode se resumir na luta pelo poder. Ou como
disse Karl Marx: “A história de toda a sociedade até aos nossos diasnada
mais é do que a história da luta de classes”. Se Churchil e Marx estão
certos, esta não é a discussão que desejamos levantar aqui – é bom lembrar
que Churchil e Marx são cosmovisões completamente distintas uma da
outra, conservadorismo x socialismo. Entretanto, desde Noé e sua
descendência, quando se começou a estabelecer um governo humano, até
os dias contemporâneos, muita coisa aconteceu. Reinos se levantaram e
reinos foram abatidos. Imperadores chegaram ao poder e imperadores foram
retirados do poder. Os governos deixaram de ser uma pessoa para ser
uma Carta Magna, com o advento das constituições federais. O Estado não é
mais o indivíduo, como disse Luis XV da França (“O Estado sou eu”).
Tudo isso faz parte do plano de Deus
para o governo humano. Nosso Senhor disse: “Nenhum poder terias
contra mim, se de cima te não fosse dado” (Jo 19.11a). Nosso Senhor deixa
claro que todo poder que existe no mundo foi estabelecido por Deus. O
apóstolo Paulo escreveu: “Toda alma esteja sujeita às autoridades
superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as
autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Rm 13.1). A ideia
bíblica de que a autoridade foi ordenada por Deus para garantir a ordem e
o bom funcionamento para a sociedade é apresentada nas Escrituras desde
a família de Noé, quando do novo começo da humanidade, passando pela
história de toda civilização humana.
Essa é uma boa oportunidade para refl
etirmos sobre os governos atuais que fl ertam com a ditadura, com
a falta de interesse de desenvolver a educação da nação e a
prioridade de proteger o cidadão com estratégias de segurança pública. São
questões atuais e necessárias para serem refl etidas. Ainda em Romanos, o
apóstolo Paulo diz: “Porque os magistrados não são terror para as
boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze
o bem e terás louvor dela” (13.3). Neste texto, está implícito que o
governo, segundo a perspectiva de Deus e das Escrituras, é para fazer
o bem, proteger as pessoas de bem e fazer justiça a quem for vítima
de um algoz que praticar o mal. Todo poder estabelecido no mundo provém de Deus
e prestará contas a Ele!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, ano 16 - nº 64 –
out/nov/dez de 2015.
Bênção e maldição na família de Noé
INTRODUÇÃO
I – A VINHA DE NOÉ
II – O JUIZO DE NOÉ SOBRE A IRREVERÊNCIA DE CAM
III – CUMPRE-SE A MALDIÇÃO DE CANAÃ
CONCLUSÃO
II – O JUIZO DE NOÉ SOBRE A IRREVERÊNCIA DE CAM
III – CUMPRE-SE A MALDIÇÃO DE CANAÃ
CONCLUSÃO
O capítulo 9 de Gênesis, infelizmente,
e por muito tempo, foi usado para amaldiçoar outros povos e raças.
A “maldição contra Cam”, mais especificamente em relação a Canaã, seu
fi lho, muitas vezes tem sido relacionada às pessoas de raças não-brancas,
especialmente às pessoas negras. Logo, essa interpretação tem sido
empregada para apoiar a suposta superioridade da raça branca, bem
como a justifi cativa para a escravidão, que era muito comum entre alguns
protestantes do passado na região sul dos EUA, na África do Sul no regime
do apartheid e em muitos tipos de discriminação. É importante ressaltar
esse fato, pois, no Brasil, recentemente, um conhecido pastor midiático
trouxe à tona essa interpretação, trazendo grandes problemas e
contundentes acusações de preconceito para os que pensam segundo essa
corrente equivocada de interpretação bíblica.
Por que não se pode usar a “maldição de
Canaã” para justifi car, por exemplo, a miséria presente
num continente como a África? Ora, em primeiro lugar, é
difícil definir os “cananeus” como grupo racial específi co, e ao que
tudo indica, suas origens foram profundamente diversifi cadas. Segundo os
estudiosos, possivelmente, os cananeus rumaram para a Arábia meridional
e central, ao Egito, ao litoral do Mediterrâneo e à costa leste da
África. Não se pode falar de um povo cananeu somente, mas de vários povos
com cultura específi ca, língua própria etc: os jebuseus, os amorreus, os
girgaseus, os heveus, os arqueus, os sineus, os arvadeus,
os zemareus, os hamateus e a diversifi cação das famílias dos
cananeus (Gn 10.15-18; cf. 15.18-21).
Nas Escrituras, o relato de Canaã foi
exposto para explicar as implicações da conquista da terra de
Israel no livro de Josué. De fato, a terra de Canaã, sua cultura e
costumes, confrontavam diretamente a vontade e o plano de Deus.
Entretanto, a maldição de Noé em relação a Cam, e especifi camente ao seu
neto Canaã, nada têm a ver com a África e, muito menos, com um
recorte racial. Isso precisa fi car bem claro a seus alunos na classe!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, ano 16 - nº 64 –
out/nov/dez de 2015.
A
origem da diversidade cultural da humanidade
INTRODUÇÃO
I - A TORRE DE BABEL
II- A CONFUSÃO DE LÍNGUAS
III- A MULTIPLICIDADE LINGUÍSTICA E CULTURAL
CONCLUSÃO
I - A TORRE DE BABEL
II- A CONFUSÃO DE LÍNGUAS
III- A MULTIPLICIDADE LINGUÍSTICA E CULTURAL
CONCLUSÃO
O capítulo 11 de Gênesis expõe a
história de Babel, concluindo todos os relatos pré-abraâmicos. Além
de encerrar a série de narrativas das origens, a história de Babel
leva o leitor diretamente para a narrativa de Abraão e a consequente à
formação do povo de Deus. A história de Babel tem como um de seus intuitos
apresentar o ambiente pagão e politeísta do nosso pai na fé,
Abraão. Gênesis 11 mostra que a confusão do idioma, quando Deus
decidiu confundir as línguas da humanidade, ocorreu na quarta geração
pós-diluviana.
O propósito por trás do
relato da Torre de Babel está paralelamente ligado ao mesmo propósito da
narrativa de Adão e Eva em Gênesis 3: mostrar a busca pela própria
autonomia e usurpar a glória de Deus. O povo de Babel tinha
o propósito de transcender às limitações humanas. Queria mostrar que
não dependia do auxílio de Deus, pois buscava a glória humana, e não a
divina. Isso fica claro quando fazemos uma comparação da Torre de
Babelb com o Dia de Pentecoste (At 2):
GÊNESIS 11
|
ATOS 2
|
Babel: uma cidade edificada por
homens
|
Jerusalém: a cidade de Deus
|
Os homens tentam alcançar o céu
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Deus Espírito Santo desceu do céu
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Confussão do idioma: os
homens não mais se entendem
|
Um único idioma:
entendido por todos os presentes
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O povo foi disperso
|
O povo se uniu de todos os lugares
|
A Torre de Babel representa a
eterna tentativa do ser humano em ser autônomo, ser independente e dono
do seu próprio destino. Mas o texto deixa claro que quando o ser
humano porfi a por esse caminho, ele entra pelo caminho da morte, da
rebelião contra a vontade de Deus. De outro modo, o Dia de Pentecoste
representa o ideal de Deus, por intermédio da Igreja, o Corpo
de Cristo, em viver uma comunhão verdadeira e uma vida que faça
sentido para o ser humano. A Torre de Babel é a tentativa da emancipação
do homem por si mesmo; o Dia de Pentecoste é Deus, por intermédio do
Espírito Santo, emancipando o ser humano.
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, ano
16 - nº 64 – out/nov/dez de 2015.
Melquisedeque abençoa Abraão
INTRODUÇÃO
I - MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM
II- ABRAÃO, O GENTIO
III – A OCASIÃO DA BÊNÇÃO
CONCLUSÃO
I - MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM
II- ABRAÃO, O GENTIO
III – A OCASIÃO DA BÊNÇÃO
CONCLUSÃO
As narrativas sobre como Deus
tratou Abraão, Isaque, Jacó e José, os patriarcas ancestrais do
povo de Israel estão registras nos capítulos de 12 a 50 de Gênesis.
Conhecer as raízes históricas e a formação do povo judeu é simples, a
partir da leitura atenta desses capítulos que formam o Gênesis. A
história de Abraão inicia com a narrativa da família do patriarca, a
caminho de Canaã (Gn 11.27- 32), acrescentada de uma citação especial
sobre a esterilidade de Sara, a esposa do pai da fé (Gn 11.30).
Mas os momentos principais nas
narrativas sobre a vida de Abraão estão em Gênesis 12.1-9, em
que Deus chama Abraão para sair da terra de Harã, após a morte do seu
pai Terá, e ser enviado a uma terra estranha (v.1), prometendo fazer dele
“uma grande nação”, e abençoando, assim, por intermédio dele, “todas
as famílias da terra” (vv.2,3).
Após viajar para a terra que o
Senhor lhe falou, Abraão percorreu obedientemente a terra inteira.
Em seguida, recebeu a promessa de Deus: “E apareceu o SENHOR a Abrão
e disse: À tua semente darei esta terra” (Gn 12.7). Qual foi a reação de
Abraão? Ora, edifi car um altar ao Senhor e invocar o seu
nome (vv.8,9). Ao longo da narrativa sobre o patriarca
Abraão, expressões como “terra prometida”, “descendência prometida”,
“uma grande nação”, “bênçãos para as nações” vão ganhando corpo e
materialidade. E verbos como “adorar” e “confi ar” em Deus,
como único e verdadeiro, vão se constituindo como símbolo para uma
adoração e uma fé adequadas ao único Deus do povo de Israel. Abaixo, veja
o resumo das grandes promessas de Deus para Abraão:
AS PROMESSAS DE DEUS A ABRAÃO
|
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Uma descendência numerosa
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Gênesis 12.2; 13.16; 15.18
|
Um homem abençoado
|
Gênesis 12.2
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Um homem conhecido no mundo
|
Gênesis 12.2
|
Abraão seria uma bênção
|
Gênesis 12.2
|
Quem o abençoar será abençoado
por Deus |
Gênesis 12.3
|
Quem o amaldiçoar será amaldiçoado por Deus
|
Gênesis 12.3
|
Os judeus são abençoados, bem como os gentios
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Gênesis 12.3; 22.18; 26.4; (cf.
Gl 3.16)
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A descendência de Abraão
ocuparia a terra de Canaã
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Gênesis 15.18; 17.8
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A eternidade da promessa
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Gênesis 13.15; 17.7,8,13,19;
48.4
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Reis descenderiam dele
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Gênesis 17.6,8
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Deus seria o Deus de Israel para sempre
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Gênesis 17.6,8
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Fonte:
Revista Ensinador Cristão, ano
16 - nº 64 – out/nov/dez de 2015.
INTRODUÇÃO
I - ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO
II- ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO
III – O CASAMENTO DE ISAQUE
IV- ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR
CONCLUSÃO
I - ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO
II- ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO
III – O CASAMENTO DE ISAQUE
IV- ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR
CONCLUSÃO
O nascimento de Isaque é a confi rmação
da promessa feita por Deus a Abraão, onde a descendência prometida
viria do útero de uma mulher estéril, de sua esposa Sara. Embora a
história de Isaque e de Jacó fosse contada simultaneamente, pois o relato
de Jacó é contado dentro da história de Isaque (25.19?35.29), as
promessas de Deus feitas a Abraão são repetidas a Isaque (26.3-5), como
também para Jacó (28.13-15).
Igualmente, como aconteceu com Sara, o
Senhor abriu a madre da mulher de Isaque, Rebeca, conforme está
escrito: “E Isaque orou instantemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto
era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher,
concebeu” (Gn 25.21). Rebeca, não concebeu apenas uma vida, mas duas
nações.
No capítulo 26, Isaque repetiu o
fracasso de seu pai, Abraão, mentindo sobre a sua esposa
(26.6,7), pois ao invés de afi rmar ser Rebeca a sua esposa,
ele disse a Abimeleque que ela era a sua irmã. Entretanto, Deus
interviu na história para proteger a descendência do Seu povo e garantir o
cumprimento da promessa feita a Abraão, o seu amigo (Gn
26.11,12). Isaque era o “bem” mais precioso de Abraão. Foi com esse
“bem” que o Senhor provou a fé de Abraão. Isaque foi exemplarmente
obediente ao seu pai, e não questionou o fato de ser a “oferta” para o
sacrifício apresentado por seu pai a Deus.
O convívio com Abraão, seu pai, ensinou
Isaque a se relacionar com Deus. Sabendo quem é Deus e o quão
importante é viver uma vida que o honre, Isaque foi forjado “aos pés de
Abraão”, pois ele daria prosseguimento à promessa: conquistar a terra de
Canaã. Perceba que, até aqui, Abraão e Isaque representam aquela fase
nômade do povo de Israel. Esse povo não tinha terra, não tinha casa e não
tinha raízes. Viver é o grande desafi o diário. Entrava numa terra, se
estabelecia nela e, logo depois, saía, iniciando esse mesmo ciclo em outro
lugar. Mas, em Isaque, esta realidade começa a ser quebrada. Ele é o
fi lho da promessa. É o filho da livre e não da escrava.
Com essa imagem, o apóstolo Paulo
fundamentou a doutrina da Graça de Deus: “Porque está escrito que
Abraão teve dois fi lhos, um da escrava e outro da livre. [...] Mas a
Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós; porque está
escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz, esforça-te e
clama, tu que não estás de parto; porque os fi lhos da solitária são
mais do que os da que tem marido. Mas nós, irmãos, somos fi lhos da
promessa, como Isaque” (Gl 4.22,26-28).
Fonte: Revista Ensinador Cristão, ano 16 - nº 64 – out/nov/dez de
2015.
A história de José é uma das histórias
mais belas e famosas de toda a Bíblia. É a última história de família
da narrativa dos patriarcas de Israel (Gn 37.2?50.26). José é a
pessoa que Deus usou para resgatar a nação de Israel da fome intensa
daquela época e, assim, preservar a descendência prometida para herdar a
terra de Canaã. Se você lê os capítulos 37.2 a 50.26, perceberá que
se trata da narrativa mais longa de todo o livro e, principalmente, do
gênero literário narrativo de toda a Bíblia.
Nesta grande seção narrativa, é
possível verificar três interrupções na história: a história de Judá (Gn
38); a genealogia dos fi lhos de Israel que foram ao Egito com Jacó
(Gn 46.8-27); e a bênção de Jacó (Gn 49). São três interrupções que
suspenderam momentaneamente a sequência da narrativa, o que é um recurso
comum no gênero literário narrativo.Nesta narrativa da vida de José,
visando a preservar o povo judeu, chama atenção a ação interventora
de Deus: Ele desfaz o mal maquinado pelos irmãos contra José,
permitindo que o fi lho de Jacó fi casse preso por não pecar deliberadamente,
mas, logo depois, o salva e o coloca entre os administradores do Egito por
intermédio da habilidade de desvendar sonhos.
O capítulo 39, versículos 2, 3, 21
e 23, chama a nossa atenção para a repetição dessa expressão: “O Senhor
estava com José”. A história de José tem uma importância
enorme quando levamos em conta a história da salvação presente na
Bíblia, por intermédio do advento do Senhor Jesus Cristo. Em José, a nação
de Israel foi preservada da fome e sobreviveu, garantindo a existência do
povo de Deus. O único Deus, o Deus de Israel, guiou a história do Seu povo
para preservá-lo de todo o mal, a fi m de deixar o caminho livre
para o advento do Cristo.
Sobre a conclusão da história de José,
podemos constatar que o livro do Gênesis inicia a história
bíblica com Deus como o Criador de todas as coisas; os seres humanos
como a glória da criação divina, mas caídos por causa do pecado que
demonstrou o quanto o mal se internalizou no homem; mas, por meio da
eleição de um povo, o Senhor iniciou o Seu projeto de
criação redentora que, apesar das falhas do povo, foi adiante e
culminou na pessoa bendita de Jesus Cristo (Gl 4.4). O livro de Gênesis é
o início de uma história de todos aqueles que creem no Senhor como o
Salvador sonham e anelam em ver a consumação de todas as coisas. Que
o Senhor nos permita viver nesta esperança até a Sua gloriosa vinda. Amém!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, ano 16 - nº 64 –
out/nov/dez de 2015.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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