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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Pregação com fundo musical?


Os levitas (levitas?) e a pregação com fundo musical: dois modismos.

Na Bíblia Sagrada, o título “levitas” refere-se exclusivamente aos israelitas da tribo de Levi que trabalharam no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Como esse título nada tem a ver com a Igreja do Senhor, procura-se quem começou a chamar os músicos cristãos de “levitas”! Com toda a sinceridade, não vejo com bons olhos essa veterotestamentarização, por assim dizer, do culto neotestamentário.

Sabe-se, à luz do Antigo Testamento, que os levitas não se ocupavam exclusivamente da música e do cântico. Eles zelavam, de modo geral, pelo lugar de culto ao Senhor, exercendo o sacerdócio, no caso dos filhos de Arão (Lv 21), fazendo a arrumação e a manutenção do Tabernáculo e, depois, do Templo, atuando como guardas, porteiros e padeiros, além de realizarem todos e quaisquer serviços gerais (Nm 1.50; 1 Cr 9.26; 15.22, etc.). Será que os “levitas” de hoje estão dispostos a fazer tudo o que aqueles levitas faziam?

Depois de ter lido o meu artigo Pregação com fundo musical: mais um modismo, neste blog, um “levita” comentou: “É muito diferente ministrar um estudo de uma pregação. A pregação é manipuladora, sim, pois conclama o ouvinte a um desafio de mudança de atitudes, e não vejo nada errado nesse tipo de manipulação. Quando estou tocando para alguém pregar, eu não faço fundo musical, ministro com as teclas. Ora, o profeta não recebeu a palavra profética até que alguém tangeu uma harpa. Enquanto a música soava, a palavra profética era liberada. Aprendam com a Bíblia e não com ideias humanas e achismos”. Bem — com todo o respeito —, receio que esse “levita” esteja um tanto equivocado. Afinal, com quem ele aprendeu que a pregação é manipuladora? Creio que ele esteja confundindo persuasão com manipulação!

O pregador ou o músico que manipulam pessoas não têm compromisso com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra e, por isso, se valem de “ferramentas” de animação de auditório, como chavões que massageiam o ego dos ouvintes, teatralização e música de fundo. Assista aos vídeos do showmanBenny Hinn e veja como ele derruba as pessoas usando, inclusive, fundos musicais variados. Pura manipulação! Mas a persuasão está relacionada com a ação do Espírito Santo e o poder da exposição da Palavra de Deus, que não precisa de “muletas” como fundos musicais.

Aliás, a pregação eficaz abarca três elementos, representados por três palavras gregas: logos (o conteúdo verbal da mensagem, incluindo-se arte e lógica na sua exposição); pathos (o fervor, a paixão, o sentimento, a eloquência do pregador); e ethos (o caráter percebido do orador). Vemos essas três palavras em 1 Tessalonicenses 1.5: “porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra [logos], mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção [pathos], assim como sabeis ter sido o nosso procedimento [ethos] entre vós e por amor de vós” (1 Ts 1.5, ARA).

O mencionado “levita” também fez uma referência ao episódio narrado em 2 Reis 3, em que o profeta Eliseu mandou chamar um tangedor antes de transmitir aos exércitos de Judá e Israel uma mensagem profética. Em primeiro lugar, pergunto: O tangedor tocou seu instrumento antes ou durante a palavra profética? A Bíblia não diz que o tangedor continuou tangendo enquanto Eliseu profetizava. Mesmo que ele tivesse feito isso, essa passagem não apresentaria um argumento válido para os tempos neotestamentários, haja vista o ministério profético nos moldes do Antigo Testamento ter durado até João Batista (cf. Mt 11.13; Ef 4.11; 1 Co 12.28,29).

De acordo com o Novo Testamento, a música faz parte do culto a Deus, mas existe o momento certo para executá-la (1 Co 14.23). Uma música suave, em tom baixo, no momento do convite para o pecador pode até ser útil. Não obstante, é necessário tocar instrumentos na hora da pregação e no momento da oração? Quando o Senhor Jesus ou os apóstolos pregavam ou ensinavam a Palavra de Deus, contavam com fundo musical? Os pregadores dos primeiros séculos precisavam de fundo musical para pregar o Evangelho? Os famosos pregadores da História da Igreja recente, como Spurgeon, Moody, Wesley, etc., usavam esse recurso para comover ou manipular os ouvintes? Não! Portanto, isso, assim com o título de levita, é — definitivamente — mais um modismo!
 

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