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segunda-feira, 20 de junho de 2016

A grande tribulação Mateus cap. 24 e 25


                             O que é a Grande Tribulação?



A Grande Tribulação, segundo a Bíblia, a Palavra de Deus — e não segundo homens falíveis como Armínio, Calvino ou qualquer teólogo dispensacionalista, amilenarista etc. —, será um terrível evento que ocorrerá, como veremos, após o Arrebatamento da Igreja, mais precisamente depois do Tribunal de Cristo (leia os artigos anteriores, neste blog). Ela, que abarcará julgamentos, é mencionada em toda a Bíblia (cf. Dt 4.30; 31.4; Is 13.9-13; 34.8; Jr 30.7,8; Ez 20.33-37; Dn 12.1; Jl 1.15; Mt 24.21, ARA; Ap 3.10; Dn 12.1; Is 61.2; Ap 7.13,14, ARA c/ 6.9-11). Vejamos alguns importantes pormenores bíblicos desse evento escatológico:

1. Durante a Grande Tribulação, Deus julgará os ímpios, adoradores da Besta. Depois de arrebatar a sua Igreja, o Senhor derramará juízos sobre a terra. Em Apocalipse se mencionam, profeticamente, por meio de símbolos, quatro cavaleiros, que representam males, os quais entrarão em cena logo após a abertura de quatro selos (6.1-8). Depois da abertura de mais três selos, os juízos se intensificarão (6.9-17), e a abertura do último trará mais juízos por meio de sete trombetas, que serão tocadas por anjos (8-11). Finalmente, sete taças da ira de Deus serão derramadas sobre a terra (15-16), sendo a última a pior de todas (16.17-21).

2. A Grande Tribulação ocorrerá paralelamente às Bodas do Cordeiro. Isso fica claro principalmente por causa da inequívoca ordem cronológica de Apocalipse 19-22. Embora alguns teólogos digam que a Grande Tribulação já aconteceu por ocasião da destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., e que o Anticristo teria sido o imperador Nero, a maioria dos historiadores diz que Apocalipse foi escrito no fim do século I, nos últimos dias de Domiciano (90-95 d.C.). Ademais, em Mateus 24.21 há duas características da Grande Tribulação pelas quais se evidencia que ela ainda não aconteceu. Primeira: “haverá, então, grande aflição como nunca houve desde o princípio do mundo até agora”. Segunda: “nem tampouco haverá jamais”.

3. A Igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação. A Palavra de Deus é muito clara quanto a isso. O texto de 1 Tessalonicenses 1.10 não tem sido aceito por muitos teólogos como prova de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação, mas ele, à luz da analogia bíblica, afirma que Jesus Cristo, quando voltar, nos livrará da “ira futura”. Esta, sem dúvida, alude à Grande Tribulação, pois em 1 Tessalonicenses 5.3-9 são apresentadas quatro verdades sobre o livramento da Igreja dessa ira futura. Primeira: Deus não nos destinou à ira. Segunda: sobrevirá “repentina destruição” aos filhos das trevas e “de modo nenhum escaparão”. Terceira: os salvos, como filhos da luz, não estão em trevas “para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão”. Quarto: essa promessa é mencionada logo após a mensagem sobre o Arrebatamento (4.16-18).

O texto de 2 Tessalonicenses 2.6-8 é de difícil interpretação, mas creio, sem ser dogmático, que, nessa passagem, a Palavra de Deus mostra que as duas Bestas só entrarão em ação depois que o povo de Deus, a Igreja, tiver sido arrebatado. Isso fica evidente à luz do que o Senhor Jesus disse em Lucas 21.36. Aqui, Ele foi categórico ao afirmar que devemos escapar (ARA), e não participar de “todas estas coisas”. Ademais, em Apocalipse 3, o Senhor Jesus prometeu à igreja de Filadélfia e a nós, por extensão (vv. 13,22), que nos guardaria “da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo” (v. 10). E o sentido desse texto, no grego, é o de “guardar da”, e não o de “guardar através da”.

Em Apocalipse 4, o Senhor Jesus revelou a João, de modo profético, através de símbolos, como será o Céu no futuro. A Igreja já estará no Céu antes da Grande Tribulação, pois os 24 anciãos representam a totalidade da Igreja (vv. 1,4; cf. 19.4). Em nenhum lugar da Bíblia, os anjos são chamados de anciãos (gr. presbuteros). Estes estão sentados em tronos — Jesus tinha acabado de prometer que os vencedores se assentaria com Ele (Ap 3.21) — e usam vestes brancas e coroas de ouro (cf. 2.10; 3.4,5,11). Eles, sem dúvida, representam pessoas reais, pois falam com João (Ap 5.5; 7.13); têm harpas e salvas de ouro cheias de incenso, as orações dos santos (5.8); e cantam um novo cântico, que dá ênfase à morte expiatória do Senhor (v. 9).

Na Bíblia, mencionam-se no Céu serafins (Is 6.1-8; cf. Ap 4.8) e querubins (Ez 10). Anciãos são, diante do exposto, um novo grupo no Céu, pois o número 24 alude a 12 tribos de Israel e 12 apóstolos do Cordeiro (cf. Ap 21.12-14 — 12 portas e 12 fundamentos). Em Apocalipse 3.12, é bom observar, Jesus havia prometido: “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”.

Finalmente, em Apocalipse 13, o Senhor mostrou a João que o Anticristo fará guerra aos santos (v. 7), e serão mortos todos os que não adorarem a Besta (v. 15). Se o Arrebatamento da Igreja ocorrer depois da Grande Tribulação, quantos serão arrebatados? Temos a certeza de que a Igreja não estará na terra nesse período, pois, além do que já foi dito sobre os 24 anciãos, em Apocalipse 19 Jesus não deixou nenhuma dúvida de que a Noiva já estará no Céu, nas Bodas do Cordeiro, e virá com Ele (vv. 1-14). As características dos exércitos que o seguem não deixam dúvidas de que eles são os salvos, a Noiva do Cordeiro (v. 14).

4. A Grande Tribulação terá uma duração de sete anos. Em Apocalipse vemos claramente a metade do período tribulacional. Em 11.3 e 13.5 mencionam-se 1.260 dias ou três anos e meio (1.260 dias / 360 dias = 3,5 anos) e 42 meses (42 meses x 30 dias = 1.260 dias). Esses três anos e meio são apenas a “primeira metade” da Grande Tribulação (Dn 9.24-27). Daniel, por sua vez, faz menção do período total. Depois de abordar a septuagésima semana, ele discorreu sobre a última semana de um total de “setenta setes” (Dn 9.24). A contagem das semanas (490 anos) começou com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém e foi interrompida com a morte do Messias (Ne 1-2; Dn 9.25,26).

Essas setenta semanas se subdividem em três períodos (cf. Dn 9.25; Ne 6.15; Mt 21.1-10; Dn 9.27; Mt 24.15,21). O estudo comparativo das passagens proféticas de Daniel, Apocalipse e Mateus 24 indica que, após a destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., haveria um lapso temporal indefinido, até que os eventos da septuagésima semana começassem a se cumprir. Depois desse período parentético indeterminado, entre o século I d.C. e o Arrebatamento da Igreja, a Besta firmará o tal concerto ou pacto com muitos por sete anos, mas só cumprirá a sua parte nos primeiros três anos e meio (cf. Dn 9.27; Ap 15-16).

5. Durante a Grande Tribulação ocorrerá o julgamento de Israel. Cada julgamento escatológico tem cinco aspectos distintivos que o torna único: participantes, local, momento, critérios e resultado. Quem serão os participantes do julgamento de Israel? O remanescente desse povo escolhido de Deus. Local? Jerusalém. Momento? Fim da Grande Tribulação. Critérios e resultado? Estude Daniel 12.1, Ezequiel 20.33-38, Zacarias 13.8,9, Amós 9.8,10, Romanos 9.27; 11.25,36, Mateus 23.39, Zacarias 12.10-14; 13.1 e Apocalipse 12.

6. Haverá salvação na Grande Tribulação. Há inúmeras referências a isso no livro de Apocalipse (cf. 7.14; 9.20,21; 16.9). Fica claro nestas e noutras passagens apocalípticas que os juízos de Deus derramados sobre a terra têm como objetivo levar os pecadores ao arrependimento, a despeito de ficar evidente, também, que os adoradores da Besta não se arrependerão. Por outro lado, se mencionam os mártires da Grande Tribulação: pessoas que, por amor a Cristo, se oporão ao Anticristo e ao Falso Profeta e, por isso, serão mortas (cf. 6.9,10).

7. A Bíblia é clara quanto às duas Bestas que se manifestarão durante a Grande Tribulação e o seu sinal. Em Apocalipse 13.1-18 vemos que haverá duas Bestas, uma que sobe do mar, o Anticristo, e outra que sobre da terra, o Falso Profeta. Elas formarão uma tríade satânica com o Dragão ou Diabo (16.13). Quanto ao alardeado sinal da Besta (13.16), será um sinal mesmo, e não um chip, como muitos — especialmente os adeptos da escatologia aterrorizante — têm dito. Esse sinal, na verdade, como se depreende do estudo de Apocalipse, visa a identificar os adoradores conscientes da Besta.

Em outras palavras, não é o sinal da Besta que torna as pessoas adoradoras do Anticristo. São estas que — por serem “bestólatras” (adoradoras do Anticristo, primeira Besta, e obedientes às ordens do Falso Profeta, segunda Besta) e por estarem revoltadas contra Deus, que estará derramando sua ira sobre o mundo —, farão questão de receber tal sinal. E, nesse caso, se cremos que a Igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação; e, se temos a certeza de que o Anticristo e o Falso Profeta só se manifestarão depois disso, por que deveríamos nos preocupar com o sinal da Besta, hoje?
 


Quais são os eventos escatológicos mencionados em Mateus 24 e 25?

Em minhas palestras de Escatologia Bíblica, tenho notado que uma das passagens das Escrituras que mais tem gerado questionamentos é Mateus 24 e 25. Isso, em grande parte, porque os eventos escatológicos mencionados nesses dois capítulos não foram apresentados por Jesus em ordem cronológica.

Muitos perguntam, por exemplo: “Se em Mateus 24.37-39 Jesus trata do Arrebatamento, como dizem os dispensacionalistas, por que esse evento é mencionado depois da Grande Tribulação? Isso não seria uma indicação clara de que a Igreja passará por esse período?” Em primeiro lugar, não se deve ignorar que a Bíblia é análoga: as Escrituras interpretam as Escrituras. Segundo: Jesus apresentou as verdades contidas em Mateus 24 e 25 a seus discípulos, que ali representavam a Igreja e também Israel, haja vista serem, ao mesmo tempo, os primeiros membros da Igreja e israelitas. Terceiro: Ele respondeu a uma pergunta tripartida, e a sua resposta, conquanto igualmente tripartida, não está, necessariamente, em ordem cronológica.

Mateus 24.1,2 — a invasão de Jerusalém. Ao sair do Templo, o Senhor Jesus foi abordado por seus discípulos, que começaram a lhe mostrar a estrutura daquele edifício. No versículo 2 temos, então, o início do seu sermão profético, com a predição da invasão de Jerusalém pelos romanos no ano 70: “não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”. As profecias do Senhor sobre o futuro terminam em Mateus 25.46.

Mateus 24.3 — a pergunta tripartida dos discípulos. Ao fazer menção da invasão de Jerusalém e da destruição do Templo, o Senhor ouviu dos discípulos uma pergunta tripartida, abarcando questões alusivas a sinais para “estas coisas”, “tua vinda” e “fim do mundo”. Aqui está uma importante chave para se entender as profecias do Senhor. Ele, como veremos, responde aos discípulos de modo tripartido e faz menção de profecias veterotestamentárias, direta ou indiretamente, reforçando a necessidade de se considerar a analogia bíblica.

Mateus 24.4-14 — sinais escatológicos gerais e a pregação do Evangelho do Reino até o fim.Diante da pergunta tripartida dos discípulos, o Senhor faz inicialmente uma abordagem panorâmica dos sinais sobre o futuro, desde aqueles dias até o fim do mundo. Ele, por enquanto, não menciona nenhum evento específico, mas chama a atenção dos discípulos — que também eram israelitas — para sinais escatológicos gerais, como surgimento de enganadores (vv. 4,5,11), guerras e rumores de guerras, fomes, pestes, terremotos (vv. 6-8), perseguições aos cristãos (v. 9), escândalos, traições, aumento da iniquidade e esfriamento do amor etc. (vv. 10-12).

Jesus termina essa primeira seção discorrendo sobre a pregação do Evangelho do Reino até “o fim” (v. 14). Os termos “Evangelho do Reino” e “fim” indicam, à luz de Apocalipse, que o Senhor se referiu ao Evangelho que será pregado durante a Grande Tribulação, especialmente pelas duas testemunhas e os 144 mil judeus selados por Deus (cf. Ap 7-14), e por ocasião do Milênio, quando toda a terra se encherá do conhecimento do Senhor, de modo intuitivo e também por meio da pregação (cf. Hc 2.4; Jr 31.33,34; Is 2.3; 54.13). Tudo isso que Ele disse teve como objetivo incentivar os salvos a serem perseverantes em qualquer época ou circunstância (Mt 24.13).

Mateus 24.15-28 — predições e advertências para Israel sobre a Grande Tribulação. A partir do versículo 15, com a menção da “abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel” (no Templo), fica claro que o Senhor Jesus passa a tratar especificamente de predições relativas ao que acontecerá em/com Israel — haja vista estar falando também a israelitas — na Grande Tribulação, antes da Manifestação do Senhor. Até o versículo 28 não há dúvida de que Ele está tratando do que acontecerá em/com Israel durante a Grande Tribulação. Jesus faz predições e advertências específicas para Israel, como o alerta de que surgirão falsos cristos (vv. 23-26). E sabemos que os israelitas tementes a Deus também creem na vinda do Messias; mas estão esperando ainda a sua primeira vinda, enquanto nós já esperamos a sua volta ou Segunda Vinda (Jo 14.1-3; Hb 9.28).

Quem pensa que nessa seção Jesus se refere à invasão de Jerusalém, no ano 70, precisa ler com atenção o versículo 21: “nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (ARA). A Segunda Guerra Mundial (1939-1945), por exemplo, foi muitíssimo pior para os israelitas que a invasão de Jerusalém do primeiro século. O Mestre conclui essa seção afirmando que, “assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem” (v. 27), numa alusão clara à sua Manifestação em poder e grande glória, com a sua Igreja, no fim da Grande Tribulação (cf. Zc 14.1-11; Jd vv. 14,15; Ap 19.11-21).

Mateus 24.29-35 — a Manifestação do Senhor em poder e grande glória. A partir do versículo 29 o Senhor Jesus passa a fazer menção da sua aludida Manifestação, “logo depois da aflição daqueles dias”, quando “o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas”. Observe que todas as tribos da terra se lamentarão (v. 30), pois Ele então se manifestará para julgar os adoradores da Besta — reunidos na “grande Babilônia”, cidade de Jerusalém tomada pelos inimigos de Israel —, pondo fim ao império do Anticristo (cf. Ap 18.9-24). Segundo Apocalipse 19, a Igreja já estará com o Senhor, por ocasião de sua Manifestação em poder e grande glória.

Nesse caso, quem são os escolhidos, ajuntados por anjos “desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24.31)? Não há dúvida, com base na analogia geral da Bíblia e no que o Senhor dissera anteriormente, no sermão profético em apreço, que se trata de uma referência ao remanescente dos israelitas tementes a Deus. Estes serão reunidos para o Julgamento das Nações, mencionado pelos profetas do Antigo Testamento, como em Joel 2.30-32; 3.1,2:

“E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o SENHOR tem dito, e nos restantes que o SENHOR chamar. Porquanto eis que, naqueles dias e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém, congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Josafá; e ali entrarei em juízo, por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam entre as nações, repartindo a minha terra”.

O Senhor Jesus faz menção desse grande acontecimento em Mateus 25.31,32: “quando o Filho do Homem vier em sua glória, [...] se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele”. O remanescente israelita (cf. Rm 9.27; 11.26) não participará do aludido julgamento na qualidade de réu, pois, “naqueles dias e naquele tempo”, Deus removerá “o cativeiro de Judá e de Jerusalém” (Jl 3.1). Em seguida, será instaurado o Milênio, e “o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu nome” (Zc 14.9).

Mateus 24.36-51; 25.1-13 — o Arrebatamento da Igreja e outros eventos. Jesus conclui a seção pela qual trata do futuro de Israel e começa outra. A transição está clara em 24.34-36 (leia com atenção). De 24.36 até 25.13 o Mestre fala especificamente à sua Igreja, representada, ali, pelos seus discípulos, e discorre sobre o Arrebatamento, fazendo menção, também, do Tribunal de Cristo (24.45-51), das Bodas do Cordeiro (25.10) e do Inferno (24.51). Quem diz que a parábola das dez virgens alude a Israel precisa observar que ela começa com o conectivo “Então”, que liga o início do capítulo 25 ao que o Senhor já vinha abordando anteriormente: sua iminente vinda e a importância de estarmos prontos para ela (24.36-51).

Mateus 25.14-30 — o Tribunal de Cristo. Após concluir a parábola das dez virgens dando ênfase à iminência do Arrebatamento da Igreja: “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (v. 13), o Senhor Jesus passa a discorrer sobre o Tribunal de Cristo, que é melhor compreendido à luz das explicações do apóstolo Paulo (Rm 14; 1 Co 3; 2 Co 5 etc.). Mas observe que, ao tratar do julgamento dos salvos para efeito de galardão, o Senhor também faz menção do Inferno (Mt 25.30), deixando claro que muitos que estão entre nós sequer comparecerão ante o Tribunal de Cristo (cf. Mt 7.21-23), visto que este será destinado apenas aos santos arrebatados (1 Ts 4.16,17; Ap 22.12).

Mateus 25.31-46 — o Julgamento das Nações. O último assunto apresentado pelo Senhor Jesus em seu sermão profético é o Julgamento das Nações, o qual se dará durante toda a Grande Tribulação(Zc 12-14; Jr 50.20), tendo a sua consumação com a Manifestação do Senhor. Quem não considera a analogia geral da Bíblia terá grande dificuldade de entender essa parte da revelação apresentada por Jesus. Ele compara as nações reunidas a bodes e ovelhas, postas à esquerda e à direita do Justo Juiz. Fica claro, à luz de Joel 3, que as nações-bodes e nações-ovelhas são as que, respectivamente, fizeram mal e bem a Israel.

Jesus conclui a presente seção — e também o seu sermão profético — dizendo: “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). Isoladamente, os termos “tormento eterno” e “vida eterna” poderiam ser grosso modo chamados de Inferno e Céu, mas, como a Bíblia é análoga, não podemos deixar de conferir outras passagens escatológicas e o próprio contexto imediato do versículo em apreço. À luz de Mateus 10.28 e Apocalipse 20.15, o primeiro termo, “fogo eterno”, equivale a “tormento eterno” (gr. kolasin aiõnion), Geena e Lago de Fogo (gr. limnem ton purós).

Quanto ao segundo termo, “vida eterna”, está claramente associado ao que o Senhor havia dito a respeito do Reino, isto é, o Milênio: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). Ou seja, os representantes de países absolvidos no Julgamento das Nações, sobreviventes da batalha do Armagedom, irão para a vida eterna no sentido de que, ao ingressarem como povos naturais no Reino de mil anos previamente preparado por Deus, terão a oportunidade de receber a salvação eterna por meio de Jesus Cristo e permanecer nEle, assim como ocorre hoje, antes do Arrebatamento da Igreja (cf. Jo 3.16; Mt 24.13). Maranata! notas CPADNEWS


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