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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Indentificando as seitas e heresias



                 Como identificar seitas e heresias (1ª parte)

A Palavra de Deus afirma: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”, Pv 14.12. Um dos primeiros títulos dados à igreja emergente do primeiro século era “os do Caminho” (At 19.9,23; 24.22). Os adeptos do “Caminho” eram os convertidos ao cristianismo e, como não havia um titulo oficial ou nome dado a esses cristãos, propagou-se o título “Caminho”, porque os apóstolos e pregadores da época denominavam seus ensinos como “os santos e retos caminhos do Senhor”. Especialmente dentro do judaísmo, o “Caminho” era tratado como seita, mas, na verdade, era o único e verdadeiro caminho que o próprio Deus abriu na Terra para direcionar o homem pecador à salvação.

Todos querem o caminho da felicidade. Ao longo da historia da humanidade, muitos caminhos falsos foram construídos através das religiões e seitas surgidas. Para redirecionar o homem, Deus enviou seu Filho Jesus como o verdadeiro caminho que conduz à vida eterna (Jo 14.6). Por causa do pecado, o homem perdeu a direção. O sentido da palavra “pecado” (no grego, “hamartia”) significa “errar o alvo”, “perder o rumo”, “tomar outra direção”. O apóstolo Paulo declarou: “Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte; assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”, Rm 5.12. O homem não pode negar a relação do seu espírito com Deus, por isso, mesmo tendo pecado, tem necessidade de Deus.

Lamentavelmente, na busca de satisfazer essa necessidade espiritual, o arquiinimigo de Deus e do homem, o Diabo, tem aberto vários outros caminhos de engano, pelos quais o homem tem caminhado.

I – EXPLICANDO E DEFININDO TERMOS

a) SEITA – Do latim “secta”, o termo significa “doutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é seguido por muitos”. Do termo “secta” designou-se na língua portuguesa a palavra seita, que também significa facção, partido. Daí que seita representa uma forma sectária de pensar que vai além do sistema existente.

Toda seita advém de alguma religião ou doutrina. As seitas discordam do ensino básico de uma religião. No contexto histórico do judaísmo, surgiram grupos religiosos distintos e antagônicos, os quais, nos dias de Jesus na Terra, eram conhecidos como a seita dos fariseus, dos saduceus, dos essênios e dos zelotes. Esses grupos se diziam fiéis ao judaísmo, mas discordavam em pontos doutrinários, por isso eram contundentes e até radicais.

b) HERESIA – Esse termo deriva da palavra grega “hairesis” e o seu significado é escolha, seleção, preferência, partido tomado, corrente de pensamento, divisão. No latim, “hairesis” passou a significar “secta”. Portanto, há uma relação muito próxima de significado entre os termos seita e heresia. No Novo Testamento, o cristianismo era rejeitado pelos judeus e tratado como heresia ou seita (1Co 11.19; Gl 5.20 e 2Pd 2.1-2).

Ao longo da historia da Igreja, especialmente nos primeiros séculos, quando as doutrinas básicas do cristianismo começaram a ser organizadas e sistematizadas nos grandes concílios, começaram a surgir, também, as facções teológicas. Algumas das cartas e epístolas do Novo Testamento demonstram a preocupação dos seus escritores com as idéias e conceitos influenciados pelos filósofos da época (1Tm 4.1-5 e 2Pd 2.1-3).

No próximo artigo desta série, conceituaremos “Doutrina”.


          Como identificar seitas e heresias (2ª parte)
Como prometido no último artigo, e seguindo a sequência do nosso estudo sobre como identificar seitas e heresias, conceituemos agora o que é “Doutrina”.

c) DOUTRINA – No latim, a palavra doutrina é “doctrina” e significa “ensino”. Segundo o Dicionário Aurélio, “doutrina é o conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso”. No Antigo Testamento, a palavra doutrina ocorre como tradução do hebraico “Ieqah”, que significa “o que é recebido” (Dt 32.2; Jó 11.4; Pv 4.2 e Is 29.24).

No Novo Testamento, dois termos da língua grega representam a palavra doutrina. Um termo é “didaskalia” e o outro, “didachê”. Ambos os termos referem-se ao ensino como instrução dada àqueles que recebiam de bom grado a mensagem do cristianismo.

A Bíblia especifica três formas de doutrina:
a) Doutrina de Deus (At 2.41-42;13.12 e Tt 2.10)
b) Doutrina de demônios (1Tm 4.1)
c) Doutrina de homens (Mt 15.9 e Cl 2.22)

II – RAMIFICAÇÕES

Alguns ramos do protestantismo são advindos do período do seu surgimento na Idade Media com Martinho Lutero e João Calvino, ou João Wesley e outros. Entretanto, as diferenças de opiniões desses grupos sobre doutrina cristã não afetaram a essência do ensino básico do cristianismo. Portanto, não se constituem em seitas ou heresias. Porém, toda discordância doutrinaria (ou teológica), quando rompe com os fundamentos principais da doutrina cristã, é identificada como heresia ou seita.

“Uma seita pode assumir muitas formas, mas basicamente é algum movimento religioso que distorce ou desvirtua a fé ortodoxa até ao ponto em que a verdade é transformada em mentira. É impossível definir uma seita, a menos que se o faça em comparação com o padrão absoluto do ensino das Santas Escrituras”, escreveu Dave Breese.

No próximo artigo, veremos alguns sinais que nos apontam para heresias ou seitas.


           Como identificar seitas e heresias (3ª parte)
Vejamos agora alguns sinais que identificam heresias ou seitas:

1) IMATURIDADE ESPIRITUAL – Apóstolo Pedro fez uma distinção entre uma criança e um adulto na fé cristã. Ele indica o tipo de tratamento que se deve dar “a meninos recém-nascidos” (1Pd 2.2). O recém-nascido na fé requer cuidado diferenciado porque é mais vulnerável nessa “infância espiritual”. Um crente imaturo é mais facilmente vulnerável à subversão das heresias. Os ventos de doutrina sopram e movem facilmente as emoções dessas pessoas, que se deixam induzir pelo engano de homens fraudulentos (Ef 4.14).

2) SUBVERSÃO ESPIRITUAL – Sem dúvida, os crentes imaturos são mais facilmente atraídos para as seitas porque, geralmente, seus líderes trabalham com eficiência a propaganda de suas idéias e podem subverter as pessoas. Os líderes de movimentos heréticos são persuasivos acerca de suas idéias e são capazes de torcer a regra básica e fundamental acerca das Escrituras como autoridade única e máxima para a vida do cristão. Subvertem as mentes pobres de conhecimento bíblico com revelações extrabíblicas para justificar suas idéias heréticas.

Paulo havia percebido que na igreja da Galácia um grupo de crentes estava facilmente mudando de pensamento e aceitando outro evangelho (Gl 1.6-9). Paulo percebeu na igreja de Corinto uma certa vulnerabilidade doutrinária acerca das coisas espirituais, pois, à despeito da abundância dos dons espirituais naquela igreja, havia divisões e facções (2Co 11.13-15).

3) SOBERBA INTELECTUAL – Não muito diferente de nossos dias, as igrejas do Novo Testamento sofriam com os “intelectuais teológicos” que entendiam ser eles as pessoas que deviam ser ouvidas dentro da igreja. Esses pretensos intelectuais achavam também que por ostentarem maiores conhecimentos eram mais espirituais que os demais. Paulo enfrentou esse tipo de crentes na igreja em Corinto (2Co 11.3-4).

Muitas heresias têm surgido da soberba intelectual de pessoas que resolvem interpretar a Bíblia de acordo com suas idéias particulares e conveniências. O orgulho intelectual de pretensos teólogos induz à arrogância e à apostasia. As heresias surgem da idéia de que podem explicar todas as coisas com argumentos meramente intelectuais. Porém, o Evangelho precisa ser crido “com santidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana, mas na graça divina” (2Co 1.12).
notas CPAD NEWS



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