Lições Bíblicas CPAD
Jovens
2º Trimestre de 2016
Título: Eu e minha casa — Orientações
da Palavra de Deus para a família do Século XXI
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 12: A família de Jesus
Data: 19 de Junho de 2016
TEXTO DO DIA
“Com a sabedoria se edifica a casa, e
com a inteligência ela se firma” (Pv 24.3).
SÍNTESE
Ensinar os filhos no caminho do Senhor,
como fizeram José e Maria, é o passaporte para a felicidade da família, ainda
que haja problemas no percurso.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Mt 1.1-16; Lc 3.23-38
Uma família nobre
TERÇA — Lc 2.24
Uma família pobre
QUARTA — Mt 1.24; Lc 1.38
Uma família com pais fiéis
QUINTA — Jo 7.1-5
Uma família com filhos incrédulos
SEXTA — Jo 2.1-11
Uma família solidária
SÁBADO — At 1.14
Uma família que vence a dúvida e o medo
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
ENALTECER os valores de José e Maria
como exemplo de jovens comprometidos com a vontade de Deus para suas vidas;
CONSIDERAR que Deus escolheu para
acolher seu Filho Jesus aqui na terra uma família pobre, mas que observava os
valores da solidariedade e do trabalho;
SABER que a família de Jesus não era
diferente da nossa, ou seja, também era formada por pessoas falíveis, o que não
a impediu de vencer desafios como a dúvida e o medo.
INTERAÇÃO
Professor, no próximo domingo será o
encerramento do trimestre, portanto, programe-se! Desafie seus alunos! Peça que
tragam o maior número possível de parentes à Escola Dominical, independente da
idade, salvos ou não. Os objetivos são: congregar toda a família, apresentar a
nossa classe bíblica àqueles que não a conhece e trazer de volta os que andam
ausentes, tudo isso no final de um trimestre em que “respiramos” família. Cuide
para que os parentes visitantes sejam apresentados à igreja. Premie os alunos
mais esforçados, observando os recursos financeiros que lhe são disponíveis.
Sugestões de brindes: caixas de bombons que possam ser compartilhadas por seu
aluno com os familiares presentes e/ou livros da CPAD que tratem do assunto
família.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, é interessante que você
fique atento aos seus alunos para identificar entre eles possíveis vocacionados
para o ministério do ensino. A atividade proposta a alguns alunos no final da
aula passada pode ajudar nesse processo de descoberta. Conforme acordado, faça
a introdução da aula e depois dê oportunidade para que os alunos selecionados
abordem o tópico I da lição, que trata da pré-história familiar de Jesus. Deixe
que eles se sintam à vontade e auxilie no que puder. Não é demais ressaltar que
o objetivo dessa tarefa não é que o aluno substitua o professor, mas promover a
dinamização da aula com a participação dos alunos, aumentando, inclusive, seu
comprometimento com a Escola Dominical, além de, quem sabe, descobrir novos
talentos na área da educação cristã.
TEXTO BÍBLICO
João 7.2-5,8-10.
2 — E estava próxima a festa dos judeus
chamada de Festa dos Tabernáculos.
3 — Disseram-lhe, pois, seus irmãos:
Sai daqui e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as
obras que fazes.
4 — Porque não há ninguém que procure
ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes essas coisas,
manifesta-te ao mundo.
5 — Porque nem mesmo seus irmãos criam
nele.
8 — Subi vós a esta festa; eu não subo
ainda a esta festa, porque ainda o meu tempo não está cumprido.
9 — E, havendo-lhes dito isso, ficou na
Galileia.
10 — Mas, quando seus irmãos já tinham
subido à festa, então, subiu ele também não manifestamente, mas como em oculto.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Havia muitas profecias falando sobre o
nascimento do Salvador Jesus, e muitos esperavam por isso. O dia chegou e, num
canto desprezado do mundo, uma família humana o recepcionou com todo amor e
carinho. Os pais eram de ascendência real, porém pobres; tinham nobreza de
caráter e uma grande fé em Deus. O início da vida familiar foi bastante
difícil, com muitas perseguições e ameaças, mas Deus estava no controle. A
família cresceu em torno de uma carpintaria em Nazaré.
I. PRÉ-HISTÓRIA FAMILIAR
1. Uma família nobre. Toda história tem
uma pré-história, que a subsidia e a abaliza. O conhecimento da pré-história
ajuda a compreender o contexto dos acontecimentos do presente histórico, bem
como lança luz em alguns pontos obscuros e de difícil explicação. Esse
entendimento desvendará a motivação e a conduta dos personagens da narrativa,
diante da carga de valores familiares que acumulam, recebidos por tradição,
pela educação religiosa, ou pela herança cultural. Não é sem causa, portanto,
que todos os evangelhos contam a pré-história ministerial de Jesus, ao narrar a
história de João Batista (Mt 3.1-12; Mc 1.1-8; Lc 3.1-18; Jo 1.15) e a sua
pré-história familiar (Mt 1.1-25; Lc 1-3; Jo 1.1-12 — a exceção é Marcos). Observe-se
que cada evangelista narra essa pré-história do Messias com base na figura que
o Espírito Santo quer transmitir no Evangelho. Por exemplo, Lucas fala da sua
profunda humanidade, mas João menciona a pré-história do Messias sob o olhar
divino, por detrás dos umbrais da eternidade. Não são, portanto, pré-histórias
contraditórias, mas complementares. Assim, a família de Jesus (como todas as
famílias) tem uma história antes da história que se quer contar, e ela começa
com seus pais. Por isso, a ascendência de José foi narrada por Mateus, ao passo
que Lucas, segundo a maioria dos estudiosos, mencionou a ascendência de Maria,
dando conta de que ambos possuíam um tronco genealógico muito nobre. Eram da
linhagem dos reis de Israel, portanto, pertenciam à tribo de Judá, sendo
descendentes diretos tanto de Abraão quanto do Rei Davi. Assim, repousava sobre
essa família toda sorte de promessas e direitos.
2. Uma família corajosa. Os pais
humanos de Jesus eram muito corajosos. Maria, uma moça bastante jovem, quando ouviu
do anjo Gabriel que seria a mãe do Salvador, mesmo sabendo que aquilo poderia,
inclusive, ensejar seu apedrejamento, aceitou a vontade do Senhor (Lc 1.38).
Esse sentimento de destemor também integrava os valores de José. Ele foi fazer
o recenseamento da família em sua terra natal nos últimos dias da gravidez de
Maria (Lc 2.1-4).Também não ficou desesperado ante à ameaça de morte de seu
primogênito por Herodes, quando teve que fugir para o Egito (Mt 2.13-15). A
vida do simples carpinteiro, de uma hora para a outra, entrou em grande
provação, mas ele permaneceu inabalável, juntamente com Maria (Mt 2.19-21).
3. Uma família de pais obedientes. José
e Maria sempre foram muito obedientes. Eles não tinham suas vidas por
preciosas. Quantas vezes tiveram de mudar o que haviam planejado, por causa de
uma revelação? Isso aconteceu no anúncio da gravidez pelo anjo, em relação a
Maria (Lc 1.38), e na determinação divina, através de sonhos, para que José
aceitasse o casamento com Maria (Mt 1.24), além de outras orientações sobre
para onde a família deveria se deslocar, qual atividade desenvolver etc.
Observa-se, ainda, que eles criaram sua família no temor de Deus. Os filhos que
José e Maria tiveram em comum, no fim de tudo, transformaram-se em expoentes da
fé cristã. Pais obedientes a Deus geram filhos obedientes, que andam pelo
caminho do Senhor e não se desviam dele (Pv 22.6).
Pense!
Dentre tantas famílias com destaque
social em Israel, por que Deus escolheu um pobre e inexpressivo casal para
cuidar de seu Filho Unigênito?
Ponto Importante
Os critérios das escolhas de Deus não
podem ser questionados. Ele viu algo em Maria e José que só na eternidade
saberemos.
II. VIDA SOCIAL
1. Pobre. A vida do carpinteiro José
não era abastada. Ele e sua família não eram ricos. Prova disso é que, quando
foram apresentar a Jesus no Templo, os pais levaram para sacrificar um par de
rolas, que era a oferta dos casais pobres (Lc 2.21-24). Quando adulto, o
próprio Senhor falou que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20). A prática
de colher espigas nos campos alheios era prerrogativa apenas dos pobres (Lv
19.9,10) e os discípulos de Jesus assim o fizeram (Mt 12.1). Também, para
entrar em Jerusalém, Jesus teve que pedir emprestado um jumentinho (Lc
19.29-35) e, por fim, a última Páscoa foi celebrada em um cenáculo emprestado
(Lc 22.7-13). Todos esses episódios ratificam o fato de que a família de Jesus
era pobre (2Co 8.9).
2. Solidária. O primeiro milagre de
Jesus ocorreu em um casamento, quando Maria intercedeu junto a Ele por um
problema alheio — a falta de vinho (Jo 2.1-11). Maria demonstrou solidariedade.
Ela sabia que aquela circunstância constrangedora não era problema dela, nem de
Jesus, mas mesmo assim pediu sua intervenção. A família de Jesus aprendeu a
olhar para os mais pobres. Tiago, filho de José e Maria, foi um dos que
orientou ao apóstolo Paulo que se lembrasse dos pobres (Gl 2.10) e também, em
sua epístola, denunciou aqueles que desonravam os pobres (Tg 2.5,6) e não
ajudavam os necessitados (Tg 2.15,16). Importante citar, igualmente, a
determinação do Salvador para que João acolhesse Maria em sua própria casa (Jo
19.26,27). O filho primogênito tinha o dever moral de deixar sua mãe amparada.
Jesus era Deus, mas, mesmo na hora da morte, continuou sendo um filho exemplar.
3. Trabalhadora. A família de Jesus era
muito trabalhadora. Quando os conterrâneos do Mestre o viram, lembraram-se logo
da profissão de seu pai e do trabalho exercido pelo Nazareno na carpintaria (Mt
13.55,56; Mc 6.3). Tiago, filho de José e Maria, também criticou os empresários
que diminuíram os salários dos trabalhadores (Tg 5.4), refletindo o sentimento
aprendido no seio familiar e, claro, a vontade de Deus para a vida dos homens,
pois todo trabalho honesto merece uma recompensa digna (1Tm 5.18). Está
escrito: “[...] trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que
repartir com o que tiver necessidade” (Ef 4.28).
Pense!
Por que Deus não colocou Jesus em uma
família na qual Ele não precisasse trabalhar? Não seria bem melhor para o Filho
de Deus?
Ponto Importante
Deus sabia da pobreza de José e Maria,
mas era importante para Jesus viver intensamente sua humanidade. Todo trabalho
honesto dignifica o homem.
III. VIDA ESPIRITUAL
1. Pais cheios de fé. A história da
família de Jesus foi marcada pela fé. José e Maria aceitaram a missão de
abrigar o Filho de Deus em seu lar e em suas vidas, pela fé. Eles poderiam ter
dito não, mas, cheios de fé, sorriram para o plano do Altíssimo. Como deve ter
sido difícil para eles entenderem o fato do Filho, aos doze anos, ter ficado em
Jerusalém sozinho, ou mesmo quando Maria recebeu uma resposta forte nas bodas
de Caná (Jo 2.3,4). Mas eles estavam cheios de fé e viram a glória do Senhor.
Maria, mesmo sem entender, guardava as coisas incompreensíveis no coração (Lc
2.19). Eles são verdadeiros heróis da fé.
2. Filhos incrédulos. Em Marcos 3.21
observa-se a família de Jesus achando que Ele estava louco e seus parentes
saindo para o prender. Eles não estavam convencidos de que os milagres
extraordinários e as pregações arrebatadoras de grandes multidões do Messias
fossem obra de Deus. Como aconteceu com o rei Davi e seus irmãos, os irmãos de
Jesus também o desprezaram. Em João 7.1-8 vê-se os irmãos do Redentor zombando
dEle. O Senhor, naquele momento, evitou o confronto, deixando que eles
viajassem sozinhos para Jerusalém e, depois, partiu para participar da Festa
dos Tabernáculos.
3. Família que vence a dúvida e o medo.
A família de Jesus venceu o medo e a dúvida. Em Atos 1.14 consta que Maria e
seus filhos biológicos Tiago, José, Judas e Simão (Mc 6.3; Mt 13.55),
integravam a primeira comunidade cristã. Em 1 Coríntios 9.5 há a informação de
que os irmãos do Senhor atingiram uma posição de liderança na igreja em
Jerusalém. Em Gálatas 1.19 é lembrada a visita de Paulo a Jerusalém, onde, além
de Cefas, encontrou Tiago, o irmão do Senhor. Em 1 Corintíos 15.7 está escrito
que Cristo, depois de ressuscitar, apareceu a Tiago.
Pense!
O que aconteceu de tão maravilhoso que
levou todos os irmãos de Jesus a se converterem após sua morte no Calvário?
Ponto Importante
A conversão da família de Jesus pode
ter decorrido da revelação a Tiago (1Co 15.7) ou da Cruz (Jo 12.32). Uma coisa
é certa: ficaram em Jerusalém em oração (At 1.14).
CONCLUSÃO
A família de Jesus apresentava bastante
complexidade, como a de todos nós, pois seus integrantes eram seres humanos
falíveis. Eles duvidaram, temeram, mas, no fim de tudo, compreenderam o
magnífico projeto do Altíssimo. Não é assim, por acaso, que acontece
cotidianamente? Membros de famílias cristãs se perdem, mas, depois, como o
filho pródigo, retornam ao lar paternal? É preciso orar e esperar. Deus está no
controle!
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual dos irmãos de
Jesus foi pastor em Jerusalém?
Tiago.
2. Qual foi a missão de Maria?
Ser a mãe do Salvador.
3. A Bíblia informa os nomes de algumas
das irmãs de Jesus? Se sim, quais seus nomes?
A Bíblia não informa o nome de nenhuma
irmã de Jesus, apenas diz que existiam.
4. Quais os nomes dos irmãos de Jesus?
Tiago, José, Judas e Simão.
5. Em qual versículo está escrito que,
depois de ressucitado, Jesus apareceu a Tiago?
1 Coríntios 15.7.
SUBSÍDIO
“Os versículos 3 a 8 contêm o diálogo
entre Jesus e seus irmãos. Eles falam pela primeira vez nos versículos 3 e 4, onde
exortam Jesus a ir a Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos — ocasião
apropriada para Ele ir publicamente com suas declarações messiânicas, as quais,
julgam, devem ser divulgadas de maneira ousada: ‘Para que também os teus
discípulos vejam as obras que fazes’. Implícito está a noção de que esta é a
maneira de angariar seguidores — fazer sinais. Eles concluem no versículo 4 com
a exortação de Ele se manifestar ao mundo.
O modo como os irmãos de Jesus falam
claramente os coloca na categoria dos incrédulos. Jesus se distingue ainda mais
dos seus irmãos. Seus irmãos foram vistos pela última vez em João 2.12. Jesus
não confiava neles, e também não confia agora. Nestes pequenos parágrafos,
estes irmãos desempenham papel importante e tornam-se antagonistas de Jesus,
aparecendo duas vezes (vv.3,10). Eles estão com o mundo (que o odeia) em seu
pecado e incapacidade de conhecer as coisas espirituais. Mais tarde, em João
20.17, Jesus envia uma mensagem a seus irmãos acerca de ir para o Pai, muito
provavelmente a fim de encorajá-los a crer” (Comentário Bíblico Pentecostal. 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.528,529).
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PAZ DO SENHOR
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