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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

SANTIFICAÇAO




                              O cristão e sua santificação
                                    Artigo Mauricio Berwald





Após o derramamento do Espírito Santo sobre os irmãos na residência dos Asbery e, como muitos ainda continuavam a freqüentar as orações, Seymour procurou um novo espaço para as reuniões. Encontrou na Rua Azusa, 312, uma estrebaria de dois andares que, em seus primeiros dias, havia sido um templo da igreja episcopal metodista africana. Em fins de abril, o edifício estava limpo e organizado para acomodar cerca de 750 pessoas. Não muitos dias depois, o mover do Espírito naquele lugar atraiu pessoas de todo mundo. 

Em 18 de abril de 1906, o Daily Times, jornal de Los Angeles, publicou uma reportagem de primeira página sobre o avivamento. Durante quase mil dias, milhares de pessoas de todas as partes do globo visitaram a Rua Azusa e foram profundamente tocadas pelo derramamento abrasador do Espírito Santo. Homens, mulheres, crianças, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, ricos, pobres, analfabetos e doutores — todos foram alcançados pela promessa pentecostal de Atos 2.

No Antigo Testamento o conceito de santidade, santo ou santificado é expresso por três palavras principais: qādash, qōdesh eqādôsh. O verbo qādash ocorre 170 vezes no hebraico bíblico, com o sentido de “ser consagrado”, “ser santo”, “ser santificado”. Na primeira ocorrência do termo (Gn 2.3) significa “declarar algo santo” (Êx 20.8), mas também o estado daquele que é reservado exclusivamente para Deus (Êx 13.2). No entanto, há 470 ocorrências do substantivo qōdesh com o significado de “consagração”, “santidade”, “qualidade de sagrado”, “coisa santa”. A palavra é empregada para descrever tanto o que é separado para o serviço exclusivo a Deus (Êx 30.31), quanto o que é usado pelo povo de Deus (Is 35.8; Êx 28.2, 38). Já o adjetivo qādôsh, isto é, “santo”, “sagrado”, além de ocorrer 116 vezes é o vocábulo mais difundido entre os estudantes das Escrituras Sagradas. Em Êxodo 19.6, primeira ocasião em que se emprega o termo, designa o estado de santidade do povo de Deus (Nm 16.3; Lv 20.26), e a santidade do próprio Deus (Is 1.4; 5.16; 40.25).

Muitos não distinguem adequadamente as palavras santidade, santificação, santificar, santíssimo, santo e santuário. Portanto, apresente nessa lição um quadro com esses termos, incluindo o significado e uma referência bíblica ao vocábulo. Esse recurso deve, preferencialmente, ser usado no final do tópico “Santidade, Santificar e Santificação”. Reproduza o gráfico abaixo de acordo com os recursos disponíveis.

 Salvação e santificação são as obras redentoras realizadas por Jesus no homem integral: espírito, alma, e corpo. A Bíblia afirma que fomos eleitos “desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito” (2 Ts 2.13). Esta verdade está implícita no evangelho de João 19.34, que diz que do lado ferido do corpo de Jesus fluíram, a um só tempo, sangue e água. Isto é, o sangue poderoso de Cristo nos redime de todo pecado, mas a água também nos lava de nossas impurezas pecaminosas. Cristo morreu “para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Portanto, a salvação e a santificação devem andar juntas na vida do crente.


                        SANTIDADE, SANTIFICAR E SANTIFICAÇÃO

1. A santidade de Deus. A Bíblia diz que nosso Deus é santíssimo: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6.3; Ap 4.8). A santidade de Deus é intrínseca, absoluta e perfeita (Lv 19.2; Ap 15.4). É o atributo que melhor expressa sua natureza. No crente, porém, a santificação não é um estado absoluto, é relativo assim como a lua, que não tendo luz própria, reflete a luz do sol (ver Hb 12.10; Lv 21.8b).
Deus é “santo” (Pv 9.10; Is 5.16), e quem almeja andar com Ele, precisa viver em santidade, segundo as Escrituras.
2. Santificar e santificação. “Santificar” é “pôr à parte, separar, consagrar ou dedicar uma coisa ou alguém para uso estritamente pessoal”. Santo é o crente que vive separado do pecado e das práticas mundanas pecaminosas, para o domínio e uso exclusivo de Deus. É exatamente o contrário do crente que se mistura com as coisas tenebrosas do pecado.
A santificação do crente tem dois lados: sua separação para a posse e uso de Deus; e a separação do pecado, do erro, de todo e qualquer mal conhecido, para obedecer e agradar a Deus.


                                A TRÍPLICE SANTIFICAÇÃO DO CRENTE

De acordo com a Bíblia, a santificação do crente é tríplice: Posicional, progressiva e futura.
1. Santificação posicional (Hb 10.10; Cl 2.10; 1 Co 6.11). No seu aspecto posicional, a santificação é completa e perfeita, ou seja, o crente pela fé torna-se santo “em Cristo”. Deus nos vê em Cristo perfeitos (Ef 2.6; Cl 2.10). Quando estamos “em Cristo”, não há qualquer acusação contra nós (Rm 8.33, 34), porque a santidade do Senhor passa a ser a nossa santidade (1 Jo 4.17b).

2. Santificação progressiva. É a santificação prática, aplicada ao viver diário do crente. Nesse aspecto, a santificação do crente pode ser aperfeiçoada (2 Co 7.1). Os crentes mencionados em Hebreus 10.10 já haviam sido santificados, e continuavam sendo santificados (vv.10,14 - ARA).
O crescimento do crente “em santificação” ocorre à medida que o Espírito o rege soberanamente e, o crente, por sua vez, o busca, em cooperação com Deus: “Sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15).

a) O lado divino da santificação progressiva. São meios, os quais o Senhor utiliza para santificar-nos em nosso viver diário. Esses recursos divinos são: (1) O sangue de Jesus Cristo (Hb 13.12; 1 Jo 1.7,9); (2) a Palavra de Deus (Sl 12.6; 119.9; Jo 17.17; Ef 5.26); (3) o Espírito Santo (Rm 1.4; 1 Pe 1.2; 2 Ts 2.13); (4) a glória de Deus manifesta (Êx 29.43; 2 Cr 5.13,14); (5) e a fé em Deus (At 26.18; Fp 3.9; Tg 2.23; Rm 4.11).

b) O lado humano da santificação. Deus é quem opera a santificação no crente, embora haja a cooperação deste. Os meios coadjuvantes de santificação progressiva são: (1) O próprio crente. Sua atitude e propósito de ser santo, separado do mal para posse de Deus são indispensáveis. É o crente tendo fome e sede de ser santo (Mt 5.6; 2 Tm 2.21, 22; 1 Tm 5.22); (2) O santo ministério. Os obreiros do Senhor têm o dever de cooperar para a santificação dos crentes (Êx 19.10,14; Ef 4.11,12); (3) Pais que andam com Deus. Assim como Jó (Jó 1.5), os pais devem cooperar para a santificação dos filhos. Eunice, por exemplo, colaborou para a integridade de Timóteo, seu filho (2 Tm 1.5; 3.15). Por outro lado, pais descuidados podem influenciar negativamente seus filhos, como no caso de Herodias que influenciou a Salomé (Mc 6.22-24); (4) As orações do justo (Sl 51.10; 32.6). A oração contrita, constante e sincera tem efeito santificador; (5) A consagração do crente a Deus (Lv 27.28b; Rm 12.1,2). A rendição incondicional do crente a Deus tem efeito santificador nele.

3. Santificação futura. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). Trata-se da santificação completa e final (1 Jo 3.2). Ver também: Ef 5.27; 1 Ts 3.13.


                           ESTORVOS À SANTIFICAÇÃO DO CRENTE


Estorvos são embaraços que impedem o cristão de viver em santidade. Vejamos alguns deles:
1. Desobediência. Desobedecer de modo consciente, contínuo e obstinadamente à conhecida vontade do Senhor (Êx 19.5,6).
2. Comunhão com as trevas. Comungar com as obras infrutíferas das trevas (Rm 13.12); com os ímpios, seus costumes mundanos e suas falsas doutrinas (Ef 5.3; 2 Co 6.14-17).
3. Erros a respeito da santificação. O próprio Pedro enganou-se a respeito da santificação (At 10.10-15). Vejamos o que não é a santificação bíblica.
a) Exterioridade (Mt 23.25-28; 1 Sm 16.7). Usos, práticas e costumes. Este último, quando bom, deve ser o efeito da santificação, e não a causa (Ef 2.10).
b) Maturidade cristã. Não é pelo tempo que algo se torna limpo, mas pela ação contínua da limpeza. A maturidade cristã varia, como se vê em 1 Jo 2.12, 13: “Filhinhos”; “pais”; “mancebos”; “filhos”.
c) Batismo com o Espírito Santo e dons espirituais. O batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais em si mesmos, não equivalem à santificação como processo divino e contínuo em nós (At 1.8; 1 Co 14.3).
4. Áreas da vida não santificadas. Alguns aspectos reservados da vida do crente que não foram consagrados a Deus, devem ser apresentados ao Senhor. Como por exemplo, a mente, sentidos, pensamento, instintos, apetites e desejos, linguagem, gostos, vontade, hábitos, temperamento, sentimento. Um exemplo disso está em Mateus 6.22,23.


                       NECESSIDADE DE O CRENTE SANTIFICAR-SE


Para esse tópico aconselhamos a leitura meditativa de 2 Coríntios 7.1 e 1 Tessalonicenses 4.7.
1. A Bíblia ordena. A Bíblia afirma que temos dentro de nós a “lei do pecado” (Rm 7.23; 8.2). Daí, ela ordenar que sejamos santos (1 Pe 1.16; Lv 11.44; Ap 22.11), pois o Senhor habita somente em lugar santo (Is 57.15; 1 Co 3.17).
2. Os santos serão arrebatados. O Senhor Jesus que é santo, virá buscar os que são consagrados a Ele (1 Ts 3.13; 5.23; 2 Ts 1.10; Hb 12.14). Por isso, a vontade de Deus para a vida do crente é que ele seja santo, separado do pecado (1 Ts 4.3).
3. A santidade revelada de Deus. Uma importante razão pela qual o crente deve santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é revelada através do procedimento justo e da vida santificada do crente (Lv 10.3; Nm 20.12). Então, o crente não deve ficar observando, nem exigindo santidade na vida dos outros; ele deve primeiro demonstrar a sua!
4. Os ataques do Diabo. Devemos atentar para o fato de que, o Diabo, centraliza seus ataques na santificação do crente. A principal tática que o adversário emprega para corromper a santidade é o pecado da mistura. Isso ele já propôs antes a Israel através de Faraó (Êx 8.25). Esta mistura, inclui: da igreja com o mundanismo; da doutrina do Senhor com as heresias; da adoração com as músicas profanas; etc.

Em muitas igrejas hoje, a santificação é chamada de fanatismo. Nessas igrejas falam muito de união, amor, fraternidade, louvor, mas não da separação do mundanismo e do pecado. Notemos que as “virgens” da parábola de Mateus 25 pareciam todas iguais; a diferença só foi notada com a chegada do noivo.


                                    Santificação e Pentecostes


1. Santificados antes do Pentecostes. Lendo a Bíblia cuidadosamente, vemos que os discípulos eram pessoas salvas e santificadas e haviam recebido a unção do Espírito antes do dia de Pentecostes. Em João 17.15-17, Jesus ora: ‘Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade’. Jesus é a Palavra e a verdade, por isso os discípulos foram santificados pela verdade na mesma noite em que ele orou por eles (Jo 20.21-23). Os discípulos, portanto, já estavam cheios da unção do Espírito Santo antes do dia de Pentecostes, e isso os sustentou até que foram dotados com poder do alto. No primeiro capítulo de Atos, Jesus orienta os discípulos a esperarem pela promessa do Pai. Não era para esperar pela santificação. O sangue de Cristo já havia sido derramado na cruz do Calvário. Ele não ia enviar o seu sangue para limpá-los da carnalidade, mas o seu Espírito, para dotá-los com poder.
2. A Santificação. Não há nada mais doce, mais sublime ou mais santo neste mundo do que a santificação. O batismo com o Espírito Santo é o dom de poder na alma santificada, capacitando-a para pregar o Evangelho de Cristo ou para morrer na fogueira. O batismo reveste o crente até o dia da redenção, de modo que ele esteja pronto para encontrar-se com o Senhor Jesus à meia-noite ou a qualquer momento, porque tem óleo em sua vasilha, junto com a sua lâmpada.

Você é participante do Espírito Santo no batismo pentecostal da mesma maneira que foi participante do Senhor Jesus Cristo na santificação”.

 (NOTAS SEYMOUR, W. J. Santificados antes do Pentecostes. In KEEFAUVER, L. (ed.). O avivamento da Rua Azusa— Seymour. RJ: CPAD, 2001, p.80-3).

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