AS
MINISTRAÇÕES DO ESPIRITO SANTO NO CRISTÃO
Artigo Mauricio Berwald
O
avivamento manifestado na Missão da Rua Azusa ocorreu em uma época de profundo
racismo e preconceito social. Em 1906, um repórter, opositor do movimento,
criticou severamente os eventos ocorridos. No entanto, a crítica registrada no
jornal local, serve-nos de provas contundentes da efusão do Espírito e de seu
poder transformador, capaz de quebrar qualquer preconceito, seja social ou
racial. Assim se expressava o jornalista: “(...) vergonhosa mistura de raças
(...) eles clamavam e faziam grande barulho o dia inteiro e à noite adentro.
Corriam, pulavam, tremiam todo o corpo, gritavam com toda a sua voz, faziam
rodas, tombavam sobre o assoalho coberto de serragem, sacudindo-se, esperneando
e rolando no chão (...) Eles afirmam estar cheios do Espírito. Eles têm um
caolho, analfabeto e negro como seu pregador que fica de joelhos a maior parte
do tempo (...) Não fala muito, mas, às vezes, pode ser ouvido gritando
‘Arrependei-vos!’. Então, permanece na mesma atitude de oração (...) Eles
cantam repetidamente a mesma canção, ‘O Consolador Chegou’”.
Muitas
ministrações divinas são atribuídas simultaneamente ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo: A vocação para a salvação é atribuída ao Pai (1 Co 1.9; 1 Ts
2.12), ao Filho (Mt 11.28; Lc 5.32) e ao Espírito Santo (Jo 16.8-11; 15.16; At
5.32). De modo semelhante, a santificação é operada por Deus (1 Ts 5.23; Ez
37.28), por Cristo (Hb 13.12; Ef 5.26) e, mediante o Espírito Santo (1 Pe 1.2;
1 Co 6.11). No entanto, uma das primeiras ministrações do Espírito no homem,
não ocorre quando este é salvo, mas quando ainda está morto em delitos e
pecados (Ef 2.1; Jo 3.5-8).
Esta ministração ao pecador é dupla: convencer (do
pecado, da justiça e do juízo, Jo 16.7-11) e restringir ou deter o mal no mundo
(2 Ts 2.6-9). Portanto, a obra inicial do Espírito de Cristo no homem é o
convencimento — ato magnânimo operado pelo Espírito na comunicação da graça de
Cristo, a fim de que o pecador aceite inteligentemente a Cristo como Senhor e
Salvador. A segunda ministração não se restringe ao pecador como indivíduo, mas
a totalidade deles sendo guardados da operação do mal no mundo. É evidente de
que não se trata de eliminar o mal, mas limitá-lo, restringi-lo, diminuir-lhe a
eficácia de acordo com os propósitos divinos, como demonstram o texto citado.
Somente então, quando o tempo predeterminado por Deus for cumprido, é que o
iníquo se revelará e, durante sete atribulados anos, os pecadores sofrerão, até
que o Rei dos reis retorne para exercer total autoridade.
Em razão de
suas operações dinâmicas (Gn 1.2), o Espírito Santo é mais mencionado no Antigo
Testamento como “Espírito”. Já no Novo, Ele é citado como “Espírito Santo”, o
que destaca seu principal ministério na igreja: santificar o crente.
Esta
distinção de ofício do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento é claramente
percebida em 2 Coríntios 3.7,8. O versículo 8 assevera: “Como não será de maior
glória o ministério do Espírito?”.
AS
MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO E A SALVAÇÃO
1. O novo
nascimento pelo Espírito (Jo 3.3-8). O novo nascimento abrange a regeneração e
a conversão, que são dois lados de uma só realidade. Enquanto a regeneração
enfatiza o nosso interior, a conversão, o nosso exterior. Quem diz ser nascido
de novo deve demonstrar isso no seu dia-a-dia. A expressão “de novo” (v.3), de
acordo com o texto original, significa “nascer do alto, de cima, das alturas”.
Isto quer dizer que se trata de um nascimento espiritual realizado pelo
Espírito Santo. O homem natural, portanto, desconhece esse novo nascimento
(vv.4-12; ler Jo 16.7-11; Tt 3.5).
2. A
habitação do Espírito no crente (Jo 14.16,17; Rm 8.9). No Antigo Testamento o
Espírito agia entre o povo de Deus (Ag 2.5; Is 63.11b), mas com o advento de
Cristo e por sua mediação, o Espírito habita no crente (Jo 20.21,22). Este privilégio
é também reafirmado em 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; Gl 4.6.
3. O
testemunho do Espírito de que somos filhos de Deus (Rm 8.15,16). Esse
testemunho é uma plena convicção produzida no crente pelo Espírito Santo de
que:
a) Deus é o
nosso Pai celeste. “Pelo qual clamamos: ‘Aba, Pai’” (v.15).
b) Somos
filhos de Deus. “O mesmo Espírito testifica... que somos filhos de Deus”
(v.16). É pois, um testemunho objetivo e subjetivo, da parte do Espírito Santo,
concernente à nossa salvação em Cristo.
4. A fé
pelo Espírito Santo para a salvação. É a vida de fé (Rm 1.17), “pelo Espírito”
(Gl 5.5). Tal fé, segundo At 11.24, procede do Espírito a fim de que o crente
permaneça fiel por meio da manifestação do fruto do Espírito (Gl 5.22b). Uma
coisa decorre da outra. Os heróis de Hebreus 11 venceram “pela fé”, porque o
Espírito a supria (2 Co 4.13; Hb 10.38).
5. A
santificação posicional do crente. A santificação sob este aspecto é perfeita e
completa “em Cristo”, mediante a fé. Ela ocorre por ocasião do novo nascimento
(1 Co 1.2; Hb 10.10; Cl 2.10; 1 Jo 4.17; Fp 1.1), sendo simultânea com a
justificação “em Cristo” (1 Co 6.11; Gl 2.17a).
AS MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO E OS
SALVOS
1. O
batismo “do” ou “pelo” Espírito Santo para o crente (1 Co 12.13; Gl 3.27; Rm
6.3). Este batismo “do” ou “pelo” Espírito é algo tão real, apesar de ser
espiritual, que a Bíblia o denomina como “batismo”. Em todo batismo, como já
afirmamos, há três pontos inerentes: um batizador; um batizando; e um meio em
que o candidato é imerso. No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o
Espírito de Deus (1 Co 12.13); o batizando é o novo convertido; e, o elemento
em que o recém-convertido é imerso, é a igreja, como corpo místico de Cristo (1
Co 12.27; Ef 1.22, 23). Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo
espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na igreja (Mt
16.18). Logo, todos os salvos são batizados “pelo” Espírito Santo para
pertencerem ao corpo de Cristo — a Igreja, mas nem todos são batizados “com” ou
“no” Espírito.
2. O
batismo “com” ou “no” Espírito Santo (At 1.4,5,8; 2.1-4; 10.44-46; 11.16;
19.2-6). A evidência física desse glorioso batismo são as línguas sobrenaturais
faladas pelo crente conforme o Espírito concede. É uma ministração de poder do
alto pelo Espírito, provida pelo Pai, mediante o Senhor Jesus (Jo 14.26; At
2.32,33).
3. O fruto
do Espírito através do crente (Gl 5.22,23; Ef 5.9; Jo 15.1-8,16). A evidência
de que alguém continua cheio do Espírito é a manifestação do fruto do Espírito
em sua vida (Mt 3.8; 7.20). Um cristão que afirma ser nascido de novo, mas seu
modo de viver dentro e fora da igreja desmente o que ele afirma, é uma
contradição; um escândalo e pedra de tropeço para os descrentes e os cristãos
mais fracos. É pela sua habitação e presença permanente no crente, regendo-o em
tudo, que o Espírito produz o seu fruto, como descrito em Gl 5.22.
4. A
santificação progressiva do crente (1 Pe 1.15,16; 2 Co 7.1; 3.17,18). Essa
verdade é declarada no texto original de Hebreus 10.10,14. No versículo 10, a
ênfase recai sobre o estado ou a posição do crente — santo: “Temos sido
santificados”. O versículo 14, no entanto, não só reafirma o estado anterior,
“santo”, como declara o processo contínuo de santificação proveniente de tal
posição: “sendo santificados” (v.14). Aqui temos a santificação posicional e
progressiva.
5. A oração
no Espírito (Rm 8.26,27; Ef 6.18; Jd v.20; Zc 12.10; 1 Co 14.14,15). Esta
ministração do Espírito no crente, capacita-o a orar, inclusive a interceder
por outros. Logo, só podemos orar de modo eficaz se formos assistidos e
vivificados pelo Espírito Santo. A “oração no Espírito” de que trata Jd v.20,
refere-se a essa capacidade concedida pelo Espírito.
6. O
Espírito Santo como selo e penhor (2 Co 1.22; Ef 1.13,14; 4.30; 2 Co 5.5).
Devemos observar que nos tempos bíblicos, o selo era usado para designar a
posse de uma pessoa sobre algum objeto ou coisa selada. Por conseguinte,
indicava propriedade particular, segurança e garantia. Este selo, portanto, não
é o batismo com o Espírito Santo, mas a habitação do Espírito no crente, como
prova de que o mesmo é posse ou propriedade particular de Deus.
Juntamente
com o selo é mencionado o “penhor da nossa herança” (Ef 1.14). De modo
semelhante ao selo, o penhor era o primeiro pagamento efetuado a fim de se
adquirir uma propriedade. Mediante esse “depósito”, a pessoa assegurava o
objeto como propriedade exclusiva. Assim, o Senhor deu-nos o Espírito Santo,
como garantia de que somos sua propriedade exclusiva e intransferível. O Senhor
Jesus “investiu” em nós imensuráveis riquezas do Espírito como penhor ou
garantia de que muito em breve Ele virá para levar para Si sua propriedade
peculiar, a igreja de Deus (Tt 2.14).
7. A unção
do Espírito para o serviço. Jesus, nosso exemplo, foi ungido com o Espírito
Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18,19). Assim também a igreja recebeu a unção
coletiva do Espírito (2 Co 1.21,22), mas alguns de seus membros são
individualmente ungidos para ministérios específicos, segundo os propósitos de
Deus.
Vejamos a unção do Espírito sobre o crente, conforme 1 João 2.20,27.
a) “Tendes
a unção do Santo”. Esta unção santifica e separa o crente para o serviço de
Deus.
b) “E
sabeis tudo”. Também proporciona conhecimento das coisas de Deus em geral.
c) “Fica em
vós” (v.27). É permanente no crente.
d) “Unção
que vos ensina todas as coisas” (v.27). É didática, pois possibilita ensino
contínuo das coisas de Deus.
e) “É
verdadeira” (v.27). Não falha, pois procede da verdade, que é Deus.
f) “E não é
mentira” (v.27). É sem dolo; sem falsidade. É possível que houvesse entre
certos líderes daqueles dias uma falsa unção, que imitava a verdadeira.
Na
conclusão do capítulo em estudo (2 Co 3), prorrompe jubiloso o sacro escritor,
a respeito da glória do ministério do Espírito: “Mas todos nós, com cara
descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor” (v.18). São, portanto, maravilhosas as ministrações e dádivas do
Espírito Santo, dispensadas aos filhos de Deus (2 Co 3.8).
As
atividades do Espírito Santo na vida do crente (Parte I)
As várias
facetas da obra de Deus em nossa vida após recebermos a Salvação em Cristo.Na
nova vida em Cristo, o Espírito Santo passa a habitar o nosso interior e nos
tornamos alvos de maravilhosas operações espirituais. Uma das primeiras
atividades do Espírito na nova vida é confirmar a salvação recebida. Há uma
palavra bíblica que confirma essa obra do Espírito: “O mesmo Espírito testifica
com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Essa é uma
certeza e confiança que só o Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza,
nossa salvação seria superficial. A alegria que reina no coração do crente vem
do fato da absoluta certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro
do crente quem fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é
Jesus e quem dá a certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo
escreveu aos Gálatas: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o
Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). A salvação, que
proporciona essa nova vida, assegura o nosso direito de filiação a Deus. Não
nos tornamos filhos de Deus apenas porque a Bíblia diz que somos, mas também
porque o Espírito clama dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em segundo
lugar, o Espírito habilita o crente, isto é, prepara-o para a vitória sobre o
poder do pecado. Por si mesmo, o crente não encontra meios de vencer o pecado
ao seu redor. Ele precisa de poder para vencer o pecado nas suas inumeráveis
investidas. Para que ele vença, é preciso “andar no Espírito”, como diz a
Palavra de Deus: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).
É o
Espírito quem habilita o crente a ser vitorioso, baseado no poder da obra
expiatória de Cristo. Quando o Espírito está em nós, nosso espírito é fortalecido
e a carne é subjugada nos seus desejos. A Bíblia confirma este fato quando diz:
“Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em terceiro
lugar, o Espírito Santo guia o crente através da Palavra de Deus. Notemos o que
Jesus falou acerca do Espírito: “Mas quando vier aquele Espírito de verdade,
Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo
o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do
momento que uma pessoa torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela
habita guiará essa pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé
e conduta do crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as
respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito
Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo
Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do
mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que
nos é dado gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Em quarto
lugar, o Espírito faz o crente produzir “o fruto do Espírito”. Vejamos o que
está escrito a esse respeito: “Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas
coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Notemos que
é um fruto contendo nove partes distintas. Não são nove frutos, mas um só fruto
completo. Isso indica um “todo” indispensável e inseparável na vida cristã. É
trabalho do Espírito habilitar o crente para produzir esse fruto. Ele em nós
capacita-nos a ter as qualidades desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos
capacita a ser vitoriosos e producentes. Esse fruto independe de sermos
batizados no Espírito Santo. Ele pode ser produzido a partir do momento em que
uma pessoa se torna “nova criatura em Cristo”.
As três
primeiras partes do fruto relacionam-se com Deus e a comunhão com Ele. As três
outras partes do fruto relacionam-se com o próximo: “longanimidade, benignidade
e bondade”. As três últimas partes do fruto relacionam-se com a vida cristã do
crente: “fé, mansidão e temperança”.
Em quinto
lugar, o corpo do crente torna-se templo do Espírito Santo. Diz a Bíblia: “Ou
não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em nós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos
querer separar ou isolar as partes material e espiritual, o corpo e o espírito.
Deus tem interesse em que corpo, alma e espírito sejam cheios da sua plenitude.
Nosso espírito é o lugar da habitação, o centro e o trono do Espírito, mas
nosso corpo é o seu templo.
Todo o ser
do crente deve ser santificado para o Senhor e dominado por Ele. A Palavra de
Deus confirma esse fato: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo
vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para
a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra
santificar significa separar. Somos separados para uso do Senhor com todo o
nosso ser. Se somos templo do Senhor para que Ele se manifeste em nós, devemos
cuidar, não só da alma e espírito, mas também do corpo para que o mesmo esteja
sempre em condições para a manifestação divina. Os vícios e pecados contra o
corpo devem ser repelidos. Todo o pecado contra o corpo afeta a nossa comunhão
com o Espírito que habita nele e tem seu trono no nosso espírito.
Em sexto
lugar, o Espírito ajuda o crente no ministério da oração. Esse é o trabalho
mais árduo para o crente – a oração. Por isso, sem a ajuda do Espírito dentro
de nós, não teríamos condições de orar. Toda vez que o crente predispõe-se a
orar, tem de lutar contra forças imperiosas de fora e de dentro de nós que
querem impedir-nos de orar. É uma luta de âmbito espiritual e também entre a
carne (nossa natureza pecaminosa) e o espírito.
Circunstâncias
exteriores surgem tão logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir
ajuda do Espírito para irmos até o fim.
A Palavra de Deus confirma essa ajuda:
“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não
sabemos pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis” (Rm 8.26).
Em sétimo
lugar, o Espírito reveste o crente com poder para que esse faça a vontade de
Deus, para fazer a Sua obra. Que podemos fazer sem o “poder do Espírito”? Nada!
Precisamos do poder de encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a
obra de Deus.
Os
discípulos de Jesus, enquanto não foram revestidos do poder, estavam medrosos,
assustados, com medo de morrer e acovardados. No Dia de Pentecostes, foram
“cheios do Espírito” e suas vidas se tornaram poderosas, corajosas e atuantes.
Receberam uma dinâmica espiritual capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o
serviço de Deus sem estarmos preparados para fazê-lo é correr risco de não
fazermos nada. Jesus disse aos Seus discípulos, antes de subir aos Céus: “Ficai
em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Esse poder
capacita o crente a fazer bem a obra de Deus. Concede-lhe condições de vencer
os obstáculos morais, físicos, materiais e espirituais.
Atividades
do Espírito na vida do crente (Parte 2)
As
manifestações distintas do Espírito Santo em nossas vidas
Existem
várias maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na vida do crente.
Neste segundo artigo, trataremos fundamentalmente de duas principais
manifestações.
Chamaremos
essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão do Espírito” e a
segunda, de “batismo no Espírito Santo”.
Que é
efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada do Espírito Santo
em nossa vida interior. A expressão mais simples para denotar a efusão
espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do Espírito”. Paulo exortou a
Igreja em Éfeso com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
Ou seja, a
efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na parte mais recôndita do
nosso ser, enche o nosso interior de alegria da salvação, do gozo, da paz e da
glória de Deus, que excedem todo o entendimento.
A diferença
entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no Espírito Santo” é
facilmente percebida pelo testemunho que a própria Bíblia dá quanto a essas
duas experiências.
Um crente
pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito Santo”. Estar cheio
do Espírito significa estar pleno da nova vida em Cristo. Toda pessoa quando
aceita a Cristo recebe a imediata habitação do Espírito Santo no seu interior.
E todas as bênçãos da salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura
de doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas pelo
Espírito na vida do crente.
Já a
disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem como o ímpeto
para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do Espírito”.
Por sua
vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que equivale a ser
mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser cheio do Espírito
equivale a receber um derramamento por cima e para dentro. É como tomar água da
fonte e derramar dentro de uma vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita
fonte. Entretanto “ser batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É
imergir a vasilha na fonte.
Que o
Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes espirituais que a
Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o espírito, e não segundo a carne”.
(notas lições CPAD )
FONTE
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