Introdução a escatologia
Artigo Mauricio Berwald
A
Escatologia suscita diversas imagens nas mentes dos estudantes bíblicos:
figuras apocalípticas, sofrimentos, julgamento de ímpios que rejeitaram a
Cristo. Conquanto essas imagens façam parte da Escatologia, não são as únicas
nas quais os cristãos devam se fixar em seus estudos. Como praticantes das
Sagradas Escrituras, devemos nos ater a questões mais profundas, como por
exemplo, os planos de Deus analisados à luz da Escatologia, o retorno de Israel
a Deus, o fim de todo o mal e o nosso eterno e perfeito estado com o Senhor.Deus,
através da Escatologia, nos permite ver como será o fim da historia, quando
triunfaremos com Ele para sempre. Vejamos alguns aspectos resultantes do estudo
da Escatologia:
Deve
nos trazer esperança: Romanos 15.4 diz que as coisas escritas nas Escrituras
foram registradas para que tivéssemos esperança, e não desespero. Isso se
aplica também ao estudo das Últimas Coisas. Esperança não é uma opção para o
cristão, mas uma certeza, desde que ele possa ver a mão de Deus nos
acontecimentos mundiais.Mostra
a verdade sobre o fim da história: muitos cristãos questionam senso de justiça
divino quando alguma desgraça lhes sobrevêm, ou quando os ímpios continuam
prosperando, mesmo à base de pecados grosseiros. Entretanto, a Escatologia nos
mostra que a justiça triunfará contra toda maldade, e que Deus há de julgar
todas as atitudes malignas e recompensar os que lhe foram fiéis.
Oferece
alegria em meio à aflição: Há um tempo determinado por Deus para que todo o
sofrimento termine e todas as lágrimas sejam enxugadas. Até que esse tempo
chegue, diversos fatos ocorrerão, com a permissão de Deus, para nos afligir. Em
quanto estivermos nesse mundo, estaremos sujeitos à aflição e à injustiça, e
esse fato nenhum pregador da “prosperidade” poderá contradizer. É certo que, de
acordo com a Bíblia, há muitos problemas reservados para a humanidade rebelde,
mas podemos ter alegria em Deus porque a Igreja não experimentará tais juízos.Leva-nos
para mais perto das verdades bíblicas: A Escatologia possui um terreno rico
para debates e fértil para suposições. O mundo à nossa volta mudou bastante nos
últimos 30 anos e diversas teorias escatológicas parecem ter perdido suas
bases. Para que tenhamos um entendimento correto das Escatologia, precisamos
nos ater à Bíblia. Um estudante comprometido com Deus não desprezará a Historia
quando estudar as Ultimas Coisas, mas terá as Sagradas Escrituras como seu
verdadeiro manual.
O que é
a Escatologia Bíblica.
A fim
de compreendermos devidamente uma doutrina, carecemos de duas definições: uma
nominal e outra real. A primeira ocupa-se das palavras em si: sua etimologia e
significado; e a segunda, do objeto que ela representa. Nesse tópico, por
conseguinte, determinaremos, primeiro, o étimo da palavra Escatologia; em
seguida, haveremos de demarcar esta tão importante doutrina.Definição
nominal. Do grego escatho, ultima coisa mais logia, dicurso racional.
Etimologicamente, portanto, Escatologia significa: estudo das Ultimas Coisas.Definição
real. Compreendida como um dos capítulos da dogmáticas cristã, a Escatologia
Bíblica é o estudo sistemático, ordenado e logicamente disposto dos temas
relacionados aos últimos acontecimentos da Historia Universal, conforme no-los
revelam as Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento.
Fundamentos
da Escatologia.
Doutrina
sem fundamentação não é doutrina; é especulação. Uma doutrina somente é
possível e contar com o testemunho dos profetas e dos apóstolos de Nosso Senhor
Jesus Cristo; com os credos e declarações doutrinarias das Igrejas que primam
pela ortodoxia bíblica; com a teologia conservadora, e que não se aventure
pelos escaninhos e armadilhas da especulação liberal: com o aval dos
antecedentes registrados pela historia da Igreja Cristã; e com o testemunho e
iluminação do Espírito Santo.
1) A
Bíblia Sagrada. Como a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus, é a
Bíblia sagrada a principal fonte da Escatologia Bíblica. É o tribunal supremo
onde são julgados todos os enunciados teológicos (Is 8.20, 46.10 e Ap
22.18-19). Sua autoridade é inquestionável e irrecorrível.
2) Os
credos e as declarações doutrinarias. Serão estes aceitos como fontes de
doutrina das Ultimas Coisas, desde que estejam em conformidade absoluta e plena
com a Bíblia Sagrada. Caso contrario, que sejam enérgica e vigorosamente
rechaçados.
3) A
teologia. Se bíblica, conservadora e ortodoxa, haverá de ser acatada como fonte
auxiliar da doutrina das Ultimas Coisas. Mas, se especulativa, liberal e
apóstata, que seja rechaçada; nada tem a dizer-nos.
4) A
história. Comandada por Deus, mostra-nos, de forma clara, que os eventos da
vida humana encaminham-se de acordo com o plano estabelecido por Deus.
Argúi-nos quão exatas e precisas são as profecias bíblicas. Além disso
presta-nos como a Igreja cristã tratou da Escatologia Bíblica no transcorrer
dos séculos.
5) O
testemunho do Espírito Santo. O Espírito Santo atesta-nos que o Senhor Jesus
está prestes a vir buscar a sua igreja. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E
quem tem sede venha; e quem quiser tom de graça da água da vida”, Ap 22.17.
Tão
confrontador testemunho faz com que estejamos tranqüilos num mundo que
celeremente, encaminha-se para o caos. Sabemos que, dentro em breve, soará a
ultima trombeta, anunciando o Arrebatamento da Igreja. Dessa forma, conforme
acentua o apostolo Paulo, estaremos sempre com o Senhor Jesus. Aleluia!
Objetivos
da Escatologia.
Sendo
uma doutrina necessária e muito confortadora, a Escatologia Bíblica não pode
ser considerada um mero exercício de lógica; ela tem por objetivos:
-Mostrar
o que esta prestes a acontecer nos Últimos Dias. “estas palavras são fiéis e
verdadeiras. O Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, pra
mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer”, Ap 22.6.
-“Preparar
o crente “a encontrar-se com Deus” “.” E qualquer que nele esta esperança
purifica-se a si mesmo, como também ele é puro”, Jo 14.1-2.
-Tranqüilizar
o povo de Deus quanto aos últimos acontecimentos. “Não se turbe o vosso
coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu pai há muitas
moradas, se não fosse assim,eu volo teria dito, pois vou preparar-vos lugar”,
Jó 14.1-2.
-Mostrar
a todos que o noivo esta chegando. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem
ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da
vida. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora,
vem, senhor Jesus!”, Ap 22.17,20.
Como
estudar Escatologia.
A
Escatologia bíblica tem-se mostrado um terreno bastante fértil ás especulações
e as fantasias. E são exatamente estas que vem sobressaindo no estudo de tão
importante doutrina. Encontrando guaridas em livros, apossando-se de cátedras e
tornando subservientes alguns púlpitos, vão tais velocidades desviando os fiéis
da palavra de Deus. Eis porque temos que estudar as Ultimas Coisas com todo o
critério e rigor, a fim de não incorrermos em interpretações extravagantes e
contrarias à Bíblia sagrada.
Embora
consideradas instrutivas e até úteis para levar os indiferentes a um desperta
mento espiritual, as obras de ficção podem induzir muita gente a supor que o
Arrebatamento da Igreja, por exemplo, não passe de um imaginoso enredo. Ao
invés de ir ao texto bíblico, passarão elas a buscar as respostas às suas
indagações sobre o futuro em romance e contos, que apesar de ostentarem alguma
ortodoxia bíblica, darão mais importância ao enredo do que as verdades
bíblicas. Infelizmente, nem todos tem o necessário discernimento para saber até
onde vai a ficção e até que o ponto esta não compromete a sã doutrina. O que
aconteceria se os crentes viessem a imaginar que os Últimos Dias não passam de
um eletrizante romance futurístico?
No
período interbíblico, muitos autores hebreus, já cansados com a opressão
gentia, puseram-se a escrever apocalipses, nos quais o Ungido se apresentava
como libertador de Israel. Distorcendo as Sagradas Escrituras e arrimando-se
naquelas fantasias que, desde a Babilônia, foram povoando o imaginário hebreu,
criaram uma realidade de tal forma hipotética e tão contraria aos ensinamentos
dos santos profetas que, quando a chegada do messias, foram incapazes de ver,
no carpinteiro de Nazaré, o Ungido de Deus. Aliás, até os próprios discípulos,
contaminados por esses devaneios, tiveram dificuldades para crer estivesse ali,
entre eles, o filho de Deus.
Não
estaremos nós também a cometer os mesmos erros? Vejamos, pois, como estudar a
Escatologia Bíblica.
1)
Tendo a Bíblia como a palavra final e irrecorrível. Tudo o que falarmos, ou
escrevermos, consoante as Ultimas Coisas tende estar, rigorosamente, de acordo
com o Antigo e o novo Testamento. Que a advertência de Isaias seja
reverentemente acatada: “A lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo
esta palavra, nunca verão a alva”, Is 8.20.
Portanto,
nada aceitaremos que não esteja rigorosamente em conformidade com a Bíblia
sagrada, porque ela é inspirada, a infalível, a incorruptível, a imutável, e a
inerrante Palavra de Deus. As Sagradas Escrituras são a nossa autoridade máxima
e irrecorrível.
2)
Recusando as especulações. Conscientizemo-nos de que a Escatologia bíblica
acha-se fundamentada na revelação divina, e não na especulação humana. O
apóstolo Paulo deixa isso muito claro: “ Eis aqui vos digo um mistério: Na
verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados”, 1Co 15.51. Em
sua Primeira Epistola aos Tessalonicenses, ressalta estar tratando de um
assunto com a assistência direta do Espírito Santo: “Dizemos-vos, pois, isto
pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor,
não precedermos os que dormem”,1Ts 4.15. Consultemos também apocalipse 1.1-3.
Não são
apenas os imorais que se acham destinados ao Lago do Fogo; os hereges e
apostatas serão igualmente ai lançados; e, em eternos e indescritíveis
tormentos, segarão os enganos e semearam entre os santos.
3)
Rejeitando as fantasias e as interpretações extravagante. Haveremos de ser
precavidos, também, com os que, julgando-se profetas, aventuram-se a marcar a Vinda
de Cristo, induzindo o povo de Deus a confusão e a descrença. Energeticamente,
Paulo os repreende. “se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que
as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”, 1Co 14.37.
Todos
os movimentos que ousaram marcar a Vinda de Cristo acabaram por cair na
apostasia. Lembremo-nos, os, da exortação do Senhor aos discípulos, quando
estes indagaram-lhe acerca de seu retorno a Terra:” não vos pertence saber os
tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas
receberei a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da Terra”, At. 1.7-8.
Que
estes subsídios ajudem os professores no estudo deste trimestre, cujo tema é de
capital importância aos que aguardam o encontro com o Senhor Jesus. Que o
Espírito Santo nos ajude a compreender melhor as maravilhas de nos falte o óleo
sobre a nossa cabeça.
A doutrina das
Últimas Coisas
A
escatologia suscita diversas imagens nas mentes dos estudantes bíblicos:
figuras apocalípticas, sofrimentos, julgamento de ímpios que rejeitaram a
Cristo. Conquanto essas imagens façam parte da Escatologia, não são as únicas
nas quais os cristãos devam se fixar em seus estudos. Como praticantes das
Sagradas Escrituras, devemos nos ater a questões mais profundas, como por
exemplo, os planos de Deus analisados à luz da Escatologia, o retorno de Israel
a Deus. O fim de todo o mal e o nosso eterno e perfeito estado com o Senhor.Deus
através da Escatologia, nos permite ver como será o fim da Historia, quando
triunfaremos com Ele para sempre. Vejamos alguns aspectos resultantes do estudo
da Escatologia:
Deve
nos trazer esperança: Romanos 15.4 diz que as coisas escritas nas Escrituras
foram registradas para que tivéssemos esperança, e não desespero. Isso se
aplica também ao estudo das Ultimas Coisas. Esperança não é uma opção para o
cristão, mas uma certeza, desde que ele possa ver a mão de Deus nos
acontecimentos mundiais.
Mostra a
verdade sobre o fim da Historia: Muitos Cristãos questionam o senso de justiça
divino quando alguma desgraça lhes sobrevêm, ou quando ímpios continuam
prosperando, mesmo à base de pecados grosseiros. Entretanto, a Escatologia nos
mostra que a justiça triunfará contra toda a maldade, e que Deus há de julgar
todas as atitudes malignas e recompensar os que lhe foram fiéis.
Oferece
alegria em meio à aflição: Há um tempo determinado por Deus para que todo
sofrimento termine e todas as lagrimas sejam enxugadas. Até que esse tempo
chegue, diversos fatos ocorrerão, com a permissão de Deus, para nos afligir. Em
quanto estivermos neste mundo, estaremos sujeitos à aflição e á injustiça, e
esse fato nenhum pregador da “prosperidade” poderá contradizer. É certo que, de
acordo com a Bíblia, há a muitos problemas reservados para a humanidade
rebelde, mas podemos ter alegria em Deus porque a Igreja não experimentará tais
juízos.
Leva-nos
para mais perto das verdades bíblicas: a Escatologia possui um terreno rico
para debates e fértil para suposições. O mundo a nossa volta mudou bastante nos
últimos 30 anos e diversas teorias Escatológicas parecem ter perdido suas
bases. Para que tenhamos um entendimento correto da Escatologia, precisamos nos
ater a Bíblia. Um estudante comprometido com Deus não desprezará a Historia
quando estudar as Ultimas Coisas, mas terá as Sagradas Escrituras como seu
verdadeiro manual. APOSTASIA NOS ULTIMOS TEMPOS APOSTASIA -VEM DO GREGO
AFASTAMENTO= ;ABANDONO PREMEDITADO DA FÉ CRISTÃ.No antigo testamento ;não foram
poucos as apostasias cometidas por hisrael .Só em juizes ;há sete desvios ou
abjuração da verdadeira fé em Deus .Para os profetas ;a apostasia constituia-se
num adultério espiritual .Se a congregação hebréia era tida como esposa de
Jeová;deveria guadar-lhe fielmente os preceitos ;e jamais curvar-se diante dos
idolos.Jeremias e Ezequiel foram os profetas que mais enfocaram a apostasia
israelita sob o prisma das relações matrimoniais.Atravez da apostasia ;objetiva
o diabo mina a resistencia da igreja ;induzindo -a deixar de ser Reino de Deus
para tornar-se uma simples organização religiosa.
Como a seguir veremos ;um dos
primeiros sintomas da apostasia é a perda do primeiro amor. Aprofecia de 1ºtm
4.1; vem se cumprindo.Infezlimente .essa profecia se cumpre de forma
alarmante.IGREJAS SÃO CORROMPIDAS POR FALSOS MESTRES;CONGREGAÇÕES INTEIRAS SÃO
DESVIVADAS da simplicidade evangelica por videntes e profetas que se acham a
serviço de satanas;rebanhos são apartados da verdade pelos que mercadejam a Palavra
de Deus.E os seminarios que abandonam a sã doutrina?E OS PULPITOS QUE SE ACHAM
COMPROMETIDOS COM O LIBERALISMO TEOLÓGICOS? ESFRIAMENTO DO PRIMEIRO AMOR.
A escatologia tem sua base na
revelação divina
A Bíblia é a revelação da vontade de Deus à
humanidade. Inicialmente, Deus escolheu a semente de Abraão, ou seja, o povo de
Israel, para revelar a sua vontade. Mais tarde, Deus ampliou o campo da sua
revelação e formou um novo povo, a Igreja, constituída de judeus e gentios (Ef
2.11-19). A partir de então, a Igreja é o alvo da revelação divina. Toda a
revelação aponta para o futuro e a Igreja caminha neste mundo com uma
esperança, pois é identificada como “peregrina e forasteira”, 1 Pe 2.11. Ela
existe por causa da esperança (Rm 5.2; 8.24; Ef 4.4; 1 Ts 4.13). A esperança
indica uma meta; traça planos para um futuro. O mundo pagão se fecha dentro de
um fatalismo histórico, sem expectativas, sem futuro, mas a Bíblia revela o
futuro.
A
escatologia pertence ao campo da profecia. A preocupação principal do estudo da
escatologia é interpretar os textos proféticos das Escrituras. As verdades
proféticas se tornam claras e definidas quando se tem o cuidado de
interpretá-las seguindo os princípios de interpretação, observando o seu
contexto histórico e doutrinário. O apóstolo Pedro teve o cuidado de explicar
essa questão quando escreveu: “E temos mui firme, a palavra dos profetas, à
qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro,
até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”, 2 Pe
1.19. Na verdade, o apóstolo procura contrastar as idéias humanas com a palavra
da profecia escrita na Bíblia. Ele fortalece a origem divina das Escrituras e
da sua profecia. Não podemos duvidar nem admitir falha na Palavra de Deus. Ela
é inspirada pelo Espírito Santo (2 Tm 3.16). A inerrância das Escrituras tem
sua base na infalibilidade da Palavra de Deus. Outrossim, o mesmo autor declara
que “nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a
profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos
de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”, 2 Pe 1.20,21.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA
ESCATOLOGIA
Na
história da Igreja têm sido adotados vários métodos de interpretação no que
concerne às escrituras proféticas. Eles têm produzido explicações e posições
que obrigam os cristãos a serem cautelosos. Há idéias divergentes, por exemplo,
com respeito ao arrebatamento da Igreja. Alguns o admitem antes e outros crêem
que se dará no meio da Grande Tribulação. As teorias são várias, mas precisamos
ser definidos sobre o assunto. Para isso, dois métodos de interpretação devem
merecer a nossa atenção.
O método alegórico ou figurado. Alguns
teólogos definem a alegoria “como qualquer declaração de fatos supostos que
admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma interpretação moral
ou figurada”. Quando interpretamos uma profecia bíblica, sem atentarmos para o
seu sentido real, figurado ou literal, negamos o seu valor histórico, dando uma
interpretação de somenos importância. Corremos o risco de anular a revelação de
Deus naquela profecia. Daí, as palavras e os eventos proféticos perderem o
significado para alguns cristãos.
Quando
o sentido de uma profecia é literal e se interpreta alegoricamente, se está, de
fato, pervertendo o verdadeiro sentido da Escrituras, com o pretexto de se
buscar um sentido mais profundo ou espiritual. Por exemplo, há os que
interpretam o Milênio alegoricamente. Não acreditam num Milênio literal. Por
esse modo, além de mutilarem o sentido real e literal da profecia, anulam a
esperança da Igreja.
Tenhamos
cuidado com interpretações feitas superficialmente ao bel-prazer das
especulações do intérprete, com idéias próprias ou ao que lhe parece razoável. Declarações
como: “eu penso que é isso”, “eu sinto que é isso”, são típicas de
interpretações vaidosas, irresponsáveis e vazias de temor a Deus. Portanto, o
método alegórico deve ser utilizado corretamente. Paulo utilizou-o em Gálatas
4.21-31. Ele tomou as figuras ilustradas no texto com fatos literais da antiga
dispensação, mas apresentou-os como sombras de eventos futuros.
O
método literal e textual. Esse é o método gramático-histórico. Isto é: se
preocupa em dar um sentido literal às palavras da profecia, interpretando-as
conforme o significado ordinário, de uso normal. A preocupação básica é
interpretar o texto sagrado consoante a natureza da inspiração da profecia. Uma
vez que cremos na inspiração plena das Escrituras através do Espírito Santo,
devemos atentar para o fato de que há textos que têm apenas um sentido
espiritual, sem que exija, obrigatoriamente, uma interpretação literal ou
figurada.
Ambos
os métodos são válidos, mas devem ser utilizados com cuidado e precisão. Há uma
perfeita relação entre as verdades literais e a linguagem figurada. Temos o
exemplo bíblico da apresentação de João Batista no texto de João 1.6, que diz:
“Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João”. Notemos que o texto está
falando literalmente de um homem, cujo nome, de fato, era João. Os termos
empregados referem-se literalmente a alguém fisicamente. Mais tarde, João
Batista, ao identificar Jesus, usou uma linguagem figurada, quando diz: “Eis aí
o Cordeiro de Deus”, Jo 1.29. Na verdade, Jesus era um homem real e literal,
mas João usou a forma figurada para denotar o sentido literal da pessoa de
Jesus.
A PROFECIA NA PERSPECTIVA
ESCATOLÓGICA
Não
entenderemos a profecia bíblica se a confundirmos com “o dom da profecia”. A
profecia bíblica tem um caráter inerrável, porque ela está nas Escrituras
inspiradas pelo Espírito Santo. A profecia, como dom do Espírito, tem a sua
importância no contexto da Igreja de Cristo na Terra, pois depende de quem a
transmite e, por isso, sujeita a erro e julgamento (1 Co 14.29), e não pode ter
validade se a mesma choca-se com o ensino geral das Escrituras.
A
profecia cumprida e a futura. Para que a profecia bíblica tenha o crédito que
merece, devemos estudá-la no que concerne ao que já foi cumprido e, também,
referente ao futuro. Uma grande parte dos livros da Bíblia contém predições.
Quando estudamos as profecias cumpridas podemos enxergar o seu caráter divino,
e fazer distinção com as profecias não cumpridas. Jesus, em seu discurso aos
discípulos no aposento alto, falou do ministério do Espírito Santo após sua
ascensão aos céus, e disse: “Ele vos ensinará e vos anunciará as coisas que hão
de vir”, Jo 16.13.
A profecia e o ministério da Palavra. Toda
declaração bíblica sobre profecia é tão crível quanto àquelas declarações
históricas. Certo autor de teologia declarou que “a história da raça humana é a
história da comunicação de Deus com o homem”. Deus mesmo recorre à sua Palavra,
não como uma simples evidência da verdade declarada, mas como a única forma
pela qual nós podemos obter uma perfeita e completa visão do propósito divino
em relação à salvação. Por isso, precisamos observar a história do passado,
presente e futuro. Devemos ter confiança de que assim como teve cumprimento a
Palavra de Deus no passado e o tem no presente, o mesmo acontecerá com as
profecias relacionadas ao futuro.
As
Escrituras Sagradas apresentam um só sistema de verdade. Não importa o que dizem
as várias escolas de interpretação. Suas interpretações podem variar e até
estar equivocadas. E, nem a Bíblia se presta a dar apoio a qualquer sistema de
interpretação. O futuro é uma parte do plano de Deus, e só Ele conhece tudo o
que encerra a profecia. As opiniões humanas têm valor enquanto estiverem em
conformidade com as Escatologia.
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