EVANGELIZAÇÃO, MISSÃO DA IGREJA
PENTECOSTAL
Artigo Mauricio Berwald
O imperativo da evangelização. O Senhor
Jesus, antes de sua ascensão aos céus, instruiu os discípulos a respeito das
quatro principais ações da Igreja: pregar, fazer discípulos, batizar e ensinar
(Mt 28.19,20). Sim, exatamente nesta ordem.
A igreja autenticamente pentecostal sai das “quatro paredes”, para
comunicar a mensagem do Evangelho. Ela sabe que o revestimento de poder foi-lhe
concedido pelo Senhor, para que testemunhe ousadamente da salvação em Cristo (At
1.8). Consequentemente, todo cristão batizado com o Espírito Santo é
impulsionado a pregar a Cristo e a fazer discípulos. E estes, por sua vez, são
constrangidos a fazer outros discípulos, dando sequência a um processo continuo
de geração de outras testemunhas (2 Tm 2.2).
A evangelização como fator de
crescimento. A Assembleia de Deus sempre primou pela evangelização e pela obra
missionária. Seus fundadores eram autênticos evangelistas. Daniel Berg e Gunnar
Vingren, apesar dos parcos recursos de que dispunham, viajavam em meio à
floresta amazônica, pregando o Evangelho. Devemos seguir-lhes o exemplo, pois
ainda há muita terra a ser conquistada dentro e fora do Brasil. Além do mais,
temos o exemplo do Filho de Deus que veio ao mundo para salvar o pecador (Mt
20.28; Lc 19.10).
Evangelize, faça discípulos e ensine na direção e na unção do Espírito
Santo (At 16.4,5). E a sua igreja crescerá tanto em quantidade quanto em
qualidade.
O discipulado. A igreja tem
como tarefa não somente a evangelização, mas também o discipulado (Mt 28.20).
Este é um dos mais importantes trabalhos da igreja, pois leva os novos
convertidos (homens, mulheres, jovens e crianças) a se tornarem autênticos
seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 4.13). A Igreja Primitiva levou a sério
essa tarefa (At 15.36).
Pedro, por exemplo, evangelizou e discipulou a casa de Cornélio (At
10.1-48). E o seu trabalho foi coroado com o derramamento do Espírito Santo
sobre os novos convertidos (At 10.44,46).
A MISSÃO EDUCADORA DA IGREJA
PENTECOSTAL
Jesus e o ensino da Palavra. Grande parte
do ministério de Nosso Senhor Jesus Cristo foi dedicada ao ensino (Mc 2.1,2; Jo
1.3-21). Mestre por excelência, ensinava com autoridade deixando a todos
atônitos com a singular autoridade de sua doutrina (Mt 7.29). Após sua
ascensão, os discípulos deram continuidade ao seu ministério, pois Ele
deixara-lhes bem explícito que o ensino bíblico tem de acompanhar
necessariamente a pregação do Evangelho (Mt 28.19,20). O Espírito Santo concede
o dom de ensinar à sua igreja, objetivando a edificação dos santos (Ef 4.12).
Uma igreja pentecostal autêntica ama e dá toda a prioridade ao ensino da
Palavra de Deus.
O exemplo da igreja em
Antioquia. Em Antioquia, havia profetas e doutores, pois esta igreja era
indubitavelmente pentecostal (At 13.1). E o ensinar, nesse caso, não é uma mera
capacidade humana, nem uma conquista acadêmica, mas um dom ministerial
concedido pelo Espírito Santo (1 Co 12.28; Rm 12.7; Ef 4.11,12). Nas Escrituras
Sagradas, o ensino sempre recebeu especial destaque.
Muita meninice que vemos por aí deve-se à falta do ensino bíblico.
Nesses tempos difíceis e trabalhosos, faz-se imperioso que os crentes sejam
incentivados a estudar a Bíblia Sagrada. E que a igreja invista na qualificação
e aperfeiçoamento de seus professores (1 Tm 4.13). Uma igreja pentecostal
destaca-se pelo ensino bíblico ortodoxo, pois somente assim conservaremos acesa
a chama do Espírito Santo (1 Ts 5.19).
A ortodoxia do ensino bíblico. O ensino das
Escrituras deve ser, acima de tudo, ortodoxo. A palavra ortodoxia significa
“absoluta conformidade com um princípio ou doutrina bíblica”. Todo ensino
bíblico-doutrinário tem de estar de acordo com a mensagem divina revelada na
Bíblia Sagrada.
Por conseguinte, uma igreja autenticamente pentecostal acha-se edificada
“sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a
principal pedra de esquina; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para
templo santo no Senhor” (Ef 2.20,21). Mantenhamo-nos, pois, fiéis à sã
doutrina.
A IGREJA PENTECOSTAL NÃO DEVE
DESCUIDAR
DO SERVIÇO
SOCIAL E DA COMUNHÃO.
O serviço social. Tanto a
evangelização quanto a assistência social fazem parte da missão integral da
Igreja de Cristo. Tomemos o exemplo do próprio Senhor. Ele e seus discípulos
iam de cidade em cidade anunciando o Evangelho, mas não descuravam dos que
tinham fome (Lc 8.1; Lc 9.37).
A Igreja Primitiva, instruída pelo Espírito Santo, entendeu que a sua
missão também compreendia assistir aos necessitados (At 4.34,35). Com a
mensagem evangelizadora, ofertamos aos pecadores o pão que desce do céu; por
intermédio do serviço social, oferecemos aos necessitados o pão que brota da
terra (Tg 2.14-17).
Atender aos necessitados. Como a igreja
pode afirmar ser cheia do Espírito Santo se não atende aos necessitados?
Socorrê-los é antes de tudo um preceito bíblico (Dt 15.11; Sl 41.1; Tg
2.14-16). Jesus jamais se esqueceu dos pobres e a igreja também não haverá de
olvidá-los. Assim procederam os cristãos primitivos (Cl 2.10).
Comunhão. A comunhão
cristã é o vínculo de unidade fraternal que, sustentada pelo Espírito Santo,
constrange os crentes a se sentirem um só corpo em Jesus Cristo. Esta era uma
das marcas da Igreja Primitiva (At 2.42). A igreja que prima pela comunhão
demonstra, na prática, a plenitude do Espírito Santo; cada um de seus membros
vive harmoniosamente como irmãos em Cristo (Sl 133.1). Quanto às inimizades,
iras, pelejas e dissensões, tais coisas são próprias dos que alimentam as obras
da carne (1 Co 3.1-3; Gl 5.20).
Uma igreja autenticamente pentecostal evangeliza, ensina, ajuda os
necessitados e mantém os seus membros em plena comunhão conforme recomenda a
Palavra de Deus. Pentecostalismo não é só falar em línguas estranhas; vai muito
além. Segundo o teólogo Anthony D. Palma, “o batismo com o Espírito Santo tem
que ser mais do que uma doutrina; tem de ser uma experiência vital e produtiva
na vida dos crentes e seu testemunho no mundo”.
Seguindo o Mestre em Ensinar.“Jesus era o Mestre
de quinta-essência. Ele fornece o padrão de ensino, o exemplo de perfeição da
Pedagogia. Ele era a autoridade e o protótipo máximos do ensino, ainda que
nunca tivesse discutido o assunto. Suas ações modelaram a disciplina.Embora se
tenha escrito mais sobre Jesus como pessoa do que qualquer outra figura da
História, Seu papel como Mestre tem sido um tanto quanto minimizado, talvez por
causa da reação negativa à imagem de mestre que caracterizou o liberalismo do
século XIX. Herman Harrell Horne nomeia essa negligência de ‘uma mina
inexplorada’.
No Novo Testamento, mais de quarenta epítetos descrevem a pessoa e obra
de Jesus Cristo. Por exemplo, Ele é Senhor, Messias, Salvador, Filho de Deus,
Filho do homem, etc. Às vezes, é frequente enfatizar-se um mais que o outro.
Nos evangelhos, o termo Mestre é uma das designações mais usadas para
identificar Jesus; ocorre quarenta e cinco vezes. Em quatorze ocasiões Ele é
chamado de Rabi. Assim, é óbvio que uma das proeminentes funções de nosso
Senhor durante Seu ministério público foi a de ensinar”
NOTAS (GANGEL, K. O.;
HENDRICKS, H. G. Manual de Ensino Para o Educador
Cristão:Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino
cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 1999, p.11).
.
“A compreensão integral do propósito
de Deus.Como começar a construir uma cosmovisão cristã? A passagem fundamental é
a narrativa da criação em Gênesis, porque é o ponto que devemos examinar a fim
de aprender qual era o propósito original de Deus ao criar a raça humana. Com a
entrada do pecado, os seres humanos saíram do trajeto, afastaram-se do caminho,
perderam-se. Porém, quando aceitamos a salvação em Cristo, somos recolocados no
caminho certo e restaurados ao nosso propósito original. A redenção não
é somente ser salvo do pecado, mas também ser salvo para algo — retomar a
tarefa para a qual fomos originalmente criados (grifo nosso).
E qual era a tarefa? Em Gênesis, Deus dá o que chamaríamos de a primeira
descrição de cargo: ‘Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a...’
(Gn 1.28) A primeira frase — ‘Frutificai, e multiplicai-vos’ — significa
desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas, cidades,
governos, leis. A segunda frase — ‘enchei a terra, e sujeitai-a’ — significa
subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes, projetar
computadores, compor músicas. Esta passagem é chamada de o mandato cultural,
porque nos fala que nosso propósito original era criar culturas, construir
civilizações — nada mais.
Isto significa que nossa vocação ou trabalho profissional não é uma
atividade de segunda classe, algo que fazemos para pôr comida na mesa. É a
grande obra para a qual fomos criados. O modo como servimos ao Deus Criador
pode ser demonstrado ao utilizarmos, com criatividade, os talentos e dons que
Ele nos deu. Poderíamos dizer que somos chamados a continuar a obra criativa de
Deus. Claro que não criamos do nada, ex nihilo, como Deus fez;
nosso trabalho é desenvolver a capacidade e potencial que Ele construiu na
criação, usando madeira para edificar casas, algodão para fazer roupas ou
silício para fazer chips de computador. Embora as modernas instituições sociais
e econômicas não se refiram explicitamente ao jardim do Éden, sua justificativa
bíblica está fundamentada no mandato cultural”
NOTAS (PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o cristianismo de seu cativeiro
cultural.1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.51,52).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.