SUBSIDIO ADULTOS CPAD O TRIBUNAL DE
CRISTO
2 Coríntios 5.1-10;
Apocalipse 19.9; Mateus 25.10.
2 Coríntios 5
1 — Porque sabemos que,
se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um
edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
2 — E, por isso, também
gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu;
3 — se, todavia, estando
vestidos, não formos achados nus.
4 — Porque também nós, os
que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser
despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.
5 — Ora, quem para isso
mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito.
6 — Pelo que estamos
sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes
do Senhor
7 — (Porque andamos por
fé e não por vista.).
8 — Mas temos confiança e
desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor.
9 — Pelo que muito
desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.
10 — Porque todos devemos
comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que
tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.
Apocalipse 19
9 — E disse-me: Escreve:
Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E
disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
Mateus 25
10 — E, tendo elas ido
comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para
as bodas, e fechou-se a porta.
PONTO DE CONTATO
Cabe ao professor
despertar o interesse do aluno para a lição, levando-o ao aprendizado. Não é
bom transmitir a lição para uma classe desinteressada e alheia ao estudo.
Diante de um assunto tão importante como a escatologia, o professor poderá
produzir grande transformação na vida de seus alunos se orar, jejuar, estudar a
Bíblia e a lição, preparando-se com técnicas e recursos didáticos, para tornar
a aula animada, participativa e com a atenção de todos.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
Definir o sentido da
palavra tribunal na Bíblia.
Descrever o tribunal de
Cristo.
Enumerar os tipos de
recompensas dos justos.
SÍNTESE TEXTUAL
Para dirimir as dúvidas
existentes com relação ao tribunal de Cristo, analisaremos a palavra tribunal
no texto original, objetivando mostrar a diferença entre um tribunal de
julgamento e um de avaliação das obras. Como, quando, onde e quem comporá o
tribunal de Cristo, são outros tópicos estudados nesta lição.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Trabalhe a lição
conduzindo o aluno à auto-análise, levando em consideração 2Co 5.10. Para isto,
pergunte à classe quais obras, no campo material, moral e espiritual,
realizadas com o nosso corpo serão avaliadas por Jesus. Evite generalizações.
Peça que sejam específicos e práticos. Exemplo no campo material: atender às
pessoas carentes de alimentos. Após citarem algumas obras, questione como serão
avaliadas. Como estas poderiam ser aceitas por Deus, e por que seriam
rejeitadas? Usando o exemplo do campo material, pergunte: Serão aceitas por
Deus se realizadas por compaixão? Serão rejeitadas, se feitas com objetivo
escuso e egoísta? Mostre a importância da sinceridade na realização das obras.
Use como base o versículo supracitado e o item da lição: “O juízo que
determinará a qualidade das obras feitas”.
COMENTÁRIO
introdução
Na seqüência dos eventos
escatológicos, dois deles subseqüentes ao arrebatamento da Igreja acontecerão
no céu: o tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro. Os eventos na Terra depois
do arrebatamento da Igreja acontecem durante a Grande Tribulação. Nesta lição,
trataremos especialmente sobre o tribunal de Cristo, período de julgamento das
obras dos santos arrebatados para a presença de Cristo.
I. O QUE É O TRIBUNAL DE
CRISTO
O apóstolo Paulo descreve
em 1Co 3.9-15, o cristão como um construtor que usa vários tipos de materiais
numa construção. Assim, no sentido espiritual, o valor do seu trabalho vai
depender dos materiais que usará para construir sua obra. Paulo adverte: “cada
um veja como edifica” (1Co 3.10). A construção do cristão precisa ser feita sobre
um fundamento eficaz e correto, e com materiais de qualidade que dêem
sustentação à sua vida espiritual.
Duas palavras distintas
na língua original do Novo Testamento esclarecem bem o sentido da palavra
tribunal: criterion, conforme está em Tg 2.6 e 1Co 6.2,4; e bimá, encontrada em
2Co 5.10, (também em Ne 8.4). O termo criterion significa “instrumento ou meio
para provar ou julgar qualquer coisa”. Ou seja: “a regra pela qual alguém
julga”, ou “o lugar onde se faz um juízo”, o tribunal de um juiz ou de juízes.
O termo bimá comumente significa uma “plataforma ou um banco de assento onde o
juiz julga”. Havia naqueles tempos tribunais militares e, também, o tribunal
(bimá ou assento) da recompensa, especialmente utilizado nos jogos gregos de
Atenas. Os atletas vencedores eram julgados perante o juiz da arena e
galardoados por suas vitórias.
II. ASPECTOS GERAIS DO
TRIBUNAL DE CRISTO
1. O tempo. É lógico que
o tribunal não pode acontecer logo após a morte de qualquer cristão. Ele se
dará por ocasião de um tempo especial e determinado depois do arrebatamento da
Igreja.
2. O lugar. Não há texto
específico que declare o local, mas o contexto bíblico indica que, uma vez a
Igreja arrebatada até as nuvens, nos céus, a instalação do tribunal de Cristo,
inevitavelmente, terá de ser no céu, nas regiões celestiais.
3. Os julgados. Quem será
julgado no tribunal? Quais são os sujeitos desse tribunal? Indubitavelmente, as
pessoas julgadas nesse tribunal são os santos remidos por Cristo. O texto de
2Co 5.1-10 fala daqueles que lutam nesta vida para alcançarem o privilégio de
serem revestidos de uma habitação espiritual no céu. Não haverá discriminação
nesse lugar. Só entrarão os salvos, os remidos. Não haverá lugar nesse tribunal
para julgamento condenatório.
4. O juiz. O apóstolo
Paulo declara que o exame das obras dos crentes será realizado perante o Filho
de Deus (2Co 5.10). O próprio Jesus falou que todo o juízo é colocado nas mãos
do Filho de Deus. Faz parte da exaltação de Cristo depois de Sua conquista no
Calvário receber do Pai toda a autoridade e poder para julgar.
III. COMO PROCEDERÁ O
TRIBUNAL DE CRISTO
1. A forma do exame. E
claro que não se trata de examinar quem será salvo ou não. A salvação do crente
implica no ato especial da misericórdia divina mediante a aceitação da obra
expiatória de Cristo e a sua manutenção enquanto ele estiver neste mundo. Todo
crente está livre do Juízo se permanecer fiel até o fim (Rm 8.1; Jo 5.24; 1 Jo
4.17). Então, o julgamento não tratará da questão do pecado, de condenação, uma
vez que o pecado já foi abolido na vida do crente e, por isso, ele estará no
céu.
2. Os materiais da obra
de cada crente (1Co 3.12). O apóstolo Paulo mencionou seis diferentes materiais
que, figurativamente, representam os elementos que empregamos na construção de
nossa vida cristã. Os materiais são indicados como ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno e palha. Os três primeiros são resistentes ao fogo do
julgamento de Cristo. Os três últimos são frágeis e não resistem ao juízo de
fogo.
3. A obra de cada um será
provada (1Co 3.13-15). O tribunal de Cristo avaliará os materiais que temos
utilizado na construção do edifício da nossa vida cristã. As obras feitas com
madeira, feno e palha serão manifestas naquele dia, e o galardão será consoante
à avaliação divina. Os materiais de madeira, feno e palha são inflamáveis e
perecíveis, por isso, tudo o que for construído com eles não subsistirá.
4. O juízo que
determinará a qualidade das obras feitas (2Co 5.10). As obras praticadas pelo
crente serão submetidas ao julgamento naquele dia para se determinar se são
boas ou más. A palavra “mal” na língua grega aparece como kakos ou poneros, e
ambas significam aquilo que é eticamente mal. Porém, a palavra poneros, além de
denotar maldade, tem o sentido de se estar praticando alguma coisa de total
inutilidade. Portanto, o que Paulo entendia como obras más era a prática de
coisas sem utilidade alguma, feitas com materiais espiritualmente imprestáveis.
IV. EXAME FINAL NO
TRIBUNAL DE CRISTO
No texto de 1Co 3.14,15
está declarado que haverá dois resultados finais do exame (a prova do fogo) das
obras manifestas: o recebimento e a perda da recompensa.
1. Perda da recompensa.
Esse fogo nada tem a ver com o fogo do Geena. O fogo do tribunal de Cristo é
figura da luz que revela as impurezas, ou seja, a purificação. Portanto, as
obras feitas por impulso carnal e para a ostentação da carne não suportarão o
calor do fogo de Deus, por mais bonitas que sejam, serão desaprovadas.
2. Obtenção da
recompensa. As obras praticadas com materiais indestrutíveis na prova do fogo
serão dignas da recompensa final. O Novo Testamento apresenta várias
recompensas, mas destaca algumas relativas às atividades especiais. O próprio
Senhor Jesus, Juiz desse tribunal, é quem fará a entrega dos prêmios,
galardões, recompensas (2Co 9.6). Ele declara a João, na ilha de Patmos,
dizendo: “O meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras”
(Ap 22.12). O apóstolo Paulo declara, também, que todo crente receberá o seu
louvor (elogio) da parte de Deus (1Co 4.5).
3. Tipos de recompensas.
O Novo Testamento usa uma linguagem especial dos tempos do primeiro século da
era cristã relativa ao tipo de galardão que os vencedores das olimpíadas gregas
e romanas recebiam como prêmio. Havia coroas de vários materiais representando
o tipo de vitória conquistada por aqueles vencedores (1Co 9.24,25).
a) A coroa da vitória
(1Co 9.25). A vida cristã se constitui numa batalha espiritual contra três
inimigos terríveis: a carne, o mundo e o Diabo. Esta coroa é denominada,
também, como coroa incorruptível, porque se refere à conquista do domínio do
crente sobre o velho homem.
b) A coroa de gozo (1Ts
2.19; Fp 4.1). A palavra gozo significa prazer, alegria, satisfação. Uma das
atividades cristãs que mais satisfazem o coração do crente é o ganhar almas.
Isto é, praticar o evangelismo pessoal e ganhar pessoas para o reino de Deus. Na
busca do gozo nesta vida, nada é comparável ao de salvar almas para Cristo,
livrando-as da perdição eterna. Por isso, quem ganha almas, sábio é (Pv 11.30;
Dn 12.3).
c) A coroa da justiça
(2Tm 4.7,8). É o prêmio dos fiéis, dos batalhadores da fé, dos combatentes do
Senhor, os quais vencendo tudo, esperam a Sua vinda.
d) A coroa da vida (Ap
2.10; Tg 1.12). Não se trata da simples vida que temos aqui. Essa coroa é um
prêmio especial porque implica conquista de um tipo de vida superior à vida
terrena, ou à simples vida espiritual, como a tem os anjos. É a modalidade de
vida conquistada mediante a obra expiatória de Cristo Jesus — a vida eterna. E
o galardão da fidelidade do crente.
e) A coroa de glória (1
Pe 5.2-4). Certos eruditos na Bíblia entendem que esta coroa é o galardão dos
ministros fiéis que promoveram o reino de Deus na Terra, sem esperar recompensa
material.
CONCLUSÃO
A lição maior que
aprendemos acerca do tribunal de Cristo consiste em atentarmos diligentemente
para a nossa responsabilidade individual como cristãos no que se refere às
ações tanto as de caráter social quanto as espirituais praticadas em benefício
do reino de Deus.
Existem, pelo menos, seis outros julgamentos escatológicos na Bíblia além
do tribunal de Cristo: o julgamento dos
pecados no Calvário (Jo 12.31,32); o julgamento pessoal do crente quanto à sua
participação no corpo de Cristo (1Co 11.31,32); o julgamento de Israel (Ez
20.33-44); o julgamento das nações no período da Grande Tribulação (Mt
25.33-46); o julgamento dos anjos caídos (2 Pe 2.4; Jd vv.6,7); e o julgamento
do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15). A maioria desses julgamentos já aconteceu
e, alguns outros estão preditos para acontecer no futuro. São julgamentos que
envolvem justiça e juízo.
O tribunal de Cristo e o
tribunal do Grande Trono Branco são os dois principais tribunais de prestação
de contas diante dos quais cada pessoa neste mundo deverá comparecer.
Sendo que o tribunal de
Cristo será exclusivamente para os salvos. Jesus falou em Mt 12.36 que “toda
palavra ociosa (ou frívola) que os homens disserem hão de dar conta no dia do
juízo”. O apóstolo Paulo declarou que todos vão colher o que semearam (Gl 6.7),
e, numa palavra especial aos cristãos, Paulo escreveu que os que servirem bem
ao Senhor receberão a recompensa da sua herança (Cl 3.24,25).
Quando a Bíblia diz que
“todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo”, está, de fato, declarando
que o ato de comparecer significa ser colocado à luz da justiça de Cristo. A
idéia sugerida é a de phanerosis (no grego), que quer dizer “manifestação”. O
propósito do tribunal é o de manifestar as obras praticadas pelo cristão e
colocá-las à prova do fogo para que se identifique os materiais mediante os
quais praticamos nossas obras. O caráter do julgamento é individual. Não se
trata de um julgamento em massa, em classes, mas um por um (1Co 3.13).
A doutrina do Purgatório
ensina que as pessoas, depois da morte, vão para o Purgatório para purgarem
seus pecados e obras nesta vida. Essa purgação aconteceria através do fogo.
Entretanto, esta é uma doutrina espúria e falsa. A figura do fogo no tribunal
de Cristo nada tem a ver com purgatório, e o seu papel é o de expor as
impurezas, e não o de possibilitar a salvação de ninguém. Não há qualquer
relação do tribunal de Cristo com o Purgatório.
Muitos cristãos que vivem
uma vida cristã descuidada, além de correrem o risco de perderem a salvação,
caso sejam salvos, não receberão recompensa no tribunal de Cristo. A perda de
recompensa naquele dia por muitos dos salvos não significa castigo. Uma
reflexão constante disso hoje, faz-nos primar pela qualidade do trabalho
cristão que fazemos para Deus.
Em 1Co 9.27, Paulo se
preocupa e teme em depender da força da carne em vez de depender da força do
Espírito, por isso, diz: “Antes subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para
que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar
reprovado”.
Ao usar a palavra
“reprovado” (adokimos), Paulo não está temendo perder a sua salvação, mas está
preocupado se o seu trabalho no dia das contas não for aprovado. Neste
contexto, a Bíblia diz o seguinte: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia, como pelo fogo” (1Co 3.15).
Paulo tinha a convicção
de que a “coroa da justiça” lhe estava garantida, porque se não tivesse feito
qualquer outra obra que merecesse um galardão maior, ela lhe seria conferida
por sua retidão no ministério outorgado pelo Senhor. Pensar dessa forma não
significa que havia no coração do apóstolo qualquer resquício de presunção.FONTE
CPAD
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.