ULTIMA PAGINA POSTADA DA ESCOLA DOMINICAL TODOS ASSUNTOS DO BLOG

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Teologia Sistematica Cristologia (2)




                       CRISTOLOGIA (2)   João 1.1-5,9-14.



O termo “Cristologia” procede de duas palavras gregas, “Christos”, que significa “Ungido”, “Messias”, e “logia”, traduzido por “estudo”, “ciência” ou “tratado”. Cristologia é o estudo da pessoa, natureza, obra e ofício de Cristo, segundo as Escrituras. No que diz respeito à natureza de Cristo, esta é singular, pois ao mesmo tempo em que Jesus Cristo é Deus, no sentido pleno e absoluto do termo, também assumiu a natureza humana, com exceção do pecado, era sua totalidade e perfeição. Jesus era, em sua encarnação, plenamente Deus e completamente humano em todas as áreas de sua vida. No entanto, duas verdades devem ser afirmadas: 1) as duas naturezas nunca se confundem; 2) as duas naturezas não implicam duas personalidades. As naturezas divina e humana coexistem com suas diferenças, mantendo suas características peculiares em uma mesma pessoa. Assim, Jesus e perfeito em divindade e perfeito em humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Palavra Chave
Esvaziamento: Do grego ekenōsen, “esvaziar”. Doutrina que trata da auto-renúncia de Jesus ao assumir a natureza humana, porém, sem deixar de ser Deus.Discorrendo sobre a dupla natureza de Nosso Senhor, escreveu admiravelmente J. Blanchard: “Quando Jesus desceu à terra não deixou de ser Deus; quando voltou ao céu não deixou de ser homem”.
Se não crermos em Jesus como verdadeiro homem e verdadeiro Deus, como haveremos de recebê-lo como o Nosso Suficiente Salvador? Ver 2 Tm 2.8; Jo 1.14; Fp 2.7,8.
Nesta lição, entraremos a estudar a Cristologia: o estudo ordenado e sistemático de Cristo Jesus na Bíblia. Principiando com as profecias do Antigo Testamento, vai a nossa abordagem até ao triunfo final do Nazareno. Como não poderemos apresentar uma cristologia exaustiva, buscaremos expor essa doce e maravilhosa doutrina em sua essência.

I. A ENCARNAÇÃO DO VERBO DE DEUS
A encarnação do Verbo de Deus não é um mero conceito teológico; é um dos maiores mistérios das Sagradas Escrituras, sem a qual seria impossível a nossa redenção.
1. O Verbo de Deus. Abrindo o seu evangelho, escreve João: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Deixa o evangelista bem patente que o Filho de Deus, que se encontrava no seio do Pai, foi concebido pelo Espírito Santo para habitar entre nós (Sl 2.7; Is 7.14; Jo 1.18;3.16). Por que João denomina-o Verbo de Deus? Sendo Cristo o executivo do Pai, todas as coisas vieram à existência por intermédio dEle; sem Ele, nada do que é, existiria.
2. O esvaziamento de Cristo. Em sua encarnação, o Cristo tornou-se em tudo semelhante a nós, exceto quanto à natureza pecaminosa e ao pecado (Fp 2.7,8 - ARA).
Em que consistiu o auto-esvaziamento de Cristo? Certamente não esvaziara-se Ele de sua divindade; porquanto, em todo o seu ministério terreno, manteve-a incólume. Aliás, foi Ele, em seu estado de humilhação, reconhecido como Deus (Jo 1.49; 20.28). Consideremos, ainda, a sua oração sacerdotal no Getsêmane. Ele não reivindica ao Pai a sua divindade, porquanto esta lhe é um atributo intrínseco; reivindica, sim, aquela imarcescível e eterna glória (Jo 17.5).
3. A concepção virginal do Filho de Deus. Na concepção do Verbo de Deus, não houve o que se convencionou chamar de nascimento virginal; o que realmente se deu foi o mistério da concepção virginal, conforme profetizou Isaías: “Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14; Mt 1.25-24; Lc 1.35). Seu nascimento ocorreu em Belém conforme o registro de Lc 2.3-12.
Maria, como as demais mulheres, sentiu as dores de parto ao dar à luz a Cristo; e, Jesus, à nossa semelhança, deixou o ventre materno, natural e não sobrenaturalmente, ao nascer em Belém de Judá. Portanto, se o seu nascimento foi natural, a sua concepção, frisamos, foi um ato miraculoso operado pelo Espírito Santo, conforme registra Lucas 1.30-35.

II. OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO
Escreveu Robert Murray M. Cheyne: “Se eu pudesse ouvir Cristo intercedendo por mim no quarto ao lado, não temeria um milhão de inimigos. No entanto, a distância não faz diferença: ele está intercedendo por mim!”. Além de ser o nosso sacerdote é o Senhor Jesus o esperado profeta e o Rei dos reis. Somente Ele teve condições de exercer, concomitantemente, os três ofícios sagrados do Antigo Testamento.
1. O Profeta que havia de vir. Como profeta, Jesus não se limitou a revelar o futuro. Ele ensinou, repreendeu os soberbos e realizou sinais e maravilhas, levando a todos a uma singular admiração (Lc 7.16). Leia Deuteronômio 18.15.
2. O Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Os sumos sacerdotes, segundo a ordem de Arão, quando morriam, eram substituídos por seus filhos. O Senhor Jesus, contudo, porquanto eterno e Pai da eternidade, tem um sacerdócio eterno (Sl 110.4; Hb 5.6; 7.21). Morrendo em nosso lugar e por nós, vencendo a morte pela ressurreição, intercede ininterruptamente pelos que o recebem como Salvador, garantindo-nos, assim, eterna salvação (Hb 5.9). O que dizer da oração sacerdotal de Cristo? (Jo 17). Sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, foi o Senhor Jesus, no sacrifício vicário do Gólgota, o oficiante e a vítima ao oferecer-se, de uma vez por todas, para resgatar-nos de nossos pecados (Hb 7.26-28).
3. O Rei dos reis. Após a sua ressurreição, e já prestes a subir ao Pai, afirmou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Naquele momento, assumia Jesus o governo não somente do mundo, como de Israel e da Igreja. Ele é o soberano dos reis da terra (Ap 1.5). É o rei de Israel e cabeça da Igreja (Jo 1.49; Cl 1.18). Como herdeiro do trono de Davi, assumirá o governo do mundo durante o Milênio, levando as nações remanescentes à plena obediência (Is 11.1-10; Ap 19.16).

III. A MORTE VICÁRIA E A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
De forma enfática asseverou Thomas Brooks: “O sangue de Cristo é a chave do céu”. Afinal, o que seria o Evangelho sem a morte de Nosso Senhor? Nem Evangelho haveria; ela é a garantia de nossa vida eterna.
1. A morte vicária de Cristo. Jesus não morreu na cruz como se fora um mártir; Ele morreu vicariamente como o único e suficiente Salvador da humanidade, a fim de garantir-nos a salvação: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1 Co 15.3). A morte de Cristo é assim descrita pelo evangelista: “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou” (Lc 23.46). Quem, assim, atesta a morte de Nosso Senhor é o evangelista Lucas, o médico amado. Jesus, portanto, não sofreu um desmaio como salientam os inimigos da fé; Ele, de fato, morreu e foi sepultado.
2. A ressurreição de Jesus. A ressurreição de Cristo é a principal doutrina do Novo Testamento. Ao expor o seu fato e historicidade, afirmou Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Co 15.14). Diante do exposto pelo apóstolo, ousamos afirmar: A ressurreição de Jesus foi completa e não meramente espiritual. Sua ressurreição física pode ser amplamente demonstrada (Jo 20.24-28).
Em 1 Coríntios 15, conhecido como o grande capítulo da ressurreição, afiança Paulo que o Senhor ressurreto, além de ser visto pelos 12 e por mais alguns discípulos, foi contemplado por mais de quinhentos irmãos. E o testemunho dos guardas romanos? E a comprovação dos próprios inimigos do Senhor que, contrariados, viram-se constrangidos a admitir o fato da ressurreição se bem que, em seguida, urdiram a grande mentira? (Mt 28.11-15).
Soube o apóstolo Paulo sintetizar, de maneira singular a vida de Nosso Senhor em 1 Tm 3.16. “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória”.Esse é o Cristo que pregamos. Verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Somente nEle e através dEle pode o ser humano obter a vida eterna. Sem Cristo, ninguém chegará a Deus. Amém.

     “Jesus uniu na sua pessoa as duas naturezas perfeitas.
1. Jesus teve, no seu nascimento, duas naturezas distintas. Pela concepção sobrenatural de Maria, Jesus herdou do seu Pai, pela operação do Espírito Santo (Lc 1.35), a natureza divina com todas as suas características. De Maria ele recebeu a natureza humana. As suas naturezas divina e humana se uniram na constituição de sua pessoa de modo perfeito. As duas naturezas não se misturam, isto é, Jesus não ficou com a sua divindade ‘humanizada’ ou com a sua natureza humana ‘divinizada’. Quando Jesus se fez homem, continuou sendo Deus verdadeiro, mesmo estando sob a forma de homem verdadeiro. As duas naturezas operavam simultâneas e separadamente na sua pessoa. Jamais houve conflito entre as duas naturezas, porque Jesus, como homem, seja nas suas determinações ou autoconsciência, sempre conforme a direção do Espírito Santo, sujeitava-se à vontade de Deus, de acordo com a sua natureza divina (Jo 4.34; 5.30; 6.38; Sl 40.8; Mt 26.39). Assim, Jesus possuía duas naturezas em uma só personalidade, as quais operavam de modo harmonioso e perfeito, em uma união indissolúvel e eterna.
2. Ouro e madeira dois símbolos de Cristo. Essa realidade tem um símbolo maravilhoso na arca do tabernáculo. A arca era feita de madeira de cetim, coberta de ouro (Êx 25.10-22). A tampa da arca, chamada de propiciatório, era o lugar onde o sangue da expiação era aspergido. A arca é um símbolo de Jesus como ‘o nosso Mediador’, que revestido de glória está no santuário do céu, onde entrou com o sangue da expiação (Hb 9.5-7,11,12,24). Assim como a madeira da arca (símbolo da humanidade de Cristo) não se misturava com o ouro (símbolo da divindade de Cristo), assim também as duas naturezas de Jesus permaneciam juntas, formando a nossa arca perfeita. Glória a Jesus!
3. As duas naturezas operavam lado a lado na vida de Jesus. Essa operação prova sempre que Ele era homem verdadeiro e também Deus verdadeiro. Vejamos aqui alguns exemplos:
a) Jesus nasceu em toda a humildade (Lc 1.12; 2 Co 8.9, natureza humana), mas o seu nascimento foi honrado por uma multidão de anjos, que o exaltaram como Messias (Lc 2.9-14; natureza divina).
b) Jesus foi batizado como outros seres humanos, sujeitando-se à justiça divina (Mt 3.15, natureza humana), porém Deus falou naquela ocasião: ‘Este é o meu Filho’ (Mt 3.17, natureza divina).
c) Jesus foi tentado, como todos os demais homens (Lc 4.1-13; Hb 4.15, natureza humana), mas, tendo Ele vencido, os anjos o serviram (Mt 4.11, natureza divina).
d) Jesus dormiu de cansaço no barco, apesar da grande tempestade (Mt 8.24, natureza humana), mas depois levantou-se e repreendeu o vento e as ondas (Mt 8.26, natureza divina). Se Ele tivesse sido só Deus, jamais ficaria cansado (Sl 121.4,5).
e) Jesus, cansado de andar, assentou-se junto à fonte para descansar (Jo 4.6, natureza humana), porém ali Ele descobriu a situação espiritual da mulher, e lhe revelou o caminho da salvação (Jo 4.7-29, natureza divina).
f) Diante da morte do seu amigo Lázaro, Jesus chorou (Jo 11.33-35, natureza humana), mas ali orou ao seu Pai, e mandou Lázaro sair da sepultura (Jo 11.32-43, nature
za divina).
g) No jardim Jesus foi preso por homens ímpios (Jo 18.1-3,12,13, natureza humana). Porém, quando Ele disse: ‘Sou eu’, todos os soldados caíram por terra (Jo 18.6, natureza divina), e curou a orelha do servo do sumo sacerdote, que Pedro havia cortado (Lc 22.51, natureza divina).

4. Jesus, às vezes, deixou voluntariamente de fazer uso das virtudes da natureza divina. Para fazer a vontade de seu Pai e cumprir as Escrituras (Mt 26.54), Jesus se sujeitou à limitação humana, que havia aceitado. Por exemplo, não quis chamar 12 legiões de anjos para o livrar (Mt 26.53)”.(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed. RJ: CPAD, 2005, p.57-9.)

fonte CPAD 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PAZ DO SENHOR

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.