DOUTRINA DA SALVAÇÃO
João
3.14-21.
Afirma Matthew Henry que a nossa
“salvação é tão bem projetada, tão bem harmonizada, que Deus pode ter
misericórdia dos pobres pecadores e estar em paz com eles, sem nenhum prejuízo
de sua verdade e justiça”. Quem há de contestar o irmão Henry? Certo teólogo,
aliás, chegou a declarar que o Plano de Salvação é tão eterno quanto o próprio
Deus.
Neste domingo, veremos o que a Bíblia
ensina acerca da salvação; é um tema que se estende do Gênesis ao Apocalipse.
I. O QUE É A SALVAÇÃO
1. Definição etimológica. Na língua
original do Novo Testamento, a palavra sōtēria, além de salvação, traz as
seguintes significações: “libertação de um perigo eminente. Livramento do poder
e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus”
(Dicionário Teológico).
2. Definição teológica. Doutrina
segundo a qual, Deus, em seu insondável amor, ofereceu o seu Unigênito para salvar
pela graça, por intermédio da fé, os que o aceitam como o único e suficiente
Salvador (Ef 2.8-10). A salvação é amorosamente inclusiva; contempla a
humanidade por inteiro, visto que todos nós, em Adão, caímos no pecado pela
transgressão da Lei de Deus; logo: todos precisamos ser resgatados por Cristo.
Ler Rm 5.12,17,18; Gl 4.4,5; Is 43.27.
II. A GRAÇA DE DEUS NA SALVAÇÃO DO
HOMEM
Agostinho realça a doutrina da graça
divina: “A graça de Deus não encontra homens aptos para a salvação, mas
torna-os aptos a recebê-la”. Nesta admirável definição, temos a essência do que
é e do que representa a graça de Deus.
1. Definição etimológica.Tanto a
palavra hebraica hessed, quanto a grega charis, trazem a idéia de favor
imerecido. Esta é a mais universal e clássica definição de graça.
2. Definição teológica. A graça,
portanto, é o favor imerecido que Deus, gratuitamente, concede à raça humana,
capacitando-nos a compreender, a aceitar e a usufruir, de imediato, das bênçãos
do Plano de Salvação (Ef 2.8,9).
3. Objetivos da graça de Deus. A graça
tem por objetivos: 1) salvar o homem da condenação do pecado; e 2) restringir a
ação deste, levando o ser humano a viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus
(Rm 5.2; Ef 2.8). A graça é operada mediante a fé.
III. ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO
Conforme Efésios 1.4,5, a eleição (v.4)
precede a predestinação (v.5) que, embora infinita e insondável, não é a
salvação em si. A predestinação é “para a salvação” (2 Ts 2.13), a fim de
sermos filhos de adoção (Ef 1.5)
1. Eleição (Ef 1.4,5). Antes mesmo de o
Universo ter sido criado, nós já havíamos sido eleitos por Deus para usufruir
plenamente da salvação. Leia também 1 Pe 1.1,2.
2. Predestinação. O apóstolo afirma que
fomos não somente eleitos, mas igualmente predestinados à vida eterna (Ef 1.5).
Isto não significa, porém, que Deus
tenha amado apenas uma parte da raça humana; amou-a por completo. Pois a
promessa do Salvador foi feita em primeiro lugar a Adão — o pai de todas as
famílias da Terra e representante de toda a humanidade (Gn 3.15). Portanto,
basta o homem receber a Cristo para desfrutar, de imediato, dos benefícios da
eleição e da predestinação. Em sua presciência, Deus elegeu, em seu Filho,
aqueles que, aceitando o Evangelho, experimentam o milagre da regeneração.
IV. A REGENERAÇÃO
Neste tópico, entraremos a ver por que
a regeneração é tão importante à união do ser humano com Deus. Vejamos, pois, o
que é a regeneração?
1. Definição etimológica. A palavra
regeneração significa gerar de novo, nascer outra vez.
2. Definição teológica. A regeneração é
a obra fundamental e instantânea de Deus que concede gratuitamente ao pecador
uma nova vida espiritual através dos méritos de Cristo. É a natureza divina
operando no crente por intermédio da ação do Espírito Santo (2 Pe 1.1-5).
3. A necessidade da regeneração. É
necessária para se entrar no céu (Jo 3.3); para se resistir ao pecado (1 Jo
3.9); para se ter uma vida de retidão (1 Jo 2.29).
V. A JUSTIFICAÇÃO
1. Definição etimológica. A palavra
justificação é oriunda do hebraico tsādēq e do grego dikaios. Significa,
declarar justo pelos méritos de Cristo.
2. Definição teológica. Justificação é
um termo forense e traz esta rica conotação: declarar alguém justo, como se
este jamais houvera cometido quaisquer iniqüidades. Logo: é mais do que
absolvição; é colocar o pecador arrependido no lugar de justo.
3. Benefícios da justificação. Estes
são alguns dos benefícios da justificação: 1) um novo relacionamento com a Lei
(At 13.39); 2) um novo relacionamento com Deus (Rm 5.1,9); uma nova concepção
sobre a própria culpa (Rm 8.33); uma nova perspectiva quanto ao futuro (Tt
3.7).
VI. A ADOÇÃO
Antes de aceitarmos a Cristo, éramos
apenas criaturas; agora, co-herdeiros de Cristo Jesus com pleno acesso a todas
as bênçãos que, nEle, reservou-nos o Pai Celeste (Ef 1.13; 1 Co 3.21). A
adoção, portanto, é uma das mais belas e confortadoras doutrinas da Bíblia.
1. Definição etimológica. A palavra
adoção, considerada literalmente, significa colocar na posição de filho.
2. Definição teológica. No Novo
Testamento, o vocábulo descreve o ato pelo qual Deus recebe, como filho, alguém
que, legal e espiritualmente, não desfruta do direito de tê-lo como Pai. A
partir desse momento, passa esse alguém, mediante o sacrifício de Cristo no
Calvário, a desfrutar de todos os privilégios que Deus preparou àqueles que
aceitam a Cristo como único e suficiente Salvador. O termo adoção encontra-se
apenas nas epístolas paulinas (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5).
3. Os privilégios da adoção. Adotado
por Deus, o crente é considerado como filho do Pai Celeste (1 Jo 3.2); como
irmão de Jesus (Hb 2.11); como herdeiro dos céus (Rm 8.17). De igual modo, é
libertado do medo (Rm 8.15) e desfruta de segurança e certeza de vida eterna
(Gl 4.5,6).
VII. A SANTIFICAÇÃO
A doutrina da santificação é uma das
mais negligenciadas de nosso púlpito. Apesar disso, sua validade e
reivindicações continuam tão eloqüentes hoje como nos tempos bíblicos. O que é,
todavia, a santificação?
1. Definição etimológica. A palavra
santificação, nos seus dois principais termos das Sagradas Escrituras (qōdesh,
no A.T., e hagiazō, no N.T.), significam: separação do mundo e consagração a
Deus.
2. Definição teológica. Tendo por base
a graça divina, a santificação leva o crente a separar-se do mundo, de sua
filosofia de vida e de suas vis concupiscências, a fim de consagrar-se
totalmente a Deus e ao serviço de seu Reino.
3. A santificação é um processo. Se a
regeneração é um ato instantâneo, a santificação é um processo, através do qual
o homem, continuamente, torna-se, pela ação do Espírito Santo, mais parecido
com Deus (Pv 4.18; Fp 3.12-14; 2 Co 3.18).
4. Os propósitos da santificação. Levar
o homem a identificar-se com o seu Criador (Lv 19.2; Gl 2.19) e constranger o
homem a dedicar-se ao serviço de Deus (Êx 19.6).
5. Os meios da santificação. Estes são
os meios através dos quais Deus opera, em nós, a santificação: a Palavra (Jo
17.17); o sangue de Jesus (Hb 13.12); o Espírito Santo (2 Ts 2.13); a fé em
Deus (At 26.18).
Como é maravilhoso experimentar a
salvação em Cristo Jesus! Todavia, o melhor está por vir. Quando Ele voltar
para buscar a sua Igreja, haveremos de experimentar a salvação em toda a sua
plenitude. Conforme ensina o apóstolo Paulo, os salvos seremos transformados num
abrir e fechar de olhos ante o toque da última trombeta. E, assim, estaremos
para sempre com o Senhor. Aleluia! Você já experimentou a salvação? Aceite a
Cristo imediatamente.
O Alcance da Salvação
1. A salvação é para o mundo inteiro.
Através do sacrifício perfeito de Cristo, todos os habitantes da Terra foram
representados, e os seus pecados foram potencialmente perdoados. Cristo ‘é a
propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas
ainda pelos do mundo inteiro’ (1 Jo 2.2).
2. A salvação é para os que crêem.
Apesar de Cristo haver morrido pelos pecados do mundo inteiro, há um sentido em
que a expiação é uma provisão divina feita especialmente por aqueles que crêem.
Paulo apresenta Jesus Cristo como o ‘Salvador de todos os homens, especialmente
dos fiéis’ (1 Tm 4.10). Deste modo, apesar de a salvação estar à disposição de
toda a humanidade, de forma experimental ela se aplica exclusivamente àqueles
que crêem.
3. Alguns abandonarão a salvação. A
Bíblia dá a entender que muitos daqueles pelos quais Cristo morreu, aceitarão a
sua provisão salvadora, mas depois abandonarão, perdendo com isto o direito à
vida eterna [...]”.(OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., RJ:
CPAD, 2003, p.217-8.)fonte CPAD
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.