A COMISSÃO DO EVANGELISMO
Marcos 16
15 - E
disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 - Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 - E estes
sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas
línguas;
18 - pegarão
nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum;
e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
20 - E eles,
tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e
confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
Missão
Integral: Proclamação da mensagem da salvação mediante a pregação e as ações
que seguem-se a esta, tendo sempre a visão total do homem.Como Igreja do
Senhor, fomos chamados para ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13). Por
conseguinte, é urgente que façamos a diferença neste presente século. Temos nós
cumprido esta missão como Jesus o requer? Ou já nos tornamos insípidos?
Temos uma
missão a cumprir. Não podemos perder tempo. Sirvamos fielmente ao Senhor e
observemos a sua vontade, pois somente assim haveremos de alcançar nações,
povos e etnias com a mensagem salvadora, libertadora e transformadora do
Evangelho de Cristo Jesus.
I. MISSÃO
INTEGRAL — UMA ORDENANÇA DIVINA
1. Uma
responsabilidade que vai além da evangelização. Deus criou o homem à sua imagem
e semelhança (Gn 1.26). Este, porém, pecou e afastou-se de Deus. Por causa
disto, recebeu a sentença sombria: a morte física e espiritual (Rm 3.23). A
solução divina para tal castigo foi o sacrifício vicário de Cristo (Jo 3.16).
Jesus tomou, pois, a sentença que era nossa e levou-a sobre si (Is 53.4-6).
Esta verdade, narrada nos Evangelhos, deve ser proclamada pela Igreja a todo o
mundo a tempo e fora de tempo (2 Tm 4.2).
Uma vez que o
ser humano não é composto apenas de alma e espírito, mas também possui
necessidades físicas e emocionais, a evangelização deve contemplá-lo como um
todo (Tg 2.14-17). Por conseguinte, cuidemos do homem integralmente (1 Co
6.18-20; 1 Ts 5.23), promovendo a sua reconciliação com o Criador e
proporcionando-lhe as condições necessárias para que ele sinta a plena comunhão
da família de Deus.
2. A Missão
Integral da Igreja. Proclamar a mensagem da salvação mediante a pregação e as
ações que a esta se seguem, tendo sempre a visão total do homem, equivale ao
que se conhece como “Missão Integral”. No primeiro século da era cristã, a
proclamação do Evangelho e a diaconia (serviço) da igreja eram inseparáveis (At
4.34,35; 6.1-7). Isto fez com que a igreja em Jerusalém caísse na graça do povo
(At 2.46,47). A Missão Integral é apenas uma nova expressão que abrange tudo o
que a Igreja pode e deve fazer para expandir o Reino de Deus no mundo atual.
3. O marco
histórico da Missão Integral. No período de 16 a 25 de julho de 1974, foi
realizado na cidade de Lausanne, Suíça, o Congresso Internacional para a
Evangelização Mundial sob o tema: “Que a Terra ouça a voz de Deus”. O objetivo
do Congresso era discutir os rumos das missões cristãs mundiais. No final dos trabalhos,
foi divulgado um documento denominado O Pacto de Lausanne. Composta de 15
artigos, a declaração resgata a noção de que a Igreja de Cristo tem uma
responsabilidade terrena e celestial a cumprir: contemplar e atender a todas as
necessidades do ser humano conforme o Evangelho de Cristo.
II. COMISSÃO
CULTURAL — UMA CONVOCAÇÃO À IGREJA
1. Um chamado
à responsabilidade. Deus ordenou a Adão e Eva que administrassem a terra,
tornando-a produtiva e habitável (Gn 1.26). Desde então, cada homem faz-se responsável
pela criação diante do Criador. Por isto, convida-nos Ele a refletir a respeito
dos princípios e valores, que se encontram em sua Palavra, em todos os níveis
de nossas relações: na família, na igreja, na escola, na empresa e nas
amizades.
Isto equivale
dizer que o Evangelho de Cristo não visa apenas salvar o homem do pecado e do
inferno, mas também levá-lo a agir como instrumento transformador da sociedade
na qual acha-se inserido. Pois, Deus nos criou como seres sociais para que
cuidemos de nós e da terra que Ele nos entregou (Gn 1.28-30 cf. Ef 6.1-9). Esta
é a ordenança cultural que nos confiou o Senhor.
2.
Restaurando a dignidade humana. Embora a Queda tenha introduzido o pecado na
história humana, a Comissão Cultural não foi anulada. Continuamos responsáveis
pela administração da terra que nos destinou o Senhor (Gn 3.23). Conforme
afirma Nancy Pearcey, Jesus veio restaurar no homem, sem Deus, “a dignidade
originalmente concedida na criação, recuperando nossa verdadeira identidade e
renovando a Sua imagem em nós”.
III. GRANDE
COMISSÃO — A IGREJA PROCLAMA O EVANGELHO NO MUNDO
1. A Grande
Comissão. O Senhor Jesus comissionou-nos a pregar, a batizar e a fazer
discípulos em todo mundo (Mc 16.15; Mt 28.19). Esta ordenança é conhecida como
a Grande Comissão. E tem como objetivos:
a) proclamar
o Evangelho em palavras e ações a toda criatura; b) discipular os novos
conversos, tornando-os fiéis seguidores de Cristo; c) integrá-los espiritual e
socialmente na igreja local, a fim de que cresçam na graça e no conhecimento
por intermédio da ação do Espírito Santo em sua vida, desfrutando sempre da
comunhão dos santos.
2. O “ide”. O
“ide” de Jesus significa também atravessar fronteiras. Anunciar o Evangelho em
uma cultura diferente é o grande desafio da obra missionária. Não podemos
desprezar a cultura de um povo a quem pretendemos evangelizar, nem impingir-lhe
a nossa (1 Co 1.1,2).
A cultura de
um povo deve ser avaliada e provada pelas Escrituras. Se por um lado toda
cultura tem a sua beleza e bondade, pois o homem foi Criado por um Deus bom e
amoroso, por outro, em consequência da Queda, as culturas foram manchadas pelo
pecado e dominadas, em parte, por ações demoníacas. Você está pronto a pregar o
Evangelho além de suas fronteiras? Prepare-se para este desafio.
3. A ordem é
fazer discípulos em todas as nações. A palavra “nação” é a tradução do termo
ethnos que se refere a grupos étnicos e não primariamente a países. Um país é
uma nação politicamente definida. A etnia é um povo culturalmente definido com
uma língua e cultura próprias. De acordo com alguns missiólogos, há no mundo
24.000 etnias. Quase a metade desse total ainda não foi evangelizada. Será que
isto não o comove? Há milhões de pessoas que ainda não ouviram o Evangelho de
Cristo. É urgente e imperioso o lema do apóstolo Paulo: “Esforçando-me deste
modo por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado” (Rm 15.20 —
ARA). A Missão Integral da Igreja realça a dupla vocação dos seguidores de
Cristo revelada nos Evangelhos: sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16). A
pregação da igreja local deve refletir o que ela é, faz e diz. O Senhor busca
pessoas que não apenas ouçam o Evangelho, mas que o obedeçam prontamente (Lc
6.47,48). Obedeçamos, pois, as comissões que nos entregou o Senhor, mas
principalmente a Grande Comissão ordenada por Jesus (Mc 16.15) consoante o lema
da Missão Integral da Igreja: O Evangelho todo para o homem todo.
“Afirmamos
que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o
seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e
pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi
feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor,
cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão
da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos
arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a
evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a
reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social
evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a
evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever
cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de
Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus
Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda
forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar
o mal e a injustiça onde quer que existam.
[...] A
salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de
nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta” (Pacto de
Lausanne, Suíça, 1974).
“Evangelização
e Cultura
O
desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia
nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas
profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura
local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o
homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade;
porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado,
e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma
cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de
verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas
as culturas. As missões muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho,
uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames
de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo
têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade
pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar
transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus” (Pacto de
Lausanne, Suíça, 1974).
“Comissão
Cultural
Entender o
Cristianismo como uma cosmovisão de mundo é importante não somente para o
cumprimento da comissão cultural — a chamada para criar uma cultura debaixo do
senhorio de Cristo. Deus se importa não só com a redenção das almas, mas também
com a restauração de sua criação. Ele nos chama para sermos agentes não apenas
de sua graça salvadora, mas também de sua graça comum. Nosso trabalho não é
somente construir a Igreja mas também construir uma sociedade para a glória de
Deus” (COLSON, C.; PEARCEY. E Agora, Como Viveremos? 2.ed., RJ: CPAD, 2000, pp.53,54). fonte CPAD
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