O MOVIMENTO PENTECOSTAL
Atos
2.1-4,14-17.
1
- Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar,
2
- e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e
encheu toda a casa em que estavam assentados.
3
- E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais
pousaram sobre cada um deles.
4
- E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
14
- Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões
judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai
as minhas palavras.
15
- Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira
hora do dia.
16
- Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
17
- E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre
toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos
jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos.
O
Movimento Pentecostal, embora comprovadamente bíblico e ortodoxamente
teológico, vem sofrendo, desde o seu nascedouro, injustificados ataques. Isto
se deve a dois principais fatores: 1) falta de conhecimento bíblico-teológico
acerca da doutrina do Espírito Santo e 2) ignorância sobre a origem do maior
avivamento já registrado pela história.
Nesta
lição, teremos oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a origem e a
atualidade do Pentecostalismo. Viremos a constatar que o Movimento Pentecostal,
apesar de seus cem anos de história, é uma realidade que vem sendo
experimentada pela Igreja de Cristo há quase vinte séculos. Infelizmente,
muitos são os movimentos que, cognominados de pentecostais, vêm semeando
confusão acerca do verdadeiro movimento do Espírito Santo.
I.
A ORIGEM DO PENTECOSTES CRISTÃO
1.
O ponto de partida. No Dia de Pentecostes, em Jerusalém, cumpriu-se a promessa
que o Senhor Jesus fizera aos seus discípulos: a vinda do Consolador (Jo 14.16;
At 2.1-4). Inaugurou-se, assim, um novo tempo para o povo de Deus que passou a
usufruir de um abundante derramamento do Espírito Santo, conforme havia
profetizado Joel (Jl 2.28-31). Sim, o que Jesus prometera tornou-se realidade (Lc
24.49). Mas qual a origem do Pentecostes? E por que as igrejas que crêem na
atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais são
denominadas pentecostais?
2.
Como surgiu o termo pentecostalismo. A expressão “pentecostalismo” procede do
vocábulo grego pentekosté que significa quinquagésimo. O Pentecostes era a
segunda das três principais festas judaicas (Lv 23) e recebe esse nome por ser
comemorado cinquenta dias após a Páscoa (Lv 23.16). Era também conhecido como a
Festa das Semanas, Festa das Primícias e Festa da Colheita (Êx 34.22). Foi
durante o Pentecostes que os quase 120 que oravam no cenáculo receberam o
batismo com o Espírito Santo (At 1.3; 2.1-13).
3.
Do Pentecostes judaico ao cristão. Devido à destruição do Santo Templo em 70 d.C,
os judeus ficaram impossibilitados de praticar muitos de seus rituais e
liturgias. Mas para os cristãos, o Pentecostes, em virtude do derramamento do
Espírito Santo, adquiriu um novo sentido. Tornou-se sinônimo do ministério,
operações, atos poderosos e manifestações sobrenaturais do Espírito Santo na
Igreja e através da Igreja (At 19.1-20).
II.
A TRAJETÓRIA DO PENTECOSTALISMO
1.
A promessa da efusão do Espírito. Deus revelou ao profeta Joel que, nos últimos
dias, haveria uma efusão do Espírito Santo sobre os fiéis (Jl 2.28-32). Por
conseguinte, a promessa do derramamento do Espírito Santo não se destinava
apenas aos crentes que se achavam reunidos no cenáculo, mas diz respeito a
todos os servos de Deus em todos os lugares e épocas (At 2.1-13, 39). O Movimento
Pentecostal implica numa ação contínua e renovadora do Espírito Santo na vida
da Igreja, fazendo com que esta cumpra cabalmente as demandas da Grande
Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).
2.
O Movimento Pentecostal tem o testemunho dos séculos. O escritor e jornalista
Emílio Conde evidencia em O Testemunho dos Séculos, através de inúmeras provas,
que o Pentecostalismo é um movimento legitimamente bíblico e que,
historicamente, não se restringiu à Igreja Primitiva. Não é, portanto, um
modismo sueco ou norte-americano. Em seu Dicionário do Movimento Pentecostal,
afirma o historiador Isael de Araujo que o “pentecostalismo, em suas diferentes
formas, tem existido por toda a história cristã, tanto do Ocidente como no
Oriente, desde o Dia de Pentecostes, em Jerusalém”. No verbete “cronologia do
pentecostalismo mundial”, o autor mostra um panorama das manifestações
históricas do pentecostalismo do primeiro até ao século vinte.
3.
O genuíno Pentecostalismo. Como distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo?
O genuíno pentecostalismo não admite qualquer outra revelação além das
Escrituras Sagradas, pois prima pela ortodoxia bíblica e pela sã doutrina (Cl
1.6-9). Logo, nossa única regra de fé e conduta é a Bíblia Sagrada, a
inspirada, inerrante, absoluta e completa Palavra de Deus.
III.
O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO
1.
Características das igrejas pentecostais. São igrejas legitimamente
pentecostais as que, em primeiro lugar: a) Aceitam a soberania da Bíblia
Sagrada, como a inspirada e inerrante Palavra de Deus, elegendo-a como
infalível regra de avaliação de toda e qualquer manifestação espiritual (2 Tm
3.16); b) Mantém a pureza da sã doutrina, conforme a encontramos na Bíblia
Sagrada (At 2.42; 1 Tm 4.16); c) Acreditam na atualidade do batismo com o Espírito
Santo e dos dons espirituais (At 2.39); d) Cumprem integralmente as demandas da
Grande Comissão que nos deixou o Senhor Jesus (Mc 16.15-20); e) Têm compromisso
com a santidade, defendem o aperfeiçoamento da vida cristã através da leitura
da Bíblia, da oração e do exercício da piedade na consolação do Espírito Santo
(Gl 5.22; 1 Ts 5.17-23; 1 Tm 4.8).
2.
Novos movimentos. Vários movimentos, incorretamente intitulados de
pentecostais, têm surgido ao longo dos anos. Tais dissidências acabaram criando
um segmento esotérico, místico e sincrético que em nada lembra o verdadeiro
cristianismo (Cl 2.18).
Tais
são os desvios doutrinários desses movimentos que eles, sequer, podem ser
considerados cristãos, pois incorporaram às suas liturgias práticas místicas e
antibílicas, fazendo uso de sal grosso, rosa ungida, óleo e água
“santificados”, culto aos anjos, etc. Tais práticas são heréticas e
inadmissíveis, não tendo nenhum respaldo na Palavra de Deus.
Não
podemos nos esquecer, também, de extravagâncias doutrinárias como, por exemplo,
a teologia da prosperidade, confissão positiva, quebra de maldição,
triunfalismo e outros aleijões teológicos e heresias.
O
verdadeiro Movimento Pentecostal teve sua origem no Dia de Pentecostes. Os anos
se passaram, mas a chama pentecostal continua a arder, pois a promessa do
batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais é para nós também.
Conservemos, pois, o legítimo pentecostalismo, conforme o encontramos nas
Sagradas Escrituras.
Neste
Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, preservemos e vivamos com
intensidade o avivamento que nos legaram Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Pentecostes
“Pentecostes
era a segunda das três grandes festas de Israel (Dt 16.16). Suas principais
passagens estão em Êxodo 23.16, Levítico 23.15-22, Números 28.26-31 e
Deuteronômio 16.9-12. A palavra grega Pentecostes (pentekosté) significa
‘quinquagésimo’, referindo-se ao quinquagésimo dia depois da oferta de manjares
durante a Festa dos Pães Asmos (At 2.1; 20.16; 1 Co 16.8).
Outro
título pelo qual esta festa é conhecida é a Festa das Semanas (Êx 34.22; Dt
16.10,16; 2 Cr 8.13), que se refere a sete semanas após a oferta das primícias;
a Festa da Colheita (Êx 23.16), referindo-se à conclusão das colheitas de
grãos; o dia das primícias (Nm 28.26), falando das primícias de uma colheita
terminada, e mais tarde os judeus a chamaram solenemente de assembleia, que foi
aplicado ao encerramento da festa da estação da colheita. Embora as Escrituras
não afirmem especificamente seu significado histórico, elas parecem indicar
basicamente uma festa da colheita.
[...]
Em Números 28.26 o Pentecostes é chamado tanto de Festa das Semanas como de
Festa das Primícias. Esta Festa das Primícias não deve ser confundida com as
primícias oferecidas durante os dias dos pães asmos.
No
NT, o Pentecostes está relacionado ao dom do Espírito Santo (At 2.1-4). Cristo
ascendeu como as primícias da ressurreição (1 Co 15.23), e 50 dias depois deste
evento veio o derramamento do Espírito Santo, dando início ao cumprimento da
profecia de Joel (Jl 2.28-32)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009,
pp.1500-01).
“Os
historiadores que se ocupam do Avivamento Pentecostal no século 20 são unânimes
em mencionar a Rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia, em 1906, como o centro
irradiador de onde o avivamento se espalhou para outras cidades e nações.
A
Rua Azuza transformou-se em poderosa fogueira divina, onde centenas e milhares
de pessoas de todos os pontos da América, ao chegarem atraídas pelos
acontecimentos e para ver o que estava se passando ali, eram batizadas com o
Espírito Santo, e ao retornarem para suas cidades levavam essa chama viva que
alcançava também outras pessoas.
Porém,
quem havia trazido a mensagem pentecostal a Los Angeles fora uma senhora
metodista, que, por sua vez, a recebera na cidade de Houston, quando tinha ido
visitar seus parentes. Antes dessa data (1906), podemos citar também os
avivamentos ocorridos na Suécia em 1858, e na Inglaterra em 1740. Na América do
Norte, podem-se mencionar os avivamentos nos Estados de Nova Inglaterra em
1854, e na cidade de Moorehead, em 1892, seguidos dos de Caiena, Kansas, em
1903, e Orchard e Houston, em 1904 e 1905, respectivamente.
Os
membros das várias igrejas, uns por curiosidade, outros por desejo de receber
mais graça do céu, chegavam para ver com os próprios olhos aquele fenômeno.
Muitos deles traziam consigo a opinião de que tudo aquilo não passava de obra
de fanáticos. Porém, todos saíam dali convencidos de que era um movimento
divino, e transformavam-se em testemunhas e propagandistas do Movimento
Pentecostal que se iniciara naquela ruazinha em Los Angeles.
[...]
Dentro em pouco os grandes centros urbanos norte-americanos foram alcançados
pelo avivamento. Uma das cidades que mais se destacaram e se projetaram no
Movimento Pentecostal foi Chicago. As boas-novas do avivamento alcançaram,
praticamente, todas as igrejas evangélicas da cidade. Em algumas, houve
oposição da parte de uns poucos crentes, porém o avivamento triunfou, pois,
além de outras características que o recomendavam, ele se destacava pelo
espírito evangelístico e pelo interesse que despertava pelo evangelismo dos
outros povos. Ou seja: cada um que se convertia, transformava-se também em
missionário” (CONDE, E. História das Assembleias de Deus no Brasil. 1.ed., RJ: CPAD,
pp.23-4).
FONTE CPAD
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