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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Avivamento em atos dos apostolos (2)



A Igreja em Antioquia (11:19-26)



Esta seção fala de dois movimentos da Igreja Primitiva ao longo do mar Mediterrâ­neo. O primeiro foi rumo ao norte, a partir de Jerusalém para Antioquia, na Síria. O Evangelho foi pregado livremente naquela cidade distante. O segundo foi rumo ao sul, de Antioquia a Jerusalém. O primeiro levou as bênçãos espirituais da salvação àqueles que estavam no Norte. O segundo trouxe bênçãos materiais dos novos convertidos para os irmãos necessitados em Jerusalém. Como se faz menção de Chipre (uma ilha), é bem provável que eles tenham viajado por barco.

Rumo ao Norte (11.19-26). 

As palavras iniciais deste parágrafo — E os que fo­ram dispersos (19) — são exatamente as mesmas em grego, na frase inicial de 8.4. Outro ramo da diáspora cristã aqui é tomado e contado. Esta dispersão teve início com a perseguição que sucedeu por causa de Estêvão (cf. 8.1).
Os cristãos dispersos viajaram para o norte até a Fenícia (as cidades de Tiro e Sidom), o Líbano moderno, na costa norte da Palestina, Chipre — a maior ilha da extremidade leste do mar Mediterrâneo — e Antioquia. Esta cidade, fun­dada em 300 a.C, tinha se tornado a terceira maior cidade do Império Romano, supera­da apenas por Roma e Alexandria. Diz-se que as suas muralhas encerravam uma área maior do que as de Roma. A oito quilômetros da cidade, ficava o bosque de Dafne, um importante centro de adoração a Apolo e Ártemis [ou Artemisa]. Como um resultado par­cial disto, Antioquia era famosa pela sua imoralidade. Ainda assim, muitos judeus e prosélitos ali viviam. Eles foram evangelizados em primeiro lugar, pois foi dito que os primeiros missionários não estavam anunciando a ninguém a Palavra senão somente aos judeus. Isto provavelmente aconteceu antes da experiência de Pedro em Cesaréia.
Felizmente, havia alguns homens de Chipre e Cirene (Norte da África) que eram um pouco mais esclarecidos. Quando eles chegaram a Antioquia, pregaram o Senhor Jesus aos gregos (20). Embora os antigos manuscritos gregos façam uma diferença entreHellenas ("gregos") e Hellenistas (helênicos"), o contexto deixa claro que esta nova pregação se dirigia aos gentios. Os evangelizadores — anunciando é a palavra euangelizomenoi — estavam proclamando as Boas Novas sobre o Senhor Jesus, ou proclamando que Jesus é o Senhor.
Como estavam obedecendo às ordens de Cristo (Mt 28.19), eles viram o cumprimen­to da sua promessa (1.8) — a mão do Senhor era com eles (21), i.e., o seu poder se manifestava no seu ministério. O resultado foi que grande número creu e se converteu ao Senhor.Antioquia em pouco tempo tornou-se o principal centro do cristianismo.
A fama do que estava acontecendo em Antioquia chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém (22). Preocupados quanto a esta evangelização dos gentios estar de acordo com a ordem divina, os líderes enviaram Barnabé até Antioquia. Isto pode implicar que ele verificaria o trabalho na Fenícia (19) no seu caminho para o Norte.
A igreja de Jerusalém não poderia ter escolhido alguém melhor do que Barnabé para esta missão. Ele era um verdadeiro "filho da consolação" (4.36), onde quer que fosse. Um cristão judeu legalista e preconceituoso certamente teria impedido o maravi­lhoso movimento do Espírito de Deus em Antioquia. Mas Barnabé o encorajou: o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor (23). O generoso Barnabé estava tão integralmente consagrado ao seu Senhor que se alegrava por ver qualquer pessoa — até mesmo um gentio — aceitando a Cristo. Ao invés de criticar o novo movimento, ele lhe deu a sua aprovação e a sua bênção. Ele se alegrou por ver a graça de Deus em operação nesta cidade tão necessitada. O próprio Barnabé era um judeu natural de Chipre (4.36), o que fazia com que ele se harmonizasse perfeitamente com os evangelizadores de Chipre e Cirene. Ele exortou os novos convertidos, cumprindo assim o significado do seu nome: "filho da exortação".
A descrição de Barnabé é quase tão nobre quanto poderia ser a de qualquer homem: Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé (24). As três coisas aqui afirmadas a respeito de Barnabé formaram os pontos principais de muitos sermões fúnebres. O pastor consagrado sempre fica feliz quando pode dizer essas coisas sobre um membro falecido de sua igreja. O resultado do caráter e do ministério deste bom homem de Deus cheio do Espírito Santo e inspirado pela fé foi que muita gente se uniu ao Se­nhor. Mas Barnabé precisava de ajuda. A tarefa em Antioquia era excessivamente gran­de para ele. Esta metrópole cosmopolita de língua grega exigia os serviços tanto de um gigante intelectual quanto de um exortador cheio do Espírito. Assim, Barnabé foi até Tarso, cerca de 200 quilômetros a noroeste de Antioquia para buscar Saulo (25). Feliz é o homem que percebe as suas limitações, e que está disposto a trazer um ajudante à altura da situação. O desprendido Barnabé desejava somente o que era melhor para o Reino. Assim, ele foi buscar Saulo, o brilhante e altamente educado jovem rabino judeu que havia se convertido alguns anos antes. Saulo teve um bom início no seu ministério, e depois tinha sido enviado para casa pela igreja de Jerusalém (9.30), quando passou a correr um risco de vida.

Achando-o, o conduziu para Antioquia (25). 

As palavras "buscar" e achando sugerem que Barnabé teve de procurar por algum tempo antes de encontrar Saulo. É provável que Saulo estivesse ocupado evangelizando a sua província da Síria e Cilícia, como ele mesmo indica (Gl 1.21). Durante todo um ano, Barnabé e Saulo se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Deve ter sido um ano de ministério muito frutífe­ro para ambos — o generoso Barnabé exortando e encorajando o povo, e o perspicaz Saulo expondo as Escrituras e exaltando a Cristo. Eles formavam uma equipe maravilhosa.
Uma afirmação muito interessante aparece no final deste versículo: Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Até agora, eles tinham sido designados como "fiéis", "irmãos", "santos", "do Caminho", e, como aqui, "discípu­los". Mas como os judeus usavam normalmente as designações "irmãos" e "discípulos", era necessário atribuir um nome mais peculiar que inquestionavelmente indicasse os discípulos de Cristo.
A palavra "cristão" aparece somente duas outras vezes no Novo Testamento. Agripa disse a Paulo: "Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão" (26.28). E Pedro escreveu: "se padece como cristão [sendo perseguido pelo mundo por ter esse nome], não se envergonhe" (1 Pe 4.16). A história da atribuição do nome, tomada em conjunto com este fato, sugere que cristãos não foi uma designação escolhida por eles mesmos, mas que lhes foi atribuída por aqueles que estavam fora da igreja. Além disso, é muito improvável que os judeus chamassem os crentes por este nome. Gloag observa: "Não se deve supor que eles dariam esse nome sagrado Christosàqueles que eles consideravam hereges e apóstatas". Os judeus os chamavam de "nazarenos" (24.5), uma expressão de desprezo.
Parece claro que a designação cristãos foi dada aos discípulos pelos gentios de Antioquia, como Meyer afirma. Sempre se supôs que este termo era usado como uma zombaria. Mas Meyer insiste: "Não há nada que apóie a opinião de que a palavra foi, a princípio, um título ridículo". Ao contrário, como os gregos e os romanos normalmente designavam partidos políticos pelos nomes dos fundadores, assim também eles se referiam a este grupo como cristãos. Lake e Cadbury observam acertadamente que a palavra "implica que Christos tinha sido adotado pela população gentia como um nome próprio — um hábito ao qual os cristãos surpreendentemente logo se submeteram, como é de­monstrado pelo uso da palavra por Paulo". Originalmente, "Cristo" — lit., "o Cristo" — significava "o Messias". Foi um título adicionado ao nome Jesus, "Jesus, o Cristo", quan­do pregava aos judeus. Mas os gentios naturalmente o adotaram como um nome próprio.
O fato de que o povo de Antioquia julgou necessário dar um nome ao novo movimento na cidade mostra como este movimento tinha crescido. Ele precisava ser reconhecido e designado. Gloag escreve: "Enquanto o cristianismo estava confinado aos judeus e aos prosélitos, os cristãos não eram distinguidos deles, e eram considerados pelos gentios como uma seita judaica; mas agora o fato de que inúmeros gentios eram recebidos sem circuncisão dentro da igreja era uma prova de que o cristianismo era diferente do judaísmo, e assim os discípulos não mais seriam encarados como os saduceus, fariseus, essênios e outras seitas judaicas".
A história da evangelização de Antioquia ilustra "Quando o Evangelho tem sucesso":
1. Quando é pregado a gente nova (19);
2. Quando é pregado a todas as classes e raças (20-21);
3. Quando é pregado por homens cheios do Espírito (22-26).

            Bibliografia R. Earle
             fonte     www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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