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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Discipulado (22) Ler e Meditar nas Escrituras


  

                      
                            O Hábito da Leitura da Bíblia
                           Todos devemos amar a Bíblia.



Todos devemos lê-la. Todos. É a Palavra de Deus. Ela tem a solução da vida. Ela nos fala do melhor Amigo que a humanidade já teve, o mais nobre, o mais terno, o mais verdadeiro Homem que já pisou na terra.

É a mais linda história que já se contou. É a melhor diretriz da conduta humana que já se conheceu. Dá um sentido, um fulgor, uma alegria, uma vitória, um destino e uma glória à vida, que em nenhuma outra parte são revelados.

Nada há na História, ou na literatura, que de alguma forma se compare com as singelas narrativas do Homem da Galileia, que levou dias e noites a ministrar aos que sofriam, a ensinar aos homens como ser benévolos, a morrer pelo pecado, a ressuscitar para a vida que jamais acaba, e a prometer segurança eterna e eterna felicidade a todos quantos se chegam a Ele.

A maioria do povo há de pensar, seriamente, como há de ser quando o fim chegar. Não adianta sorrir, desdenhosamente, passar adiante deste assunto, ESSE DIA HÁ DE VIR. E QUE ACONTECERÁ ENTÃO? A Bíblia dá a resposta. É resposta inequívoca. Há um Deus. Há um céu. Há um inferno. Há um Salvador. Haverá um dia de juízo. Feliz do homem que, enquanto vivo, fizer suas pazes com o Cristo da Bíblia e se preparar para esse epílogo.

Como pode uma pessoa sensata deixar de entusiasmar-se com Cristo, e com a Bíblia, que de Cristo lhe fala? Todos devemos amar a Bíblia. Todos. TODOS.

Todavia, a negligência generalizada da Bíblia, por parte de igrejas e de pessoas que frequentam igrejas, é, simplesmente, de estarrecer. Conversamos sobre a Bíblia, defendemos a Bíblia, louvamos a Bíblia, exaltamos a Bíblia. Sim, pois não! Mas, muitos membros de igreja raramente lançam um olhar à Bíblia — de fato, ficariam envergonhados de ser vistos a lê-la. E os líderes da Igreja, em geral, não parecem fazer um esforço sério para levar o povo a ler a Bíblia.

O protestantismo de hoje em dia parece cuidar muito pouco do Livro em que, altissonantemente, professa crer. E o Catolicismo Romano prefere, declaradamente, seus próprios decretos à Bíblia.

Procuramos saber tudo no mundo. Por que não, também, acerca de nossa religião? Lemos jornais, revistas, novelas e toda sorte de livros, e ouvimos o rádio nas horas certas. No entanto, a maioria de nós nem sequer sabe os nomes dos livros da Bíblia. Que vergonha! Que vergonha!

O contato individual direto com a Palavra de Deus é o principal meio de crescimento cristão. Todos os líderes de poder espiritual, da história do cristianismo, têm sido leitores devotados da Bíblia.

A Bíblia é o livro de que vivemos. A leitura da Bíblia é o meio de aprendermos e de conservarmos nítidas, em nossas mentes, as IDEIAS que modelam nossa vida. Nossa vida é produto de nossos pensamentos. Para vivermos certo, precisamos pensar certo.

Os pensamentos exercem poder em nossa vida pela FREQUÊNCIA com que ocuparem nossas mentes. Lemos a Bíblia frequente e regularmente, de sorte que os pensamentos de Deus podem ocupar frequente e regularmente nossas mentes; podem vir a tornar-se pensamentos nossos; podem nossas ideias vir a conformar-se com as ideias de Deus; podemos ser transformados na imagem de Deus, e tornados capazes de fazer eterna companhia com o nosso Criador.

Podemos, com efeito, absorver a verdade cristã, em certo grau, assistindo aos cultos, ouvindo sermões, lições bíblicas, testemunhos, e lendo literatura cristã.

Todavia, por mais que essas coisas sejam boas e úteis, fornecem-nos a verdade divina em SEGUNDA MÃO, aguada, porque através de canais humanos, e, até certo ponto, glosada com ideias e tradições humanas.

Estas coisas não podem tomar o lugar da leitura individual da PRÓPRIA BÍBLIA, da fundamentação, por nós mesmos, de nossa fé, esperança e vida, diretamente na Palavra de Deus, antes que naquilo que os homens dizem acerca dessa Palavra.

A Palavra de Deus é a arma do Espírito de Deus para a redenção e perfeição da alma humana. Não é bastante ouvir outros falar, ensinar e pregar a respeito da Bíblia. Precisamos conservar-nos, cada um de nós, em contato direto com a Palavra de Deus. É ela o poder de Deus em nossos corações.

A leitura da Bíblia é hábito cristão fundamental. Não queremos dizer que devemos cultuar a Bíblia como se fosse um fetiche, mas adoramos o Deus e o Salvador de quem a Bíblia nos fala. E, porque amamos nosso Deus e Salvador, amamos, terna e devotadamente, o Livro que dEle procedeu e dEle se ocupa.

Nem queremos dizer que o hábito de ler a Bíblia é em si uma virtude, porque é possível lê-la sem aplicar seus ensinos à vida, havendo, mesmo, os que a leem e ainda são mesquinhos, desonestos e nada cristãos. São, contudo, exceções.

Em regra, a leitura bíblica, quando feita com as devidas disposições de espírito, é hábito que dá lugar a todas as virtudes cristãs, sendo a mais eficiente força formadora do caráter que se conhece.

Como ato de devoção religiosa. Nossa atitude para com a Bíblia é um índice muito seguro de nossa atitude para com Cristo. Se amarmos uma pessoa, gostamos de ler a seu respeito, não é fato?

Se apenas chegássemos a considerar nossa leitura bíblica como ato de devoção a Cristo, seríamos inclinados a considerar o caso menos irrefletidamente.

É glorioso ser cristão. O mais elevado privilégio que qualquer mortal pode ter é andar pela vida afora de mãos dadas com Cristo, como Salvador e Guia; ou, mais corretamente, é andar vacilante, como criancinha, ao Seu lado e, embora sempre a tropeçar, nunca largando a Sua mão.

Esta relação pessoal de cada um de nós com Cristo é uma das coisas essenciais da vida, e não falamos muito sobre isto, provavelmente, porque descobrimos que somos, lamentavelmente, indignos de usar o Seu nome. Mas, no profundo de nossos corações, refletindo seriamente, sabemos que, a despeito de nossa fraqueza, mundanismo, frivolidade, egoísmo e pecado, amamo-Lo mais do que a qualquer outra coisa no mundo; e, nos nossos momentos de maior lucidez, sentimos que, voluntariamente, não O ofenderíamos por coisa alguma. Somos, porém, irrefletidos.

Ora, a Bíblia é o livro que nos fala de Cristo. É possível, então, amar a Cristo e ao mesmo tempo ter prazer em ser indiferente à Sua Palavra? É POSSÍVEL?

A Bíblia é o melhor livro devocional. Opúsculos para devoções diárias, que, modernamente, as casas publicadoras evangélicas anunciam tanto, podem ter seu lugar. Contudo, não substituem a Bíblia. A Bíblia é a própria Palavra de Deus. E nenhum outro livro pode tomar o seu lugar. Todo crente, moço ou velho, deve ser um fiel leitor da Bíblia.

George Muller, que, em seu Orfanato em Bristol, Inglaterra, fez, pela oração e fé, um dos mais notáveis trabalhos da história cristã, atribuía seu êxito, pelo lado humano, ao seu amor à Bíblia. Disse ele: “Creio que a principal razão de me haver conservado em atividade útil e feliz está no amor que tenho à Sagrada Escritura. Tenho como hábito ler a Bíblia toda quatro vezes por ano; em espírito de oração, aplicá-la a meu coração e praticar o seu ensino. Durante sessenta e nove anos, tenho sido um homem feliz, feliz, feliz”.

Subsídios para o estudo da Bíblia. A Bíblia é um livro grande, de fato, é uma coleção de livros, de um passado distante. Precisamos de todos os auxílios disponíveis para compreendê-la. Um bom dicionário bíblico é o melhor dos subsídios. Um bom comentário é de muito valor. E todo o mundo deve possuir uma concordância (Chave Bíblica).

Mas mesmo assim, surpreende como, em grande parte, a Bíblia se interpreta a si mesma, quando conhecemos o seu conteúdo. Há muitas dificuldades na Bíblia, mesmo além da compreensão dos mais eruditos. Mas, apesar disso, os seus principais ensinos são inequívocos e tão claros que “viandantes, ainda que insensatos, não têm que se enganar com eles”.

Aceitai a Bíblia como, exatamente, ela é, pelo que ela se afirma ser. Não vos inquieteis com as teorias dos críticos. A tentativa engenhosa e impudente da crítica moderna, por solapar a veracidade histórica da Bíblia, passará; ela, a Bíblia, permanecerá como luz que é da raça humana, até aos fins do tempo. Firmai vossa fé na Bíblia. É a Palavra de Deus. Ela nunca deixará que sossobreis. Para nós, homens, ela é a rocha dos séculos. Confiai nos seus ensinos e sereis felizes para sempre.

Lede a Bíblia com a mente aberta. Não tenteis forçar todas as suas passagens, amoldando-as a umas poucas doutrinas prediletas. Nem vejais em suas passagens, ideias que lá não se encontram, nem mesmo para servirem a um sermão. Mas tentai descobrir, cândida e honestamente, os principais ensinos e lições de cada passagem. Assim, chegaremos a crer no que devemos crer, porque a Bíblia é mui capaz de cuidar de si mesma, se lhe dermos oportunidade.

Lede a Bíblia com reflexão. Lendo a Bíblia, precisamos vigiar-nos, rigorosamente, para que nossos pensamentos não divaguem, tornando-se a leitura perfunctória e sem sentido. Temos de resolver, resolutamente, fixar a mente no que lemos, esforçando-nos, ao máximo, por entender e ficando à espreita de lições que nos sirvam.

Armai-vos de um lápis. É bom, à medida que lermos, ir marcando passagens de que gostarmos; e, de vez em quando, passando em revista as páginas lidas, ler de novo as passagens marcadas. Com o tempo, uma Bíblia, assim bem marcada, tornar-se-nos-á muito preciosa, à proporção que se aproxima o dia de nos encontrarmos com o seu Autor.

Uma leitura habitual, sistemática da Bíblia é a que serve. Leitura ocasional ou espasmódica não significa muito. A menos que sigamos determinado método e o observemos com resolução firme, o resultado será não lermos muito da Bíblia. Nossa vida interior, como nosso físico, precisa de alimento diário.

Um tempo certo cada dia, qualquer que seja o plano de leitura a adotar, deve ser reservado para isso. De outro modo, seremos capazes de negligenciá-lo.

É bom que seja a primeira coisa, de manhã, se nossa rotina de trabalho o permite. Ou à noite, findo o trabalho do dia, é possível que nos sintamos mais à vontade.

Ou, talvez, de manhã e de noite. A alguns, pode servir melhor um período de tempo ao meio-dia.

Não importa muito qual seja o tempo escolhido. O importante é que escolhamos o que melhor nos convenha e que não interfira nos nossos trabalhos diários; que o observemos, rigorosamente, não desanimando, se, uma ou outra vez, essa rotina for interrompida por alguma coisa alheia à nossa vontade.

Aos domingos, podemos dedicar-nos mais à nossa leitura bíblica, visto ser o dia do Senhor, reservado à Sua Palavra.

Decorai os nomes dos livros da Bíblia. Seja isto a primeira coisa. A Bíblia compõe-se de sessenta e seis livros. Cada um deles versa sobre um assunto. O ponto de partida para se entender a Bíblia é, antes de tudo, saber que livros são esses, a ordem de sua colocação e, de um modo geral, de que trata cada um.

Decorai versículos favoritos. Decorai-os, por inteiro, repetindo, muitas vezes, esses versículos, que são a vossa vida: algumas vezes, estando sozinho; ou, à noite, para que vos ajudem a adormecer nos Braços Eternos.
O hábito de fazer os pensamentos de Deus atravessar, muitas vezes, a nossa mente fará que esta se conforme com a mente divina; e, à medida que se dá essa conformação, toda nossa vida será transformada na imagem de Deus. É isto um dos melhores auxílios espirituais de que podemos dispor.

Planos de leitura bíblica. Sugerem-se muitos planos. Um convém mais a uma pessoa; outro convém mais a outra. Uma pessoa poderá gostar de mudar o plano, com o correr do tempo. O plano em si não importa muito. O essencial é ler a Bíblia com certa regularidade.

Nosso plano de leitura deve abranger a Bíblia toda, com razoável frequência, porque toda ela é a Palavra de Deus, é uma história só, uma estrutura literária de profunda e admirável unidade, centralizada em Cristo. CRISTO é o âmago e o ponto culminante da Bíblia. Tudo quanto vem escrito antes dEle, de um ou outro modo, é uma antecipação de Sua Pessoa. Tudo quanto se Lhe segue, vem interpretá-Lo. A Bíblia toda pode, com muita propriedade, ser chamada a história de Cristo. O Antigo Testamento prepara o caminho para Sua chegada. Os Quatro Evangelhos contém a história de Sua vida terrena. As Epístolas expõem a Sua doutrina. O Apocalipse revela o Seu triunfo.

Entretanto, algumas partes da Bíblia são mais importantes do que outras e devem ser lidas com maior frequência. O Novo Testamento, naturalmente, é mais importante do que o Antigo. Em cada um dos Testamentos, alguns livros, e, em cada livro, alguns capítulos, têm valor especial. Os Quatro Evangelhos são os mais importantes de todos.

Um plano bem equilibrado de leitura bíblica, segundo pensamos, pode ser algo do seguinte modo: cada vez que lermos a Bíblia toda, leiamos o Novo Testamento, uma ou duas vezes mais, com frequente leitura repetida de capítulos favoritos em ambos os Testamentos.

Quantas vezes? Uma vez por ano, pensamos, todo o Antigo Testamento, e duas vezes o Novo, seria um bom planoMÍNIMO a ser observado pela média do pessoal. E seria um meio de simplificar as coisas, fazê-lo coincidir com o ano civil, começando-se em janeiro e terminando em dezembro.

Tal plano significaria uma média de 4 ou 5 capítulos por dia, e requereria, mais ou menos, uma média de 15 ou 20 minutos diários. Não há tempo para isso? Bem, a questão do tempo é deveras importante. Um ou três minutos por dia, para devoção religiosa, é brincadeira de crianças. Se somos crentes, por que não tomamos a sério nossa religião? Por que brincar com ela? Não nos enganemos. PODEMOS achar tempo para aquilo que DESEJAMOS fazer.

Como proceder? Primeiro, escolhamos o plano e tracemos um quadro para o ano, atribuindo certo número de capítulos a cada dia, ou determinado livro, ou parte de um livro, ou grupo de livros, para cada semana, ou para cada mês, como preferirmos.

Mais especificamente, o Antigo Testamento tem 39 livros, 929 capítulos. O Novo Testamento tem 27 livros, 260 capítulos. Total, 66 livros, 1189 capítulos. Tanto os livros como os capítulos variam muito de extensão. Alguns são muito curtos, outros muito longos. Numa Bíblia de tamanho médio e de tipo médio, um capítulo médio cobre mais ou menos a extensão de uma página.

Alguns capítulos e alguns livros, devido à natureza do seu assunto, podem ser lidos mais rapidamente do que outros. E alguns capítulos merecem ser lidos, repetidamente, muitas e muitas vezes.

Leitura consecutiva. É a leitura seguida dos livros na ordem cm que se acham, isto é, do Gênesis ao Apocalipse. Depois de feita a leitura, repeti-la. Com este plano, a menos que se leia a Bíblia inteira, muitas vezes, passa-se muito tempo sem ler em o Novo Testamento.

Leitura alternada dos dois Testamentos. Isto é, ler nos dois Testamentos, simultaneamente; ler alguma coisa, cada dia, ou cada semana, num e noutro Testamento; ou uma semana no Antigo, e na semana seguinte em o Novo, ou um livro no Antigo e depois outro em o Novo.

Um capítulo por dia. Muitos fazem assim. E é um hábito maravilhoso. Mas muito melhor será se pudermos ler dois, ou três, ou quatro capítulos por dia.

Ler a Bíblia pelos livros: isto é, um livro inteiro, ou grande parte dele, de uma vez ou tão continuadamente quanto possível. Em regra, tratando de leitura bíblica, é melhor fazê-la por livros inteiros do que por seleções de trechos de capítulos.

Ler um livro, repetidamente: isto é, fazer um estudo especial de algum livro isolado, lendo-o, muitas vezes, dia após dia. Isto é sobremaneira útil. Mas não se deve passar tempo demasiado longo nesse sistema, para que não se negligencie o resto da Bíblia.

Leitura em grupo. Que maravilha seria se uma classe bíblica, sob a direção do seu professor, ou uma congregação, sob a liderança do seu pastor, lesse a Bíblia EM CONJUNTO, o professor, ou o pastor, aos domingos, ensinando ou pregando sobre as Escrituras lidas na semana anterior. Por que não? POR QUE NÃO? Um pastor e seu rebanho não poderiam melhor andar com Deus pela vida afora do que assim em comunhão ao redor da Palavra Divina.


 

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