Subsidio CPAD JOVENS CONSAGRAÇÃO
Romanos 12.1,2,9-21.
Você tem observado seus alunos? Será
que estão vivendo de conformidade com a vontade de Deus? Você tem percebido
sinais de mudança em suas vidas como resultado do que estão aprendendo na
Escola Bíblica Dominical?O apóstolo Paulo escreveu a igreja de Roma sobre
consagração, possivelmente pelo fato de estar preocupado com o padrão de vida
espiritual dos membros daquela igreja. Em 1 Coríntios 11.1o apóstolo nos
desafia a sermos seus imitadores. Portanto, devemos ajudar os nossos alunos a
viverem uma vida íntegra e fiel, diante de Deus e dos homens.
Viver uma vida de consagração é muito
mais que ir a reuniões de consagração. Nesta lição estaremos estudando a
consagração pessoal. Ou seja: cada pessoa deve fazer sua entrega, dedicação ao
Senhor de tudo o que é, de tudo que faz, de tudo que tem, em todos os momentos
de sua vida. Deve buscar de Deus transformação para não agir de conformidade
com o mundo, e mostrar com suas atitudes que seu viver está de acordo com
Aquele a quem se dedica.
DIDÁTICA
Para introduzir esta aula poderemos
levar os nossos alunos a refletirem sobre “renovação do entendimento”, conforme
apresentado no versículo 2. Sugerimos que discutam o tema, porém, usando o
versículo 16 de 1 Coríntios 2, com o seguinte questionamento: O que é ter a
mente de Cristo? Dê alguns minutos para discutirem sobre o assunto e depois
complemente a exposição apresentada pela classe, utilizando a ajuda da Bíblia
de Estudo Pentecostal: “Ter a mente de Cristo significa conhecer sua vontade e
seu plano e propósito redentor. Significa avaliar e considerar as coisas, da
mesma maneira que Deus as vê, atribuir-lhes a importância que Deus lhes
atribui, amar o que Ele ama e detestar o que Ele detesta”.
INTRODUÇÃO
Depois da parte teológica na Epístola
aos Romanos, o apóstolo começa a parte prática. E um apelo apostólico a fim de
que os cristãos vivam uma vida de consagração a Deus. É o que Deus espera de
todos os que desfrutam das bênçãos mencionadas pelo apóstolo na primeira parte
de Romanos.
I. ELEMENTOS DO CULTO
1. “Rogo-vos” (v.1). No grego, o verbo
é parakaleo, que vem de duas palavras: para, uma preposição grega que significa
“ao lado de”; e kaleo, o verbo “chamar”, traduzido no Novo Testamento por
“exortar, apelar, recomendar, solicitar”. Deus não está exigindo, mas pedindo.
Muitos expositores da Bíblia se surpreendem com essa expressão. Disse um desses
grandes expositores: “Surpreendente expressão vinda de Deus! De um Deus contra
o qual havíamos pecado, e sob cujo juízo estávamos”.
2. “Apresenteis o vosso corpo (v.1)”. O
verbo “apresentar”, aqui, tem o sentido de “oferecer”. É um ensino extraído dos
sacrifícios que se ofereciam sobre o altar, no culto levítico. O hebreu
escolhia o melhor para sacrifício e uma vez oferecido a Deus, tal oferenda era
propriedade absoluta do Senhor.
3. Entrega total. É essa a analogia que
o apóstolo faz no v.1, com relação à nossa adoração a Deus. Deste modo o
apóstolo exorta os crentes para uma vida consagrada. O corpo é o invólucro da
alma e do espírito, e é o meio pelo qual revelamos o nosso interior (2Co 5.10).
O mesmo corpo que no passado era instrumento para o pecado, agora é o templo do
Espírito Santo (1Co 3.16,17), para servir à justiça (Rm 6.13).
4. “Sacrifício vivo” (v.1). O culto
bíblico apresenta pelo menos cinco elementos: oração, cântico, leitura da
Palavra de Deus, pregação com o sobrenatural ou testemunho e ofertas (1Co
14.26; 16.1-3). A expressão “sacrifício vivo” mostra o contraste com o serviço
religioso externo de Israel nos tempos do Antigo Testamento, pois era um ritual
e praticado por força da lei.
5. Culto. “Culto racional” é a adoração
cristã, muito diferente do culto do Antigo Testamento, onde se ofereciam
criaturas irracionais. A palavra “culto” é latreia, na língua grega do Novo
Testamento e significa “serviço sagrado, adoração”, de onde vem a palavra
“liturgia”.
6. Racional. Do grego logikos, derivado
do logos, “palavra, razão”, de onde vem a nossa palavra “lógica”. Os principais
dicionários de grego afirmam que logikos significa também espiritual. A Nova
Versão Internacional (NVI), no rodapé, coloca como opção a tradução “culto
espiritual”. Essa palavra só aparece mais uma vez no Novo Testamento (1Pe 2.2),
onde “leite racional” é traduzido por “leite espiritual” na Versão Almeida
Atualizada. Então, “racional”, aqui, não se refere a racionalismo humanista,
frio, sem vida e à parte de Deus, mas algo espiritual. Isto é: culto
espiritual, resultado da sabedoria e da inteligência espiritual de Cl 1.9.
Devemos oferecer a Deus um culto vivo e espiritual.
II. O MUNDO NÃO É PADRÃO PARA A IGREJA
1. O cristão e o mundo (v.2). As
palavras gregas para “mundo” no Novo Testamento grego são kosmos e aion. Ambas
significam o mundo físico e também o pecado.
a) Mundo físico. “Vós sois a luz do
mundo [kosmos]” (Mt 5.13). “Pela fé entendemos que os mundos [aion] pela
Palavra de Deus foram criados” (Hb 11.3).
b) Pecado. A palavra “mundo”,
mencionada no (v.2), é aion, e refere-se ao pecado. Aion tem o sentido de
“sistema de coisas; século” e aparece, por exemplo, na expressão “deus deste
século” (2Co 4.4).
2. “...mas transformai-vos” (v.2). A
expressão “Não vos conformeis com este mundo” significa que não devemos nos
moldar ao mundo. A transformação de nossa mente, e de nosso interior —
transformação pelo Espírito Santo (2Co 3.18) repele o modelo mundano. Por isso
devemos nos transformar pela renovação de nosso entendimento.
3. O que é mundanismo? Nenhum crente
contesta o fato de que a Bíblia condena o mundanismo. Isso é ponto
inquestionável. Embora a palavra “mundanismo” não se encontre na Bíblia,
todavia, seu conceito sim. E tudo aquilo que desagrada a Deus (Tg 4.4; 1Jo
2.15-16). O conceito de mundanismo nos dias dos apóstolos, segundo informa a
Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, consistia nos teatros, jogos
e devassidão.
4. O mundanismo hoje. O mundanismo hoje
está multiplicado em relação aos tempos do Novo Testamento. Segundo a Bíblia de
Estudo Pentecostal, Satanás apresenta uma ideia mundana de moralidade, “das
filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte,
medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa,
esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus e ao seu povo, à sua Palavra e
aos seus padrões de retidão”.
5. O contexto. Tudo isso deve ser
analisado à luz de seu respectivo contexto. Não é pecado ser médico nem o
crente estudar medicina. O Diabo, porém, pode usar, como tem feito, a medicina
para destruir os valores cristãos: prática do aborto e da eutanásia, etc. A
ciência, para o ateísmo. A música, para o sensualismo. O mesmo pode acontecer
na política, nos sistemas econômicos, etc, mas nem por isso a Bíblia condena
alguém ser músico, cientista, político, empresário. Tudo depende do contexto e
da finalidade.
6. A vontade de Deus. Geoffrey B.
Wilson afirma com muita propriedade que os três adjetivos “boa, agradável e
perfeita” mostram que a vontade de Deus é definida no “que é moralmente bom,
prescreve o que é agradável a Ele, e provê um padrão que é eticamente completo”
(Mt 5.48). Devemos influenciar o mundo para o bem e não sermos influenciados
por ele, para o mal.
III. O AMOR FRATERNAL
1. A fraternidade. A segunda parte de
Romanos apresenta o mesmo tom das exortações de Jesus no Sermão do Monte. O texto
dos vv.9-21 trata do amor fraternal, profundo, sincero e prático, sem
hipocrisia, que deve reinar entre os crentes. O amor, o respeito mútuo e a
solidariedade constituem-se no padrão para o Cristianismo.
2. O amor sincero. A partir do v.9 o
apóstolo exorta os crentes a observar alguns preceitos sociais, principalmente
a comunhão fraternal. Quem não ama ao seu próximo, não ama a Deus (1Jo 4.20).
Esse amor deve ser sincero. Isto é: em obras e em verdade, não só em palavras
(1Jo 3.18). Essa era a característica da Igreja no primeiro século (At
2.42-47).
3. Amar os crentes e os inimigos. A
grandeza dessa passagem reside também no fato de o apóstolo nos exortar a amar
e a perdoar até mesmo os de fora (vv.14,17-21). Isso já fora dito por Jesus no
Sermão do Monte (Mt 5.42-48). Devemos procurar essa convivência pacífica com
todos, até onde for possível: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende
paz com todos os homens” (v.18).
IV. SOBRE A VINGANÇA
1. Não devemos retribuir mal por mal
(v.19). A vingança é prerrogativa de Deus, que é o Juiz de toda a terra (Gn
18.25). Ele como justo Juiz (2 Tm 4.8), além de soberano sabe fazer justiça.
“Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (v.19) é uma citação de Dt
32.35. É difícil, mas é possível, com a ajuda do Espírito Santo. Deus nos
recompensará. Não é pecado requerer seus direitos em juízo. O que não é cristão
é um crente levar seu irmão a juízo por questões litigiosas, causando
escândalos, quando deveria levar tais coisas ao pastor (1Co 6.1-8).
2. O exemplo de Jesus. Jesus fundou um
império pelo amor. Conquistou as almas pelo amor. Se ele tivesse o nosso
ressentimento não teria conquistado Saulo de Tarso, pois o mesmo teve
participação na morte de Estêvão (At 7.58: 8.1-3; 22.20). Por isso que a nossa
oração a Deus deve ser pela salvação de tais pessoas. Nada melhor do que nosso
testemunho e demonstração sincera de amor por elas. Isso fala tão forte a ponto
de muitos inimigos, oponentes, perseguidores e faladores se converterem.
Vida consagrada envolve todo o nosso
ser e em todos os aspectos da vida. É uma entrega total ao Senhor que nos leva
a estarmos cada vez mais próximos dEle e, consequentemente, vivermos em amor
com os nossos irmãos em Cristo. Assim, teremos poder e graça para vencermos o
mundo. E mais do que isso, com o nosso testemunho de fidelidade ao Senhor,
conquistarmos os não-crentes para Cristo.
“As palavras hebraicas e gregas para
‘santificação’, ‘santo’, ‘dedicação’, ‘consagração’ e ‘santidade’ estão todas
relacionadas à ideia de separação.
De fato, o conceito central do termo
‘santificação’ é separação. Assim, santificar-se é separar-se do pecado a fim
de separar-se para Deus e para a adoração e serviço reverentes e jubilosos.
Rica tipologia, temos no sacerdócio levítico do Antigo Testamento, bem como nas
cerimônias associadas ao Tabernáculo e, mais tarde, ao Templo. Tudo o que era
oferecido a Deus deveria ser separado de modo especial, enfatizando a santidade
daquEle que recebia a adoração. Essa dedicação positiva a Deus é sempre a ênfase
principal. Para exemplificar, os vasos santos usados no Tabernáculo e no Templo
eram separados do liso comum, ordinário. Não podiam ser usados noutro lugar.
Porém, não era isso que os tornava santos. Só se tornavam santos ao serem
levados ao Tabernáculo, ou ao Templo, e usados na adoração ao Senhor”.(notas Doutrinas
Bíblicas: Uma perspectiva Pentecostal. CPAD)
O comentário da Bíblia de Estudo
Pentecostal explica que as expressões “exorta”, “reparte”, “preside”,
“exercita”, e “misericórdia”, tratam-se dos dons espirituais:“(1) Exortar é a
disposição, capacidade e poder dados por Deus. para o crente proclamar a
Palavra de Deus de tal maneira que ela atinja o coração, a consciência e a
vontade dos ouvintes, estimule a fé e produza nas pessoas uma dedicação mais
profunda a Cristo e uma separação mais completa do mundo (ver At 11.23; 14.22:
15.30-32; 16.40; 1Co 14.3; 1Ts 5.14-22; Hb 10.24,25)”.
“(2) Repartir é a disposição,
capacidade e poder, dados por Deus a quem tem recursos além das necessidades
básicas da vida, para contribuir livremente com seus bens pessoais, para suprir
necessidade da obra ou do povo de Deus (2Co 8.1-8; Ef4.28)”.
“(3) Presidir ou liderar é a
disposição, capacidade e poder dados por Deus, para o obreiro pastorear,
conduzir e administrar as várias atividades da igreja, visando ao bem
espiritual de todos (Ef 4.11,12; 1Tm 3.1-7; Hb 13.7,17,24)”.
“(4) Misericórdia é a disposição,
capacidade e poder dados por Deus para o crente ajudar e consolar os
necessitados ou aflitos (cf. Ef 2.4)”.
Tendo em vista o significado do
sacrifício para o viver diário do cristão, F.F. Bruce comenta o seguinte em
Romanos, Introdução e Comentário: “Em vista de tudo quanto Deus fez por Seu
povo em Cristo, como Seu povo deve viver? Deve apresentar-se a Deus como ‘sacrifício
vivo’, consagrado a Ele. Os sacrifícios de animais, oferecidos numa época
anterior tomam-se obsoletos graças à oferta que Cristo fez de Si mesmo. Mas
sempre há lugar para o serviço divino prestado por corações obedientes. Em vez
de viverem pelos padrões de um mundo em desacordo com Deus, os crentes são
exortados a deixar que a renovação das suas mentes, pelo poder do Espírito,
transforme as suas vidas harmonizando-as com a vontade de Deus”.fonte CPAD
fonte CPAD
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PAZ DO SENHOR
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