ANTIOQUIA (sobre o Orontes, Síria)
Essa cidade, localizada às margens do
rio Orontes, foi o berço das missões cristãs. Era
conhecida como Antioquia da Síria, a fim de ser distinguida de Antioquia
da Pisídia. Antioquia da Síria foi fundada em cerca de 300 A.C. e cresceu a ponto
de contar com numerosa população nos tempos de Paulo, incluindo muitos judeus,
os quais, desde tempos remotos haviam obtido o direito de cidadania.
Durante o período das guerras dos Macabeus, muitas famílias judaicas se
estabeleceram em Antioquia. Na época de Paulo, era a terceira maior cidade do
império romano, perdendo em importância numérica apenas para Roma e
Alexandria. Os romanos fizeram-na capital da província romana da Síria.
Paulo começou e terminou ali a sua
segunda viagem missionária. Não sabemos exatamente quão grande era a cidade nos
dias de Paulo, mas, à base da informação dada por Crisóstomo, deve ter
contado com uma população de cerca de oitocentos mil habitantes, em 300 D.C. A
atual Antikiyeh assinala o local da cidade antiga, mas é comparativamente
pequena, cobrindo apenas pequena parte da área original. As escavações
arqueológicas têm descoberto numerosas ruínas do passado, algumas das quais
anteriores à era cristã. O circo, um dos maiores dos tempos romanos, a
acrópole, numerosos banhos, vilas e cemitérios romanos, têm sido
descobertos. Belos pisos de mosaico, que datam do período apostólico até o
século VI D.C, também têm sido descobertos. O Caronion (busto
de Caron, deus grego mitológico, que transportava as almas para o
outro lado do rio Estige), de cerca de 170 A.C., com cinco metros e pouco
de altura, entalhado em uma penedia(Reunião de penedos; penedal.
Rocha, rochedo) de pedra calcária, a nordeste da cidade, continua visível,
embora bastante estragada pelas intempéries. Nos dias de Paulo certamente ainda
era um marco notável. Mais de uma vintena(Grupo de vinte) de edifícios
cristãos tem sido ali descoberta, embora nenhuma dessas construções date dos
dias apostólicos. O famoso Cálice de Antioquia foi descoberto
ali por alguns trabalhadores que cavavam um poço, em 1910. No início foi
declarado pertencente à última parte do século I D.C., e alguns chegaram a
imaginar que fosse o cálice original em que Cristo serviu a Ceia. Há nele
gravadas efígies que representam Cristo e os apóstolos. A maioria das
autoridades concorda que se trata de um produto da primitiva arte cristã,
datando entre os séculos II e VI de nossa era.
Antioquia sobre o Orontes era sede do
legado imperial da província romana da Síria e Cilícia, e aparecia
como a capital do Oriente, Josefo, o historiador judeu do tempo dos
apóstolos, diz-nos que era a terceira maior cidade do império romano,
perdendo em importância somente para Roma e Alexandria. A grande maioria
da população era síria, embora houvesse numerosa colônia judaica. Sua cultura
era tipicamente greco-helenista. Seu porto era Selêucia (Atos
13:4), a qual era reputada cidade comercial e centro marítimo. Não muito
distante dali ficava Dafné, quartel-general do culto de Apolo
e Artêmisa, culto esse que se tornou famoso por sua degradação. Isso era
tanto verdade que Juvenal, ao queixar-se da degradação moral que invadia Roma,
disse que «...o Orontes sírio desaguou no Tibre» (Sátiras III.
62). O centro da igreja cristã passou de Jerusalém, seu berço original,
para Antioquia da Síria, seu centro gentílico, pois a igreja cristã, cada vez
mais, se foi tornando uma instituição gentílica. A tradição associa o
apóstolo Pedro a essa cidade, considerando-o primeiro de seus bispos. Nomes
ilustres posteriores, associados a essa cidade, foram Inácio e
João Crisóstomo, ambos chamados bispos de
Antioquia. Crisóstomo foi grande escritor de comentários bíblicos
e exerceu notável influência sobre o desenvolvimento doutrinário da igreja
cristã.
A cidade de Antioquia foi fundada por Seleuco Nicator, um
dos generais de Alexandre, em 300 A.C., que lhe deu nome em honra a seu
pai, Antíoco. Antíoco havia devastado e poluído a cidade de
Jerusalém, mas os seus sucessores, de conformidade com o que dizJosefo (Guerras
dos Judeus, 1:7, cap. 3 seção 3), foram mais liberais, tendo
criado uma boa atmosfera para o desenvolvimento do judaísmo naquele lugar;
e isso teria atraído a muitos judeus, até que, finalmente, Antioquia se tornou
grande centro de erudição judaica, bem como cidade onde havia numerosa colônia
judaica. Com base nessa circunstância, o caminho ficou preparado para a entrada
e o crescimento do cristianismo em Antioquia.
Bibliografia E. B. T. F
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