CRIACIONISMO Salmos
8.1-9.
1 - Ó
SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste
a tua glória sobre os céus!
2 - Da
boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus
adversários, para fazeres calar o inimigo e vingativo.
3 - Quando
vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;
4 - que
é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o
visites?
5 - Contudo,
pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.
6 - Fazes
com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de
seus pés:
7 - todas
as ovelhas e bois, assim como os animais do campo;
8 - as
aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares.
9 - Ó
SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!
A
lição, composta de seis tópicos, faz uma síntese dos principais temas
discutidos a respeito da Antropologia Teológica. O primeiro tópico, responde,
de acordo com a Bíblia, uma inquietante pergunta: O que é o Homem? Pergunta
atualíssima e indispensável à teologia, à filosofia, à educação e à sociologia.
A obra “O Homem, esse Desconhecido”, do filósofo Aléxis Carrel, provoca ainda
mais o debate à medida que o título sugere a incapacidade de chegarmos a uma
resposta satisfatória. Devemos lembrar que as Escrituras perguntam sete vezes:
“Que é o homem?” (Jó 7.17; 15.14; Sl 8.9; 144.3; Hb 2.6). Portanto, estude a
lição, faça suas pesquisas pessoais, ore ao Senhor, e lecione com alegria.
Antropologia
Teológica é o ramo da Teologia Sistemática que estuda a criação, a imagem
divina, constituição da natureza e destino final do homem, de acordo com as
Escrituras. Concernente ao estudo da imagem divina no homem (Gn 1.26,27), é
necessário reafirmar duas verdades fundamentais: 1) a “imagem divina” não quer
dizer que o homem foi criado representando a forma física de Deus, pois o
Senhor é espírito, eterno e imutável (Jo 4.23,24; Lc 24.39); 2) a “imagem
divina” não equivale a uma participação essencial na divindade, pois “imagem” e
“semelhança” não significam “divinização”. Portanto, deve-se evitar dois sérios
equívocos: atribuir a Deus corpo físico, e elevar o homem à classe divina.
Entretanto, a imagem de Deus está dividida em duas categorias: natural e moral.
A natural representa a personalidade com todos os atributos. A moral, por sua
vez, diz respeito à constituição moral do homem.
A
natureza humana é constituída, segundo os textos de 1 Ts 5.23 e Hb 4.12, por
espírito, alma e corpo. O espírito e a alma compõem a parte imaterial,
invisível e substancial do homem, enquanto o corpo, a parte material e visível.
Isto não quer dizer que o homem é um ser tripartido, isto é, composto por três
partes independentes uma das outras. Pelo contrário, espírito, alma e corpo
(tricotomia), se distinguem, mas compõem apenas um ser — o homem. O corpo
relaciona o ser com o mundo material e concreto, a alma, sede da personalidade
humana, relaciona o ser consigo mesmo e dá vida ao corpo, o espírito, elemento
singular do homem, relaciona o ser com Deus. Portanto, o relacionamento do
homem é tríplice: horizontal, central e vertical. No horizontal, o corpo
relaciona-se com o mundo físico; no central, a alma relaciona-se consigo mesma;
no vertical, o espírito, com Deus. Ensine esses conceitos teológicos com o
auxílio do gráfico abaixo.
Palavra
Chave
Big-bang
(Grande explosão): Teoria segundo a qual o Universo, em
seu estado inicial, se formou a partir de uma grande explosão.
Com o
fervor que lhe era tão peculiar, expressa Agostinho toda a sua esperança na
redenção humana: “A essência mais profunda da minha natureza é que sou capaz de
receber Deus em mim”. Mostra o teólogo africano, de forma despretensiosa, mas
profunda, por que o nosso espírito anseia por receber a Deus: fomos por Ele
criados, e a nossa alma só descansará quando repousar em sua paz.
1.
O QUE É O HOMEM
Neste
tópico, entraremos a ver alguns fatos a respeito do homem que, feito à imagem e
à semelhança do Criador, é a principal de suas criaturas.
1.
Criatura de Deus.Na
Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo censura os gentios por honrarem mais a
criatura do que o Criador (Rm 1.25). E assim, atolados em idolatrias e
abominações, menosprezavam-lhe a glória, a fim de adorar coisas vãs. O que é
isto senão apequenar-lhe o senhorio? Como feituras de Deus, temos por obrigação
honrá-lo, porque Ele nos fez e dEle somos (Jó 4.17; Ec 12.1).
2.
Imagem e semelhança de Deus.O homem
foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). Devemos, por conseguinte,
agir como Deus age (Ef 5.1). Exorta-nos o Mestre: “Assim resplandeça a vossa
luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o
vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).
3.
Coroa da criação divina.Criado
por Deus, destaca-se o homem como a coroa da criação (1 Co 11.7), pois tem,
como missão, governar tudo quanto o Senhor fizera (Gn 1.28). Mas, devido à sua
queda deliberada no Éden, transgredindo à vontade divina (1 Tm 2.14), a criação
ficou submissa à vaidade (Rm 8.20-22).
1.
A CRIAÇÃO DO HOMEM
1.
O pacto solene da criação do
homem.No sexto dia da criação, assim o Senhor Deus estabeleceu o pacto
quanto à criação do ser humano: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra”
(Gn 1.26).
2.
A criação do homem foi um ato
criativo.Ao contrário do que imaginam os evolucionistas, não é o homem o
subproduto de um processo evolutivo que, tendo início no hipotético big-bang,
arrastou-se por milhões de anos até que o ser humano aparecesse sobre a terra.
Apesar
de sua linguagem científica, não passa o evolucionismo de uma loucura: ignora a
Deus e ao seu infinito poder. Trata-se, como diz a Bíblia, de uma falsa ciência
(1 Tm 6.20).
III.
OBJETIVOS DA CRIAÇÃO DO HOMEM
Vejamos
por que o homem foi criado. Sua primeira tarefa é glorificar o nome do Criador.
1.
Glorificar o nome de Deus.Lemos
em Primeiro aos Coríntios 11.7, que Deus formou o homem do pó da terra para que
este lhe refulgisse a glória. No Éden, Adão não era um mero adorno; era o
instrumento da majestade divina.
2.
Cultivar a terra.Não são
poucos os que imaginam seja o trabalho a maldição que nos adveio por causa do
pecado. Nada mais antibíblico. Muito antes de o homem cair em transgressão (Gn
3), Deus já o havia encarregado de fazer o plantio da terra e guardar o jardim
do Éden. Além disso, o próprio Deus “trabalha até agora” (Jo 5.17). O trabalho
é uma das maiores bênçãos na vida do ser humano.
3.
Reinar, em nome de Deus, sobre
a criação.Deus criou Adão para que reinasse sobre toda a terra (Gn 1.28).
Ele, no entanto, perdeu tal domínio ao se fazer servo do pecado (Rm 8.18-20;
3.9).
1.
UNIDADE RACIAL DO HOMEM
O
monogenismo é a doutrina que ensina serem todos os homens provenientes de um
único tronco genético. Apesar da variedade da cor de nossa pele, todos somos
descendentes de Adão e Eva.
1.
O monogenismo bíblico.Em seu
discurso no Areópago, em Atenas, realça o apóstolo Paulo: “Pois ele mesmo é
quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; e de um só fez toda a
geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os
tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação” (At 17.25,26).
2.
A variedade lingüística revela
unidade.Se todos proviemos de um mesmo tronco genético, por que falamos
tantas línguas diferentes? No princípio, toda a humanidade comunicava-se num
único idioma (Gn 11.1). Todavia, por haver se concentrado num só lugar para
formar um super-império em rebelião contra Deus, resolveu o Senhor confundir
ali, em Sinear, a língua de nossos ancestrais. Não obstante, os lingüistas
detectam, através de um exame nos idiomas atuais, os vestígios de uma língua
comum, ressaltando, uma vez mais, a verdade bíblica.
1.
A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM
De
acordo com as Sagradas Escrituras, o ser humano é desta forma composto:
espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23). Embora não seja fácil explicar a tricotomia
humana, ela, todavia, é uma realidade.
1.
Espírito.Por
intermédio do espírito, entramos em contato com Deus. Por isso, deve o nosso
espírito ser quebrantado (Sl 51.17), voluntário (Sl 51.12) e reto (Sl 51.10).
Testemunha o apóstolo Paulo que servia a Deus em seu espírito (Rm 1.9). Quando
de nossa morte, entregamos a Deus o espírito (Lc 23.46; At 7.59). O espírito
dos ímpios, Deus o lança no inferno (Lc 16.19-31; Sl 9.17; Mt 13.40-42;
25.41,46). Não podemos separar a alma do espírito, pois ambos formam uma
unidade indivisível.
2.
Alma.Através
da alma, é-nos possível, utilizando-nos de nossos sentidos, entrar em contato
com o mundo exterior. Não podemos esquecer-nos de que, na Bíblia, a palavra
alma aparece como sinônimo de espírito (Gn 2.19; Sl 42.2).
3.
Corpo.Nosso
corpo não é a realidade final de nosso ser. O seu movimento é proveniente do
sopro que do Criador recebemos (Gn 2.7). Através dele, cabe-nos glorificar a
Deus, pois não é instrumento de imundície, mas de santificação (1 Co 6.18-20).
1.
O FUTURO GLORIOSO DO HOMEM EM
CRISTO
Dotado
de livre-arbítrio, o homem pecou contra o seu Deus (Gn 3). A sua transgressão,
porém, não pegou a Deus de surpresa (Ap 13.8). Através de Cristo, provê-nos
eterna e suficiente redenção, dispensando-nos um tratamento tão especial.
Somos, portanto, conhecidos como:
1.
Filho de Deus.Aceitando
a Cristo, o homem não é apenas criatura de Deus, mas filho de Deus (Jo 1.14).
Nessa condição, temos livre acesso ao Pai Celeste a quem, amorosa e
intimamente, clamamos “Aba, Pai ”(Rm 8.15; Gl 4.6).
2.
Co-herdeiro de Cristo.Sendo o
homem filho de Deus, torna-se imediatamente co-herdeiro de Cristo (Gl 4.7; Rm
8.17), com livre acesso a todos os bens espirituais.
3.
Templo do Espírito Santo.Nosso
corpo é o templo e habitação do Espírito Santo (1 Co 6.19). Conforme já
frisamos, é um instrumento de santificação.
4.
A glorificação final.Como se
não bastara todas essas bênçãos, os que recebemos a Cristo aguardamos a
bem-aventurada esperança — a vinda de Cristo (Tt 2.13). Nossos corpos serão,
num abrir e fechar de olhos, gloriosamente transformados. Quanto à morte, não
mais terá poder sobre nós. Aleluia!
Embora
o pecado tenha-o destituído da glória divina, o homem não ficou abandonado à
própria sorte. O Pai Celeste providenciou-lhe eficaz redenção por intermédio de
Cristo Jesus. Hoje, somos chamados filhos de Deus, apesar de não ter se
manifestado ainda a plenitude de nosso ser (1 Jo 3.2). Mas quando Cristo voltar,
seremos tomados por Ele e, assim, estaremos para sempre em sua companhia.
“A
Imagem de Deus
1.
Tselem e demuth.O
trecho de Gênesis 1.26,27 fala sobre o homem (incluindo o macho e a fêmea) como
criado à imagem e semelhança de Deus. ‘Imagem’ (no hebraico, tselem) é palavra usada
para indicar estátuas e modelo de trabalho. No ser humano, implica num reflexo
de algo existente na natureza de Deus. ‘Semelhança’ (no hebraico, demuth) é palavra usada
para indicar padrões e formas, que se parecem um tanto com o que retratam.
Indica que existe em nós algo parecido com Deus.
2.
Natural e moral.A
imagem de Deus em nós consiste em uma imagem tanto natural quanto moral — e não
no sentido físico. Nossos corpos foram feitos de pó. Jesus não tinha a forma
externa de um homem, antes da encarnação (Fp 2.5-7).
3.
a) A imagem naturalinclui
elementos da personalidade ou do próprio ‘eu’, comuns a todas as pessoas, quer
humanas quer divinas. Intelecto, sensibilidade, vontade — estas são as
categorias que compõem a personalidade e formam uma clara linha de separação
entre os seres humanos e os animais irracionais.
4.
b) A imagem moralinclui
a vontade e a esfera da liberdade, onde podemos exercer nossos poderes de
autodeterminação. Ela torna possível nossa comunhão e comunicação com Deus”9MENZIES,
W. W., HORTON, S. M. Doutrinas
bíblicas: os fundamentos da nossa fé. 5.ed., RJ: CPAD,
2005, p.69-70.) notas FONTE CPAD
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