DOUTRINA PENTECOSTAL
Avivamento: Retorno de algo à sua verdadeira
natureza e propósito.
Da mesma forma que Deus avivou Daniel Berg e Gunnar Vingren a
trazerem ao Brasil o Movimento Pentecostal, Ele desperta-nos, agora, a levar a
flama do Pentecostes aos confins da terra, na direção, no poder e na unção do
Espírito Santo. Submetamo-nos, pois, à sua vontade e roguemos-lhe por um
avivamento que nos impulsione a expandir o seu Reino dentro e fora de nossas
fronteiras.
Jesus Cristo não mudou. Ele é o mesmo que, há cem anos, acendeu
a chama do Pentecostes em nosso país. Cabe-nos, agora, manter acesa e ardente
essa flama.
I. BUSCANDO O AVIVAMENTO
1. O Livro da Lei é encontrado. Ainda
bem jovem, o rei Josias foi despertado a restaurar a vida espiritual de Judá e
a reformar o Santo Templo. Durante a reparação da Casa de Deus, o sumo
sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei que se havia perdido (2 Cr
34.8-17). Pondo-se a ouvir a Lei de Deus, o monarca, num gesto de profunda dor
e contrição, rasgou as vestes, expondo toda a sua dor (2 Cr 34.19).
Conscientiza-se ele de que Israel havia transgredido os mandamentos divinos,
pecando contra o Senhor (2 Cr 34.20,21). E o castigo divino fez-se inevitável.
Constrangido, ajuntou o povo, a fim de que ouvisse a Palavra de
Deus e, arrependido, renovasse o seu conserto com o Eterno (2 Cr 34.29-33).
Aquele avivamento trouxe maravilhosos resultados ao Reino de Judá. Puseram-se
os judeus, temerosos, mas com o coração pleno de júbilo, a celebrar as festas
do Senhor (2 Cr 35.18).
Por conseguinte, nenhum avivamento é possível sem um retorno
incondicional à Palavra de Deus.
2. Quando a Palavra de Deus é ensinada. Os
judeus haviam apostatado de sua fé e se rebelado contra o Senhor (Ed 10.2,3).
Por causa disso, Deus os expulsara de sua boa e ampla terra, exilando-os em
Babilônia durante setenta anos. Terminado o período de disciplina, Jeová usa
diversos reis gentios para reconduzi-los à terra de seus ancestrais (Ed 1.1;
7.1-28). Deus, então, instrumentaliza o sacerdote e escriba Esdras para
constranger o povo a estabelecer um novo concerto com o Senhor, através do qual
seriam restaurados mediante um grande avivamento.
O avivamento no tempo de Esdras também teve início com a volta
incondicional de todos ao estudo e à obediência da Palavra de Deus (Ed 7.10).
Nessa tarefa, Esdras foi auxiliado pelo sábio administrador Neemias que, além
de restaurar os muros de Jerusalém que Nabucodonosor havia derribado,
proporcionou-lhe as condições necessárias para que ensinasse ao povo a Palavra
de Deus.
3. Os frutos do avivamento. Juntamente
com Esdras, Neemias iniciou um processo de reorganização nacional que
culminaria com a restauração moral e espiritual da nação judaica (Ne 8.12-18).
Os frutos do avivamento não tardaram a aparecer: estudo da Palavra de Deus,
oração, adoração (Ne 8.1-18), confissão de pecados (Ne 9.1-38) e o desejo de
cumprir e obedecer os estatutos do Senhor (Ne 10.29). Observe que tudo começou
com o estudo da Palavra de Deus. Você quer realmente um avivamento? Volte ao
ensino da Palavra e os tempos de refrigério não tardarão a chegar.
Deus usou alguns de seus servos para que o seu povo
experimentasse um autêntico avivamento.
II. O CLAMOR DO PROFETA HABACUQUE
1. Um homem preocupado com o estado espiritual de seu povo. Habacuque,
apesar de seus questionamentos, sempre demonstrou uma fé inabalável na
soberania divina (Hc 2.4; 3.17-19). Profeta de Deus, tinha ele consciência do
pecado de seu povo e do juízo que estava prestes a abater-se sobre a sua gente.
O que isto significava? Somente um avivamento poderia salvar a Casa de Judá de
uma tragédia nacional. Por isso, clama ao Senhor para que desperte a sua obra
enquanto ainda havia esperança (Hb 3.1,2).
Clamemos e intercedamos por nosso povo; roguemos por um
autêntico avivamento. Que o Senhor tenha misericórdia e torne a manifestar o
seu poder sobre nós, trazendo-nos o renovo espiritual.
2. A restauração virá. Mesmo em meio a
lutas e adversidades, Habacuque sabe que o Deus que livrara Israel no passado
(Êx 14.1-31) agirá mais uma vez, trazendo salvação no presente (Hb 3.18,19). Em
seu coração, havia a plena certeza de que um remanescente fiel não haveria de
perecer diante de Babilônia. Essa convicção trouxe-lhe alegria e ânimo:
“Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Hc
3.18).
3. Avivamento gera mudança de vida. Habacuque
estava ciente de que o povo pecara contra o Senhor. Havia injustiças, violência
e idolatria entre o povo de Deus (Hc 2.9-11,17-19). Por conseguinte, fazia-se
urgente uma mudança de vida entre os filhos de Israel. Então, o profeta clama
por um avivamento (Hc 3.2). Pois somente o Espírito Santo poderia quebrantar
aqueles corações e levá-los a arrepender-se de suas iniquidades. Era preciso
confissão e abandono dos pecados, para que viessem a se reconciliar com o
Senhor. À semelhança de Habacuque, clamemos a Deus para que a igreja destes
últimos dias empenhe-se por uma vida de justiça, pureza e santidade e, assim,
venha a desfrutar de um genuíno avivamento (1 Jo 1.9).
O profeta Habacuque, preocupado com a condição espiritual do seu
povo, clamou ao Senhor por um avivamento.
III. É TEMPO DE BUSCAR A FACE DE DEUS
1. Buscando e conhecendo a Deus. Muitos,
por estarem interessados apenas em milagres, curas e prosperidade material, já
não buscam a Deus pelo que Ele é. Na verdade, não querem conhecer a Deus, mas
somente barganhar com o Senhor. A Bíblia, contudo, através do profeta Oséias,
ensina-nos que devemos agir piedosamente: “Conheçamos e prossigamos em conhecer
o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como
chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3). Que possamos ter fome e sede de Deus.
Se nos achegarmos a Ele, certamente Ele a nós se achegará (Tg 4.8; Sl 24.3-6).
2. Consagrando-se e entregando-se a Deus. Vivemos
num mundo onde as riquezas são cultuadas como se fossem mais importantes do que
aquele que é o dono da prata e do ouro (Ag 2.8). Devemos entender, porém, que Deus
não está interessado em nossos bens, mas em que atendamos pronta e plenamente
as reivindicações de sua Palavra (Mq 6.6). Ele demanda que nos santifiquemos e
nos consagremos integralmente a Ele, porque dEle somos (Lv 20.26). Não nos
conformemos, pois, nem com a vida nem com o modo de pensar deste mundo (Rm
12.2). Dediquemo-nos à oração, entregando-nos como “sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus” (Rm 12.1), para continuarmos como sal da terra e luz neste
mundo que jaz do maligno.
3. Confessando e abandonando os pecados. Mostra-nos
a Bíblia que os avivamentos experimentados pelo povo de Deus foram marcados por
contrição, confissão e abandono de pecados, e principalmente pela volta à
Palavra de Deus (Ne 9; 2 Cr 34.19,30-33; Ed 8.21; Jl 2.13). Sem corações
contritos e quebrantados não há avivamento (Sl 51.17). Deus revela-se
compassivo e misericordioso com aqueles que o buscam e arrependem-se de seus
pecados e iniquidades.
Como Igreja de Cristo precisamos buscar mais a face de Deus para
que possamos cumprir a nossa missão.
A exemplo de Habacuque, clamemos por um avivamento. Que o nosso
clamor seja uníssono: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a
tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da
misericórdia” (Hc 3.2). Sim, aviva, ó Senhor, a tua obra. Amém.
COLEMAN, R. A
Chegada do Avivamento Mundial. 1.ed., RJ: CPAD, 1996.
HORTON, S. O Avivamento Pentecostal. 1.ed. RJ: CPAD, 1997.
ANDRADE, C. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2004.
HORTON, S. O Avivamento Pentecostal. 1.ed. RJ: CPAD, 1997.
ANDRADE, C. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2004.
“Deus estabelece condições
Alguns jogam sobre Deus toda a responsabilidade pela renovação
espiritual. Sendo humanos, não podemos fazer nada a respeito — simplesmente
precisamos esperar no Senhor. Essa ideia realça corretamente a absoluta
soberania de Deus. Mas se a soberania de Deus serve para justificar a
indiferença, então não está sendo bem compreendida. É certo que os avivamentos
são enviados por Deus. Sendo demonstrações da graça soberana, são inteiramente
sobrenaturais. Mas Deus não viola sua integridade quando os envia. Os
avivamentos precisam estar em harmonia com a Palavra de Deus.
Se as condições divinas são preenchidas, podemos confiar que o
avivamento virá. Como disse Charles Finney: ‘O avivamento é o uso correto dos
meios adequados. Os meios que Deus prescreveu [...] produzem avivamento. Caso
contrário, Deus não os teria prescrito’. Portanto, se precisamos ser renovados,
a nossa tarefa é sermos renovados. Se é nossa tarefa, é possível. Billy Graham
salienta o mesmo princípio quando afirma: ‘Creio que podemos ter um avivamento
sempre que preenchemos as condições de Deus. Creio que Deus é fiel à sua
Palavra e que Ele fará chover a justiça sobre nós, se preenchermos suas
condições’. Portanto, não é uma questão de Deus ter a capacidade ou o desejo de
enviar um avivamento. A questão é: Queremos que se cumpra a vontade de Deus? Se
ousarmos pensar sim, então nos comprometeremos a remover de nossa vida todos os
obstáculos que poderiam impedir o avivamento. [...] A vontade de Deus é clara.
O próximo passo cabe a nós” (COLEMAN, R. A Chegada do Avivamento Mundial. 1.ed.,
RJ: CPAD, 1996, pp.37-8).
Doutrina: Ensino, instrução dos princípios
bíblicos.
Como manter a pureza da doutrina pentecostal? O que fazer para
evitar que a Igreja seja vitimada pelos falsos mestres e doutores? Na lição de
hoje, veremos por que a Igreja, a guardiã da sã doutrina, deve manter-se sempre
alerta, a fim de não ser enganada por ensinos que, apesar de sua aparente
piedade, procuram destruir a pureza dos santos, arrastando-os à heresia e,
finalmente, à apostasia.
I. FALSOS DOUTORES E PROFETAS
1. Uma avalanche de heresias. Lamentavelmente,
na atualidade, algumas igrejas pentecostais têm sido invadidas por uma
avalanche de heresias e apostasias (1 Tm 4.1). Não podemos fechar os olhos aos
absurdos que, sorrateiramente, têm entrado nas igrejas e chegado aos púlpitos,
por intermédio de falsos mestres e pregadores que, literalmente, blasfemam o
caminho da verdade com inovações doutrinárias, em nome de uma espiritualidade
que não acha base na Bíblia (2 Tm 4.3). Dentre elas podemos mencionar o culto
aos anjos, o uso de amuletos que “estimulam a fé”, o triunfalismo, etc (Cl
2.18).
2. Falsos mestres e falsos profetas. Orientado
peio Espírito Santo, o apóstolo Pedro advertiu a igreja a respeito dos falsos
mestres e líderes, que disseminam o engano entre o povo de Deus; homens
presunçosos, que com os seus ensinos fraudulentos, acabam por corromper a sã
doutrina. Esses pseudopregadores e mestres levam muitas pessoas a seguir suas
dissoluções, “introduzindo encobertamente heresias de perdição” (2 Pe 2.1).
Estes, a fim de agradar as pessoas e delas tirar vantagem, adulteram a Palavra,
levando os crentes a pecar (2 Tm 4.3).
3. A falta do estudo bíblico no meio pentecostal. Se
quisermos preservar a sã doutrina, precisamos voltar a priorizar o estudo da
Palavra de Deus (2 Tm 3.15-17). Atualmente, muitos já não querem estudar, de
modo sistemático, a Bíblia. O Senhor sempre desejou que o seu povo fosse
instruído na Palavra (Js 1.8; Sl 1.2), pois ela é a luz que dissipa o engano e
as trevas (Sl 119.105). Você tem se dedicado ao estudo sistemático da Palavra
de Deus?
O ouvinte da pregação deve ser também um estudante da Bíblia,
averiguando na Palavra a veracidade daquilo que ouve (At 17.11). Siga o exemplo
do salmista: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!”
(119.97).
A Palavra de Deus nos torna sábios para a salvação (2 Tm 3.15),
santifica-nos (Jo 17.17), e leva-nos a conhecer mais profundamente ao Senhor
(Os 6.3).
Falsos mestres e profetas, com seus ensinos fraudulentos, vêm de
modo sorrateiro corrompendo a sã doutrina.
II. A SUTILEZA DE SATANÁS NO FIM DOS TEMPOS
1. Os ardis de Satanás. Satanás é astuto e
usa de sutilezas para enganar e macular a Igreja do Senhor. Os falsos mestres e
profetas utilizam vários disfarces para semear suas heresias (2 Ts 2.15).
Dissimuladamente, escondem suas reais intenções e apresentam-se como ovelhas;
interiormente, porém, são lobos predadores. O Senhor Jesus adverte-nos quanto a
estes: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos
como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). Oremos e
vigiemos (Mt 26.41a) para não virmos a cair nas muitas ciladas do Diabo.
2. Palavras persuasivas. Paulo adverte os
crentes de Colossos a que não sejam enganados pelos falsos mestres (Cl 2.4).
Eles empregavam palavras bonitas e raciocínio capcioso, a fim de enganar e
seduzir os salvos. Tomemos cuidado para não sermos presas desses mestres do
engano, dando ouvidos a espíritos enganadores (1 Tm 4.1).
3. “Ninguém vós faça presa sua”. Satanás
lança mão de todos os meios possíveis para induzir ao erro o povo de Deus. Como
igreja do Senhor, estejamos devidamente preparados, alicerçados na Palavra de
Deus, para detectar e combater suas muitas sutilezas. A Bíblia adverte-nos:
“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e
vãs sutilezas [...]” (Cl 2.8). Um dos maiores desafios da igreja nestes últimos
dias é lutar contra os ardis e enganos do Inimigo.
Como igreja do Senhor devemos estar preparados, alicerçados na
Palavra, para detectar e combater as sutilezas de Satanás.
III. A IGREJA É A GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA
1. A sã doutrina. A igreja deve preservar a
sã doutrina, mas só conseguirá tal intento mediante o estudo sistemático e
ortodoxo da Palavra de Deus (Tt 2.1). Ainda que alguns na atualidade não dêem a
devida importância à doutrina bíblica, sabemos da sua necessidade face aos
perigos espirituais que rondam a Igreja do Senhor nesta era pós-moderna.
O Senhor adverte-nos, em sua Palavra, de que nos últimos tempos
haveria grande rebeldia e apostasia: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos
últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores
e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1).
Se a igreja não estiver atenta à voz do Espírito Santo e
comprometida com o ensino bíblico ortodoxo, muitos crentes deixarão de amar a
verdade, desviando-se da fé genuína em Cristo. Segundo a Palavra de Deus,
nestes dias que antecedem a manifestação do Anticristo, haverá um tempo de
grande apostasia (2 Ts 2.3,4). Redobremos a vigilância!
2. Examinemos tudo. Paulo exortou a igreja de
Tessalônica: “Examinai tudo. Retende o bem” (1 Ts 5.21). Toda e qualquer
manifestação espiritual precisa ser examinada e avaliada segundo a Palavra de
Deus. Vivemos tempos difíceis, de muita heresia e engano. Como discernir o
verdadeiro do falso? Podemos identificar a fonte da mensagem, dos milagres,
visões ou revelações, de duas maneiras: mediante o conteúdo doutrinário (Hb
5.14), ou mediante a revelação do Espírito Santo — o dom de discernimento (At
5.1-5). O crente não pode deixar-se levar pelos sinais e manifestações
sobrenaturais, sem antes ter a certeza de que a sua origem é divina (1 Jo
4.1-3).
3. Sólido mantimento. O crente deve
desejar o crescimento espiritual e o alimento sólido (Hb 5.14), a fim de
discernir bem todas as coisas (1 Co 2.15). Você está crescendo em sua vida
espiritual? São cem anos de Assembleia de Deus no Brasil; somos uma igreja
adulta, onde já não há espaço para meninices. O crente espiritual tem “fome” da
Palavra de Deus e deseja buscar o leite puro, sem falsificações: “Desejai
afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não
falsificado, para que, por ele, vades crescendo” (1 Pe 2.2). Muitos estão
sofrendo física e espiritualmente por não estar se alimentando
corretamente.
A Igreja de Cristo é responsável peia preservação da sã
doutrina.
A igreja deve estar alicerçada nas Escrituras Sagradas para
combater, com vigor e eficácia, as forças do mal, que se levantam contra o
Evangelho de Cristo. Toda e qualquer atividade espiritual deve ser examinada à
luz da Palavra de Deus. A igreja deve primar pela ortodoxia bíblica, não
permitindo que os modismos, baseados em experiências pessoais, sejam colocados
acima dos princípios das Sagradas Escrituras.
HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 1996.
ANDRADE, C. As Verdades Centrais da Fé Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
ANDRADE, C. As Verdades Centrais da Fé Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
“Apostatando da Fé.
‘Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de
demônios’ (1 Tm 4.1). Paulo escreveu ao jovem Timóteo, há quase dois mil anos,
alertando quanto aos perigos da apostasia.
Apostasia — gr. apostasia —
quer dizer ‘desvio’, ‘afastamento’, ‘abandono’; no texto bíblico, sempre
significa abandono ou desvio da fé em Jesus. Segundo a Bíblia de Estudo
Pentecostal, a apostasia na igreja será de dois tipos — ‘apostasia teológica’ e
‘apostasia moral’. Na primeira, observamos os desvios doutrinários. Na segunda,
são manifestos comportamentos contrários à santidade requerida por Deus em sua
Palavra (cf. Hb 12.14; 1 Pe 1.15,16). Muitas igrejas permitirão quase tudo,
para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestigio (cf. 1 Tm 4.1).
‘O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (Fp
1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.1 3), de sacrificar-se pelo reino de Deus
e de renunciar a si mesmo será algo raro’ (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3). É uma
característica dos tempos pós-modernos em termos religiosos. Há muitas igrejas
e seitas no mundo.
Entretanto, em relação à Igreja de Jesus, há muitos desvios nos
últimos tempos. Certamente, em toda a história da Igreja, nunca houve tanta
apostasia quanto no século passado e no início do presente século 21”
(RENOVATO, E. Perigos
da Pós modernidade. 1.ed., RJ: CPAD, 2007, pp.16-7).
Autêntico: Verdadeiro, legítimo.
No Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, não podemos
calar a pergunta: Temos realmente todas as características de uma igreja
autenticamente pentecostal? Para responder a esta questão, temos de voltar aos
Atos dos Apóstolos e ver como vivia e agia a Igreja Primitiva. Basta ler os
primeiros capítulos do relato lucano, para se concluir: a igreja que se acha
sob a flama do pentecostes evangeliza, faz missões, discipula, ensina
sistematicamente a Bíblia, socorre aos necessitados e aguarda, amorosamente, a
volta de Nosso Senhor.
Sim, a igreja que se acha sob a flama do pentecostes age no
poder do Espírito Santo.
Neste domingo, veremos as principais características de uma
igreja legitimamente pentecostal. Desde já, oramos para que o Senhor Jesus
continue a reavivar-nos, a fim de que o seu Espírito aja em nós e através de nós.
I. EVANGELIZAÇÃO, MISSÃO DA IGREJA PENTECOSTAL
1. O imperativo da evangelização. O Senhor Jesus, antes de sua
ascensão aos céus, instruiu os discípulos a respeito das quatro principais
ações da Igreja: pregar, fazer discípulos, batizar e ensinar (Mt 28.19,20).
Sim, exatamente nesta ordem.
A igreja autenticamente pentecostal sai das “quatro paredes”,
para comunicar a mensagem do Evangelho. Ela sabe que o revestimento de poder
foi-lhe concedido pelo Senhor, para que testemunhe ousadamente da salvação em Cristo
(At 1.8). Consequentemente, todo cristão batizado com o Espírito Santo é
impulsionado a pregar a Cristo e a fazer discípulos. E estes, por sua vez, são
constrangidos a fazer outros discípulos, dando sequência a um processo continuo
de geração de outras testemunhas (2 Tm 2.2).
2. A evangelização como fator de crescimento. A Assembleia de
Deus sempre primou pela evangelização e pela obra missionária. Seus fundadores
eram autênticos evangelistas. Daniel Berg e Gunnar Vingren, apesar dos parcos
recursos de que dispunham, viajavam em meio à floresta amazônica, pregando o
Evangelho. Devemos seguir-lhes o exemplo, pois ainda há muita terra a ser
conquistada dentro e fora do Brasil. Além do mais, temos o exemplo do Filho de
Deus que veio ao mundo para salvar o pecador (Mt 20.28; Lc 19.10).
Evangelize, faça discípulos e ensine na direção e na unção do
Espírito Santo (At 16.4,5). E a sua igreja crescerá tanto em quantidade quanto
em qualidade.
3. O discipulado. A igreja tem como tarefa não somente a
evangelização, mas também o discipulado (Mt 28.20). Este é um dos mais
importantes trabalhos da igreja, pois leva os novos convertidos (homens,
mulheres, jovens e crianças) a se tornarem autênticos seguidores de Nosso
Senhor Jesus Cristo (Ef 4.13). A Igreja Primitiva levou a sério essa tarefa (At
15.36).
Pedro, por exemplo, evangelizou e discipulou a casa de Cornélio
(At 10.1-48). E o seu trabalho foi coroado com o derramamento do Espírito Santo
sobre os novos convertidos (At 10.44,46).
A igreja pentecostal autêntica não descuida da
evangelização.
II. A MISSÃO EDUCADORA DA IGREJA PENTECOSTAL
1. Jesus e o ensino da Palavra. Grande parte do ministério de
Nosso Senhor Jesus Cristo foi dedicada ao ensino (Mc 2.1,2; Jo 1.3-21). Mestre
por excelência, ensinava com autoridade deixando a todos atônitos com a
singular autoridade de sua doutrina (Mt 7.29). Após sua ascensão, os discípulos
deram continuidade ao seu ministério, pois Ele deixara-lhes bem explícito que o
ensino bíblico tem de acompanhar necessariamente a pregação do Evangelho (Mt
28.19,20). O Espírito Santo concede o dom de ensinar à sua igreja, objetivando
a edificação dos santos (Ef 4.12). Uma igreja pentecostal autêntica ama e dá
toda a prioridade ao ensino da Palavra de Deus.
2. O exemplo da igreja em Antioquia. Em Antioquia, havia
profetas e doutores, pois esta igreja era indubitavelmente pentecostal (At
13.1). E o ensinar, nesse caso, não é uma mera capacidade humana, nem uma
conquista acadêmica, mas um dom ministerial concedido pelo Espírito Santo (1 Co
12.28; Rm 12.7; Ef 4.11,12). Nas Escrituras Sagradas, o ensino sempre recebeu
especial destaque.
Muita meninice que vemos por aí deve-se à falta do ensino
bíblico. Nesses tempos difíceis e trabalhosos, faz-se imperioso que os crentes
sejam incentivados a estudar a Bíblia Sagrada. E que a igreja invista na
qualificação e aperfeiçoamento de seus professores (1 Tm 4.13). Uma igreja
pentecostal destaca-se pelo ensino bíblico ortodoxo, pois somente assim
conservaremos acesa a chama do Espírito Santo (1 Ts 5.19).
3. A ortodoxia do ensino bíblico. O ensino das Escrituras deve
ser, acima de tudo, ortodoxo. A palavra ortodoxia significa “absoluta
conformidade com um princípio ou doutrina bíblica”. Todo ensino
bíblico-doutrinário tem de estar de acordo com a mensagem divina revelada na
Bíblia Sagrada.
Por conseguinte, uma igreja autenticamente pentecostal acha-se
edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo
é a principal pedra de esquina; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce
para templo santo no Senhor” (Ef 2.20,21). Mantenhamo-nos, pois, fiéis à sã
doutrina.
A igreja pentecostal genuína prioriza o ensino da Palavra de
Deus.
III. A IGREJA PENTECOSTAL NÃO DEVE DESCUIDAR DO SERVIÇO SOCIAL E
DA COMUNHÃO
1. O serviço social. Tanto a evangelização quanto a assistência
social fazem parte da missão integral da Igreja de Cristo. Tomemos o exemplo do
próprio Senhor. Ele e seus discípulos iam de cidade em cidade anunciando o
Evangelho, mas não descuravam dos que tinham fome (Lc 8.1; Lc 9.37).
A Igreja Primitiva, instruída pelo Espírito Santo, entendeu que
a sua missão também compreendia assistir aos necessitados (At 4.34,35). Com a
mensagem evangelizadora, ofertamos aos pecadores o pão que desce do céu; por
intermédio do serviço social, oferecemos aos necessitados o pão que brota da
terra (Tg 2.14-17).
2. Atender aos necessitados. Como a igreja pode afirmar ser
cheia do Espírito Santo se não atende aos necessitados? Socorrê-los é antes de
tudo um preceito bíblico (Dt 15.11; Sl 41.1; Tg 2.14-16). Jesus jamais se
esqueceu dos pobres e a igreja também não haverá de olvidá-los. Assim
procederam os cristãos primitivos (Cl 2.10).
3. Comunhão. A comunhão cristã é o vínculo de unidade fraternal
que, sustentada pelo Espírito Santo, constrange os crentes a se sentirem um só
corpo em Jesus Cristo. Esta era uma das marcas da Igreja Primitiva (At 2.42). A
igreja que prima pela comunhão demonstra, na prática, a plenitude do Espírito
Santo; cada um de seus membros vive harmoniosamente como irmãos em Cristo (Sl
133.1). Quanto às inimizades, iras, pelejas e dissensões, tais coisas são
próprias dos que alimentam as obras da carne (1 Co 3.1-3; Gl 5.20).
A igreja pentecostal não deve descuidar do serviço social e da
comunhão.
Uma igreja autenticamente pentecostal evangeliza, ensina, ajuda
os necessitados e mantém os seus membros em plena comunhão conforme recomenda a
Palavra de Deus. Pentecostalismo não é só falar em línguas estranhas; vai muito
além. Segundo o teólogo Anthony D. Palma, “o batismo com o Espírito Santo tem
que ser mais do que uma doutrina; tem de ser uma experiência vital e produtiva
na vida dos crentes e seu testemunho no mundo”.
LEBAR, L. E. Educação que é Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de seu
cativeiro cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
PETERS, G. W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed., RJ: CPAD,
2000.
STOTT, J. R. W. Cristianismo Equilibrado. RJ: CPAD.
Seguindo o Mestre em Ensinar
“Jesus era o Mestre de quinta-essência. Ele fornece o padrão de
ensino, o exemplo de perfeição da Pedagogia. Ele era a autoridade e o protótipo
máximos do ensino, ainda que nunca tivesse discutido o assunto. Suas ações
modelaram a disciplina.
Embora se tenha escrito mais sobre Jesus como pessoa do que
qualquer outra figura da História, Seu papel como Mestre tem sido um tanto
quanto minimizado, talvez por causa da reação negativa à imagem de mestre que
caracterizou o liberalismo do século XIX. Herman Harrell Horne nomeia essa
negligência de ‘uma mina inexplorada’.
No Novo Testamento, mais de quarenta epítetos descrevem a pessoa
e obra de Jesus Cristo. Por exemplo, Ele é Senhor, Messias, Salvador, Filho de
Deus, Filho do homem, etc. Às vezes, é frequente enfatizar-se um mais que o
outro.
Nos evangelhos, o termo Mestre é uma das designações mais usadas
para identificar Jesus; ocorre quarenta e cinco vezes. Em quatorze ocasiões Ele
é chamado de Rabi. Assim, é óbvio que uma das proeminentes funções de nosso
Senhor durante Seu ministério público foi a de ensinar” (GANGEL, K. O.;
HENDRICKS, H. G. Manual de Ensino Para o Educador Cristão: Compreendendo a
natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 1.ed., RJ: CPAD,
1999, p.11).
“A compreensão integral do propósito de Deus
Como começar a construir uma cosmovisão cristã? A passagem
fundamental é a narrativa da criação em Gênesis, porque é o ponto que devemos
examinar a fim de aprender qual era o propósito original de Deus ao criar a
raça humana. Com a entrada do pecado, os seres humanos saíram do trajeto,
afastaram-se do caminho, perderam-se. Porém, quando aceitamos a salvação em
Cristo, somos recolocados no caminho certo e restaurados ao nosso propósito
original. A redenção não é somente ser salvo do pecado, mas também ser salvo
para algo — retomar a tarefa para a qual fomos originalmente criados (grifo
nosso).
E qual era a tarefa? Em Gênesis, Deus dá o que chamaríamos de a
primeira descrição de cargo: ‘Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra,
e sujeitai-a...’ (Gn 1.28) A primeira frase — ‘Frutificai, e multiplicai-vos’ —
significa desenvolver o mundo social: formar famílias, igrejas, escolas,
cidades, governos, leis. A segunda frase — ‘enchei a terra, e sujeitai-a’ —
significa subordinar o mundo natural: fazer colheitas, construir pontes,
projetar computadores, compor músicas. Esta passagem é chamada de o mandato
cultural, porque nos fala que nosso propósito original era criar culturas,
construir civilizações — nada mais.
Isto significa que nossa vocação ou trabalho profissional não é
uma atividade de segunda classe, algo que fazemos para pôr comida na mesa. É a
grande obra para a qual fomos criados. O modo como servimos ao Deus Criador
pode ser demonstrado ao utilizarmos, com criatividade, os talentos e dons que
Ele nos deu. Poderíamos dizer que somos chamados a continuar a obra criativa de
Deus. Claro que não criamos do nada, ex nihilo, como Deus fez; nosso trabalho é
desenvolver a capacidade e potencial que Ele construiu na criação, usando
madeira para edificar casas, algodão para fazer roupas ou silício para fazer
chips de computador. Embora as modernas instituições sociais e econômicas não
se refiram explicitamente ao jardim do Éden, sua justificativa bíblica está
fundamentada no mandato cultural” (PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o
cristianismo de seu cativeiro cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.51,52).
Movimento Pentecostal: “Surgiu no finai do século 19.
Enfatiza a atualidade da doutrina do batismo no Espírito Santo e dos dons
espirituais”.
Por ocasião do Centenário das Assembleias de Deus no Brasil é
fundamental que a imensa multidão de seus membros e congregados estude como
Deus chamou os seus pioneiros, começou a derramar do seu Espírito Santo sobre
todos os que crêem e fez prosperar essa obra em todos os rincões de nossa
querida pátria.
I. O CHAMADO MISSIONÁRIO DOS PIONEIROS
1. A experiência pentecostal de Daniel Berg. Em
25 de março de 1902, o jovem sueco Daniel Berg, com 18 anos e crente batista,
desembarcou em Boston, nos Estados Unidos. Depois de sete anos, retornou a
Suécia e conheceu a nova doutrina do batismo com o Espírito Santo por meio do
pastor Lewi Pethrus que fora seu amigo de infância.
Quando retornou aos Estados Unidos, em Chicago, ele recebeu a
promessa pentecostal em 15 de setembro de 1909.
2. A experiência pentecostal de Gunnar Vingren. Em
19 de novembro de 1903, o jovem sueco Gunnar Vingren chegou a Kansas City
(EUA). Era crente batista e trabalhara como evangelista na Suécia. Recebeu o
batismo com o Espírito Santo em novembro de 1909 numa conferência em Chicago.
3. O encontro em Chicago e a visão do Pará. Gunnar
Vingren e Daniel Berg se conheceram em 1909, na cidade de Chicago. Os dois
descobriram que tinham uma chamada missionária.
Adolf Uldin, membro da Igreja Batista sueca em South Bend, que Vingren
pastoreava, profetizou que eles iriam para um lugar chamado “Pará”. Vingren
descobriu num mapa na biblioteca de sua cidade que Pará era um Estado do Norte
do Brasil.
Deus, então, revelou-lhes, quando estavam orando, em outra
ocasião, que deveriam sair de Nova Iorque com destino ao Pará no dia 5 de
novembro de 1910.
Depois de serem batizados com o Espírito Santo, os jovens Daniel
Berg e Gunnar Vingren receberam de Deus o chamado para virem ao Brasil.
II. A FUNDAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL
1. A viagem a bordo do navio Clement. Decididos
a atender ao chamado divino para a obra missionária no Brasil, Vingren deixou
em 12 de outubro de 1910, o pastorado da igreja em South Bend e Daniel Berg
saiu do seu emprego numa quitanda em Chicago.
Após terem experiências marcantes em relação ao dinheiro de que
precisariam para viajar, embarcaram em Nova Iorque na terceira classe do navio
Clement rumo ao Brasil. Na viagem de quatorze dias, tiveram de experimentar uma
comida nada agradável. Mas, eles ficaram ali, deitados na terceira classe,
orando durante todo o tempo. Certo dia, Daniel profetizou que o Senhor estava
com eles, e verdadeiramente sentiram isso em seus corações.
Durante o período em que estavam no navio, oraram por um
companheiro de viagem e evangelizaram um outro que veio a aceitar a Cristo como
Salvador.
2. A chegada ao Pará e a doutrina pentecostal. Chegaram
a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910. Em Belém, moraram no porão da Igreja
Batista. Nos cultos e reuniões de oração da igreja, Vingren e Berg, quando
começaram a falar o idioma português, pregavam a respeito do batismo com o
Espírito Santo. O objetivo deles era pregar o evangelho de poder aos seus
ouvintes.
Celina Martins Albuquerque, membro da Igreja Batista, creu na
mensagem pentecostal pregada pelos jovens missionários e recebeu o batismo com
o Espírito Santo quando orava de madrugada em sua casa, no dia 2 de junho de
1911, juntamente com outra irmã da sua igreja, Maria de Nazaré.
3. Nasce a Assembleia de Deus. O
batismo com o Espírito Santo da irmã Celina Albuquerque, e também, da irmã
Maria de Nazaré, que ocorreu na noite do dia 2 de junho, fez surgir uma
discussão na Igreja Batista de Belém, que culminou na expulsão de 13 membros,
no dia 13 de junho de 1911. No dia 18 do mesmo mês e ano, domingo, com 18
pessoas presentes mais Vingren e Berg, nasceu, na casa de Celina Albuquerque, a
Missão de Fé Apostólica, que, em 11 de janeiro de 1918, foi registrada
oficialmente como Sociedade Evangélica Assembleia de Deus.
No Brasil, os jovens missionários pregavam fervorosamente a
respeito do batismo com o Espírito Santo.
III. DO NORTE PARA TODO O BRASIL
1. O trabalho evangelístico e a expansão nacional. Daniel
Berg e Gunnar Vingren, juntamente com os primeiros membros da igreja, começaram
a realizar cultos em outros locais em Belém e a evangelizar em lugares
distantes dessa cidade, principalmente nas ilhas paraenses.
Logo, novos companheiros missionários foram chegando. Os
primeiros foram Otto e Adina Nelson (1914), Samuel e Lina Nyström (1916), Frida
Vingren (1917) e Joel e Signe Carlson (1918). Também, a igreja começou a
ordenar seus primeiros pastores: Isidoro Filho (1912); Absalão Piano (1913);
Crispiniano de Melo; Pedro Trajano; Adriano Nobre; Clímaco Bueno Aza (1918);
José Paulino Estumano de Morais (1919); Bruno Skolimowski (1921).
Membros das igrejas, missionários estrangeiros e pregadores
nacionais, impelidos pelo ardor evangelístico pentecostal, começaram a visitar
outros Estados, principalmente onde tinham parentes. Dessa maneira, apesar das
muitas lutas e perseguições, aconteceram os primeiros passos para a fundação de
igrejas em todas as regiões do país: Ceará (1914); Alagoas (1914); Paraíba
(1914); Roraima (1915); Pernambuco (1916); Rio Grande do Norte (1911, 1918);
Maranhão (1921); Espírito Santo (1922); Rondônia (1922); São Paulo (1923); Rio
de Janeiro (1924); Rio Grande do Sul (1924); Bahia (1926); Piauí (1927); Minas
Gerais (1927); Sergipe (1927); Paraná (1928); Santa Catarina (1920, 1931); Acre
(1932); Goiás (1936); Mato Grosso (1936); Mato Grosso do Sul (1944) e Distrito
Federal (1956).
2. Os missionários e o desenvolvimento doutrinário nas ADs. Atuaram
entre as Assembleias de Deus, missionários escandinavos (suecos, noruegueses e
finlandeses) e norte-americanos. Nas primeiras cinco décadas das Assembleias de
Deus, os missionários escandinavos tomaram iniciativas que contribuíram para o
desenvolvimento doutrinário da igreja. Eles fundaram jornais (Boa Semente, O Som Alegre, Mensageiro da Paz),
criaram as Lições Bíblicas para a Escola Dominical, editaram os primeiros
hinários (Cantor Pentecostal e Harpa Cristã), publicaram livros e folhetos
evangelísticos, promoveram as primeiras Escolas Bíblicas que duravam um mês, e
fundaram a Casa
Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) em 1940.
Em 1936, os primeiros missionários das Assembleias de Deus
norte-americanas chegaram oficialmente ao Brasil. Eles passaram a atuar
juntamente com a liderança sueca, principalmente no ensino bíblico e,
investiram na publicação de livros teológicos, no ensino teológico formal e no
estabelecimento gráfico da CPAD.
Dentre os missionários pioneiros nessas áreas do desenvolvimento
bíblico-doutrinário, estão: Gunnar Vingren, Frida Vingren, Samuel Nyström, Nils
Kastberg, Otto Nelson, Nels Nelson, Joel Carlson, Eurico Bergstén, Orlando
Boyer, N. Lawrence Olson, John Peter Kolenda, João Kolenda e Ruth Dóris Lemos,
Thomas Reginald Hoover e Bernhard Johnson Jr.
3. A Assembleia de Deus nos dias atuais. A
igreja chegou ao seu primeiro centenário apresentando um crescimento
vertiginoso e acelerado, consolidando-se como a maior expressão do
pentecostalismo brasileiro. Numa estimativa feita em 2005, com bases em números
do Censo Brasileiro, divulgada no jornal Mensageiro da Paz, as Assembleias de Deus
teriam chegado a 20 milhões de fiéis espalhados por todo o país em 2010, e
representariam 40% dos evangélicos brasileiros ao completar 100 anos de
fundação. São mais de trinta mil pastores, mais de seis mil igrejas-sede, mais
de dois mil missionários, milhares de obreiros e mais de 100 mil locais de
cultos nos mais de cinco mil municípios brasileiros.
A chama pentecostal se propagou por todo solo brasileiro. A
Assembleia de Deus cresceu e se organizou doutrinariamente. Hoje é a maior
denominação pentecostal brasileira.
Somos a continuidade do trabalho iniciado pelos pioneiros
Gunnar Vingren e Daniel Berg. O Centenário não deve ser apenas um fato para
comemorarmos, mas para despertar-nos a continuar pregando a mensagem que deu
início à nossa caminhada em território nacional: Jesus salva, cura, batiza com
o Espírito Santo e em breve voltará!
VINGREN, I. O
Diário do Pioneiro. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
ARAUJO, I. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
ARAUJO, I. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
Daniel Berg e o seu trabalho no Brasil
“No Pará, Daniel, com 26 anos de idade, que logo se empregou
como caldereiro e fundidor na Companhia Porto do Pará, recebendo salário mensal
de 12 mil réis, passou a custear as aulas de português ministradas a Vingren
por um professor particular. No fim do dia, Vingren ensinava o que aprendera a
Daniel. Justamente por isso, Berg nunca aprendeu bem a língua portuguesa. O
dinheiro que sobrava era usado para comprar Bíblias nos Estados Unidos.
Tão logo começou a se fazer entender na língua portuguesa,
passou a evangelizar nas cidades e vilas ao longo da Estrada de Ferro
Belém-Bragança, enquanto Vingren cuidava do trabalho recém-nascido na capital.
Como o evangelho era praticamente desconhecido no interior do Pará, Berg se
tornou o pioneiro da evangelização na região. É que as igrejas evangélicas
existentes na época não tinham recursos suficientes para promover a
evangelização no interior.
Após a evangelização em Bragança, tornou-se também o pioneiro na
evangelização na Ilha de Marajó, onde peregrinou por muitos anos, a bordo de
pequenas e grandes canoas. Berg ia de ilha em ilha, levando a mensagem bíblica
aos pequenos grupos evangélicos que ia se formando por onde passava. Daniel
Berg sempre foi muito humilde e simples. Em suas pregações e diálogos, sempre
demonstrou essas virtudes. Ninguém o via irritado ou desanimado” (ARAUJO,
I. Dicionário do
Movimento Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2007,
p.123).
“Escolhido por Deus
Nasci em Östra Husby, Östergötland, Suécia, em 8 de agosto de
1879. Meu pai era jardineiro. Por serem crentes, meus pais procuraram desde a
minha infância ensinar-me os caminhos e preceitos do Senhor. Quando eu ainda
era bem pequeno, ia à Escola Dominical, da qual, meu pai era dirigente. Aos 11
anos de idade concluí o curso primário e comecei a ajudar meu pai no ofício de
jardineiro. Continuei nessa atividade até os 19 anos.
Eu era um menino de apenas 9 anos de idade quando senti a
chamada de Deus na minha vida. Senti-me atraído por Deus de uma forma especial,
e costumava orar muito. Às vezes reunia outras crianças comigo e orava com
elas. Porém, com 12 anos de idade desviei-me do Senhor e tornei-me um filho
pródigo. Caí profundamente no pecado até os 17 anos, quando o Senhor outra vez
me chamou. Isso aconteceu em 1896. Eu resolvera ir ao culto de vigília de
ano-novo e entregar-me outra vez ao Senhor. Fui com meu pai para esse culto, e
fiz o que havia resolvido. Aleluia!
Aos 18 anos fui batizado nas águas. Isto aconteceu numa igreja
Batista em Wraka, Smaland, Suécia, no mês de março ou abril de 1897. Neste
mesmo ano tornei-me sucessor de meu pai no trabalho da Escola Dominical. Isto
aumentou muito a minha necessidade de Deus e de sua graça. Ainda neste ano, em
14 de julho, li numa revista um artigo sobre as grandes necessidades e
sofrimentos de tribos nativas no exterior, o que me fez derramar muitas
lágrimas. Subi para o meu quarto e ali prometi a Deus pertence-lhe e pôr-me à
sua disposição para honra e glória do seu nome. Orei também insistentemente
para que Ele me ajudasse a cumprir essa promessa.
No mês de outubro realizamos uma festa para levantar dinheiro a
fim de ajudar um irmão que ia sair para o campo missionário como evangelista.
Tudo o que eu tinha nessa oportunidade eram 6 coroas, e eu as entreguei como
oferta. Quando voltei para casa depois da festa, senti uma alegria imensa, e
ouvi uma voz que me dizia: ‘Tu também irás ao campo de evangelização da mesma
forma que Emílio!’.
Fiquei um ano mais no meu trabalho, mas sempre participando dos
cultos, testificando e tratando de ganhar almas para Jesus. Continuei à frente
da Escola Dominical até o fim de outubro de 1898. Depois de muitas orações dos
irmãos, fui para uma escola bíblica em Götabro, Närke. Os dirigentes daquela
escola eram os pastores Emílio Gustavsson e C. J. A. Kihlstedt” (VINGREN, I. O Diário do Pioneiro. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2010, pp.19,20).
Pureza: Estado ou qualidade de puro.
O Movimento Pentecostal, embora comprovadamente bíblico e
ortodoxamente teológico, vem sofrendo, desde o seu nascedouro, injustificados
ataques. Isto se deve a dois principais fatores: 1) falta de conhecimento
bíblico-teológico acerca da doutrina do Espírito Santo e 2) ignorância sobre a
origem do maior avivamento já registrado pela história.
Nesta lição, teremos oportunidade de conhecer um pouco mais
sobre a origem e a atualidade do Pentecostalismo. Viremos a constatar que o
Movimento Pentecostal, apesar de seus cem anos de história, é uma realidade que
vem sendo experimentada pela Igreja de Cristo há quase vinte séculos.
Infelizmente, muitos são os movimentos que, cognominados de pentecostais, vêm
semeando confusão acerca do verdadeiro movimento do Espírito Santo.
I. A ORIGEM DO PENTECOSTES CRISTÃO
1. O ponto de partida. No Dia de
Pentecostes, em Jerusalém, cumpriu-se a promessa que o Senhor Jesus fizera aos
seus discípulos: a vinda do Consolador (Jo 14.16; At 2.1-4). Inaugurou-se,
assim, um novo tempo para o povo de Deus que passou a usufruir de um abundante
derramamento do Espírito Santo, conforme havia profetizado Joel (Jl 2.28-31).
Sim, o que Jesus prometera tornou-se realidade (Lc 24.49). Mas qual a origem do
Pentecostes? E por que as igrejas que crêem na atualidade do batismo com o
Espírito Santo e dos dons espirituais são denominadas pentecostais?
2. Como surgiu o termo pentecostalismo. A
expressão “pentecostalismo” procede do vocábulo grego pentekosté que
significa quinquagésimo. O Pentecostes era a segunda das três principais festas
judaicas (Lv 23) e recebe esse nome por ser comemorado cinquenta dias após a
Páscoa (Lv 23.16). Era também conhecido como a Festa das Semanas, Festa das
Primícias e Festa da Colheita (Êx 34.22). Foi durante o Pentecostes que os
quase 120 que oravam no cenáculo receberam o batismo com o Espírito Santo (At
1.3; 2.1-13).
3. Do Pentecostes judaico ao cristão. Devido
à destruição do Santo Templo em 70 d.C, os judeus ficaram impossibilitados de
praticar muitos de seus rituais e liturgias. Mas para os cristãos, o
Pentecostes, em virtude do derramamento do Espírito Santo, adquiriu um novo
sentido. Tornou-se sinônimo do ministério, operações, atos poderosos e
manifestações sobrenaturais do Espírito Santo na Igreja e através da Igreja (At
19.1-20).
O verdadeiro Movimento Pentecostal teve sua origem no Dia de
Pentecostes.
II. A TRAJETÓRIA DO PENTECOSTALISMO
1. A promessa da efusão do Espírito. Deus
revelou ao profeta Joel que, nos últimos dias, haveria uma efusão do Espírito
Santo sobre os fiéis (Jl 2.28-32). Por conseguinte, a promessa do derramamento
do Espírito Santo não se destinava apenas aos crentes que se achavam reunidos
no cenáculo, mas diz respeito a todos os servos de Deus em todos os lugares e
épocas (At 2.1-13, 39). O Movimento Pentecostal implica numa ação contínua e
renovadora do Espírito Santo na vida da Igreja, fazendo com que esta cumpra
cabalmente as demandas da Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).
2. O Movimento Pentecostal tem o testemunho dos séculos. O
escritor e jornalista Emílio Conde evidencia em O Testemunho dos Séculos,
através de inúmeras provas, que o Pentecostalismo é um movimento legitimamente
bíblico e que, historicamente, não se restringiu à Igreja Primitiva. Não é,
portanto, um modismo sueco ou norte-americano. Em seu Dicionário do Movimento Pentecostal,
afirma o historiador Isael de Araujo que o “pentecostalismo, em suas diferentes
formas, tem existido por toda a história cristã, tanto do Ocidente como no
Oriente, desde o Dia de Pentecostes, em Jerusalém”. No verbete “cronologia do
pentecostalismo mundial”, o autor mostra um panorama das manifestações
históricas do pentecostalismo do primeiro até ao século vinte.
3. O genuíno Pentecostalismo. Como
distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo? O genuíno pentecostalismo não
admite qualquer outra revelação além das Escrituras Sagradas, pois prima pela
ortodoxia bíblica e pela sã doutrina (Cl 1.6-9). Logo, nossa única regra de fé
e conduta é a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante, absoluta e completa
Palavra de Deus.
Podemos afirmar que Pentecostalismo é um movimento legitimamente
bíblico e que, historicamente, não se restringiu à Igreja Primitiva.
III. O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO
1. Características das igrejas pentecostais. São
igrejas legitimamente pentecostais as que, em primeiro lugar: a) Aceitam a
soberania da Bíblia Sagrada, como a inspirada e inerrante Palavra de Deus,
elegendo-a como infalível regra de avaliação de toda e qualquer manifestação
espiritual (2 Tm 3.16); b) Mantém a pureza da sã doutrina, conforme a
encontramos na Bíblia Sagrada (At 2.42; 1 Tm 4.16); c) Acreditam na atualidade
do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais (At 2.39); d) Cumprem
integralmente as demandas da Grande Comissão que nos deixou o Senhor Jesus (Mc
16.15-20); e) Têm compromisso com a santidade, defendem o aperfeiçoamento da
vida cristã através da leitura da Bíblia, da oração e do exercício da piedade
na consolação do Espírito Santo (Gl 5.22; 1 Ts 5.17-23; 1 Tm 4.8).
2. Novos movimentos. Vários movimentos,
incorretamente intitulados de pentecostais, têm surgido ao longo dos anos. Tais
dissidências acabaram criando um segmento esotérico, místico e sincrético que
em nada lembra o verdadeiro cristianismo (Cl 2.18).
Tais são os desvios doutrinários desses movimentos que eles,
sequer, podem ser considerados cristãos, pois incorporaram às suas liturgias
práticas místicas e antibílicas, fazendo uso de sal grosso, rosa ungida, óleo e
água “santificados”, culto aos anjos, etc. Tais práticas são heréticas e
inadmissíveis, não tendo nenhum respaldo na Palavra de Deus.
Não podemos nos esquecer, também, de extravagâncias doutrinárias
como, por exemplo, a teologia da prosperidade, confissão positiva, quebra de
maldição, triunfalismo e outros aleijões teológicos e heresias.
O verdadeiro pentecostalismo caracteriza-se pela aceitação das
Escrituras como a inspirada e inerrante Palavra de Deus, manutenção da sã doutrina,
atualidade dos dons espirituais, cumprimento integral da grande comissão e
compromisso com a santidade.
O verdadeiro Movimento Pentecostal teve sua origem no Dia de
Pentecostes. Os anos se passaram, mas a chama pentecostal continua a arder,
pois a promessa do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais é para
nós também. Conservemos, pois, o legítimo pentecostalismo, conforme o
encontramos nas Sagradas Escrituras.
Neste Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, preservemos
e vivamos com intensidade o avivamento que nos legaram Daniel Berg e Gunnar
Vingren.
ARAUJO, I. Dicionário
do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007.
MENZIES, W. W. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005.
MENZIES, W. W. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005.
Pentecostes
“Pentecostes era a segunda das três grandes festas de Israel (Dt
16.16). Suas principais passagens estão em Êxodo 23.16, Levítico 23.15-22,
Números 28.26-31 e Deuteronômio 16.9-12. A palavra grega Pentecostes (pentekosté) significa
‘quinquagésimo’, referindo-se ao quinquagésimo dia depois da oferta de manjares
durante a Festa dos Pães Asmos (At 2.1; 20.16; 1 Co 16.8).
Outro título pelo qual esta festa é conhecida é a Festa das
Semanas (Êx 34.22; Dt 16.10,16; 2 Cr 8.13), que se refere a sete semanas após a
oferta das primícias; a Festa da Colheita (Êx 23.16), referindo-se à conclusão
das colheitas de grãos; o dia das primícias (Nm 28.26), falando das primícias
de uma colheita terminada, e mais tarde os judeus a chamaram solenemente de
assembleia, que foi aplicado ao encerramento da festa da estação da colheita.
Embora as Escrituras não afirmem especificamente seu significado histórico,
elas parecem indicar basicamente uma festa da colheita.
Em Números 28.26 o Pentecostes é chamado tanto de Festa
das Semanas como de Festa das Primícias. Esta Festa das Primícias não deve ser
confundida com as primícias oferecidas durante os dias dos pães asmos.
No NT, o Pentecostes está relacionado ao dom do Espírito Santo
(At 2.1-4). Cristo ascendeu como as primícias da ressurreição (1 Co 15.23), e
50 dias depois deste evento veio o derramamento do Espírito Santo, dando início
ao cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28-32)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ:
CPAD, 2009, pp.1500-01).
“Os historiadores que se ocupam do Avivamento Pentecostal no século
20 são unânimes em mencionar a Rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia, em 1906,
como o centro irradiador de onde o avivamento se espalhou para outras cidades e
nações.
A Rua Azuza transformou-se em poderosa fogueira divina, onde
centenas e milhares de pessoas de todos os pontos da América, ao chegarem
atraídas pelos acontecimentos e para ver o que estava se passando ali, eram
batizadas com o Espírito Santo, e ao retornarem para suas cidades levavam essa
chama viva que alcançava também outras pessoas.
Porém, quem havia trazido a mensagem pentecostal a Los Angeles
fora uma senhora metodista, que, por sua vez, a recebera na cidade de Houston,
quando tinha ido visitar seus parentes. Antes dessa data (1906), podemos citar
também os avivamentos ocorridos na Suécia em 1858, e na Inglaterra em 1740. Na
América do Norte, podem-se mencionar os avivamentos nos Estados de Nova
Inglaterra em 1854, e na cidade de Moorehead, em 1892, seguidos dos de Caiena,
Kansas, em 1903, e Orchard e Houston, em 1904 e 1905, respectivamente.
Os membros das várias igrejas, uns por curiosidade, outros por
desejo de receber mais graça do céu, chegavam para ver com os próprios olhos
aquele fenômeno. Muitos deles traziam consigo a opinião de que tudo aquilo não
passava de obra de fanáticos. Porém, todos saíam dali convencidos de que era um
movimento divino, e transformavam-se em testemunhas e propagandistas do
Movimento Pentecostal que se iniciara naquela ruazinha em Los Angeles.
Dentro em pouco os grandes centros urbanos norte-americanos
foram alcançados pelo avivamento. Uma das cidades que mais se destacaram e se
projetaram no Movimento Pentecostal foi Chicago. As boas-novas do avivamento
alcançaram, praticamente, todas as igrejas evangélicas da cidade. Em algumas,
houve oposição da parte de uns poucos crentes, porém o avivamento triunfou,
pois, além de outras características que o recomendavam, ele se destacava pelo
espírito evangelístico e pelo interesse que despertava pelo evangelismo dos
outros povos. Ou seja: cada um que se convertia, transformava-se também em
missionário” (CONDE, E. História
das Assembleias de Deus no Brasil. 1.ed., RJ: CPAD,
pp.23-4).
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