A DOUTRINA DO BATISMO NAS AGUAS
Atos
2.37-43.
37 - Ouvindo eles isto, compungiram-se
em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos,
varões irmãos?
38 - E disse-lhes Pedro:
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39 - Porque a promessa vos diz respeito
a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus,
nosso Senhor, chamar.
40 - E com muitas outras palavras isto
testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41 - De sorte que foram batizados os
que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase
três mil almas.
42 - E perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 - Em cada alma havia temor, e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
Batismo no Espírito: Revestimento
gracioso de poder e autoridade que Jesus concede aos seus filhos para
realizarem à sua obra no mundo.
O batismo no Espírito Santo é outra
bendita promessa que acompanha aqueles que já são de Cristo. É uma promessa
atual; para os nossos dias; não ficou restrita ao passado. A promessa diz
respeito a todos quantos já desfrutam a salvação, mediante a conversão neles
operada pelo Espírito Santo. É uma dádiva do alto (v.38) que traz abundância de
alegria, conforto e poder divino para o crente testemunhar das grandes
maravilhas de Deus em favor do homem. Buscar a realização dessa promessa
celestial é uma necessidade àqueles que, embora salvos, ainda não a alcançaram.
I. A PROMESSA REVELADA
1. A promessa no Antigo Testamento. O
apóstolo Pedro, no dia de Pentecostes, reportou-se ao profeta Joel para
anunciar que a maravilhosa experiência era o cumprimento do que fora predito no
Antigo Testamento (At 2.17-21; Jl 2.28-32). Isaías também fez menção ao mesmo
derramamento e mostrou, mediante o emprego de algumas metáforas, o resultado
que ele produziria (Is 32.15; 44.3).
Embora a obra do Espírito Santo seja
perceptível nos tempos antigos em várias atividades descritas nas Escrituras
(Gn 1.2; Ne 9.20; 2 Sm 23.2), não houve na história de Israel nenhum
derramamento geral como o previsto pelos profetas para os últimos dias. Como
afirma Donald Stamps, na Bíblia de Estudo Pentecostal, “o Espírito Santo vinha
apenas sobre umas poucas pessoas enchendo-as a fim de lhes dar poder para o
serviço ou a profecia”.
Só agora, na presente era da Igreja,
também conhecida como a dispensação do Espírito Santo, cumpre-se por toda
parte, segundo a promessa bíblica, esse derramamento que os crentes do Antigo
Testamento não puderam experimentar com a mesma intensidade (At 1.8). Somos, de
fato, privilegiados em relação a eles (Hb 11.39,40), ao mesmo tempo em que pesa
sobre nós a grande responsabilidade de compreender e aceitar o significado da
promessa para os nossos dias.
2. A promessa em o Novo Testamento. Em
o Novo Testamento, a promessa do batismo no Espírito Santo foi reiterada na
mensagem de João Batista (Mt 3.11; Jo 1.33), e reafirmada pelo Senhor Jesus,
quando prometeu enviar o Consolador (Jo 14.25,26; Lc 24.49), e quando, após a
ressurreição, orientou seus discípulos a permanecerem em Jerusalém até que a
promessa se realizasse.
3. A promessa no dia de Pentecostes. O
advento da promessa pentecostal ocorreu por ocasião de uma das três grandes
festas judaicas, a do Pentecostes (Lv 23.15-25), que ocorria cinqüenta dias
após a Páscoa e na qual as primícias da colheita eram apresentadas ao Senhor.
Deus usou o evento da festa sagrada de Pentecostes para deixar claro qual seria
a missão da Igreja - a grande colheita de almas - e que papel o Espírito Santo
desempenharia ao guiá-la pelos caminhos da história humana (At 2.1).
Assim, logo na primeira manifestação
visível da Igreja, (Tt 2.14), cada crente que perseverou fielmente no cenáculo,
foi cheio do Espírito Santo, começou a falar em outras línguas e a proclamar as
Boas Novas em linguagem sobrenatural, mas, compreensível aos que estavam em
Jerusalém para a celebração festiva (Dt 16.16; At 2.4-8). Ali cumpriu-se a
promessa de Deus.
II. O PROPÓSITO DA PROMESSA
1. Poder para vencer o mundo. O batismo
no Espírito Santo cumpre alguns propósitos na vida do crente. Muitos o
confundem como algo mágico, manipulado, um objeto sobrenatural para produzir
fenômenos que glorifiquem o homem ou lhe traga algum tipo de vantagem, como
pensava o mágico Simão, duramente repreendido pelos apóstolos Pedro e João (At
8.9-24). No entanto, Deus não dá dons aos homens para produzir espetáculos,
para glorificação humana, mas com finalidades bem específicas na sua obra.
O batismo no Espírito Santo, com a
evidência inicial do falar em línguas (At 2.1-6; At 10.44-48; At 19.1-6), é um
revestimento de poder celestial que capacita o crente a testemunhar eficazmente
de Jesus e também vencer o mundo dentro de si mesmo e externamente (cf. Jo
14.17). Enquanto a promessa da salvação lhe provê as vestes do perdão dos pecados
e da própria salvação (Is 61.10), a promessa do batismo no Espírito Santo lhe
reveste de autoridade para vencer os poderes tenebrosos “que combatem contra a
alma” (1 Pe 2.11b).
2. Poder para vencer o Diabo. Aqui
entra outro aspecto fundamental da promessa do batismo no Espírito Santo. O
apóstolo Paulo escreveu aos Efésios afirmando que a nossa luta não é contra a
carne e o sangue (Ef 6.10-18). Essa batalha se trava no mundo espiritual, onde
as forças demoníacas atuam para destruir a nossa fé. É uma guerra incessante na
qual o interesse do Inimigo é o futuro de nossas almas e onde ele emprega os
seus agentes mais poderosos para distanciá-las de Deus.
Assim, esse revestimento vindo do céu
permite ao crente combater contra as forças espirituais da maldade no poder do
Senhor (Lc 9.1; 10.19; At 4.7-10), tal qual fizeram os apóstolos nas primeiras
horas da Igreja, e não em sua própria força (Zc 4.6). O crente cheio do
Espírito Santo faz bom uso das armas de Deus para resistir aos ataques malignos
e triunfar contra todas as ciladas do Diabo.
3. Poder para proclamar a fé. O
propósito principal da promessa do batismo no Espírito Santo é conceder ao
crente poder para testemunhar a sua fé em Cristo. O Senhor Jesus estabeleceu,
em suas últimas instruções aos discípulos, uma correlação direta entre o
recebimento de poder e o cumprimento da missão de proclamar o evangelho a todos
os povos (At 1.8). Essa conexão determina a finalidade do recebimento da
promessa. É tanto que no dia de Pentecostes quase três mil almas aceitaram a
Cristo (v.41).
Está implícito aqui que a proclamação
das boas novas encontraria toda sorte de oposição, inclusive com o sacrifício
da própria vida, como revela o livro de Atos e a própria história da Igreja.
Portanto, não seria uma tarefa meramente intelectual, para ser realizada com
argumentos humanos. Ela demandaria um poder sobrenatural que só é obtido
mediante o enchimento renovado do Espírito Santo (At 4.8, 31; Ef 5.18).
III. PARA QUEM É A PROMESSA
1. A promessa é para os que crêem.
Quando pregava em Jerusalém, no dia em que se cumpriu a promessa do
Pentecostes, o apóstolo Pedro esclareceu que ela (a promessa) não ficaria
restrita aos tempos apostólicos, como ensinam os cessacionistas, que descrêem
no batismo com o Espírito Santo para hoje. Observe que Pedro (v.39) refere-se
aos de sua geração (“a vós”), às gerações seguintes (“a vossos filhos”), até
onde chegasse o evangelho (“os que estão longe”) e àqueles que ao longo da
história seriam chamados à salvação (“a tantos quantos Deus, nosso Senhor,
chamar”).
É, portanto, uma promessa que
ultrapassa as fronteiras denominacionais da igreja e alcança os confins da
terra, como vem acontecendo nos dias contemporâneos desde quando, na Rua Azuza,
em 1906, o fogo santo reacendeu-se e espalhou as suas brasas ao redor do mundo.
2. A promessa é para os que buscam. O
segundo passo é ter a consciência da necessidade da promessa do Pai e buscá-la
de todo o coração (At 1.4). Muitos não a recebem porque não a valorizam ou
porque não são despertados e seus olhos abertos pela pregação bíblica
expositiva (como a de Atos 2.14-39) sobre a atualidade do batismo no Espírito
Santo. Buscar é um princípio bíblico do qual o crente não pode abrir mão, pois
quem busca tem acesso aos tesouros da graça para uma vida de vitória em Cristo
Jesus, inclusive o batismo no Espírito Santo (Lc 11.9-13).
Comprova-se, portanto, que a promessa
do batismo no Espírito Santo não cessou com a era apostólica. Suas evidências
aparecem no decorrer da história da Igreja, inclusive com registros fidedignos,
chegando ao apogeu no século XX, em que o Espírito Santo, tal qual o vento e o
fogo, como registra a Bíblia (At 2.2,3), varreu o mundo, renovou velhas
estruturas e encheu os crentes de poder do céu para testemunhar. Você pode,
mesmo agora, enquanto estuda esta lição bíblica, ser batizado no Espírito
Santo.
“A promessa do
Espírito no AT
O Antigo Testamento é um prelúdio
indispensável à discussão sobre o batismo no Espírito Santo. Os eventos
acontecidos no dia de Pentencostes (At 2) foram o clímax das promessas de Deus.
Duas passagens são especialmente importantes: Ez 36.25-27 e Jl 2.28,29.
A passagem de Ezequiel fala sobre a
água pura sendo espalhada e a purificação de todas as imundícias espirituais.
Ela continua, dizendo que o Senhor removerá os corações de pedra de seu povo e
dar-lhe-á ‘um coração novo’ e ‘um coração de carne’, além de colocar dentro
dele ‘um espírito novo’. A concessão do Espírito Santo é o meio pelo qual essa
mudança acontecerá: ‘porei dentro de vós o meu espírito’. Como resultado, o
Senhor diz: ‘e farei que andeis nos meus estatutos, e guardareis os meus
juízos, e os observeis’ (v.27).
A promessa é claramente relacionada ao
conceito de regeneração do Novo Testamento. Paulo fala sobre ‘a lavagem da regeneração
e da renovação do Espírito Santo’ (Tt 3.5), ecoando a declaração de Jesus sobre
a necessidade de ‘nascer da água e do Espírito’ (Jo 3.5). A transformação que
acontece no novo nascimento resulta num estilo de vida transformado, tornando
possível pela concessão do Espírito Santo”.(PALMA, A. D. O batismo no Espírito
Santo e com fogo. RJ: CPAD, 2002, p.14,15)
Logo depois que Jesus foi batizado nas
águas, Ele orou e o céu se abriu (Lc 3.21). O céu fechado ou cerrado desde o
Antigo Testamento é sinônimo de retenção e parcimônia (Dt 28.23; 1 Rs 8.35; 2
Cr 7.13). Mas o céu aberto indica a concessão de bênçãos e manifestações
espirituais (Jo 1.51). O céu se abriu e o Espírito desceu sobre Jesus (Lc
3.22). O céu se abriu e o mártir Estevão viu a glória de Deus e Jesus, que
estava à direita de Deus" (At 7.55,56). O “céu se abriu” e, no cenáculo,
todos foram batizados no Espírito Santo (At 2). O “lugar” é movido através das
orações dos santos! O céu é aberto por meio das orações dos filhos de Deus.
Ore! Interceda! Persevere em oração e o céu se abrirá sobre a tua vida e
ministério.
fonte CPAD
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