A INSPIRAÇÃO DA BIBLIA 2 Timóteo
3.10-17.
10 - Tu,
porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé,
longanimidade, caridade, paciência,
11 - perseguições
e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra;
quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.
12 - E
também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições.
13 - Mas
os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo
enganados.
14 - Tu,
porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o tens aprendido.
15 - E
que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio
para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 - Toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça,
17 - para
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
Acredita-se
que tenha surgido na Grã Bretanha, em 1549. Atribui-se ao Bispo Cranmer, o
estabelecimento de um dia especial para leitura e intercessão em favor da
Bíblia. Esse bispo incluiu, no livro de orações do Rei Eduardo VI, um dia em
que o povo pudesse interceder pela Escritura. O dia escolhido foi o segundo
domingo do mês de dezembro. No Brasil, somente após a chegada dos missionários
europeus e americanos, em 1859, é que o Dia da Bíblia começou a ser celebrado
pelos evangélicos. Em 1948, com a criação da SBB, ocorreu a primeira
manifestação pública concernente ao Dia da Bíblia, no Monumento do Ipiranga,
SP. Mas somente a partir do dia 19 de dezembro de 2001 é que o Dia da Bíblia
tornou-se uma celebração oficial brasileira, em função da Lei n° 10.335,
sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que instituiu a
comemoração em todo o território nacional. Alguns países e seguimentos
religiosos cristãos no Brasil, costumam celebrar a data no segundo domingo de
setembro, referindo-se ao trabalho do exegeta e tradutor da Bíblia, Jerônimo,
tradutor da famosa Vulgata.
Afirmou
Thomas Browne que a Bíblia Sagrada, além de ser a Palavra de Deus, é a mais
sublime obra literária já produzida. Somos constrangidos a concordar com
Browne. Tudo nela é singular: estilo, correção, graça e proposta. Sua
singularidade, porém, acha-se no fato de ela ser a Palavra de Deus. Que outro
livro pode fazer semelhante reivindicação?
Embora
produzida no contexto histórico e cultural judaico, ninguém haverá de negar-lhe
a universalidade. É o único livro contemporâneo de toda a humanidade; sua
mensagem não se perde com o tempo.
Nesta
lição, estudaremos a Bíblia não propriamente como obra literária;
estudá-la-emos como a Palavra de Deus. Se assim não a acolhermos, de nada nos
adiantará exaltar-lhe as qualidades artísticas. Foi-nos ela entregue, a fim de
que reconheçamos a Deus como o Ser Supremo por excelência e a seu Filho
Unigênito como o nosso Salvador.
1.
O QUE É A BÍBLIA
Neste
tópico, veremos o que é a Bíblia Sagrada. Em primeiro lugar, buscaremos uma
definição etimológica à palavra Bíblia.
Em seguida, constataremos o que pensam os liberais, os neo-ortodoxos e os
teologicamente conservadores acerca das Sagradas Escrituras.
1.
Definição etimológica.Originária
do grego, a palavra Bíbliasignifica
livros ou coleção de pequenos livros. Atribui-se a João Crisóstomo a
disseminação desse vocábulo.
2.
Posição liberal.Os
teólogos liberais, contaminados por um racionalismo incrédulo e pernicioso, não
reconhecem a Bíblia como a Palavra de Deus. Perdendo-se em especulações,
asseveram que ela apenas a contém. Infelizmente, muitos desses mestres e
doutores têm-se infiltrado em seminários dantes conservadores e vêm, de maneira
sutil, desviando os alunos da verdade.
3.
Posição neo-ortodoxa.Reagindo
contra o liberalismo teológico, ensinam os neo-ortodoxos que a Bíblia torna-se
a Palavra de Deus à medida que alguém, ao lê-la, tem um encontro experimental
com o Senhor. Apesar das aparências, tal posicionamento fere a santíssima fé
(Jd v.20). A Bíblia não se torna a Palavra a Deus; ela é a Palavra de Deus.
Portanto,
erram aqueles que afirmam: “A Bíblia fechada é um simples livro; aberta, é a
boca de Deus falando”. Nada mais errado; aberta ou fechada, a Bíblia é a
Palavra de Deus inspirada e inerrante.
4.
Posição ortodoxa.Nós
ortodoxos afirmamos que a Bíblia é a Palavra de Deus. Dessa forma, colocamo-la
no lugar em que ela tem de estar: como a nossa suprema e inquestionável árbitra
em matéria de fé e prática. Se a Bíblia o diz, é a nossa obrigação obedecê-la
sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana!
1.
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA
Matthew
Henry, um dos maiores expositores das Sagradas Escrituras, é categórico ao
referir-se à inspiração da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser
consideradas palavras do Espírito Santo”. Como não concordar com Henry? Basta
ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do
Espírito Santo.
1.
Definição etimológica.A
palavra inspiração vem
de dois vocábulos gregos: Theos,
Deus; e pneustos,
sopro. Literalmente significa: aquilo que é dado pelo sopro de Deus.
2.
Definição teológica.“Ação
sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, que os levou a
produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de
Deus — a Bíblia Sagrada” (Dicionário
Teológico— CPAD).
3.
Inspiração verbal e plenária da
Bíblia.Doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto
da inspiração divina. Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer
exceção, foram igualmente inspirados por Deus. Verbal: o Espírito Santo guiou
os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos
mistérios e concertos do Altíssimo (2 Tm 3.16).
A
inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos autores
humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de acordo com
seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).
4.
A inspiração da Bíblia é única.Além da
Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de igual forma; a Palavra de Deus é a
obra-prima por excelência da raça humana.
III. A
INERRÂNCIA DA BÍBLIA
A
melhor maneira de se compreender uma doutrina é buscar-lhe uma definição
adequada. Sua conceituação, a partir daí, torna-se mais fácil e não pecará pela
falta de clareza e objetividade. Vejamos, pois, de que forma haveremos de
definir a doutrina da inerrância bíblica.
1.
Definição etimológica.A
palavra inerrânciavem
do vocábulo latino inerrantia e
significa, literalmente, qualidade daquilo que não tem erro.
2.
Definição teológica.A
inerrância bíblica é a doutrina, segundo a qual as Sagradas Escrituras não
contêm quaisquer erros por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de
Deus (Sl 119.140). A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos transmite
como nos propósitos que expõe e nas reivindicações que apresenta. Sua
inerrância é plena e absoluta. Isenta de erros doutrinários, culturais e
científicos, inspira-nos ela confiança plena em seu conteúdo (Sl 19.7).
1.
A INFALIBILIDADE DA BÍBLIA
Ao
tratar da infalibilidade da Palavra de Deus, ousadamente expressou-se Carl F.
Henry: “Há apenas uma única coisa realmente inevitável: é necessário que as
Escrituras se cumpram”. O que isto significa? Simplesmente, que a Bíblia é
infalível.
1.
O que é a infalibilidade.É a
qualidade, ou virtude, do que é infalível; é algo que jamais poderá falhar.
2.
Definição teológica.Doutrina
que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o que diz. Eis porque a Palavra de
Deus pode ser assim considerada: 1) Suas promessas são rigorosamente
observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma detalhada e clara (haja vista
as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de Salvação é executado apesar das
oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem cairá, por
terra.
3.
A Bíblia dá testemunho de sua
infalibilidade.Leia com atenção as seguintes passagens: Dt 18.22; Dn 9.2; Mt
1.22; Mc 13.31; At 1.3.
1.
A SUPREMACIA DA BÍBLIA EM
MATÉRIA DE FÉ E PRÁTICA
“A
autoridade da Bíblia não provém da capacidade de seus autores humanos, mas do
caráter de seu Autor”. Foi o que afirmou J. Blanchard. Ora, se a autoridade da
Bíblia é absoluta, como haveremos de questioná-la? Vejamos, em primeiro lugar,
o que é a autoridade.
1.
Definição etimológica.Oriunda
do vocábulo latino autoritatem,
esta palavra significa: Direito absoluto e inquestionável de se fazer obedecer,
de dar ordens, de estabelecer decretos e, de acordo com estes, tomar decisões e
agir a fim de que cada decreto seja rigorosamente observado.
2.
Definição teológica.Poder
absoluto e inquestionável reivindicado, demonstrado e sustentado pela Bíblia em
matéria de fé e prática. Tal autoridade advém-lhe do fato de ela ser a
inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus.
3.
Testemunho da Bíblia a respeito
de sua autoridade.Leia as seguintes passagens: Is 8.20;
30.21; 1 Co 14.37.
Como
filhos de Deus, não podemos afastar-nos jamais das Sagradas Escrituras; destas,
todos dependemos vitalmente. Quanto mais as lermos, mais íntimos seremos de seu
Autor. Tem você lido regularmente a Bíblia? Tem-na estudado todos os dias? Se
você realmente deseja um avivamento, comece a ler com redobrado fervor o Livro
dos livros. Sem a Bíblia não pode haver avivamento.
“A
Bíblia.
A
palavra ‘bíblia’ é derivada do latim, proveniente da palavra grega bíblia (livros), que
diz respeito especificamente aos livros que são reconhecidos como canônicos
pela Igreja cristã. Nesse sentido, acredita-se estar o uso cristão mais antigo
da expressão ta bíblia (os
livros) na epístola de 2 Clemente 2.14 (c.150 d.C). O vocábulo grego biblion (do
qual bíblia é
o plural) é o diminutivo debiblos,
que na prática denota qualquer tipo de documento escrito, mas originalmente
aquele que foi escrito em papiro.
Um
termo sinônimo de ‘a Bíblia’ é ‘os escritos’ ou ‘as Escrituras’ (em grego hais graphai, ta grammata),
freqüentemente usado no Novo Testamento para designar, no todo ou em parte, os
documentos do Antigo Testamento. Por exemplo, Mateus 21.42 diz: ‘Nunca lestes
nas Escrituras?’ (em tais
graphais). A passagem paralela, Marcos 12.10, traz o singular,
referindo-se ao particular texto citado: ‘Ainda não lestes esta Escritura’
(tem graphen tauten).
Em 2 Timóteo 3.15, temos ‘as sagradas letras’ (ta hiera grammata), e o versículo seguinte
(ARA) diz: ‘Toda Escritura é inspirada por Deus’ (pasa graphe theopneustos)” (notas BRUCE, F.F. A
Bíblia. In CONFORT, P. W. (ed.) A
origem da Bíblia. RJ: CPAD, 1998, p.13-4). fonte CPAD
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