A Igreja: serva da Bíblia
Salmos 119.41-50.
41 - Venham
também sobre mim as tuas misericórdias! ó SENHOR, e a tua salvação segundo a
tua palavra.
42 - Assim,
terei que responder ao que me afronta, pois confio na tua palavra.
43 - E
de minha boca não tires nunca de todo a palavra de verdade, pois me atenho aos
teus juízos.
44 - Assim,
observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente.
45 - E
andarei em liberdade, pois busquei os teus preceitos.
46 - Também
falarei dos teus testemunhos perante os reis e não me envergonharei.
47 - E
alegrar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo.
48 - Também
levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo, e meditarei nos
teus estatutos.
49 - Lembra-te
da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar.
50 - Isto
é a minha consolação na minha angústia, porque ai tua palavra me vivificou.
O tema não é tão simples quanto aparenta. Se o caro mestre
observar, a lição é de fácil assimilação, todavia, de difícil aplicação, pois o
vulgar é crer na Bíblia; o raro é cumpri-la. Algumas denominações elevam suas
tradições e costumes acima da Escritura, outras, mutilam a mensagem do Livro
Santo, a fim de adaptar as Sagradas Letras as convenções humanas. Porém, a
Noiva do Cordeiro segue sua marcha triunfante, obedecendo, em tudo, a Palavra
de Deus.
Palavra Chave
Submissão: Obediência irrestrita e incondicional.
Diariamente, surgem novas igrejas em todo o mundo. Todavia, a
maior parte delas não se submete aos preceitos das Sagradas Escrituras. A
igreja que modifica, deturpa ou não valoriza a Bíblia, não pode ser considerada
autêntica Noiva do Cordeiro. A verdadeira Igreja de Cristo é serva da Palavra.
I.
A IGREJA E A SUBMISSÃO À PALAVRA
A Igreja tanto é visível como invisível. Enquanto a visível é
local, e se caracteriza como organização, a invisível é universal e orgânica.
Vejamos:
1. No sentido espiritual. Espiritualmente, a
Igreja é um organismo que tem Cristo como a Cabeça, (Cl 1.18) e os crentes como
o Corpo (Ef 1.22,23). Esta Igreja é composta de todos os que possuem seus nomes
"inscritos nos céus" (Hb 12.22,23). Isto é, de todos os salvos em
Cristo Jesus. Todas as igrejas locais pertencem à Igreja universal. Todavia,
nem todos os que fazem parte de uma igreja local são de fato membros da igreja
universal (1 Jo 2.19).
2. No sentido organizacional. A
igreja, como organização, é formada por crentes em Jesus que se reúnem numa
determinada congregação a fim de adorar e servir a Deus. Ali, tanto há
"trigo" quanto "joio", ou seja, há crentes fiéis e infiéis
(Mt 13.24-30). Como numa organização qualquer, a igreja local necessita de uma
liderança humana; assim como de atividades administrativas, estatutos e normas.
Entretanto, tal estrutura jamais poderá suplantar ou sobrepor-se aos preceitos
da Palavra de Deus.
Embora a igreja local seja uma organização juridicamente
estabelecida, não deixa de ser também um organismo espiritual que, sob a
direção de um ministro de Deus, deve servir ao Senhor e obedecer a sua Santa
Palavra.
A Igreja tanto é visível como invisível. Enquanto a visível é
local, e se caracteriza como organização, a invisível é universal e
orgânica.
II. A IGREJA E A FIDELIDADE À PALAVRA
1. O respeito à integridade da Palavra. Alguns
teólogos modernistas dizem que a Bíblia precisa ser revisada, e que alguns de
seus textos não fazem mais sentido para os dias pós-modernos. Trata-se de uma
desvelada ação diabólica contra a Palavra de Deus. Algumas igrejas,
infelizmente, têm sucumbido aos apelos desses "reformistas",
deturpando a sã doutrina (1 Tm 1.10; 2 Tm 4.3), falsificando a Palavra (2 Co
4.2), e seguindo os ensinos de Balaão. Para piorar ainda mais, essas igrejas, à
semelhança de Tiatira, acabam tolerando a imoralidade (Ap 2.14,15,20-22).
Porém, a autêntica Noiva de Cristo mantém-se fiel às Escrituras (Jo 14.15,21,23;
Tt 1.9), pois, é "a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da
verdade" (1 Tm 3.15). A mensagem bíblica não precisa ser revista, e sim,
obedecida com submissão e santidade.
2. A igreja deve pregar a verdade. A
Igreja deve manifestar toda a verdade da Palavra de Deus: "Pelo que, tendo
este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com
astúcia nem falsificando a palavra de. Deus; e assim nos recomendamos à consciência
de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade" (2 Co
4.1,2). Os obreiros, principalmente os pastores, têm grande responsabilidade
diante de Deus e de sua amada igreja. O púlpito jamais deve ser utilizado como
palanque político, mas, sim, como Tribuna da Verdade do evangelho. Todo líder
deve conduzir seu rebanho em completa obediência à Palavra da Verdade.
Embora os teólogos modernistas afirmem que a Bíblia precisa ser
revista em sua mensagem, a igreja deve continuar pregando a verdade tal qual se
apresenta no Livro Santo.
III. A IGREJA E A SANTIDADE DA PALAVRA
1. A Palavra de Deus é santa. "Porque
se lembrou da sua santa palavra e de Abraão, seu servo" (Sl 105.42). Todo
cristão sabe que ser santo é ser separado, consagrado ou dedicado a Deus. A
Palavra do Senhor não é apenas portadora de uma santidade qualquer, mas da
santidade do próprio Deus. Ela é a vontade santa de Deus revelada aos homens.
2. Respeito ao Livro Sagrado. Muitos
cristãos não valorizam a Bíblia como deveriam. Já vi um pastor colocá-la no
chão, só porque se sentia incomodado de tê-la em suas mãos durante o culto. Um
juiz jamais colocaria a Constituição do seu país em qualquer lugar, pois ela
representa a lei maior da nação. A Bíblia não é apenas um livro, é a Lei de
Deus para sua Igreja. Portanto, devemos amá-la e respeitá-la como Livro Sagrado
e Palavra de Deus.
3. A Bíblia é o Livro do povo santo. Há
muitos povos no mundo. E nenhum dentre eles, no sentido pleno da palavra, pode
ser chamado "povo de Deus". Mas, no meio dos povos e nações, há um
povo separado por Deus para ser "a geração eleita, o sacerdócio real, a
nação santa, o povo adquirido" (1 Pe 2.9). A Bíblia é o Livro de Deus para
esse povo santo, formado por gente de todas as nações.
A igreja demonstra respeito à santidade da Palavra quando a
considera santa e o livro do povo também santo.
IV. A IGREJA E A PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA
Após dois mil anos, a Grande Comissão ainda é uma tarefa
inacabada. Milhões de pessoas não conhecem a Jesus e muitas nações não foram
alcançadas pela pregação do Evangelho. Quem lhes falará do amor de Cristo? Na
Índia, há pessoas que adoram a ratos; na África, os que veneram árvores,
pedras, rios e outros elementos da natureza; no Brasil e na América Latina, há
uma enorme quantidade de ídolos. A missão precípua da igreja é a proclamação da
Palavra de Deus (Mt 28.19,20). Jesus, em seu último contato com os discípulos,
ordenou-lhes taxativamente que pregassem o evangelho (Mc 16.16).A missão
precípua da igreja é a proclamação da Palavra de Deus.
A Igreja universal é um organismo vivo e espiritual. A local,
por sua vez, é uma organização centrada na autoridade da Palavra de Deus. Como
parte do Corpo de Cristo, a igreja visível deve cumprir sua missão
evangelizadora e proclamadora do evangelho, sem, contudo, deixar de amar e
obedecer plenamente às Sagradas Escrituras.
HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD,
1996.
"Poder para a Missão
Para o cristão realmente entender o que ele realmente é, faz-se
indispensável a afirmação de que a missão da reconciliação, revestida pelo
poder do Espírito Santo, fornece a essência de nossa identidade: Somos um povo
vocacionado e revestido do poder do alto (At 1.8) para sermos cooperadores de
Cristo na sua missão redentora. A partir daí, o que significa ser um
pentecostal está pelo menos parcialmente incorporado à avaliação da natureza e
do resultado do batismo no Espírito Santo conforme registrado em Atos 2. Os
pentecostais têm afirmado historicamente que esse dom, prometido a todos os
crentes, é o poder para a missão. Os pentecostais recebem esse nome, disse o
missiólogo pentecostal Melvin Hodges, porque acreditam que o Espírito Santo
virá aos crentes nos tempos atuais assim como veio aos discípulos no Dia de
Pentecostes".
(HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996,
p.586-7.)
A Igreja não é constituída por cimento, tijolos e ferros, mas
por aqueles que experimentaram o novo nascimento e amam a Jesus de todo o
coração. O valor da Igreja não é resultado de sua arquitetura, de suas obras
sociais ou da quantidade de filiais que possui, mas do precioso sangue de
Cristo. Igreja, portanto, não foi edificada por Cristo para construir escolas,
fundar hospitais ou assumir cargos políticos, por mais dignas que sejam tais
realizações, mas para cumprir com o mandato de "ir por todo o mundo e
pregar o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15).
A completude da Bíblia
2 Pedro 1.16-21; 2.1.
2 Pedro 1
16 - Porque
não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua
majestade,
17 - porquanto
ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi
dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido.
18 - E
ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo.
19 - E
temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos,
como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela
da alva apareça em vosso coração,
20 - sabendo
primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação;
21 - porque
a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos
de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
2 Pedro 1
1 - E
também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos
doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
Palavra Chave
Completude: Aquilo que é, ou está completo.
É um pecado abominável adicionar, subtrair ou modificar qualquer
parte das Escrituras, pois foi escrita por inspiração e revelação divinas. Por
ser completa e infalível, ela não precisa de quaisquer acréscimos ou revisões
em seu conteúdo e mensagem.
I.
A COMPLETUDE DA BÍBLIA
1. A Bíblia é completa em seu conteúdo. O
conteúdo bíblico não pode sofrer quaisquer alterações, pois tudo o que foi
escrito teve a supervisão e aprovação do Espírito Santo (2 Pe 1.20-21; Is
40.8).
2. A Bíblia é completa em sua mensagem. A
mensagem das Escrituras é perfeitamente completa. Ela é fruto da revelação que
Deus fez de si mesmo à humanidade. Vejamos:
a) Completa em sua mensagem salvífica. A
Bíblia é completa quanto à mensagem de salvação para o homem perdido. Ela está
centrada no amor incondicional de Deus à humanidade. Tanto é que Jesus, nosso
amado Salvador, é o tema central desse Santo Livro. Nas Escrituras não há lugar
para outros salvadores ou mediadores (Jo 14.6; At 4.12; 1 Tm 2.5).
b) Completa em sua mensagem sobre a história humana. A
Bíblia mostra que a história da humanidade é linear: tem começo e fim. A partir
da criação do primeiro casal, passando pela Queda e Redenção por meio de Cristo,
a história do homem chegará a seu desfecho num tempo em que a Escritura
denomina "consumação dos séculos" (Mt 13.49; 28.20).
Após isso, (Mt 24.14; 1 Co 15.24), Deus continuará executando
seus eternos propósitos para o universo: "novos céus e nova terra"
surgirão (Is 65.17; 2 Pe 3.13; Ap 21.1).
A Bíblia é completa em seu conteúdo e mensagem, pois tudo foi
escrito sob a supervisão e aprovação do Espírito Santo.
II. DETURPAÇÃO DA COMPLETUDE DA BÍBLIA
1. Por adição. No Apocalipse, Jesus
advertiu-nos quanto ao perigo de se adicionar qualquer coisa à Palavra de Deus:
"[...] se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as
pragas que estão escritas neste livro" (Ap 22.18). Infelizmente, os
chamados "Testemunhas de Jeová" incorreram neste terrível pecado
quando traduziram o texto de Jo 1.1 de forma equivocada. No original está
escrito: "o Verbo era Deus", todavia, eles traduziram "o Verbo
era umdeus".
Ou seja, acrescentaram o artigo indefinido "um" e traduziram
"Deus" com "d" minúsculo, assim negando a divindade de
Cristo.
2. Por subtração. Diz-nos o Apocalipse:
"... e, se alguém tirar quaisquer
palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e
da Cidade Santa, que estão escritas neste livro" (Ap 22.19). Não são
poucos os falsos teólogos que têm procurado subtrair da Bíblia partes
relevantes, com a clara intenção de diminuir seu caráter divino e sentido de
completude. Tais homens, céticos e presunçosos, costumam afirmar que nem tudo o
que está na Bíblia foi inspirado e revelado por Deus. Apregoam, inclusive, que
não se deve crer na concepção virginal de Cristo, em seus milagres e em sua
ressurreição.
3. Por modificação. Com a
"inocente" intenção de contextualizar e adaptar a mensagem das
Escrituras aos tempos pós-modernos, certas versões da Bíblia têm modificado
palavras e até frases inteiras, a fim de alterar ou, pelo menos, atenuar o
sentido da Palavra de Deus. Palavras como "sodomitas" e
"efeminados" são retiradas e substituídas por outras mais indiretas
ou amenas. Os “Testemunhas de Jeová”, por exemplo, modificaram o texto de Gn
1.2. Em vez de traduzirem a expressão original desse texto por "Espírito
de Deus", verteram-na por "força ativa de Deus".
4. Por substituição. Muitas religiões e seitas
dizem crer na Bíblia, mas não a consideram como "verdade absoluta de Deus
para o homem". No catolicismo, por exemplo, as tradições e os dogmas têm a
mesma autoridade das Escrituras; conforme declaração do Concílio de Trento
(1.545). Na prática, a Bíblia foi preterida pela tradição humana (Mc
7.13).
As deturpações mais comuns à Bíblia são por: adição, subtração,
modificação e substituição.
III. AGRESSÕES À ORTODOXIA BÍBLICA
1. Livros ditos revelados. Muitos
autores de obras teológicas têm mais objetivos comerciais que espirituais.
Alguns, inclusive, alegam ser possuidores da "última revelação"
divina. Entretanto, seus livros não passam de engodos, e evidenciam graves
distorções da Palavra de Deus.
2. Experiências pessoais. Em muitas igrejas,
há os que se apresentam como profetas, videntes ou portadores de uma unção
especial. Alguns desses indivíduos afirmam que receberam uma
"revelação" específica da parte Deus. Todavia, tais
"revelações" não resistem ao escrutínio das Escrituras. Há muitas
falsas doutrinas no meio evangélico baseadas unicamente em experiências
pessoais. São muitas as invencionices da imaginação humana! (Cl 2.8). Nem
profecia, nem sonho, nem revelação, nem experiência pessoal; por mais
impactantes que, sejam, têm autoridade semelhante ou superior à Bíblia Sagrada.
3. Novas teologias. Há, em nossos dias,
diversas "novas teologias" que agridem diretamente a mensagem
bíblica. Uma delas, a teologia da prosperidade, assevera que "nenhum
crente pode ser pobre ou adoecer". Seus proponentes chegam a afirmar que o
"crente é a encarnação de Deus". Diante desse falso ensino,
entendemos porque os adeptos dessa doutrina anunciam que podem obter o que
quiserem, pois segundo o que pensam, são deuses. Que abominação!
Outra heresia não menos absurda é a divulgada pelo G-12. Eles
ensinam que devemos perdoar todas as pessoas, inclusive, nossos antepassados e,
por incrível que pareça, o próprio Deus. É uma aberração tão grande que
dispensa comentários.
As agressões mais populares à ortodoxia bíblica são os livros
ditos revelados, as revelações pessoais que tentam sobrepor-se à Bíblia, e as
novas teologias.A Bíblia é sem igual! Não existe outro livro sequer semelhante
a ela. É o Livro dos livros; é a inerrante e completa Palavra de Deus. A ela
não se pode acrescentar ou diminuir absolutamente nada. Quem assim o fizer
estará sob pena de maldição.
COMFORT, P. W. (ed.) A
origem da Bíblia. RJ: CPAD. 1998.
GILBERTO, A. A
Bíblia através dos séculos. 14ª ed., RJ: CPAD. 2003.
"Rivais das Escrituras
Historicamente, a Igreja Cristã tem reconhecido a autoridade das
Escrituras nas questões de fé e prática. Isto não quer dizer que não tem havido,
e não continua a haver rivais quanto à reivindicação de plena autoridade feita
pela Bíblia. Esses rivais tendem a subordinar, ou qualificar, a autoridade das
Escrituras, ou mesmo igualar-se a ela. O primeiro rival foi a tradição oral.
Lado a lado com a Palavra escrita circulavam amplamente histórias e ensinos
religiosos [...]. Por isso, estando a tradição oral de acordo com as
Escrituras, reflete a autoridade delas; quando, porém, se desvia da Palavra
escrita, a sua autoridade desaparece. O segundo rival, quanto à autoridade
religiosa, é a Igreja [...]. Os católicos romanos alegam que a Igreja foi a
instituição que produziu as Escrituras do Novo Testamento e que, em certo
sentido, estabeleceu o cânon das Escrituras. Na prática, a Igreja Católica coloca-se
acima das Escrituras, [...] de modo sutil, a Igreja Romana havia usurpado a
autoridade das Escrituras, atribuindo esta autoridade aos seus próprios ensinos
internos".
(HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996,
p.86.)
A Sagrada Escritura é a inspirada, a infalível, a inerrante e a
completa Palavra de Deus. Não há na Bíblia inexatidões, juízos falsos,
equívocos, ou prevaricações. Por conseguinte, absolutamente nada a complementa,
pois a Escritura é a completa revelação de Deus à humanidade.
O valor do estudo da Bíblia
Salmos 119.11-19.
11 - Escondi
a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.
12 - Bendito
és tu, ó Senhor! Ensina-me os teus estatutos.
13 - Com
os meus lábios declarei todos os juízos da tua boca.
14 - Folgo
mais com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas.
15 - Em
teus preceitos meditarei e olharei para os teus caminhos.
16 - Alegrar-me-ei
nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra.
17 - Faze
bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra.
18 - Desvenda
os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.
19 - Sou
peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.
A primeira, chamada de Teontologia ou Teologia Própria,
ocupou-se do estudo de Deus e de sua obra salvífica. A segunda, Bibliologia,
investigou alguns temas importantes a respeito da formação e do valor das
Escrituras no mundo contemporâneo. Esse trimestre foi uma bênção à vida de
nossos alunos e, você, o instrumento que Deus usou para abençoá-los.
Palavra Chave
Estudo: Investigação, ou pesquisa
de algum assunto.
Iremos enfatizar a importância do estudo dedicado das
Escrituras. Estudar a Bíblia é muito mais do que apenas lê-la. Na simples
leitura encontramos alguns benefícios para a mente e para a alma. Mas, no
estudo, há maior aproveitamento do conteúdo e da mensagem exarados neste Santo
Livro.
I. O QUE É LER A BÍBLIA
1.
Leitura comum. Em Atos, lemos o relato do encontro de
Felipe com o mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes. A Bíblia conta-nos que
aquele ilustre homem, vindo de Jerusalém, assentado em seu carro, "lia o
profeta Isaías" (At 8.27,28), mas não entendia absolutamente nada. Há, em
toda parte, nas igrejas, pessoas que, a despeito de afirmarem com orgulho,
"Já li a Bíblia toda tantas vezes", não conseguem apreender nada ou
quase nada dela. Ler não é a mesma coisa que estudar.
2. Leitura persistente. A Palavra de Deus
nos adverte: "Persiste em ler, exortar e ensinar" (1 Tm 4.13). Há
muitos crentes que começam a leitura da Bíblia em Janeiro, com o firme
propósito de lê-la diariamente até o final do ano. Mas, infelizmente, poucos
são os que conseguem alcançar esse objetivo. Falta-lhes disciplina e
persistência.
De acordo com At 8.27-31 é possível ler as Escrituras e não
compreendê-la adequadamente. Portanto, ler não é a mesma coisa que
estudar.
II. O ESTUDO SIGNIFICATIVO DA BÍBLIA
1. O que é estudar. Estudar consiste no
processo de concentrar toda a atenção em um fato, assunto, ou objeto com o fim
de apreender-lhe a essência, funcionalidade, utilização, relações de causa e
consequências. Estudar exige do estudante certas aptidões intelectuais tais
como: aprender a ver, ouvir, redigir, ler, memorizar e raciocinar.
Todo cristão, especialmente os alunos da Escola Dominical,
precisa estudar com afinco as Sagradas Escrituras, tendo em vista a necessidade
de apreender sua mensagem, essência e significado.
2. O estudo aplicado da Bíblia. O
estudioso da Bíblia deve procurar "conhecer a sabedoria e a
instrução" para entender as palavras da prudência (Pv 1.2). O estudo das
Escrituras conduz o crente à sabedoria, em todos os aspectos da vida.
Entretanto, devemos ter cuidado para que o aprendizado não seja meramente
teórico ou mnemônico. O estudo bíblico deve ter como principal objetivo a
prática dos princípios divinos na vida cristã diária.
Estudar consiste no processo de concentrar toda atenção em um
fato, assunto, ou objeto com o fim de apreender-lhe a essência, funcionalidade,
utilização, relações de causa e consequências.
III. BENEFÍCIOS NO ESTUDO DA BÍBLIA
1. Crescer em conhecimento. Todo
crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pe 3.18). Infelizmente, há em
muitas igrejas, crentes fracos, franzinos, raquíticos espiritualmente, por
falta de alimento, que é o conhecimento da Palavra de Deus.
2. Evitar as "meninices". Quando
os crentes não lêem a Bíblia, nem tampouco a estudam, quase sempre, portam-se
como meninos espirituais. Daí, porque há tanto emocionalismo nos cultos em
muitas igrejas. Conforme afirma as Escrituras, tais pessoas, por não estarem
fundamentadas na Palavra, são levadas "em roda por todo vento de doutrina,
pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente" (Ef
4.14; Os 4.6; 6.3; Pv 4.7).
3. Meditação. "Oh! Quanto amo a
tua lei! É a minha meditação em todo o dia!" (Sl 119.97). Como vemos, o
salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de Deus. Meditar é ter uma
atitude interior de reflexão, ponderação, e exame daquilo que estamos pensando.
Hoje, com a agitação da vida moderna, é muito difícil refletirmos
habitualmente.
4. Prevenção. Precisamos ter a Palavra
de Deus escondida em nosso coração para não pecarmos contra o Senhor (Sl
119.11). Um dos fatores que mais contribuem para a queda do crente é a falta de
prevenção. Orar (Mt 26.41), ler e estudar a Bíblia, de maneira que o coração e
a mente fiquem saturados da Palavra de Deus, são atitudes preventivas
imprescindíveis para vencermos todas as sutis tentações do Maligno.
Os principais benefícios do estudo da Bíblia são: crescer em
conhecimento, evitar as meninices, meditação e prevenção.
IV. COMO ESTUDAR A BÍBLIA
1. Com atitude espiritual.
a) Humildade. O estudioso da Bíblia
deve curvar-se com humildade diante de Deus. Paulo disse: "Ó profundidade
das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!" (Rm 11.33; Mt
11.25).
b) Fé e oração. O estudioso da Bíblia só
poderá extrair dela lições aplicáveis à sua vida se tiver fé. A oração e a fé
são as chaves que abrem as portas da percepção das verdades emanadas da Palavra
de Deus.
c) Santidade. A Bíblia determina que
devemos ser santos em toda a maneira de viver (1 Pe 1.15). A leitura e o estudo
da Bíblia devem levar o estudioso a não pecar contra Deus (Sl 119.11).
"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17).
2. Com atitude intelectual.
a) Método. Um método simples, porém eficaz de
leitura bíblica, é seguir uma tabela de leitura, que se encontra em muitas
Bíblias. Outro método, também simples, é ler três capítulos por dia, de segunda
a sexta-feira, e cinco capítulos aos domingos e feriados.
b) Anotações. Ao ler um texto bíblico,
o estudante, ou o estudioso, deve ter o hábito de destacar certos aspectos
relevantes, que observa. Poderá sublinhar o que lhe chama a atenção; e poderá
anotar à margem, termos ou frases, que são significativas, no estudo, ou ter
uma caderneta de anotações.
c) Observar regras de interpretação bíblica. O
estudioso da Bíblia pode conhecer as regras de interpretação, adquirindo um bom
livro de Hermenêutica.
Duas atitudes são necessárias ao estudo da Bíblia: espiritual e
intelectual.
A Bíblia não é apenas um livro; nem mais um livro entre tantos
outros. Ela é a Palavra de Deus. O crente deve valorizar não somente a leitura,
mas, principalmente, o estudo sistemático, diário e persistente do Sagrado
Livro. É de grande proveito para a formação do caráter cristão, individual,
familiar, e de toda a igreja local. O estudo bíblico contribui decisivamente
para o crescimento na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo.BENTHO, E. C. Hermenêutica
fácil e descomplicada. 7.ed., RJ: CPAD, 2007.
“Ler e Compreender, atos necessários à exegese
A exegese bíblica é a extração, explicação, narração ou
interpretação dos textos bíblicos. No entanto, o comentário da perícope
bíblica, tradicionalmente chamado de exegese, somente é realizado pelo exegeta
após a compreensão do texto em análise. Portanto, antes de explicar o texto é
necessário compreendê-lo. Essa dimensão da interpretação foi captada
maestricamente pelo filósofo do sentido, Paul Ricoeur, quando afirmou que 'a
exegese se propõe a compreender um texto a partir de sua intenção, sobre o
fundamento daquilo que esse texto significa'. Logo, a exegese quanto ciência da
interpretação, se ocupa da compreensão e explicação do texto; isto é, do
entendimento, elucidação do contexto,
de sua trama, contextura e das conexões lógicas que existem entre as diferentes
partes do texto a fim de torná-lo coerente. Logo, dois binômios são necessários
à tarefa da exegese:compreender e explicar. O primeiro
procede da investigação metódica e conscienciosa do exegeta, enquanto o
segundo, do resultado derivado da análise".(HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996,
p.586-7.)
A Exegese é a ciência da compreensão e explicação de textos,
isto quer dizer que devemos acima de tudo entender que na prática existe um
abismo entre "ler" e "compreender", embora no grego
neotestamentário as duas palavras estejam etimologicamente relacionadas. É
possível ler um texto das Escrituras e não compreender o sentido ou a mensagem
do mesmo. O eunuco de Atos 8.30-35 lia, mas não compreendia. A leitura deve nos
conduzir a uma compreensão do texto, pois o próprio ato de ler leva-nos ao de
compreender.
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PAZ DO SENHOR
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