A INSPIRAÇÃO DA BIBLIA
Salmos
119.97-105.
I. AUTORIA DAS ESCRITURAS E SUA
INSPIRAÇÃO (2Tm 3.16,17; 1Pe 1.19-21).
1. O que se entende por inspiração das
Escrituras? Por “inspiração” denominamos o ato de Deus “mover”, “impulsionar”
os escritores da Bíblia a que registrassem os acontecimentos e tudo que Deus
ordenava que dissessem. Foi uma ação sobrenatural de Deus, por meio de seu
Santo Espírito, que conduziu os escritores a transmitir de forma escrita o que
seria de fato importante para que soubéssemos sobre Deus, a criação, seu plano
de salvação e o que nos aguarda no futuro.
2. Deus ditou as palavras da Bíblia? Há
partes do texto sagrado que nos dão a entender que Deus realmente ditou o que
foi escrito. Geralmente essas passagens são iniciadas com a expressão “assim
diz o Senhor”. Na Bíblia existem aproximadamente 380 passagens que trazem essa
expressão (Êx 14.1; Lv 4.1; Is 1.10; Ez 1.3). Entretanto, a maioria das
passagens não traz esses termos, o que nos mostra que em alguns trechos das
Escrituras Deus teria realmente ditado suas palavras aos autores, ao passo que
em outros, não. Isso em nada diminui a inspiração das Escrituras, pois
independentemente de terem sido ditadas pelo próprio Deus ou não, os escritores
sagrados consideraram toda a Bíblia como inspirada por Deus (2Pe 1.16-21; 1Jo
4.6).
3. O valor da Bíblia para a vida
cristã. A Palavra de Deus tem extremo valor para a vida cristã. Deus revelou
nela tudo o que precisávamos saber para que tenhamos comunhão com Ele dentro
dos moldes divinos, perdão dos nossos pecados e a certeza da vida eterna.
Como a Bíblia levou séculos para ser
escrita, devemos nos lembrar que os homens e mulheres dos tempos antigos
tiveram uma revelação parcial sobre os planos de Deus para a salvação da
humanidade. Nós temos o privilégio de ler a Palavra de Deus na sua inteireza,
vendo todo o projeto divino de salvação, desde a criação do homem até a
formação do povo de Israel, a vinda de Jesus, o seu ministério e sacrifício, a
origem da igreja primitiva até os escritos do Apocalipse.
II. A MENSAGEM DA BÍBLIA
1. A mensagem da Bíblia. É na Palavra
de Deus que encontramos as verdades da fé cristã, como a realidade do pecado e
a salvação proposta por Deus para a humanidade. A Bíblia nos mostra também a
origem do povo de Israel, sua história de erros e acertos ao longo dos séculos,
e a vinda de Jesus, o Cristo, para resgatar a humanidade do pecado. Mostra a
origem da Igreja, a atuação do Espírito Santo orientando os seguidores de Jesus
e a mensagem deixada para a Igreja pelas mãos dos apóstolos, com as diversas
orientações tanto para líderes quanto para os crentes em geral. Apresenta a
realidade da vida após a morte, do céu e do inferno, e o que está reservado no
futuro tanto para os que receberam a Jesus quanto àqueles que o rejeitaram.
Finalmente, manifesta como as coisas serão quando o mal deixar de existir e a
alegria do novo céu e da nova terra.
2. Os escritores da Bíblia. A Palavra
de Deus teve diversos autores que, movidos pelo Eterno, escreveram aquilo que
lhes era inspirado. Moisés era um legislador. Samuel era um profeta, juiz e
sacerdote. Davi era músico, pastor de ovelhas, guerreiro e depois se tornou
rei. Isaías era membro da realeza. Mateus era um fiscal da receita, Pedro, um
pescador, Lucas era um médico. Alguns escritores eram pessoas bem simples, como
Amós, o boiadeiro, e outras tiveram oportunidade de se destacar em seus
estudos, como Paulo, mas Deus não fez acepção em momento algum, pois Ele buscou
as que pudessem ser úteis nesse ministério. Essas pessoas tinham profissões
diferentes, e escreveram em épocas diferentes, mas conservaram uma unidade no
tocante à transmissão da mensagem divina.
3. Como devemos ler a Bíblia? Qualquer
pessoa pode ler a Bíblia. Uma pessoa não crente também pode ler as Sagradas
Escrituras, pois está dísponível em milhares de línguas e dialetos no mundo.
Entretanto, é preciso notar que se a pessoa não estiver aberta a entender as
verdades ali colocadas, sua leitura talvez não seja frutífera, pois tal pessoa
não enxergará ali o plano da salvação e o caminho para a vida plena com Deus.
III. A INERRÂNCIA E A CONFIABILIDADE
DAS ESCRITURAS (Hc 3.2)
1. O que é inerrância? Inerrância é a
qualidade de quem não erra. Como foi Deus que inspirou a sua Palavra, ela não
contém erros. Os homens que foram usados por Deus para escrevê-la tinham um
sério compromisso não apenas com o registro correto do que viam e ouviam, mas
também com a transmissão exata daquilo que Deus os estava inspirando a
escrever. Isso traz segurança na confiança e preservação da mensagem.
2. A Bíblia é confiável? Muitas pessoas
questionam se o texto que temos em mãos é confiável para estudarmos e
aplicarmos à nossa vida. Para esse tipo de questão, precisamos entender que os
manuscritos originais não continham erros. As traduções feitas para as diversas
línguas passaram pelas mãos de eruditos comprometidos com os estudos das
línguas originais, e que se dedicaram a traduzir de forma correta os textos que
temos.
3. O processo de transmissão do texto
bíblico. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e partes em aramaico, e o
Novo Testamento foi escrito em grego. Houve muita dedicação dos copistas em
preservar de forma íntegra as Escrituras no processo de transmissão da mensagem
divina. Sabemos que há variantes de textos bíblicos, ou seja, cópias com
algumas diferenças entre si, mas quando analisadas aprofundadamente, não
comprometem a mensagem central nem apontam erros entre um texto e outro.Deus
inspirou homens a que escrevessem sua Palavra para a humanidade, utilizando-se
da linguagem humana para transmitir, de forma inteligível, a sua revelação
específica. Hoje temos a Palavra de Deus disponível em nossa língua, e devemos
dedicar-nos ao seu estudo, não apenas para conhecê-la, mas para que cumpramos
os mandamentos do Senhor. Portanto a Bíblia é a inspirada, inerrante, infalível
e completa Palavra de Deus.
“Uma mudança notável da terminologia
que resultou dos debates na área da inspiração das Escrituras foi a preferência
pelo termo ‘inerrância’ ao invés de ‘infabilidade’. Isso tem a ver com a
insistência de alguns no sentido de que podemos ter uma mensagem infalível com
um texto bíblico errante. ‘Infabilidade’ e ‘inerrância’ são termos empregados
para se aludir à veracidade das Escrituras. A Bíblia não falha; não erra; é a
verdade em tudo quanto afirma (Mt 5.17,18). Embora tais termos nem sempre hajam
sido empregados, os teólogos católicos, os reformadores protestantes, os
evangélicos da atualidade (e, portanto, os pentecostais ‘clássicos’) têm
afirmado ser a Bíblia inteiramente a verdade; nenhuma falsidade ou mentira lhe
pode ser atribuída. A doutrina da inerrância é derivada mais da própria
natureza da Bíblia do que de um mero exame dos seus fenômenos. ‘Se alguém crê
que a Escritura é a Palavra de Deus, não pode deixar de crer que seja ela
inerrante’. A Escritura não falha porque Deus não pode mentir.
Consequentemente, a inerrância é a qualidade que se espera da Escritura
inspirada. O crítico que insiste em haver erros na Bíblia (em algumas passagens
difíceis) parece ter outorgado para si mesmo a infabilidade que negou às
Escrituras. Um padrão passível de erros não oferece nenhuma medida segura da
verdade e do erro. O resultado de negar a inerrância é a perda de uma Bíblia
fidedigna. Se for admitida a existência de algum erro nas Sagradas Escrituras,
estaremos alijando a verdade divina, fazendo a certeza desaparecer” (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ;
CPAD, 1996, pp.107-9).
De acordo com Luckesi, ensinar não
significa ir para uma sala e ‘despejar’ sobre os alunos uma quantidade de
conteúdos. Muitos infelizmente agem dessa forma, contribuindo para que haja,
segundo Paulo Freire, uma ‘educação bancária’, em que o aluno não é sujeito da
sua própria aprendizagem, mas apenas um receptáculo. Ele não pensa, apenas
recebe o que lhe é ensinado. O resultado é um grupo de pessoas sem capacidade
de reflexão. Fica então a pergunta: O que é ensinar? Segundo Paulo Freire,
‘ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua
própria produção ou construção’. Dentre as várias concepções de ensino, vejamos
uma que é bem basilar: Ensinar é ‘estimular’, ‘guiar’, ‘orientar’ o processo de
ensino-aprendizagem. Segundo Regina Célia C. Haydt, ‘ensinar é a atividade pela
qual o professor, através de métodos adequados, orienta a aprendizagem do
aluno’. O ensino precisa ser centrado no aluno, e não no professor ou no
conteúdo. Todas as nossas ações didáticas devem ser elaboradas pensando no
aluno, visando a sua aprendizagem” (BUENO, Telma. Educação Cristã: Reflexões e
Práticas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.20).FONTE CPAD
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