SAL DA TERRA LUZ DO
MUNDO'
Jesus e os valores do
sal e da luz
Introdução
Ao comparar
seus discípulos como sal e luz, Jesus os alertava sobre suas responsabilidades
e influência perante a sociedade que os observavam como exemplos e os ouviam
como fonte de esperança.
1. Jesus e seu discurso sobre os valores do sal
O crente, como o sal da terra e a luz do mundo tem o dever de
demonstrar, em todo o lugar, para todos, que tem uma nova vida, um novo
proceder, como salvo em Cristo Jesus. Uma das maiores utilidades do sal é
preservar certos alimentos da putrefação. Do mesmo modo, os crentes em Cristo
têm a responsabilidade de preservar a sociedade humana da putrefação moral e
espiritual.
1.1. Como o sal era
visto pelos antigos
No Antigo testamento o sal era ingrediente indispensável nos ofícios
sagrados, era exigido em todos os sacrifícios oferecidos no altar (Lv 2.13);
O sal representava a validade da duração de um pacto (Nm 18.19; 2 Cr
13.5); o sal simbolizava, para os antigos, a fidelidade. Os orientais até hoje
têm o costume de ratificar suas promessas através de presentes de sal. O
profeta Eliseu usou sal para saneamento das águas que tornavam a
terra improdutiva, simbolizando o poder do sal e sua influência no ato de
transformar (2 Rs 2.20-22).
1.2. O sal não cura
a corrupção, mas influi na sua prevenção
O Dr. G. Campbell Morgan, ao referir-se ao sal fez a seguinte colocação:
"O sal não éantisséptico, mas asséptico. Antisséptico é algo
contrário ao veneno, capaz de curar. Asséptico é algo destituído de veneno. O
sal nunca cura a corrupção. Previne a corrupção. Se a carne está contaminada e
corrompida, o sal não a descontaminará nem purificará; mas o sal ao
redor impedirá que se espalhe a corrupção que, de outro modo, tornaria a
carne contaminada" (Comentado por
Herbert Lockyer -Todas as parábolas da Bíblia).
1.3. Nem todos podem
ser considerados como sal
O sal que não impede a putrefação é insípido, inservível e que perdeu o
seu sabor, (Mc 9.49,50). Jesus não chamou crentes para desfrutarem apenas de
gracejo social, Ele espera que tenhamos uma vida influenciada por seu caráter
e que esse inunde a vida dos pecadores a nossa volta. Nossa vida e palavra
devem ser temperadas com sal, de sabor agradável, que manifesta uma graça
sobrenatural (Cl 4.6).
A única esperança da sociedade é a
vinda do Reino de Deus ao coração humano. A vida do crente deve revelar o que
Ele é no íntimo, do mesmo modo que a luz revela o que está oculto pelas trevas.
Fomos chamados como um povo especial, com a finalidade de mostrar a glória de
Deus através de um comportamento exemplar em todas as relações. Em relação ao
mundo, teremos que exercer o papel de sal e luz, dar sabor e dissipar as
trevas. Em relação à comunidade cristã, viver no mais profundo amor e com uma
verdadeira unidade, como um corpo sadio e bem tratado. Ser sal da terra é ter
sabor agradável de uma vida pura e santa, é crucificar a carne com suas
paixões, isto é o que Jesus espera de cada um de nós.
2. Jesus afirmou que o sal pode perder seu sabor
O sal usado pelos antigos era a gema, e o dos lagos de água salgada.
Era um sal impuro, que possuía sua parte exterior sem sabor, por isso esse sal
muitas vezes tinha que ser jogado fora, como coisa inútil. Jesus disse que uma
vez esgotado esse poder de salgar, a existência do sal fica comprometida e se
perde seu real valor. Pois não prestará mais para nada.
2.1. E se o sal for
insípido, com que se há de salgar?
Ninguém fala de sal, de gosto, de tempero, sem falar de uma existência
com sabor, alegria, incitamento, desafio e sem aventura. Quando Jesus nos diz
que somos o sal da terra, Ele nos afirma que a nossa vida tem que ser a
mais saborosamente fantástica que esse mundo já viu, uma vez que ela tem de
ter, no seu cerne, um conteúdo de gosto para o desgosto da terra. Somos o
paladar de Deus nessa terra insípida, o antídoto para uma existência inteiramente
destituída de sabor.
Quando o sal torna-se insípido, vira
monturo, não sendo possível diferenciá-lo de um monte qualquer. Para ser sal,
tendo sentido e significação, torna-se necessário manter o conteúdo imaculado.
A diferença está relacionada com as demais dimensões da vida, começando com as
de natureza mais privada e indo para aquelas mais públicas. O que estará
pesando na balança será o nosso caráter, o espírito de justiça, de verdade, de
bondade, que se traduz em comportamento bondoso, que jamais se torna frouxo, e
de uma liberalidade humana que jamais se torna libertina, mas que mantém um
conteúdo de verdade, a qual não se transforma num "justicismo"
executor, mas de uma verdade vivida em amor.
2.2. Sal que não
tempera só presta para se jogado fora
Jesus afirmou que o sal que perde sua virtude ou qualidade não tem mais
razão de existir (Mc 9.49,50; Ef 4.29). O sal pode conservar sua aparência de
sal, mas não seu caráter que será transformado noutra substância. Estamos na
era dos genéricos, onde tudo tem a mesma fórmula, porém não é o original.
Conhecemos igrejas genéricas que pregam um evangelho gene-
rico para crentes genéricos. Tudo se tornou uma questão de preço.
2.3. O sal não pode
ter apenas aparência tem que agir
O que será que as pessoas esperam de nós? Será que as pessoas querem
seguir heróis fracassados? Que motivo levaria uma dona de casa a ter sal em
sua despensa se soubesse que ele não teria utilidade? Se de algum modo algumas
pessoas perderam a credibilidade e fracassaram é porque não se deram conta de
que tinham uma responsabilidade a cumprir e um nome para zelar, que é o do
Senhor Jesus Cristo.
Ser sal da terra, nesse contexto,
significa ser gente para os desumanizados; significa trazer esperança de Deus
àqueles cujos horizontes são limitados. Há pessoas que vivem uma
vida tão limitada que não conseguem perceber que um dia nasceram e que um dia
vão morrer. Mas há pessoas que nem lembram que nasceram e que um dia vão
morrer, até que vem Jesus invadindo tais vidas, ajudando-as a olhar para trás
e dizer: "Eu nasci para um propósito". O que Jesus queria que
entendêssemos é que sendo Seus representantes aqui na terra, fomos gerados com
o mesmo propósito.
3. Jesus destacou as fundamentais importâncias do sal
Jesus conhecia o valor do sal quando afirmou: "Bom é o sal, mas, se
o sal se tornar insípido, com o que se há de salgar? Tende sal em vós mesmos e
paz uns com os outros". A Palavra de Deus firma que o sal que se torna
insípido perde três coisa principais: 1) perde o sabor: "Se o sal for
insípido com o que se há de salgar?"; 2) perde o seu valor: "Para
nada mais presta"; 3) perde o seu lugar: "Para se lançar fora"
(Mt 5.13).
3.1. O sal preserva
Este mundo ainda existe porque, apesar de sua degeneração, a Igreja,
formada pelos crentes, está preservando o que resta de saúde moral e espiritual
no mundo. Quando a Igreja for retirada da terra, a podridão tomará conta dos
povos sem Deus, levando-os a decomposição final, que os levará ao Inferno,
(2 Ts 1.9).
Deveria haver um silêncio em muitas
conversas, quando da nossa chegada. Ser sal é ser santo, é ser diferente e
contagiante. Sendo nós uma luz, algumas pessoas deveriam ser impactadas ao
ponto de se sentirem reprovadas e perdidas. Conta-se que Charles Finney ao
passar de trem por uma determinada cidade, a unção que estava em sua vida
comoveu os homens que bebiam em um bar. Atônitos, eles correram até uma igreja,
onde chorando copiosamente, entregaram suas vidas ao Senhor. Ele apenas passou
de trem.
3.2. O sal é valioso
e importante
O sal preserva e dá sabor sem aparecer. Quando o sal aparece pelo
excesso ninguém o suporta. O discurso do crente sal é o mesmo de João Batista:
"Que Ele cresça e eu diminua" (Jo 3.30). Sal em excesso representa o
fanatismo religioso, que em vez de dar sabor afugenta as pessoas,
(Mt 23.13). São os liberalistas que se acomodam com mundanismo, dizendo
que nada é pecado. Ser sal é ser equilibrado (Cl 4.6).
3.3. O sal deve
atender a uma expectativa divina
Jesus deixou muito claro que o sal existe para atender a uma
expectativa. Ele disse: "Com que se há de salgar". É impossível
acreditar que pessoas regeneradas e nascidas, outra vez, não compreendam o
valor de sua existência. Uma nova vida deve ser revestida de novas atitudes,
deve produzir impacto, pois nada no evangelho é estático, tudo é dinâmico.
Falando aos romanos, Paulo disse que até a natureza espera que saiamos dessa
prisão chamada inércia, (Rm 8.19).
Uma coisa que tem sido observada e
criticada entre as pessoas em nossos dias é o farisaísmo cristão. Pessoas que
vivem apenas de aparência, que todos os vêem como sal, mas são inúteis e
improdutivos. Um belo exemplo é Ló. A Bíblia o chama de Justo, mas era um
tipo de justo que nadainfluenciou, que teve sua luz apagada e que ainda
deu trabalho na hora de se salvar, pois estava atrapalhando o serviço dos anjos
(Gn 19.15, 16, 22). Sua esposa representa o sal que para nada mais presta,
apenas para ser pisado pelos homens.
4. Jesus afirmou que seus discípulos eram a luz do mundo
O mundo vive constantemente sob o domínio das trevas, o deus deste
século cegou "os entendimentos" dos incrédulos para que não lhes
resplandeça a "luz" do evangelho da glória de Cristo (2 Co
4.4). Parece incrível, mas Jesus nos comparou com uma qualidade inerente de
Si mesmo, pois Ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Será que não deveríamos
valorizar tal declaração?
4.1. A luz foi feita
para iluminar
Jesus disse que não se pode esconder uma cidade edificada sobre um
monte (Mt 5.14). Isto fala de posição de destaque. O monte sobre o qual
estamos edificados é o próprio Cristo e Sua afirmação nos ensina que fomos
feitos para brilhar num mundo de trevas (Fp 2.15). A igreja brilha e sua luz
alcança os povos que estão distantes, isto fala de unidade e serviço. A cidade
está acima e ilumina os que estão embaixo. Assim como Jesus nos conferiu o
título que tomou para Si mesmo (Jo 8.12), nos colocou em uma posição elevada
para iluminar os habitantes das trevas (Ef 2.6).
4.2. Os crentes são
refletores, não estrelas
Ninguém ouse brilhar além dAquele que é a luz. O crente em Jesus
não tem luz própria. Cristo é a verdadeira estrela (2 Pe 1.19; Ap 22.16). Nele, e em torno dEle, nós vivemos, e recebemos Sua luz.
Uma lâmpada precisa de combustível para iluminar determinado local, mas deve
sempre ser preenchida, pois sua luz depende inteiramente desse processo. Tem
muita gente queimando o pavio e apenas fumaçando, pois o óleo há muito já
vazou e a luz sabe-se lá onde está.
4.3. Sal e luz uma
combinação perfeita
Ao comparar seus discípulos como "sal e luz" Jesus falou de
coisas distintas, mas que combinadas agem de acordo com Seus objetivos
principais para toda humanidade. O sal opera internamente na massa com a qual
ele entra em contato. A luz opera externamente, irradiando tudo o que está ao
seu alcance. O sal representa a santificação e a luz à ação provocada pelo ato
da mesma. Da mesma maneira a luz, deverá cobrir todo o caminho de trevas e
apresentar-se mostrando os locais manchados pela sujeira do pecado. Jesus conclui
Seu discurso dizendo que as nossas boas obras glorificam o nosso Pai que está
nos céus (Mt 5.16).
Uma lâmpada é um corpo escuro, não
pode irradiar luz se não for acesa. Do mesmo modo não podemos deforma alguma
dar luz se não tivermos recebido a divina graça e iluminação do Espírito de
Deus. A lua é uma luminária, não tem luz própria, ela reflete a luz que vem do
sol. O que temos nunca foi nosso, nós o recebemos. Só poderemos brilhar em
virtude de sermos de Cristo. Tolo é aquele que acha que vence por seus próprios
esforços.
Disse Jesus: "Mas quem pratica a
verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são
feitas em Deus" (Jo 3.21). "nem se acende uma candeia e se coloca
debaixo do alqueire" (Mt 5.15). De outro modo, existem pessoas que
se colocam debaixo do alqueire do comodismo, da indiferença da falta de fé e
da ação. Pessoas que se apagam pela ausência do oxigênio da presença de Deus.
fonte CPAD
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