O DISCIPULO E A IMPUREZA
A
SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE
2Co 6.17,18 “Pelo que saí do
meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos
receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz
o Senhor Todo-poderoso”.
O conceito de separação do mal é
fundamental para o relacionamento entre Deus e o seu povo. Segundo a Bíblia, a
separação abrange duas dimensões, sendo uma negativa e outra positiva:
(a) a separação moral e espiritual do
pecado e de tudo quanto é contrário a Jesus Cristo, à justiça e à Palavra de
Deus;
(b) separar-se para DEUS - acercar-se
de Deus em estreita e íntima comunhão, mediante a dedicação, a adoração e o
serviço a Ele.
(1) No AT, a separação era uma
exigência contínua de Deus para o seu povo (Lv 11.44; Dt 7.3; Ed 9.2 –
separar-se dos cananeus). O povo de Deus deve ser santo, diferente e separado
de todos os outros povos, a fim de pertencer exclusivamente a Deus. Uma
principal razão por que Deus castigou o seu povo com o desterro na Assíria e
Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e ao modo pecaminoso de vida dos
povos vizinhos (ver 2Rs 17.7,8; 24.3; 2Cr 36.14; Jr 2.5, 13; Ez 23.2; Os 7.8).
(2) No NT, Deus ordenou a separação
entre o crente e:
(a) o sistema mundial corrupto e a
transigência ímpia (Jo 17.15,16; 2Tm 3.1-5; Tg 1.27; 4.4);
(b) aqueles que na igreja pecam e não
se arrependem de seus pecados (Mt 18.15-17; 1Co 5.9-11; 2Ts 3.6-15); e
(c) os mestres, igrejas ou seitas
falsas que aceitam erros teológicos e negam as verdades bíblicas (ver Mt 7.15;
Rm 16.17; Gl 1.9; Tt 3.9-11; 2Pe 2.17-22; 1Jo 4.1; 2Jo 10,11; Jd vv.12,13).
(3) Nossa atitude nessa separação do
mal, deve ser de:
(a) ódio ao pecado, à impiedade e à
conduta de vida corrupta do mundo (Rm 12.9; Hb 1.9; 1Jo 2.15), (b) oposição à
falsa doutrina (Gl 1.9),
(c) amor genuíno para com aqueles de
quem devemos nos separar (amar os inimigos, Jo 3.16; 1Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm
9.1-3; 2Co 2.1-8; 11.28,29; Jd v. 22) e
(d) temor de Deus ao nos
aperfeiçoarmos na santificação (7.1).
(4) Nosso propósito na separação do
mal, é que nós, como o povo de Deus,
(a) perseveremos na salvação (1Tm 4.16;
Ap 2.14-17), na fé (1Tm 1.19; 6.10, 20,21) e na santidade (Jo 17.14-21; 2Co
7.1);
(b) vivamos inteiramente para Deus
como nosso Senhor e Pai (Mt 22.37; 2Co 6.16-18) e
(c) convençamos o mundo incrédulo da
verdade e das bênçãos do evangelho (Jo 17.21; Fp 2.15).
(5) Quando corretamente nos
separarmos do mal, o próprio Deus nos recompensará,
acercando-se de nós com sua proteção,
sua bênção e seu cuidado paternal.
Ele promete ser tudo o que um bom Pai
deve ser. Ele será nosso Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará
como seus próprios filhos (6.16-18).
(6) O crente que deixa de separar-se
da prática do mal, do erro, da impureza, o resultado inevitável será a perda da
sua comunhão com Deus (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos
de filho (6.18; cf. Rm 8.15,16).
(Bíblia de Estudos Pentecostal - CPAD)
Crucificando a Carne (Gálatas
5:19-21)
A carta de Paulo aos gálatas ataca
com força a doutrina falsa que alguns cristãos judeus estavam ensinando, pela
qual tentavam obrigar os cristãos a obedecer a lei que Deus havia dado aos
israelitas, no Velho Testamento. Ele demonstra efetivamente que nossa
justificação é pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei de Moisés. Os
primeiros quatro capítulos do livro apresentam e defendem seus argumentos para
mostrar que não somos escravos sob a velha lei, mas livres em Cristo. Em
Gálatas 5:1, ele faz este forte apelo: "para a liberdade foi que Cristo
nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de
escravidão."
Paulo faz, então, uma transição dos
argumentos doutrinários contra este erro de alguns irmãos judeus, para os
argumentos práticos que todos podemos e devemos aplicar em nossas vidas. Pondo
de lado a lei do Velho Testamento, ele continua dizendo: "Porque vós,
irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar
ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor" (Gálatas
5:13). Este contraste entre nossa liberdade em Cristo e a escravidão à carne é
desenvolvido nos versículos finais do capítulo 5, onde ele mostra que devemos
andar no Espírito e recusarmo-nos a satisfazer os desejos pecaminosos de nossa
carne. Ele nos diz que estamos em uma guerra que o Espírito deve vencer. Para
ajudar-nos a ser vitoriosos, ele enumera as obras da carne e coloca-as em
contraste direto com o fruto do Espírito. Vai nos ajudar a vencer o inimigo dos
desejos carnais se considerarmos cuidadosamente esta lista e o significado das
palavras que Paulo emprega.
As Obras da Carne (Gálatas 5:19-21)
Muitos dos pecados listados aqui são
semelhantes, portanto, pode ajudar em seu entendimento se os considerarmos em
grupos.
Pecados de Impureza Sexual,Prostituição
(19) é um termo amplo, que descreve relações sexuais ilícitas. Sua origem, como
pode ser entendida pela tradução comum, "prostituição", vem de uma
palavra que descrevia "amor" que pode ser comprado e vendido, onde
uma pessoa é usada e descartada. Em vez de restringir as relações sexuais como
Deus tencionava (somente a um casamento legal, por toda a vida, de um homem com
uma mulher, Gênesis 2:24; Hebreus 13:4), aqueles que praticam a prostituição
fazem do sexo uma paixão carnal barata e vazia.
Impureza (19) significa basicamente
sujeira. Ela fala da impureza que corrompe a moralidade e a alma de uma pessoa.
Ela pode ser usada para falar de impureza religiosa, mas também veio a
significar corrupção moral. Esta impureza separa uma pessoa de Deus, que é puro
e santo.
Lascívia (19) sugere um amor ao
pecado, de quem perdeu sua vergonha e imprudentemente viola a lei de Deus. É
normalmente usada para falar de tal atitude para com os pecados sexuais.
Pecados de Impureza Espiritual e
Religiosa
Idolatria (20) é, essencialmente, a
adoração de uma criatura quando deveríamos adorar somente o Criador. É, assim,
uma rejeição de Deus e de sua posição de autoridade e honra. Pode ser cometida
na adoração a imagens (Romanos 1:19-23) ou na exaltação e na busca de coisas
materiais (Mateus 6:24; Colossenses 3:5). Pode levar a doenças e mortes como em
Rm1, pelo abandono de DEUS.
Feitiçaria (20) vem da mesma raiz que
a palavra "farmácia". Ela, originalmente, se referia a drogas
medicinais, e com o passar do tempo veio a ser associada com o abuso de drogas
e, finalmente, com o abuso de drogas em bruxaria e feitiçaria.
Pecados Contra Outras Pessoas
As obras da carne incluem oito
palavras que se referem a conflitos e divisões entre pessoas, por causa de
atitudes egoístas e pecaminosas, que destroem as relações pessoais. Estes
pecados têm destruído muitas amizades, famílias e igrejas, e têm que ser
vencidos para se andar no Espírito.
Inimizades (20) é uma palavra comum
para descrever a separação entre inimigos. É a mesma palavra que Paulo usou em
outro lugar para falar da separação de Deus (Romanos 8:7), ou a divisão entre
os judeus e os gentios que foi removida pelo sacrifício de Cristo (Efésios
2:14-16). Os cristãos têm que amar seus inimigos, e não podem imitar ao ódio do
mundo (Mateus 5:43-48).
Porfias (20) são o comportamento que
resulta da atitude de inimizade. Esta palavra descreve debates, disputas e
lutas que freqüentemente ocorrem quando pessoas estão preocupadas, de modo
egoísta, em proteger seus próprios interesses.
Ciúmes (20) é uma palavra que fala do
medo de perder alguma coisa, que leva a conflitos com outros e até mesmo a ressentimento
e ódio a outras pessoas.
Iras (20) é uma palavra forte que
descreve a fúria e o impulso violento contra coisas ou pessoas que nos ofendem.
É, freqüentemente, vista na tendência de pessoas a reagirem quando se sentem
lesadas. Em contraste, Paulo disse que não temos que procurar vingança, mas
devemos deixar a Deus o exercício da justiça (Romanos 12:19-21).
Discórdias (20) descrevem as
dissensões que resultam de ambições egoístas. É uma palavra política que
descreve a campanha partidária pela honra e posição. Tal política não tem lugar
entre os servos de Cristo. Paulo disse que a solução para tais conflitos é
imitar a atitude altruísta e sacrificial de Cristo (Filipenses 2:1-8).
Dissensões (20) descrevem as divisões
que resultam quando as pessoas satisfazem seus próprios desejos em vez de
buscar agradar ao Senhor. Para evitá-las, precisamos basear nossa unidade na
palavra de Deus (1 Coríntios 1:10) e no exemplo que Jesus nos deu (João
17:20-23).
Facções (20) são seitas ou partidos.
Os primeiros três capítulos de 1 Coríntios mostram que tais seitas não deveriam
existir na igreja do Senhor. Não devemos seguir as várias doutrinas humanas que
dividem o mundo religioso, mas devemos nos unir a Cristo e com aqueles que o
seguem fielmente.
Invejas (21) são similares aos
ciúmes. Os ciúmes resultam do temor de perder algo que alguém já tem; as
invejas são o ódio e o ressentimento que uma pessoa sente quando outros
prosperam ou possuem o que ele não tem.
Pecados que Demonstram Falta de Autodomínio
Bebedices (21), ou embriaguez, é um
problema que tem afligido as sociedades desde os tempos antigos. O abuso do
álcool, com todos os seus feios resultados de mortes desnecessárias, lares
desfeitos, esposas e filhos maltratados, etc., continua a ser uma das mais comuns
obras da carne. Ela não tem lugar na vida de uma pessoa que está
verdadeiramente sob o comando de Deus.
Glutonarias (21) é uma palavra que
nos recorda que o excesso, mesmo em coisas que não são inerentemente más, pode
ser errado. Não é errado comer, mas comer sem se conter é errado. A pessoa que
não pode recusar comida não está mostrando o autodomínio que Deus exige de nós,
é glutão.
E Coisas Semelhantes
Esta não é uma lista completa de
todos os pecados possíveis que uma pessoa pode cometer. Paulo está simplesmente
dando exemplos para ilustrar a diferença entre a pessoa que é governada pelo
Espírito e aquela que é uma escrava das paixões carnais. Ele nos está
desafiando a retirar estas coisas de nossas vidas para que possamos viver e
andar no Espírito.
A Conseqüência do Servir à Carne
Paulo não deixa dúvida em seu
comentário final, no versículo 21: ". . . a respeito das quais eu vos
declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que
tais cousas praticam". Há uma ligação inegável entre nossa conduta e nossa
salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito mudar totalmente sua vida
e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um lar eterno com Deus.
Devemos ser transformados de dentro para fora (Romanos 12:1-2).
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PAZ DO SENHOR
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