O
FRUTO DO ESPÍRITO:
FIDELIDADE,
MANSIDÃO, DOMÍNIO PRÓPRIO
A
vida cristã autêntica tem sua própria escala de prioridades: Primeiro Deus,
depois os outros, por último nós mesmos. Por isto ao falarmos do terceiro cacho
do fruto do Espírito focalizaremos nossa atenção no homem interior. O Espírito
Santo atua em nós para poder atuar através de nós. "Ser" é mais
importante que "fazer". Mas quando somos interiormente o que devemos
ser, então produziremos fruto, mais fruto, muito fruto. Este é o objetivo final
do apóstolo Paulo ao escrever: "É Deus quem efetua em nós tanto o querer
como o realizar, Segundo a sua boa vontade" (Filip. 2:13). Ele diz também:
"Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo
Jesus" (Filip. 1:6).
O
terceiro cacho do fruto espiritual trata do homem interior. Inclui fidelidade,
mansidão e domínio próprio.(notas IBID,PP.162-163)
O
Fruto do Espírito: Fidelidade
A
fidelidade de que se fala aqui não é uma referência à fé do crente, mas à
fidelidade que o Espírito Santo produz em uma vida cristã entregue a Ele.
A
mesma palavra aparece em Tito 2:10; a Escritura elogia muito este traço de
caráter. Fidelidade nas coisas pequenas é um dos teste de caráter mais seguros,
como num Senhor mostra na parábola dos talentos: "Foste "fiel no
pouco, sobre o muito te colocarei" (Mat. 25:21). Moralidade não é tanto
questão de grandeza, mas de qualidade. Certo é certo, errado é errado, tanto nas
coisas pequenas como nas grandes.
Pedro
contrasta os que arcam fielmente com Deus com os que se emaranham de novo com a
sujeira do mundo. Ele escreve: "Melhor lhes fora que nunca tivessem
conhecido o caminho da justiça, do que, após conhecê-lo, volverem para trás,
apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que
diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: a porca
lavada voltou a revolver-se no lamaçal!" (2 Pedro 2:21, 22).
A
terceira epístola de João conta só catorze versículos. Demétrio e Diótrefes são
as personagens principais. Demétrio era o discípulo fiel: "Todos falam bem
de Demétrio, e a própria verdade fala bem dele" (v. 12, BLH). Ele é
elogiado porque seguiu o Senhor fielmente, em palavra, em verdade, na prática e
no princípio.
Uma
expressão familiar na indústria é "prazo de entrega", o tempo entre o
recebimento do pedida de fabricação e o dia em que ele é entregue. Muitos
cristãos um dia se arrependerão do tempo que gastaram depois de Deus lhes
mostrar Seu plano para eles e antes de começar a agir. Os israelitas poderiam
ter feito a sua viagem do Egito até Canaã em poucos meses; mas, por causa da
sua infidelidade e falta de fé (a palavra é a mesma, no grego), a viagem foi
feita em não menos que 40 anos, e toda uma geração morreu.
Falta
de fidelidade é um sinal de imaturidade espiritual. Um sinal de imaturidade
emocional é a recusa em aceitar responsabilidade. Os jovens querem ter todos os
privilégios dos adultos, mas não querem assumir responsabilidades. O mesmo princípio
vale espiritualmente. Deus nos deu certas responsabilidades, como cristãos
adultos. Quando somos desobedientes e nos recusamos a assumir estas
responsabilidades, então somos infiéis. Por outro lado, quando somos fiéis é
porque assumimos as responsabilidades que Deus nos deu. Isto é um sinal de
maturidade espiritual, e é um dos frutos importantes que Espírito produz em
nós.
Sem
dúvida muitos de nas crescem mais lentamente do que deveriam porque não querem
permitir que o Espírito Santo controle todas as áreas da sua vida. Nossa
obediência, permitindo que Deus Espírito Santo remova todos os maus hábitos que
se desenvolvem, deveria ser imediata. Às vezes somos impacientes, porque demora
tanto para sermos como Ele é, mas devemos ser pacientes e fiéis, porque vale a
pena esperar até sermos como Ele é. E eu tenho certeza de que não vamos saber
que somos maduros, quando o formos. Quem de nós pode dizer que já é perfeito?
Sabemos que quando estivermos diante dEle na eternidade, então seremos
glorificados com Ele. O Espírito Santo começará a aperfeiçoar e executar o
plano de Deus em nossa vida sempre que estivermos dispostos a dizer
"sim" à Sua vontade!
A
Escritura está repleta com histórias de homens como Abraão (Heb. 11:8-10) que
andaram fielmente com Deus. Todo o capitulo onze de Hebreus fala de homens e
mulheres que Deus considerou fiéis.
É
perigoso tentar Deus, como alguns homens "infiéis" fizeram nos dias
de Amós. Deus disse a eles: "Eis que vêm dias. . . em que enviarei fome
sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do
Senhor" (Amós 8:11).
Devemos
prestar atenção, isto sim, à advertência de Tiago: "Bem--aventurado o
homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido
aprovada, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o
amam" (1:12). Mais adiante Tiago diz: "Mas aquele que considera
atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo
ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que
realizar" (1:25).
Sempre
de novo nós somos exortados a sermos fiéis. Eu já disse algumas vezes que no
fim desta era haverá diversos julgamentos. Um destes julgamentos é chamado de o
trono da justiça de Cristo. Algum dia todos os cristãos estarão diante de Jesus
Cristo para prestarem contas do que fizeram depois da conversão. Nós seremos
julgados não com base no quanto fomos bem sucedidos aos olhos do mundo mas no
quanto fomos fiéis no lugar em que Deus nos colocou. O apóstolo Paulo indica
isto em 1 Coríntios 3:9-16: a fidelidade será a base na qual Deus fará o
julgamento.
O
maior teste para nossa fidelidade pode ser quanto tempo nas dedicamos à leitura
da Bíblia, à oração, vivendo de acordo com os princípios de justiça quando
abençoados com prosperidade.
Um
cristão devoto me surpreendeu recentemente, quando disse: "É tão difícil
ser um cristão nos dias atuais." É tão fácil esquecer e abandonar o nosso
Deus em meio à prosperidade, principalmente onde o materialismo domina. É por
isto que Jesus disse que é tão difícil para os ricos entrar no reino de Deus.
Os ricos podem ser salvos – mas a Bíblia fala da "fascinação das
riquezas" (Mat. 13:22).
As
preocupações e ocupações deste mundo muitas vezes interferem na nossa vida fiel
na presença de Deus. No meio da prosperidade nós devemos nos cuidar para não
cairmos na mesma armadilha que a gente de Laodicéia, que incorreu no desagrado
e na ira de Deus porque pensava que não precisava de nada, já que era
materialmente rica (Apoc. 3:17). "Ora, os que querem ficar ricos caem em
tentação e cilada, e em muitas concupiscências (desejos) insensatas e
perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do
dinheiro é raiz de todas os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé,
e a si mesmo se atormentaram com muitas dores" (1 Tim. 6:9, 10).
Se
nós pudéssemos gravar um epitáfio no túmulo do apóstolo Paulo, poderia ser
este: "Fiel até à morte." Já à espera da execução Paulo escreveu sem
hesitação: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já
agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará
naquele dia" (2 Tim. 4:7, 8). Sejam quais forem os fracassos de Paulo e
quanto lhe faltava para a perfeição, ele sabia que tinha sido fiel ao Senhor
até o fim.
Este
gomo maravilhoso do cacho do fruto do Espírito – fidelidade inclui fidelidade
no falar de Cristo, fidelidade na nossa entrega e no nosso chamado, e
fidelidade aos mandamentos de Cristo. A recompensa final para a fidelidade está
em Apocalipse 2:10: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da
vida."notas,IBID,pp.163-165)
O
Fruto do Espírito: Mansidão
A
palavra mansidão (humildade, na Bíblia na Linguagem de Hoje) vem de uma palavra
grega que significa "brando; ser suave no trato com outros". Jesus
disse: "Felizes os humildes, porque receberão o que Deus tem
prometido" (Mat. 5:5). Em nenhum lugar da Escritura esta palavra implica
em desânimo ou timidez. Nos templos bíblicos mansidão ou humildade significava
muito mais do que na nossa língua hoje em dia. Continha a idéia de ser
domesticado, como um cavalo selvagem que foi controlado.
Antes
de Ser chamado pelo Espírito Santo Pedro era rude e explosivo. Depois toda a
sua energia passou a ser usada para a glória de Deus. Moisés foi chamado de o
mais manso dos homens, mas antes de Deus o chamar ele era altivo e
independente, e levou quarenta anos no deserto até se submeter completamente ao
controle de Deus. Um rio sob controle pode ser usado para gerar energia
elétrica. Fogo sob controle pode servir para cozinhar alimentos. Mansidão é
poder, força, temperamento e violência sob controle.
Em
outro sentido podemos comparar mansidão a modéstia, porque é o oposto de
arrogância e comodismo. Pelo contrário, ela dá atenção aos outros e torna
cuidado para nunca deixar de perceber os direitos dos outros.
Mansidão
abriga uma força silenciosa que confunde os que a consideram fraqueza. Esta foi
a reação de Jesus depois de preso – durante as acusações, as torturas e a
crucificação Ele suportou as dores físicas e emocionais que Seus algozes
espectadores escarnecedores o faziam sofrer sem misericórdia. "Ele foi
oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao
matadouro; e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a
sua boca" (Isa. 53:7).
Mansidão
também é chamada de amar sob disciplina. Charles Allan diz: "Deus nunca
espera de nós que sejamos menos do que realmente somos .. . Autodiminuição é um
insulto ao Deus que nos fez. Mansidão adquirimos por outros meios ... O orgulho
vem quando nós olhamos para nós mesmos; a mansidão vem quando nós olhamos para
Deus."1
Como
todo o crescimento do cristão a mansidão também se desenvolve em atmosfera
pesada de hostilidade. Esta estabilidade espiritual e força interior, produzida
pelo Espírito Santo, não a adquirimos em um parque de diversões mas no campo de
batalha espiritual.
David
Hubbard dá ainda outra definição de mansidão, dizendo que ela nos faz estarmos
sempre à disposição dos que contam conosco; estamos em paz com nossa força, e
por isso não a usamos com arrogância ou ofendendo outros. E Dewitt Talmadge
diz: "Assim como profeticamente os céus são tomados de violência a terra é
tomada de mansidão, e Deus, como proprietário, não quer outros inquilinos ou
não arrenda a ninguém mais que aos meigos de coração e espírito."
Dr.
V. R. Edman, falando de Andrew Murray, o grande pregador de Keswick, diz assim
em seu livro They Found the Secret (Eles Acharam o Segredo): "De fato este
é o tipo de vida submissa que tira sua força e seu sustento da Videira. Com
esta seiva refrescante e avivante do Espírito Santo percorrendo o íntimo, a
oração è eficaz, a pregação é com poder, o amor é contagiante, a alegria
transborda e há paz maior do que podemos compreender. É a adoração que é
silêncio para conhecer Deus só para nas. É a obediência que faz o que o Senhor
ordena à luz da Palavra. É a fertilidade espontânea porque permanece na
Videira."2
Outra
ilustração que me ajudou a compreender a mansidão é o icebergue. Quando cruzei
o Atlântico vi alguns do navio. Mesmo sendo alto acima da superfície, a maior
parte do icebergue está debaixo da água. Eles podem ser formidavelmente
destrutivos quando entram na rota dos navios. Mas a maior ameaça aos icebergues
é algo muito bom, o sol. O sol traz calor à vida e morte aos icebergues. Assim
como a mansidão é uma força poderosa o sol é mais poderoso que qualquer
icebergue. A mansidão ou humildade de Deus em nós permite que os solares do
Espírito Santo de Deus trabalhem em nossos corações gelados, fazendo deles
instrumentos para o bem e para Deus. Espiritualmente, o cristão manso e
humilde, cheio do Espírito, é um prisma que dirige o espectro dos raios do Sol
sobre os icebergues da nossa carnalidade.
Como
você e eu podemos aplicar a mansidão a nós? Jesus pôs diante de nós o Seu
próprio exemplo, dizendo-nos para sermos "mansos e humildes de
coração" (Mat. 11:29).
Em
primeiro lugar, não devemos reagir defensivamente quando nossos sentidos são
perturbados, como Pedro fez quando cortou a orelha do soldado que foi junto
para prender Jesus no jardim; ele só recebeu uma repreensão do Senhor (Mat.
26:51, 52).
Em
segundo lugar, não devemos querer ter a preeminência, como Diótrefes (3 João
9). Nosso desejo é que em tudo Jesus Cristo tenha a primazia (Col. 1:18).
Em
terceiro lugar, não devemos procurar reconhecimento e recompensa, ou ser
considerado a voz da autoridade, como Janes e Jambres (2 Tim. 3:8). Estes magos
do Egito rejeitaram a autoridade do Senhor em Moisés e se opuseram a ele pouco
antes do êxodo. "Cada um de vós não pense de si mesmo além do que convém,
antes, pense com moderação. . . Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (Rom. 12:3, 10).
Quando
Jesus Cristo governa a nossa vida a mansidão pode se tornar uma das nossas
virtudes. A humildade pode ser o sinal mais visível da grandeza que há em nós.
Talvez você e eu nunca seremos respeitados como voz de autoridade; talvez nunca
recebamos os aplausos do mundo; pode ser que nunca governemos ou tenhamos em
mãos o bastão do poder. Mas um dia os mansos hão de herdar a Terra (Mat. 5:5),
porque ninguém pode nos tirar a parte que nos cabe de direito da herança divina
e cheia de alegria que Deus preparou para nós.(notas,IBID,PP.165-167)
O
Fruto do Espírito: Domínio Próprio
Domínio
próprio (ou temperança, em algumas versões) é a terceira parte deste cacho. A
palavra grega significa senhorio forte e pesado, capaz de controlar nossos pensamentos
e ações.
A
mãe de John Wesley escreveu uma vez para ele, enquanto ele ainda era estudante
em Oxford, assim: "Tudo que aumenta a autoridade do corpo sobre a mente é
mau." Esta definição me ajudou a compreender "domínio próprio".
A
falta de domínio próprio já derrubou reis e tiranos. A história ilustra isto.
Alguém disse uma vez: "Existem homens que podem comandar exércitos, mas
não podem comandar a si mesmos. Existem homens que com suas palavras inflamadas
podem cativar multidões, que não conseguem ficar quietos diante de provocações
ou insultos. O maior sinal de nobreza é o domínio próprio. Ele é mais sinal de
realeza do que coroa e púrpura."
Alguém
mais disse também:
"Não
nos aplausos de uma multidão,
Não
no clamor que entra lá de fora;
Está
em nós derrota ou vitória."3
Esta
história passada e presente ilustra como os excessos de um apetite incontrolado
e dos desejos carnais trazem desgraça à nossa vida.
Duas
são as causas do pecado da intemperança, da falta de domínio próprio : uma é o
apetite físico; a outra são os hábitos da mente.
Quando
alguém fala em temperança ou moderação, logo pensamos em bebidas alcoólicas.
Isto se deve aos grandes defensores da moderação que durante muitos anos
tentaram erradicar este veneno que prejudica tantas pessoas no mundo. Mas por
alguma razão nós aprovamos a glutonaria, que a Bíblia condena tanto quanto a
embriaguez. Também temos a tendência de fechar um olho diante de indelicadeza,
fofocas, orgulho e inveja. Em todas estas áreas também precisamos ter domínio
próprio. A Escritura diz: "Porque os que se inclinam para a carne cogitam
(têm suas mentes presas em) das coisas da carne; mas os que se inclinam para o
Espírito, das coisas do Espírito" (Rom. 8:5). Moderação ou domínio
próprio, fruto do Espírito, é a vida normal do cristão na prática.
Domínio
próprio em coisas de comida é moderação. Domínio próprio com respeito ao álcool
é sobriedade. Domínio próprio em assuntos de sexo é abstinência para os que não
são casados. Mesmo nós que estamos unidos às vezes precisamos de domínio
próprio, quando nós nos abstemos da atividade sexual lícita, por mútuo
consentimento, para nos dedicarmos melhor ao estudo da Palavra de Deus, à
oração e às boas obras (veja 1 Cor. 7:5).
Temperança
quanto ao nosso temperamento é domínio sobre ele.
Há
poucos dias eu estava junto com um homem que estacionou em uma área proibida no
aeroporto. Um funcionário lhe pediu gentilmente que estacionasse um pouco
adiante, onde fosse permitido. Ele respondeu com nervosismo: "Se você não
tem farda de policial, então cale a boca." Este cristão estava tão nervoso
e tenso por causa das responsabilidades que pesavam sobre ele que tinha perdido
quase todo o controle sobre seu temperamento. Ele não tinha mais temperança. O
seu pecado era tão grande como se estivesse bêbado.
Domínio
próprio quanto a roupas é modéstia apropriada. Domínio próprio na derrota é
esperança. Domínio próprio em relação aos prazeres pecaminosos é nada menos que
abstinência completa.
Salomão
escreveu: "Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se
controlar do que conquistar cidades inteiras" (Prov. 16:32, BLH). A Bíblia
Viva faz uma paráfrase da última parte do versículo: "É melhor ter domínio
próprio do que comandar um exército." O autor de Provérbios disse ainda:
"Quem não sabe se controlar é tão sem defesa como uma cidade sem
muralhas" (25:28, BLH).
Paulo
ensinou a importância do domínio próprio. Qualquer atleta que queira ganhar uma
corrida deve treinar até controlar totalmente o seu corpo, diz ele aos seus
leitores. E enfatiza que o prêmio não é uma coroa perecível, mas uma que dura
para sempre: "Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma
coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. ... Eu esmurro o meu corpo, e o
reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser
desqualificado" (1 Cor. 9:25, 27).
Na
lista que Pedro faz das virtudes do cristão, ele diz: "Associai... com o
conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança" (2
Pedro 1:5, 6). Todos estes andam juntos. E não resta dúvida que se deixarmos
nossas paixões nos governarem o resultado final será bem menos desejável do que
imaginamos no momento do prazer.
Quem
pode dizer onde termina o domínio próprio e começa a intemperança? Alguns
cristãos têm uma consciência bem elástica quando se trata dos seus pontos
fracos – e uma consciência de ferro quando se trata das fraquezas dos outros.
Talvez seja esta a razão de ser tão fácil para muitos cristãos condenar alguém
que toma um copo de vinho ocasionalmente, mas nunca se repreendem por comer
demais, que é pecado da mesma forma. Comer demais é um dos pecados mais
aceitos e praticados entre os modernos cristãos ocidentais. É fácil condenar um
adúltero, mas como o que condena tem direita para tanto, se ele mesmo é culpado
de alguma outra forma de intemperança? Não deveríamos todos ter as mãos limpas
e o coração puro em tudo? Um tipo de escravidão é mais errado do que outro, em
princípio? Não estamos igualmente amarrados, se o que nos prende são cordas ou
cabos de aço?
Os
desejos que controlam uma pessoa podem ser diferentes dos que controlam outra.
Alguém que deseja ardentemente possuir coisas é tão diferente de alguém que
deseja sexo, jogos, ouro, comida, bebida ou drogas?
Nunca
foi tão necessário ter domínio próprio em todas os aspectos da vida como hoje.
É imperativo que os cristãos sejam o exemplo em uma época em que violência,
egoísmo, apatia e vida indisciplinada tentam destruir este planeta. O mundo
precisa deste exemplo – algo firme em que possa segurar, uma âncora em mar
bravio.
Durante
séculos os cristãos pregaram que Cristo é a âncora. Se nós, que temos o
Espírito Santo vivendo e atuando em nós, falhamos e caímos, que esperança resta
para o mundo? (Notas IBID,167-170)
bibliografia
Billy Grahan, O Espirito Santo ,1980,notas o fruto do Espirito Santo.
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PAZ DO SENHOR
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