Lições Bíblicas CPAD
Jovens 1º Trimestre de 2016
Título: Justiça e Graça — Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos
Romanos
Comentarista: Natalino das Neves
Lição 6: Bênçãos da justificação
Data: 07 de Fevereiro de 2016
TEXTO DO DIA
“Porque, se nós, sendo
inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais,
estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.10).
SÍNTESE
A justificação por meio
da fé é acompanhada de muitos benefícios, o que motiva o crente a manter sua
fidelidade a Deus, independente das circunstâncias.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Rm 5.1
A justificação e a paz com Deus
TERÇA — Rm 5.2
Firmes pela graça de Deus
QUARTA — Rm 5.3,4
A justificação proporciona gozo na alma
QUINTA — Rm 5.5
A justificação nos garante esperança
SEXTA — Rm 5.8
A justificação assegura a certeza do
amor de Deus por nós
SÁBADO — Rm 5.11
A justificação certifica a nossa
reconciliação com Deus
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
MOSTRAR as bênçãos da paz
com Deus;
ANALISAR a bênção do
regozijo na tribulações;
EXPLICAR a bênção da
salvação passada e presente.
INTERAÇÃO
Esta lição é um marco na
epístola aos Romanos. A justificação traz consigo alguns benefícios que são
concedidos por Deus, dentre estes benefícios está a bênção do regozijo nas
tribulações, o que pode parecer contraditório para alguns. Há quem diga que não
é uma bênção, mas uma apologia ao sofrimento. Por isso, a dificuldade de
algumas pessoas lidarem com situações adversas, às quais todas as pessoas
inevitavelmente estão sujeitas. Jesus afirmou que teríamos aflições (Jo 16.33).
Um relato que alguns leitores da Bíblia têm dificuldade de entender é que logo
após a ascensão de Jesus, os discípulos que foram perseguidos e maltratados
pelo amor ao Evangelho se diziam alegres e glorificavam a Deus por se acharem
dignos de sofrerem por amor ao nome de Jesus. Talvez, essa seja a maior
dificuldade de aceitação para alguns, as demais bênçãos são mais fáceis de
aceitação e entendimento.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Sugerimos que nesta aula
você separe três grupos. Cada grupo ficará responsável para analisar um dos
tópicos e você atuará como orientador destes grupos. Nos grupos geralmente têm
alguns líderes naturais que poderão conduzir a conversa nos respectivos grupos,
você pode designar os líderes ou deixar que escolham entre si, o que seria mais
apropriado. A primeira atividade será o estudo de cada tópico pelos grupos,
você pode dar aproximadamente uns 15 minutos para a tarefa. Na sequência, cada
grupo deverá apresentar seu assunto, abrindo para os demais para uma ponderação
geral. Sugerimos utilizar algo em torno de 30 minutos para essa atividade. Você
deverá ser o moderador da turma e fazer as considerações finais. O tempo
sugerido serve apenas como referência, você deverá adaptar de acordo com o
tempo disponibilizado pela sua superintendência de Escola Dominical.
TEXTO BÍBLICO
Romanos 5.1-11.
1 — Sendo, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 — pelo qual também
temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na
esperança da glória de Deus.
3 — E não somente isto,
mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a
paciência;
4 — e a paciência, a
experiência; e a experiência, a esperança.
5 — E a esperança não
traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo que nos foi dado.
6 — Porque Cristo,
estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 — Porque apenas alguém
morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 — Mas Deus prova o seu
amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 — Logo, muito mais
agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 — Porque, se nós,
sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito
mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
11 — E não somente isto,
mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora
alcançamos a reconciliação.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A justificação se dá por
meio da fé no poder regenerador da morte de Jesus. A partir deste momento, o
cristão ressurge em novidade de vida de forma similar à ressurreição de Cristo.
A justificação elimina a culpa e reconcilia o ser humano com Deus. Esta nova
situação traz alguns benefícios, reforçados pelo correto sentimento motivador
do amor de Deus, que não envergonha o crente na sua esperança e nem nos
sofrimentos em nome dEle.
I. A BÊNÇÃO DA PAZ COM
DEUS (Rm 5.1,2)
1. Paz com Deus. O ímpio
não tem paz porque vive na prática do pecado (Is 57.21; Sl 73.3). Diferente da
pessoa justificada, cujos pecados não lhe são mais imputados, portanto
reconciliada com Deus (2Co 5.18,19). Esta reconciliação traz a paz com Deus,
pois o castigo ao qual estávamos condenados é imputado sobre Jesus, que nos
traz a paz (Is 53.5). O sacrifício de Jesus derruba a parede que separa o ser
humano de Deus (At 10.36; Ef 2.14), sendo “religado” (significado de religião)
com Deus. Existe uma diferença entre estar em “paz com Deus” e ter a “paz de
Deus”. A paz com Deus é somente para aqueles que conservam sua vida em
constante comunhão com Deus (Is 26.3; Jo 14.27; Fp 4.7). Diferente do
incrédulo, o salvo vive no Espírito e, assim como o Espírito é eterno, eterna
será a sua paz com Deus. Jovem, você está em paz com Deus?
2. A bênção do acesso à
graça de Deus. Somente em Jesus pode ser evidenciada a gratuidade da
justificação, pois somente Ele pode redimir o pecador de sua condição no
tribunal de Deus (Rm 3.24). A vida de pecado é uma vida que conduz à morte, uma
vida de opressão debaixo da culpa e da solidão espiritual, mas na justificação
se aplica a justiça para a vida eterna por meio de Cristo (Ef 2.5-8, Rm 5.21).
Semelhantemente à vitória de Cristo sobre a morte por meio de sua ressurreição,
as pessoas justificadas vencem a morte que traz o pecado e ressurgem
vivificadas juntamente com Cristo, tudo pela graça de Deus (Ef 2.6). Esta graça
de Deus, acessada somente pela fé (Ef 2.18; Rm 4.12; Hb 4.16), fortalece o
crente por não estar mais debaixo da lei, nem do domínio do pecado (Rm
6.14,15). Somos o que somos pela graça de Deus (1Co 15.10), por isso devemos
ser gratos a Ele por tudo.
3. Esperança da glória de
Deus. As pessoas justificadas são bem-aventuradas, pois nelas repousa a grande
esperança da manifestação da glória de Deus (Tt 2.13). Muito diferente de uma
pessoa que leva sua vida à margem da Bíblia, alimentada de alegrias e
motivações efêmeras e passageiras. Os justificados são transformados de glória
em glória (2Co 3.18), ou seja, se tornam já participantes da glória de Deus
como herdeiros juntamente com Cristo, para também com Ele serem glorificados
(Rm 8.17). Esta é a grande diferença entre ser criatura e ser filho de Deus. A
primeira condição é genérica, sendo característica natural de tudo e todos os
seres criados, a segunda é somente para as pessoas que foram justificadas. A
Bíblia informa que ainda não sabemos como haveremos de ser, mas clarifica que
seremos semelhantes ao Cristo glorificado e adverte-nos a manter esta condição,
possível somente por meio da manutenção da obediência (1Jo 3.1-3). Jovem,
guarda o que tens!
Pense!
Jovem, você já pensou no
valor de estar em paz com Deus?
Ponto Importante
A velocidade da
disseminação do conhecimento, o consumismo acirrado e a valorização exacerbada
do ter em detrimento do ser, têm tirado a paz da maior parte da humanidade.
Enquanto isso, aquele(a) que é justificado(a) desfruta da paz com Deus, bênção
da justificação pela fé.
II. BÊNÇÃO DO REGOZIJO
NAS TRIBULAÇÕES (Rm 5.3-5)
1. As tribulações
conduzem à maturidade. No caminho para a glória, citado anteriormente (Rm
8.17), as tribulações são inevitáveis. Jesus não prometeu uma vida sem
conflitos, mas afirma categoricamente que passaríamos por aflições (Jo 16.33).
Ele não engana para ganhar seguidores. Na própria história do povo de Israel
podemos ver as tribulações que serviram para a maturidade espiritual (Dt
8.15,16). Nossa caminhada não é diferente, Paulo assevera que as tribulações
nos levam à perseverança, à experiência (caráter aprovado), e à esperança que
não confunde. Portanto, quando você pede a Deus mais experiência e esperança,
mesmo que inconscientemente, você está pedindo por mais aflições, que o levarão
à experiência, que por sua vez lhe trará esperança. Um processo contínuo de
causa e efeito. Tiago afirma que é motivo de alegria o passar por várias
provações, pois por meio delas se obtém experiência, com vistas a alcançar a
coroa da vida, prometida aos que amam a Deus (Tg 1.2-4,12).
2. O crente, nas
tribulações, tem a certeza do amor de Deus. Um texto bem conhecido da epístola
aos Romanos é o do capítulo 8, versículos 35-39. Neste texto vemos o apóstolo
relacionar uma série de intempéries indesejáveis na vida de um ser humano, mas
conclui que mesmo estas coisas não são suficientes para separar uma pessoa
salva de Deus. Quantos exemplos existem na Bíblia de pessoas que abriram mão de
praticamente tudo de valor que tinham ou poderiam ter, inclusive da própria
vida, constrangidas pelo amor de Deus. Basta lermos Hebreus 11, na galeria dos
heróis da fé, para constatarmos isto. Quem mantém sua fidelidade à Deus, independente
das circunstâncias, pode perceber o amor de Deus, a exemplo do grande Mestre
Jesus. Ele no Getsêmani, sentindo a dor do cálice a ser tomado, questiona este
“abandono”, mas ao final se submete à vontade de Deus por saber que tudo era
por amor, inclusive sua morte.
3. O amor de Deus é
provado pela morte vicária de Cristo. O Espírito Santo nos faz perceber o amor
de Deus para conosco (v.5). Amor que pode ser evidenciado pela doação de Deus,
mesmo sabendo que não tínhamos possibilidade de retribuir esse amor por sermos
fracos (v.6). O apóstolo afirma que morrer por alguém justo não seria
considerado algo tão incomum (v.7), pois ao longo da história há vários
registros de pessoas que deram sua vida por uma pessoa amada, um líder
carismático ou uma causa maior; mas um justo morrer pelos injustos pecadores,
isso nunca havia sido visto. Por isso, a grande demonstração de amor de Deus
pela humanidade é o fato de Cristo ter morrido por nós, “sendo nós ainda
pecadores” (v.8). Devemos ter em mente este amor, principalmente nos momentos
de tribulações, sabendo que muito maior sofrimento Jesus passou para que
fôssemos justificados e participantes da glória presente e da glória que
haveremos de ter.
Pense!
“O justo tem paz em sua
relação com Deus, mas aflição em sua relação com o mundo porque vive no
Espírito” (Martinho Lutero).
Ponto Importante
A paz com Deus não
significa ausência de conflitos e tribulações, mas ter paz mesmo nas
adversidades.
III. A BÊNÇÃO DA SALVAÇÃO
PASSADA E PRESENTE (Rm 5.9-11)
1. A salvação no passado.
Como é grande a satisfação de saber que um dia no passado tivemos o privilégio
de experimentar a justificação mediante a fé em Jesus Cristo pregada por Paulo.
O que seria de nós se não tivéssemos feito esta decisão? Onde nós estaríamos
hoje? Quem nós seríamos? Estaríamos vivos ou não? Certamente não seríamos
melhores do que somos e, acima de tudo, continuaríamos na condição de
pecadores, condenados ao julgamento da ira de Deus, na condição de inimigos
dEle (v.9; Rm 2.5; 3.5). O apóstolo afirma que fomos reconciliados com Deus
quando ainda éramos seus inimigos devido aos nossos pecados, mas fomos
reconciliados gratuitamente, sem nenhuma condição prévia a não ser a fé em
Jesus. Algumas pessoas se esquecem das bênçãos do passado. Seja grato a Deus e
não se esqueça de nenhum de seus benefícios do passado. Esta lição veio para
lembrar você disso, assim como os autores veterotestamentários, repetidamente
fizeram com Israel.
2. A salvação no
presente. Nos escritos do apóstolo Paulo fica evidenciada a gratidão pela
mudança que o encontro com Cristo provocou em sua vida. A mudança deu a ele uma
convicção que o ajudou a superar as dificuldades do dia a dia. Antes de
conhecer a Cristo ele tinha uma posição privilegiada no ambiente judaico, uma
posição almejada por muitas pessoas. Quando escreveu a Epístola aos Romanos,
ele já não tinha mais aquele status, mas a experiência da justificação o
libertou do domínio do pecado e deu-lhe a segurança que nunca havia conquistado
com sua vida religiosa pregressa. A garantia da salvação presente e da comunhão
com Deus proporcionavam ao apóstolo a convicção, pouco antes de sua morte, de
ter combatido um bom combate e guardado a fé (1Tm 4.6,7). Segurança garantida
somente às pessoas, que por meio de uma vida devotada e de santidade, mantêm
seu ideal de obediência e gratidão a Cristo.
Pense!
O que leva as pessoas que
já conheceram o Evangelho a abrir mão das bênçãos decorrentes da justificação?
Ponto Importante
A justificação pela fé
não garante a salvação de uma vez por todas, mas traz benefícios que nos
auxiliam a nos mantermos firmes nas promessas de Deus, gratos pela salvação,
desfrutando e aguardando a glorificação definitiva com Deus.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos
que a justificação, além de ser gratuita, traz consigo muitas outras bênçãos
como a paz com Deus.
ESTANTE DO PROFESSOR
RICHARDS, Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por
Capítulo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
HORA DA REVISÃO
1. O que derruba a parede
que separa o ser humano de Deus?
O sacrifício de Jesus
derruba a parede que separa o ser humano de Deus (At 10.36; Ef 2.14), sendo
“religado” (significado de religião) com Deus.
2. Qual o conselho dado
por Tiago em Tiago 1.2-4,12?
Tiago nos aconselha a nos
alegrarmos quando passarmos por várias provações, pois por meio delas obtém
experiência, com vistas alcançar a coroa da vida, prometida aos que amam a
Deus.
3. Segundo a Epístola aos
Romanos, como Deus demonstrou seu amor pela humanidade?
A grande demonstração do
amor de Deus pela humanidade é o fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores (Rm 5.8).
4. Segundo a lição,
quando um crente pede por mais experiência e esperança, o que na realidade ele
está pedindo?
Quando o crente pede a
Deus mais experiência e esperança, mesmo que inconscientemente, ele está
pedindo por mais aflições, que conduzirão à experiência, que por sua vez lhe
trará esperança. Um processo contínuo de causa e efeito.
5. Segundo a lição, o que
proporcionava ao apóstolo a convicção de ter combatido um bom combate, pouco
antes de sua morte?
A garantia da salvação
presente e da comunhão com Deus proporcionava ao apóstolo a convicção, pouco
antes de sua morte, de ter combatido um bom combate e guardado a fé (1Tm
4.6-7).
SUBSÍDIO
Romanos 5
“Resumo do capítulo. O
crente agora se posiciona num relacionamento único com Deus que promove uma
nova perspectiva sobre toda a vida (5.1-5). Essa perspectiva tem a sua origem
na convicção de que um Deus que estava disposto a abrir mão de seu Filho para
enviá-lo a nós, sem dúvida, trabalhará em nós, agora que somos seus (vv.6-11).
Destaques
‘Pois’ (5.1). Como
cristãos, todos nós nos deleitamos com o que Paulo está prestes a explicar, a
dependência do sacrifício de Cristo por nós e nossa fé nele.
Uma litania de bênçãos
(5.1-5). Observar em especial: 1) a paz com Deus; 2) o acesso a Deus e à graça;
3) a alegria em nossas perspectivas futuras; 4) uma nova perspectiva sobre o
sofrimento e, 5) uma esperança segura em Deus que paga dividendos presentes
numa sensação contínua do seu amor por nós. Jamais despreze o verdadeiro
cristianismo. O relacionamento com Jesus é como a mesa farta de um banquete, de
uma festa que podemos usufruir aqui e agora” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2012, p.741).
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PAZ DO SENHOR
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