O VALOR DOS
BONS CONSELHOS
Provérbios
1.1-6.
1 -
Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.
2 - Para se
conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras da
prudência;
3 - para se
receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade;
4 - para dar
aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso;
5 - para o
sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído adquirir sábios conselhos;
6 - para
entender provérbios e sua interpretação, como também as palavras dos sábios e
suas adivinhações.
CARACTERÍSTICAS
LITERÁRIAS DOS LIVROS DE:
PROVÉRBIOS
1. O estilo
literário do livro dos Provérbios é pelo menos dois: Provérbio e Instrução.
2.
Provérbios: A expressão é de difícil definição, mas suas características são
singulares: a) concisão; b) sagacidade; c) forma memorável; d) base na
experiência; e) verdade universal; f) objetivo prático e longo uso. Quase
sempre, o provérbio é descrito como poético ou rítmico, com metáforas sucintas,
vivazes, convincentes e admiráveis.
3. Instrução:
Quase sempre articulada como o legado de um pai ao filho, ou do mestre ao
discípulo, que incluem ordens de proibições e as motivações pelos quais eles
devem obedecer.
ECLESIASTES
1. O livro se
divide em quatro partes: a primeira, a central, a segunda e o epílogo.
2. Primeira
parte [1.1 — 3.15]. Reflexões bem organizadas sobre a vida, acompanhadas de um
poema enternecedor sobre o tempo.
3. Parte
central [3.16 — 11.8]. Alguns provérbios aparecem. De vez em quando uma
parábola e poesia também.
4. Segunda
parte [11.9 — 12.8]. Há uma mudança de tom. A ideia é dar esperança ao jovem,
pois a velhice chega depressa demais.
5. O epílogo
[vv.9-14]. Esta seção é a justificativa de como o pregador ensinou ao povo
provérbios e ensinos verdadeiros e com clareza.
Lembro-me dos
ditados populares que ouvia dos meus pais: “Águas passadas não movem moinhos”;
“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”; “Quem espera sempre
alcança”, e muitos outros. Essas pequenas expressões contêm conselhos de uma
cultura popular impregnada de valores éticos, morais e sociais, que acabam por
dirigir as regras da vida em sociedade.
Mais do que
qualquer outra fonte, a Bíblia está recheada dessas pérolas. São bons conselhos
que revelam a sabedoria divina. Tais máximas bíblicas são expressas em
linguagem figurada, das mais variadas formas (parábolas, fábulas, enigmas e
provérbios). Por isso, neste trimestre, conheceremos o que a Bíblia revela
sobre os conselhos divinos contidos nos livros de Provérbios e Eclesiastes.
Veremos ainda como esses conselhos se revelam na vida dos que temem ao Senhor.
I. JOIAS DA
LITERATURA SAPIENCIAL
1. O livro de
Provérbios. A Bíblia diz que Salomão compôs “três mil provérbios, e foram os
seus cânticos mil e cinco” (1Rs 4.32). O texto sagra do identifica Salomão como
o principal autor do livro de Provérbios (Pv 1.1), mas não o único. O próprio
Salomão exorta a que se ouça “as palavras dos sábios” (Pv 22.17), e declara
fazer uso de alguns dos provérbios desses sábios anônimos (Pv 24.23).
O livro
revela que havia alguns provérbios de Salomão que circulavam nos dias do rei
Ezequias, e que posteriormente foram compilados pelos homens deste piedoso rei
(Pv 25.1).
Por último, o
livro de Provérbios revela que Agur, filho de Jaque, de Massá, é o autor do
capítulo 30. Já o capítulo 31 é atribuído ao rei Lemuel de Massá. O livro
pertence ao gênero literário hebreu conhecido como sapiencial, isto é,
literatura da sabedoria.
2. O livro de
Edesiastes. Eclesiastes, juntamente com Cantares, Jó, Salmos e Provérbios,
também faz parte do gênero literário conhecido como “Literatura Sapiencial”.
Sua autoria é atribuída a Salomão (Ec 1.1). Embora escrito pelo filho de Davi e
pertença ao mesmo gênero literário, o livro de Eclesiastes possui um estilo
diferente de Provérbios. Ele se apresenta como um discurso usado em assembleias
ou templos. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma coletânea
utilizada por Salomão em seus discursos.
Ao contrário
do que muitos pensam, o livro de Eclesiastes não expõe uma espécie de ceticismo
ou desencanto existencial. Salomão faz um balanço da vida do ponto de vista de
alguém que teve o privilégio de vivê-la com intensidade, mas que descobre ser
ela totalmente vazia se não vivida em Deus. A própria sabedoria, tão celebrada
nos Provérbios, quando posta a serviço de interesses pessoais e objetivos
mesquinhos é tida como tola.
II. A
SABEDORIA DOS ANTIGOS
1. A
inteligência dos sábios. Já observamos que pelo menos duas referências do livro
de Provérbios fazem citação das “Palavras dos Sábios” (Pv 22.17; 24.23). Mas
quem são esses sábios? O texto não os identifica. Todavia, o Primeiro Livro dos
Reis fala acerca de outros sábios, igualmente famosos, e como Salomão os
sobrepujou em sabedoria (1Rs 4.29-31).
2. A
sabedoria de Salomão. O escritor americano Eugene Peterson mostra a
singularidade da sabedoria salomônica em diferentes áreas da vida. Mais
especificamente nos Provérbios, há uma amostra de como honrar os pais, criar os
filhos, lidar com o dinheiro, conduzir a sexualidade, trabalhar e exercitar liderança,
usar bem as palavras, tratar os amigos com gentileza, comer e beber
saudavelmente, bem como cultivar emoções e atitudes em relação aos outros de
modo pacífico. Peterson ainda mostra que o princípio da sabedoria salomônica
destaca que o nosso modo de pensar e corresponder-nos com Deus reflete a
prática cotidiana de nossa existência. Isto significa que nada, em nossa vida,
precede a Deus. Sem Ele nada podemos fazer.
III. AS
FONTES DA SABEDORIA
1. A
sabedoria popular. Os livros poéticos mostram, entre outras coisas como
louvores e orações, muito da sabedoria do povo de Israel. Ciente dessa verdade,
Salomão apresenta máximas populares para compor os seus Provérbios (Pv 22.17;
24.23). Podemos entender que Deus dá inteligência aos homens para que estes possam
analisar as situações da vida e tirar delas conclusões que servirão para si
mesmos e para outras pessoas, em forma de conselhos e advertências, como ocorre
no livro de Provérbios.
2. A
sabedoria divina. O texto bíblico destaca que Salomão “falou das árvores, desde
o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos
animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes. E vinham de todos os povos a
ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da
sua sabedoria” (1Rs 4.33,34). De onde vinha tanta sabedoria? O texto bíblico
revela que Salomão orou pedindo a Deus sabedoria (1Rs 3.9), e que o Senhor
respondeu-lhe integralmente (1Rs 3.10-12). Esta é a fonte da sabedoria de
Salomão e explica o porquê de ninguém conseguir superá-la.
IV. O
PROPÓSITO DA SABEDORIA
1. Valores
éticos e morais. Na introdução do livro de Provérbios, encontramos um conjunto
de valores éticos e morais que revelam o propósito desses conselhos. Ali,
consta todo o objetivo proposto pelo livro: (1) Conhecer a sabedoria e a
instrução; (2) entender as palavras da prudência; (3) receber a instrução do
entendimento, a justiça, o juízo e a equidade; (4) dar aos simples prudência e
aos jovens conhecimento e sensatez; (5) ouvir e crescer em sabedoria; (6)
adquirir sábios conselhos; (7) compreender provérbios e sua interpretação, bem
como também as palavras dos sábios e suas metáforas (Pv 1.1-6).
2. Valores
espirituais. Além de apontar valores éticos e morais, ao afirmar que o “temor
do Senhor é o princípio da ciência; [e que somente] os loucos desprezam a
sabedoria e a instrução” (Pv 1.7), o cronista sacro abaliza os valores
espirituais que sobressaem nas palavras de Provérbios. Da mesma forma, o livro
de Eclesiastes aponta para Deus como a razão de toda a existência humana. Fora
dele não há base segura para uma moral social. Os livros de Provérbios e
Eclesiastes formam uma tessitura milenar no contexto religioso judaico que, adaptado
à nossa realidade, apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana de todos
os homens.
A literatura
sapiencial, representada neste trimestre pelos livros de Provérbios e
Eclesiastes, revela que o temor do Senhor é o fundamento de todo o saber. Ninguém
pode ser considerado sábio se os seus conselhos não revelarem princípios do
saber divino. Segundo a Bíblia, um sábio não se caracteriza apenas por ter
muita informação ou inteligência, mas é alguém que aprendeu o temor do Senhor
como a base de toda sua vida e, por isso, sabe viver e conviver (Tg 3.13-18).
“Livros da
Sabedoria
São
considerados livros da sabedoria três dos livros poéticos: Jó, Provérbios e
Eclesiastes, embora Jó seja realmente um livro de espécie única.
Essa
classificação é baseada no fato de tratarem esses três livros dos problemas que
mais interessam à humanidade. Jó trata do problema do sofrimento, Provérbios,
do problema do dever moral, e Eclesiastes, do problema da felicidade.
Os livros
chamados de Sabedoria são diferentes da literatura profética de Israel porque
expressam melhor a filosofia dos pensadores do que as determinações das
mensagens de Jeová. Não se encontra neles a frase: ‘Assim diz o Senhor’, quando
falam dos problemas da vida e das conclusões dos homens.
Os sábios anunciaram
as verdades como um tratado de filosofia moral, usando palavras de profundeza
mais elevada do que seus conhecimentos, de modo que só tempos depois é que
puderam ser interpretadas.
Provérbios e
Eclesiastes apresentam principalmente esse fato” (MELO, J. L. Eclesiastes
versículo por versículo. RJ: CPAD, 1999, p.12).
“Sabedoria
[de Cristo]
Embora no
Antigo Testamento a sabedoria seja personificada no livro de Provérbios e
mostrada como tendo existido eternamente em Deus (Pv 8.22-30), ela é centrada em
uma pessoa, o Senhor Jesus Cristo (1Co 1.30; Cl 2.2,3; cf. Lc 11.49).
Cristo, em
sua natureza humana, cresceu em sabedoria, e em estatura, e em graça para com
Deus e os homens (Lc 2.52), mas em sua natureza divina, repousava sobre ele o
Espírito sétuplo cujo principal atributo é a sabedoria (Is 11.2). Como
resultado os homens perguntaram, ‘Donde veio a este a sabedoria’ (Mt 13.54; Mc
6.2), não percebendo que alguém maior que Salomão estava ali (Mt 12.42). O
apóstolo Paulo escreve que Ele é o poder e a sabedoria de Deus, destacando que
a vida e a morte de Cristo eram o sábio plano de salvação de Deus (1Co 1.24).
Os gregos,
com sua filosofia, buscavam a sabedoria (1Co 1.22) e produziram grandes homens
como Platão e Aristóteles, mas não vieram a conhecer a Deus. Em contraste,
Deus, em sua infinita sabedoria, usou a Palavra da cruz para revelar o modo
como o homem pode ser salvo. O evangelho provou ser um tropeço para os judeus,
que estavam tentando obter a salvação através das boas obras (Rm 9.30-33); e
‘uma loucura ou insensatez’ (gr. moria, os pensamentos de um simplório, simples
demais para ser aceito como o verdadeiro conhecimento da salvação) para os
gregos cultos. Os judeus ficavam ofendidos com o pensamento da crucificação, e
por serem tão impotentes a ponto de precisarem que alguém morresse pelos seus
pecados. Os gregos consideravam a simples fé em uma expiação substitutiva um
modo fácil demais para a salvação. Contudo, a morte expiatória do Senhor Jesus
Cristo é o epítome de toda a sabedoria (Ef 3.10), uma vez que ela resolve o
maior problema do mundo e do homem, isto é, o pecado” (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.1712).
O valor dos
bons conselhos
Neste
trimestre, teremos a oportunidade ímpar de estudar os livros de Provérbios e
Eclesiastes. São duas pérolas das Sagradas Escrituras. Provérbios nos ensina a
viver de modo sábio e Eclesiastes nos mostra o verdadeiro sentido da vida.
O livro de
Provérbios
O livro de
Provérbios é um verdadeiro compêndio de sabedoria em forma de parábolas. São
sentenças curtas, porém carregadas de significados e verdades que foram
aprendidas e ensinadas no dia-a-dia dos israelitas. Ao estudar este livro,
precisamos observar algumas particularidades importantes:
1. Salomão
não foi o único autor dos provérbios, embora ele tenha escrito uma grande parte
(cf. 1.1; 10.1; 25.1). O próprio Salomão declara: “... também estes são
provérbios dos sábios” (Pv 24.23). Não podemos negar que Salomão foi um dos
homens mais sábios do seu tempo e que proferiu 3 mil provérbios (1Rs 4.32),
todavia há outros autores das citações, como Agur (Pv 30.1) e o rei Lemuel (Pv
31.1). É importante também observar que seus autores pertenceram a épocas
distintas.
2. Os
provérbios têm a sua origem nos ditos populares. Todavia, os provérbios
bíblicos são breves declarações que expressam os conselhos divinos para nós.
Podemos afirmar que cada provérbio é uma parábola resumida e o livro todo é a
Palavra de Deus. É Deus falando por intermédio das circunstâncias da vida.
3. Existem
várias formas literárias dentro do livro, como, por exemplo, parábolas, poemas,
antíteses e comparações.
O propósito
do livro é ensinar os leitores a viverem de forma justa, correta e ética. O
objetivo é levar as pessoas a expressarem, no seu dia-a-dia, a sabedoria de
Deus. Embora o livro também trate das questões corriqueiras da vida, ele é um
convite à busca da sabedoria que vem do Alto, a sabedoria divina.
O livro de
Eclesiastes
Ao ler
Eclesiastes 1.1 e o capítulo 2, não temos dúvida de que Salomão é seu autor.
Além disso, tanto a tradição judaica quanto a cristã conferem a autoria do
livro a Salomão.
Eclesiastes é
um livro biográfico e durante a sua leitura percebemos que não existe uma
sequência lógica. A impressão que temos é que os textos foram surgindo de
tempos em tempos, como em um diário. É o relato triste de um homem que, embora
sábio, viveu parte da sua vida longe de Deus. O propósito é mostrar, e em
especial aos jovens, que o sentido da vida não está nos bens materiais, no
conhecimento, no prazer, na fama. O verdadeiro sentido da vida está em Deus, o
Criador.
fonte CPAD
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PAZ DO SENHOR
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