DISCIPULADO(2) A IMPORTANCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA.
A IMPORTANCIA DA
DISCIPLINA
Atos
5.1-11.
1 - Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua
mulher, vendeu uma propriedade
2 - e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e,
levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.
3 - Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço
da herdade?
4 - Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava
em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos
homens, mas a Deus.
5 - E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um
grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.
6 - E, levantando-se os jovens, cobriram o morto e,
transportando-o para fora, o sepultaram.
7 - E, passando um espaço quase de três horas, entrou também
sua mulher, não sabendo o que havia acontecido.
8 - E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela
herdade? E eia disse: Sim, por tanto.
9 - Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos
concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que
sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.
10 - E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os
jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido.
11 - E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os
que ouviram estas coisas.
Disciplina: Educar,
ensinar corrigir.
Numa
igreja descompromissada com a sã doutrina, crentes como Ananias e Safira seriam
até homenageados por sua “liberalidade e altruísmo”. Mas numa igreja que prima
pelo ensino, não subsistiriam. Haveriam de ser desmascarados, repreendidos e
fulminados pelo próprio Deus, pois Ele sonda-nos a mente e o coração. A falta
de doutrina, pois, acaba por induzir toda uma congregação à hipocrisia e à
mentira.
No
episódio de Ananias e Safira, Lucas destaca o valor da disciplina na Igreja de
Cristo. Por conseguinte, vejamos porque o ensino é imprescindível ao povo de
Deus.
1.
A DISCIPLINA E SUA NECESSIDADE
1.
Definindo a disciplina.O que é
disciplina senão ensino? Mas possui ela também o seu lado grave: a correção (Pv
15.10). Seu objetivo é conscientizar-nos quanto às consequências de nossas
atitudes (Gl 6.7). A falta de disciplina pode conduzir à morte. Foi o que
aconteceu a Ananias e a Safira.
2.
A disciplina no Antigo
Testamento.Por intermédio de seus profetas, Deus mostra ao seu povo o valor
e a imprescindibilidade da disciplina (Jó 5.17). Ele requer que todos os seus
filhos sejam ensinados na Lei e nos Profetas (Sl 25.8). A disciplina é tão
preciosa quanto à própria vida (Pv 6.23). Eis o que diz Salomão: “O que ama a
correção ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é um bruto” (Pv
12.1).
Nestes
tempos tão difíceis e trabalhosos, nós pais somos coagidos a não aplicar a
disciplina aos nossos próprios filhos. É claro que também somos contra os maus
tratos impingidos às crianças. Mas que estas têm de ser disciplinadas, não o
podemos negar. A recomendação é do próprio Deus: “O que retém a vara aborrece a
seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Pv 13.24 — ARA). Por que os educadores
contrários à educação cristã, ao invés de nos constrangerem com as suas
impropriedades, não saem em defesa das crianças abandonadas e prostituídas que
fervilham nossas cidades? É necessário e urgente resgatar a infância abandonada
e proporcionar-lhe uma vida digna e segura.
3.
A disciplina em o Novo
Testamento.Embora vivamos sob os termos da Nova Aliança, Deus em nada mudou
quanto ao padrão disciplinar de seu povo. Haja vista o Sermão do Monte. Agora,
além de o Senhor ratificar o sétimo mandamento, por exemplo, requer tenhamos
nós um coração puro (Mt 5.27,28). Por conseguinte, viver sob a lei do Espírito
requer uma disciplina ainda maior.
Por
quebrarem a disciplina, Ananias e Safira foram severamente punidos pelo Senhor.
1.
A OFERTA DE ANANIAS E SAFIRA
Disposto
a dedicar-se integralmente ao cumprimento da Grande Comissão, Barnabé vende a
sua propriedade e entrega todo o dinheiro aos apóstolos. Lucas, ao registrar o
fato, realça o desprendimento daquele levita natural da ilha de Chipre, que
haveria de prestar relevantes serviços ao Reino de Deus (At 4.36,37).
Ananias
e Safira, imitando a Barnabé, também vendem a sua propriedade. Ao contrário
deste, o casal retém parte do dinheiro, e repassa o restante aos apóstolos,
como se aquele depósito representasse o valor total da propriedade. Eles,
porém, seriam desmascarados, repreendidos e mortalmente punidos. Não se pode
mentir a Deus.
1.
O pecado contra o Espírito
Santo e a Igreja.O pecado de Ananias e Safira não foi um
requinte social como eles supunham; constituiu-se numa ofensa contra o Espírito
Santo (At 5.9). Ajamos, pois, com muito cuidado, porque o Senhor chamar-nos-á a
prestar contas de todas as palavras frívolas que proferirmos (Mt 12.36).
Se
formos disciplinados na Palavra de Deus, jamais cairemos no erro de Ananias e
Safira: mentira, hipocrisia e roubo. Como vem você agindo? Tem se dado à
mentira? Cuidado. Os mentirosos não terão guarida no Reino de Deus (Ap 22.15).
2.
Uma oferta como a de Caim.Nossa
atitude diante do Senhor é sempre mais importante do que a nossa oferta.
Vejamos a história de Abel e Caim. Ambos trouxeram o fruto do seu trabalho a
Deus. O primeiro teve a sua oferenda aceita, pois justo era o seu coração.
Quanto ao segundo, por ser iníquo, foi rejeitado (Gn 4.6,7). Antes de atentar
para a oferta, o Senhor contempla o ofertante.
Ananias
e Safira poderiam ter vendido a propriedade pelo valor que bem entendesse e
haver dado todo o montante, ou parte deste, à Igreja. Pedro deixou-lhes isso
bem patente (At 5.4). Mas como o casal, buscando a própria honra, não mentiram
somente a Pedro, mentiram também ao próprio Deus (At 5.3).
III. O
EXTREMO DA DISCIPLINA
Ananias
e Safira conheciam muito bem a doutrina dos apóstolos e não ignoravam o Antigo
Testamento. Nas sinagogas, ouviam sábado após sábado, a leitura da Lei, dos
Escritos e dos Profetas. Chegaram eles a conhecer a Jesus? É bem provável. Por
conseguinte, não foram eles punidos inocentemente. Ao mentirem a Pedro, sabiam
estarem ofendendo o Espírito Santo. Eles sabiam que esse pecado era gravíssimo
(Mt 12.32).
1.
A sentença de morte.Confrontado
pelo apóstolo Pedro, Ananias viu-se desmascarado. Naquele momento, aliás, vê-se
ele diante do tribunal divino e do Senhor recebe a sentença pela boca do
apóstolo: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava
para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em
teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4).
Informa
Lucas que, ouvindo a reprimenda de Pedro, Ananias caiu por terra fulminado. O
mesmo aconteceria à sua esposa três horas depois (At 5.10). O casal que contra
o Senhor peca unido, unido também perecerá. Não poderiam eles andar no temor e
na disciplina divina?
2.
A maldição é retirada do
arraial dos santos.Se Ananias e Safira não houvessem sido
confrontados e punidos, a Igreja de Cristo, como um todo, sofreria por causa do
anátema. Lembra-se do caso de Acã? Quando o pecado é revelado e a liderança não
faz uso da disciplina, segundo os padrões bíblicos, toda a igreja sofre debaixo
da maldição do pecado. Leia com atenção e temor o capítulo sete de Josué.
Tomemos cuidado, pois Deus não mudou. Ele continua o mesmo. Aliás, vejamos esta
advertência de Pedro: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de
Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são
desobedientes ao evangelho de Deus?” (1 Pe 4.17).
“O tolo
despreza a correção de seu pai, mas o que observa a repreensão prudentemente se
haverá” (Pv 15.5). A disciplina é uma prova de amor. Deus requer que seus
filhos andem de conformidade com a sua Palavra. Se errarmos, Ele certamente
disciplinar-nos-á. No entanto, cuidado: Deus não se deixa escarnecer.
Ananias
e Safira, simulando uma justiça que não possuíam, mentiram para o próprio Deus.
Por isso foram mortalmente punidos. Andemos, pois, no temor do Senhor.
“O
delito de Ananias não foi reter parte do preço do terreno; poderia ter ficado
com tudo se quisesse; seu delito foi tentar impor-se sobre os apóstolos com uma
mentira espantosa unida à cobiça, com o desejo de ser visto. Se pensarmos que
podemos enganar a Deus, fatalmente enganaremos a nossa própria alma. Como é
triste ver as relações que deveriam estimular-se mutuamente às boas obras,
endurecerem-se mutuamente no que é mau! Este castigo, na realidade foi uma
misericórdia para muitas pessoas. Ele faria as pessoas examinarem a si mesmas
rigorosamente, com oração e terror da hipocrisia, cobiça e vanglória, e a
continuarem agindo assim. Impediria o aumento dos falsos crentes. Aprendamos
com isto quão odiosa a falsidade é para o Deus da verdade, e não somente evitar
a mentira direta, mas todas as vantagens obtidas com o uso de expressões
duvidosas e de significado duplo em nosso falar”.(HENRY,
M. Comentário
Bíblico. 1.ed. RJ: CPAD, 2002, p.891)
O
Pecado de Acã
“Certamente
Acã descobriu que o pecado é uma emoção passageira. Houve a emoção de obter
alguma coisa secretamente. Ele teve a emoção de conhecer uma coisa que os
outros não conheciam. Ele teve a emoção de ser procurado. Finalmente, chegou a
emoção de ser o centro das atenções, de ser ‘a manchete do dia’. Há pessoas
dispostas a trocar suas vidas por essas compensações.
Mas a
emoção teve vida curta. O que ele fizera foi logo descoberto por todos. O que
ele havia escondido foi rapidamente manifesto a toda a sua nação. Aquilo que
ele considerou valioso mostrou-se impotente para ministrar-lhe. Aquilo que ele
teve orgulho tornou-se sua vergonha. Sua alegria transformou-se em tristeza. Sua
emoção momentânea terminou numa morte violenta. Com ele pereceu tanto aquilo
que ele havia roubado quanto o que era legitimamente seu. Ele recebeu o salário
do pecado. Ele foi ‘sem deixar de si saudades’ (2 Cr 21.20).
Este
evento evidencia o princípio de que somente aqueles que vivem vidas submissas
diante de Deus recebem ajuda do Senhor. Acã recusou-se a se submeter ao plano
de Deus. Ele carecia da santidade que daria permanência ao seu programa de
vida.
O fato
de que ‘nenhum de vós vive para si e nenhum morre para si’ (Rm 14.7) é
ilustrado pela vida de Acã. Um homem pode contaminar uma comunidade tanto para
o bem como para o mal. Paulo dá a essa ideia um cuidadoso desenvolvimento em
sua carta aos coríntios. Ele conclui: ‘De maneira que, se um membro padece,
todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros
se regozijam com ele’ (1 Co 12.26).
A vida
de Acã também nos ensina que o pecado nunca está oculto aos olhos de Deus. O
Senhor sabe o que os olhos veem, o que o coração deseja e o que os dedos
manipulam. Ele também sabe dos inúteis esforços do homem de tentar enganá-lo.
Mais cedo ou mais tarde, um ser humano deverá encarar seus atos e prestar
contas de todos eles.
Outra
verdade importante é encontrada no fato de que, assim que o pecado foi expiado,
a porta da esperança se abriu. O povo sentiu mais uma vez a segurança de que
poderia avançar. Esta verdade continua em ação. Aquele que aceita o sacrifício
de Cristo pelo pecado imediatamente olha para a vida com esperança e segurança”.(MULDER,
C. O. et al. Comentário Bíblico Beacon. 1.ed.
Vol.2. RJ: CPAD, 2005, p.45)
fonte CPAD
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PAZ DO SENHOR
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