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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ministerio Profetico (2)

                    

                As funções sociais e políticas da profecia

                                                           Artigo Mauricio berwald



A Bíblia mostra clara e constantemente o interesse divino pelo bem-estar social dos seres humanos. A justiça social está presente na Lei e nos Profetas, abrangendo o aspecto político e religioso. Os profetas de Israel combatiam a injustiça social com o mesmo ímpeto com que atacavam a idolatria. Ainda que muitos deles não foram ouvidos em sua geração, contudo, preconizaram um modelo ético de alto nível para a sociedade de Israel e para todos os povos.

.       O PAPEL POLÍTICO E SOCIAL DA PROFECIA NAS ESCRITURAS

 O profeta e o povo. Antes da instauração da monarquia em Israel, os profetas eram vistos como figuras centrais pela sociedade, pois eram os únicos canais humanos e legítimos de comunicação entre Deus e o povo. Os arautos de Deus eram líderes não apenas religiosos, mas também políticos, cujas atividades proféticas cumpriam importantes funções de ordem política e social. Isso pode ser percebido claramente em Moisés (Dt 34.10-12) e Samuel que, inclusive, iniciou o seu ministério num período em que a profecia era escassa (1 Sm 3.1,20,21; 7.15-17).

 O profeta e o rei. A partir do reinado de Davi, os profetas passaram a fazer parte do grupo de conselheiros do rei. Natã e Gade são exemplos desse período (2 Sm 7.17; 24.18,19). Suas profecias tinham não somente uma função política, mas também eram importantes para a manutenção da ordem social.

 O profeta marginalizado. No período dos reis de Israel e Judá, os profetas de Deus ficaram fora dos círculos reais, com exceção de Isaías (39.3). O ministério do profeta messiânico se estendeu até os dias do rei Manassés que, segundo a tradição rabínica, mandou serrar Isaías ao meio (Hb 11.37). Com a decadência espiritual dos monarcas de Israel, os profetas desenvolveram seu ministério distante do culto central. Dessa forma, se empenharam em mudar a estrutura social tanto em Samaria como em Jerusalém, diante de tanta corrupção e injustiça generalizada. 


.                                        O PROFETA É ENVIADO AO REI

 O princípio do fim do reino de Judá. Como vimos na leitura bíblica, embora tenha jurado lealdade e obediência aos babilônios (2 Cr 36.11-14) e, por isso, reinado onze anos em Jerusalém, o rei Joaquim (que teve o seu nome mudado pelo rei da Babilônia, o qual passou a chamá-lo de Zedequias) rebelou-se contra o rei dos caldeus no oitavo ano de seu reinado (2 Rs 24.8-17). Mesmo já estando Judá sob o domínio babilônio, tal postura ocasionou a destituição do rei Joaquim por Nabucodonosor em 598 a.C, que mandou levá-lo para a capital do Império e colocou seu tio, Matanias, em seu lugar.

 Profecia dirigida ao rei (v.2). O exército dos caldeus, liderando as demais tropas dos povos conquistados, estava à volta de Jerusalém esperando o assédio final. Jeremias já vinha anunciando durante décadas o trágico fim do reinado de Judá (1.15; 5.15; 6.22; 10.22; 25.9). Mesmo assim, em seus oráculos havia esperança de livramento da parte de Deus se o povo se arrependesse de seus pecados e renunciasse às injustiças sociais (7.5-7; 22.3,4). O rei juntamente com os seus príncipes e a maior parte do povo rejeitaram a mensagem de Jeremias e a dos demais profetas (2 Cr 36.12,15,16). Agora, cerca de 40 anos depois de proferir esse discurso, Deus encarrega o próprio Jeremias de comunicar ao rei que a destruição de Jerusalém é irrevogável: “Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei da Babilônia, o qual a queimará” (v.2).

 O destino do rei Zedequias é anunciado (v.3). Se quisesse ter paz, o povo deveria se submeter ao rei da Babilônia, pois Jeremias afirmava em sua mensagem que o cativeiro haveria de durar 70 anos (25.11-14; 29.4-10). Além disso, segundo a profecia divina proferida por Jeremias contra o rei Zedequias: este seria entregue nas mãos do rei de Babilônia (v.3).
Infelizmente, os contemporâneos deste profeta acreditavam mais na mensagem de um falso profeta chamado Hananias, que incitava o povo a se levantar contra o rei de Babilônia, dizendo — mentirosamente — que em dois anos seria quebrado o jugo dos caldeus (28.11). Por isso, esse profeta era visto com desconfiança, como um espião em favor dos inimigos, e tido corno traidor (37.13).



 A QUESTÃO DE ORDEM SOCIAL

 A liberdade dos escravos hebreus (vv.8-10). A legislação hebraica sobre o escravo hebreu era diferente da do escravo estrangeiro. Por razões de falência econômica, o israelita se vendia como escravo ao seu irmão, porém, Moisés limitou a escravidão de hebreus ao período máximo de seis anos, quando este devia ser liberto (Êx 21.2; Dt 15.1-18). Esse preceito, porém, não era observado (v.14). Quando Jerusalém estava sitiada pelos caldeus, Zedequias resolveu libertar os escravos, esperando com isso o livramento divino. Era, infelizmente, tarde demais e, acima de tudo, tratava-se de uma reação artificial e interesseira.

 A alforria dos escravos é cancelada (v.11). O profeta Jeremias anunciou que o rei do Egito retornaria a sua terra e o cerco da Cidade Santa pelos caldeus recomeçaria (Jr 37.5-8 — Convém salientar que os capítulos do livro de Jeremias não estão em ordem cronológica). Entretanto, os fatos de Faraó ter vindo em socorro de seu aliado Judá, o cerco de Jerusalém ter sido suspenso e os caldeus se retirado, fizeram com que o rei Zedequias e os seus príncipes não acreditassem no profeta de Deus. Assim, pensando estarem salvos do perigo, revogaram a lei da libertação dos escravos (v.11).
O pecado maior deles consistiu em desfazer um concerto religioso feito em nome de Deus e no Templo: “[...] e tínheis feito diante de mim um concerto, na casa que se chama pelo meu nome” (v.15). A cerimônia de libertação dos escravos foi um pacto feito no Templo, quando eles sacrificaram um bezerro, dividindo-o ao meio, passando em seguida entre as metades (v.18). Esse, aliás, era um método dos povos antigos de ratificar um tratado (Gn 15.10,17). Esse ritual significa que a parte que violar o pacto terá o mesmo destino do animal sacrificado. Assim, este era um ato ignominioso de traição e de deslealdade, acrescido do perjúrio (Êx 34.18,20).

 A indignação divina (vv.16,17). Em vez dos babilônios, foi o próprio Deus quem liberou a espada para a destruição de Judá. A reação divina contra a atitude indigna e vergonhosa de Zedequias, de seus príncipes e dos grandes de Judá, tinha a sua razão de ser. A parte final do capítulo 34 descreve o duro juízo do Senhor sobre o povo escolhido.

A palavra dos profetas não foi vã, eles lutaram por uma causa nobre, ainda que, como foi dito, não foram ouvidos em sua geração. Não obstante, seus ideais atravessaram os séculos e até hoje impressionam políticos, filósofos, economistas, intelectuais, religiosos etc. Em frente ao edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque, encontra-se um monumento chamado “Parede de Isaías”, no Parque Ralph Bunche, onde está escrita a seguinte profecia: “[...] uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Is 2.4 — ARA). Há somente um que tem poder para transformar essa expectativa profética em realidade, Ele se chama Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz (Is 9.6).
  
Zedequias

Era um governador fraco e inseguro. Em uma audiência com Jeremias, confessou seus temores e apelou ao profeta que não comentasse o assunto com quem quer que fosse (38.14-28). Todavia, aparentemente, ele tomou a iniciativa de persuadir o povo a que concordasse com a libertação dos escravos hebreus, após o período legal de sete anos. Deus o recompensara por este ato de piedade, independentemente de sua motivação. 

Escravidão

Em Israel, esta instituição era diferente da praticada em outras sociedades do mundo antigo. Um jovem hebreu podia ser comprado, mas somente seria mantido como escravo por um período de sete anos. Ao final deste tempo, seu senhor deveria libertá-lo, suprindo-o generosamente com recursos suficientes para iniciar uma nova vida. Em suma: na lei mosaica, a escravidão era mecanismo social destinado a proteger o pobre, habilitando-o a alcançar a condição de auto-sustento. Em Judá, entretanto, a escravidão fora corrompida, pois as pessoas ricas escravizaram para sempre seus patriotas judeus. A intenção inicial de uma provisão caridosa ao pobre se desvirtuara ao se transformar numa instituição opressora.
(notas RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.469)

“O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como ‘um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amamos nosso próximo como Deus o criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. [...] É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por ‘pregarás o Evangelho’. Nem tampouco reinterpreta o amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos. Ao contrário, enriquece o mandamento amar o nosso próximo, ao adicionar uma dimensão nova e cristã, nomeadamente a responsabilidade de fazer Cristo conhecido para esse nosso próximo” .
(notas STOTT, J. R. W. Cristianismo Equilibrado. RJ: CPAD, pp.60-1).

 


Profecia e Misticismo


Misticismo: [Do lat. mystica, espiritual] É uma atitude mental de busca da união intima e direta do homem com a divindade, baseada mais na intuição e no sentimento do que no conhecimento racional.

Devido à popularidade que os meios de comunicação dão às questões espirituais, algumas expressões que antes eram restritas a grupos específicos, acabaram tornando-se comuns. Um bom exemplo são os termos “profecia” e “misticismo”. Mas o que de fato significam? Profecia é a mensagem ou palavra do profeta. Já o misticismo, no sentido em que vamos enfocar, é a tendência para a união espiritual íntima com seres espirituais tenebrosos (Ef 6.12). Nessa lição, trataremos das manifestações ocultistas e esotéricas dos místicos no Antigo Testamento, os quais tentaram imitar a autêntica experiência dos verdadeiros profetas de Israel. O mesmo acontece hoje em relação à mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Há pessoas que desejam imitá-lo, sem necessariamente ter conhecimento e compromisso algum com a fé cristã.

 AVALIAÇÃO DA PROFECIA

 Os embusteiros (13.1). Quando o texto de Deuteronômio 13.1 fala sobre “profeta” ou “sonhador”, na realidade está referindo-se a alguém que se apresenta como tal, e é possível que ele realize perante o povo “um sinal ou prodígio”. Contudo, tal milagre em si não é garantia de que o seu ministério seja de origem divina. O reformador alemão, Martinho Lutero, dizia com razão que o Diabo é o maior imitador de Deus. Jesus afirmou que tais impostores “farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24). E o apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até “Satanás se transfigura em anjo de luz” (2 Co 11.14). Assim, à luz do texto sagrado, é possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem necessariamente ser um servo de Deus.

 Como identificar a fonte do milagre? (13.2). A primeira e mais segura regra de autenticação dos prodígios realizados por alguém é a sua coerência bíblica. É impossível alguém operar milagres da parte do Senhor e, ao mesmo tempo, adotar uma teologia contrária à Bíblia, ou seja, quem ensina ao povo a seguir a um deus estranho está incitando a rebelião contra Deus (Dt 13.5). Jesus disse: “[...] por seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). O termo “frutos” não diz respeito apenas ao testemunho pessoal, pois há ateus e praticantes de doutrinas ocultistas que têm um excelente testemunho junto à família e diante da sociedade. Ao falar dos “frutos”, o Senhor Jesus Cristo referiu-se mais ao conteúdo teológico do pregador milagreiro e enganador.

 Deus usa o falso profeta para provar os seus servos (13.3). Como já foi dito, uma das formas mais simples de avaliação de um falso profeta é o conteúdo de sua mensagem. Se a cosmovisão religiosa e filosófica do profeta, ou sonhador, acerca de Deus, do ser humano e do mundo afasta-se das Escrituras, contrariando a doutrina bíblica, ainda que ele faça descer fogo do céu à nossa vista e impressione o povo, devemos continuar firmes em nosso lugar, pois tais manifestações são de fonte estranha. Conforme vimos na leitura bíblica, Deus permite que essas coisas aconteçam para nos provar (13.3). Isso é ainda mais válido para os dias atuais com tantos inovadores milagreiros, falsos cristos e pregadores de “outro Jesus, outro espírito e outro evangelho” (2 Co 11.4).


 PRÁTICAS DIVINATÓRIAS

 As abomináveis práticas divinatórias (18.9).

 Moisés enumerou algumas práticas divinatórias comuns entre os cananeus (Dt 18.14), e o profeta Isaías preveniu o povo sobre algo semelhante observado pelos egípcios (Is 19.3); todas essas coisas Israel devia rejeitar. Isso vale também para os cristãos, pois tais práticas existem ainda hoje na sociedade. Elas abrangem direta ou indiretamente: magia, astrologia, alquimia, clarividência, tarô, búzios, quiromancia, necromancia, numerologia, levitação, transe etc. São práticas repulsivas aos olhos de Deus porque representam uma forma infame de idolatria e demonismo.

Adivinhador, prognosticados agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante e mágico (18.10,11).

 O “adivinhador” ou “adivinho” é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa prática é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc. O termo “prognosticador” é uma das possíveis traduções do hebraico onen, e literalmente significa “fazer agouros pela nuvem”. É aquele que pratica mágica, vaticínio, presságio, prognóstico e tenta prever o futuro por meio de sortilégios.
O agoureiro é o que pratica agouros, uma forma de magia especializada em tentar predizer males e desgraças (2 Rs 17.17). A palavra hebraica empregada para “feiticeiro” é usada também para “bruxo”; os tais faziam parte do grupo de conselheiros de Faraó, com os seus sábios e magos (Êx 7.11). O termo hebraico traduzido em nossas versões por “encantador de encantamentos” denota “amarrar” alguém por meio de mágica. É o praticante de macumba, de despacho etc. A palavra hebraica usada para “espírito adivinhante” ou “necromante”, na ARA, tem sentido abrangente: médium, espírito, espírito de mortos, necromante e também mágico (Lv 19.31; 20.6; Is 8.19; 29.4).

3. Bruxo e bruxaria. Bruxo é o praticante da magia negra que visa fazer o mal (qualquer forma de adivinhação em si mesma já é um mal). A bruxaria chegou ao seu apogeu na Idade Média. Hoje, as bruxas são apresentadas, pela mídia, como heroínas belas para as crianças e adolescentes. Tenha cuidado! 


 A NECESSIDADE DA PROFECIA BÍBLICA

 A voz de Deus na terra.

A profecia bíblica é a voz de Deus na terra para nortear homens e mulheres no caminho seguro para o céu; é também chamada de a “profecia da Escritura” (2 Pe 1.20). Mesmo com a queda do homem no Éden, o Senhor nunca deixou de se comunicar com as suas criaturas racionais. Através dos patriarcas, reis, sacerdotes e profetas, Ele revelou a si mesmo e se propôs a habitar no meio do seu povo (Êx 25.8; 29.45,46). Na atualidade, a voz do Senhor pode ser ouvida através da Palavra de Deus, que é pregada ao mundo inteiro por meio da “igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15).

Revelação dos arcanos divinos.

 Ao falar sobre o fato de Jesus ser o cumprimento da mensagem dos profetas, o apóstolo Pedro disse que “agora”, ou seja, para nós que estamos presenciando a materialização dos vaticínios e arcanos divinos, precisamos atentar ainda mais para a importância de tais mensagens, pois cumprem o propósito de servirem como um norte, “até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração” (2 Pe 1.19).

O contraste entre a verdadeira profecia e as práticas pagãs. 

A Leitura Bíblica em Classe e as demais referências citadas nesta lição revelam a gravidade das práticas ocultistas e esotéricas, as quais tentam imitar a profecia bíblica. Elas são demoníacas, portanto, condenadas pela Palavra de Deus. O objetivo dos adivinhadores, magos, prognosticadores, agoureiros, necromantes, etc, é o mesmo dos tempos bíblicos: fazer frente à vontade de Deus e ao evangelho de Jesus Cristo, levando o povo ao desvio do único caminho certo, à semelhança de Janes e Jambres que “resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade” (2 Tm 3.8).

Cada crente em Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e práticas disseminadas no mundo atual. Tal popularidade ocorre principalmente por causa dos meios de comunicação (livros, revistas, internet, televisão, esta última principalmente através de novelas, programas de auditórios, filmes e seriados), os quais fazem a sociedade encarar tudo como se tais práticas fossem naturais, comuns e inofensivas. Os formadores de opinião apresentam tais coisas como modismos, mas aos olhos de Deus são uma abominação (Dt 18.9-12; Ap 9.21; 21.8). Nós temos a Bíblia, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo, portanto, deixemo-nos ser guiados e ensinados pelo Consolador (Jo 14.26).


         Método do paganismo e os verdadeiros profetas

“Antes de discutir a lei sobre profetas, Deuteronômio lista diversas técnicas utilizadas pelo paganismo para obter oráculos divinos (Dt 18.9-14). Tais métodos não serviriam para Israel ouvir a voz do Senhor. O que esses itens proibidos têm em comum é que todos caem na categoria da sabedoria e da ingenuidade humanas. Yehezkel Kaufmann, com muita propriedade, chama a adivinhação de ciência de segredos cósmicos e o adivinho de cientista que pode dispensar a revelação divina. O Senhor, em contrapartida, levantaria como seu veículo de revelação um profeta. Tal qual o rei, ele devia ser oriundo da comunidade israelita (18.15; 17.15). Ele só era capaz de falar porque Deus punha a palavra em sua boca (17.19). O fato de Deus, [...], colocar suas palavras na boca de seus profetas explica o porquê de muitos deles iniciarem seus pronunciamentos com: ‘A palavra do Senhor veio a mim’ ou ‘Assim diz o Senhor’.

Por outro lado, é raro qualquer outra pessoa nas Escrituras, Antigo ou Novo Testamentos, prefaciar e validar seus comentários com esta fórmula. Uma coisa é afirmar que as Escrituras foram inspiradas; outra coisa é entender como Deus a inspirou. Já com os profetas, não restam dúvidas: Deus os inspirou ao lhes ditar suas palavras, colocando sua palavra em suas bocas, de forma que as palavras do profeta eram proferidas por Deus”.

(notas HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco. RJ: 2.ed. CPAD, 2006, pp.481-2). 



                 Como Identificar a falsa profecia?

DEUTERONÔMIO 18.10-22 - Como é que os falsos profetas podem ser distinguidos dos verdadeiros?

A MÁ INTERPRETAÇÃO: A Bíblia contém muitas profecias que nos foram dadas para que nelas creiamos, porque vieram de Deus. Contudo, a Bíblia também mostra a existência de falsos profetas (Mt 7.15). Na verdade, muitas religiões e seitas — incluindo as Testemunhas de Jeová e os Mórmons, alegam ter profetas. Daí, a Bíblia exortar os crentes a “provar” aqueles que se dizem profetas (1 Jo 4.1a). Qual é a diferença entre um falso profeta e um verdadeiro profeta de Deus de acordo com Deuteronômio 18.10-22?

CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: Existem muitos testes para provar um falso profeta. Vários deles estão listados na passagem bíblica em questão. Colocando-os em forma de perguntas, os testes são:
1. Eles sempre entregam falsas profecias? Cem por cento de suas predições em relação ao futuro se cumprem? (Dt 18.21,22)
2. Contatam espíritos de mortos? (Dt 18.11)
3. Utilizam meios de adivinhação? (Dt 18.11)
4. Envolvem médiuns ou feiticeiras? (Êx 20.3,4)
5. Seguem a falsos deuses ou ídolos? (Êx 20.3,4; Dt 13.1-3)
6. Negam a divindade de Jesus Cristo? (Cl 2.8,9)
7. Negam a humanidade de Jesus Cristo? (1 Jo 4.1,2)
8. As suas profecias desviam a atenção da pessoa de Jesus Cristo? (Ap 19.10)
9. Defendem a abstenção de certos alimentos e carnes por razões espirituais? (1 Tm 4.3,4)
10. Criticam ou negam a necessidade do casamento? (1 Tm 4.3)
11. Promovem a imoralidade? (Jd vv.4,7)
12. Encorajam a renúncia pessoal legalista? (Cl 2.16-23)

Uma resposta positiva a qualquer das questões acima é uma indicação de que o profeta não está falando por parte de Deus. Deus não fala e não encoraja qualquer coisa que seja contrária ao seu próprio caráter e mandamentos conforme registrados nas Escrituras. E com absoluta certeza, o Deus da verdade não dá falsas profecias (Dt 18.21-23).
 (notas GEISLER, N. L.; RHODES, R.Respostas às Seitas. RJ: 1.ed. CPAD, 2000, pp.65-6).


                                  A autenticidade da profecia


Autenticidade: Relativo a autêntico. De origem ou qualidade comprovada; genuíno, legítimo, verdadeiro.

O cumprimento das inúmeras profecias bíblicas a respeito dos reis Nabucodonosor, Ciro e Alexandre — o Grande, das nações do Egito, Assíria e Babilônia, das cidades de Tiro e Sidom e especificamente acerca de Israel e Jerusalém, constitui-se uma prova incontestável da origem, inspiração e autenticidade divinas dos oráculos dos antigos profetas hebreus. Isso sem falar no tema principal das profecias veterotestamentárias — o Senhor Jesus Cristo, em seus dois adventos — do qual uma grande parte teve cumprimento na vida, obra e ministério terreno do Filho de Deus. Devido à relevância de tal assunto, nessa lição nos deteremos a analisar as profecias messiânicas registradas em Isaías 53.

 O DESPREZO DO SENHOR

A apresentação do Senhor. Na realidade, a conhecidíssima profecia de Isaías 53, inicia-se no capítulo anterior, em que o profeta apresenta o Servo do Senhor da seguinte forma: “Eis que o meu servo operará com prudência” (52.13). O Novo Testamento confirma terminantemente que o mais messiânico dos profetas está, incontestavelmente, falando do Senhor Jesus Cristo. Trata-se, portanto, de uma genuína e autêntica mensagem profética da parte do Senhor Deus (At 8.28-35).

 A mensagem do Senhor. Uma das singularidades do ministério de Nosso Senhor Jesus Cristo foi exatamente o teor de sua mensagem (Jo 7.46). Não obstante, o capítulo 53 inicia já com a pergunta: “Quem deu crédito à nossa pregação?” (v.l), demonstrando que a predicado Messias seria rejeitada. É contraditório entender o fato de que apesar dos milagres extraordinários operados pelo Filho de Deus e de sua pregação repleta de autoridade e poder, muitos não criam nEle (Jo 12.37,38; Rm 10.16). Até mesmo os de sua casa não compreenderam o seu ministério (Mc 3.21; Jo 7.5).

 A aparência e a rejeição do Senhor. Não há como saber os traços físicos de Jesus, mas é bem possível que a sua aparência física contrarie a de todos os filmes já produzidos, pois a palavra profética declara que “nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos” (v.2b). A rejeição do Senhor foi tão grande que se iniciou ainda em seu nascimento! Não havia espaço adequado para o nascimento do Filho de Deus em Belém e, por isso, sua mãe deu-o à luz em uma manjedoura (Lc 2.7). Em Isaías 53, duas vezes o versículo três afirma que Ele era “desprezado” e termina dizendo: “não fizemos dele caso algum”. Tal descortesia cumpre-se de forma notória nos Evangelhos (Jo 1.10,11).


 A PAIXÃO E A MORTE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

O sofrimento sem igual de Jesus. Apesar de todo o desprezo sofrido por Nosso Senhor Jesus Cristo ao longo de sua vida terrena, os seus últimos dias, iniciados no Getsêmani, onde a sua agonia foi de tal intensidade que o fez suar gotas de sangue (Lc 22.44), foram de um sofrimento indescritível. E o que Ele padeceu a partir de sua prisão? É exatamente assim que o profeta Isaías descreve o Senhor: Ele era um “homem de dores” (v.3) e que “foi oprimido” (v.7). Isaías apresenta-o também como um homem impecável e perfeito em tudo, “porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca” (v.9). O apóstolo Pedro, que conviveu com Jesus cerca de três anos, confirma essa profecia (1 Pe 2.22). Sim, Jesus foi “cortado da terra dos viventes” (v.8) como um criminoso e malfeitor.

O silêncio de Jesus. O profeta compara o Filho de Deus em seu julgamento e morte ao cordeiro levado ao matadouro e à ovelha muda diante de seus tosquiadores: Ele “não abriu a sua boca” (v.7). Assim agiu o Senhor diante do sumo sacerdote no Sinédrio (Mt 26.63) e perante Pôncio Pilatos (Mt 27.12,14). O profeta, pelo Espírito, certamente via as cenas desses interrogatórios. Portanto, o fato de Jesus não ter cometido nenhum delito e de as acusações sobre Ele não terem sido provadas demonstram a total arbitrariedade do julgamento do Mestre, realçando o fracasso da justiça humana.

A crucificação e a sepultura de Jesus (v.9). Isaías anuncia de antemão que o Senhor Jesus Cristo “foi contado com os transgressores”, e reafirma a verdade de que Ele carregou nossos pecados. Os Evangelhos relatam que Jesus foi crucificado entre dois salteadores (Mt 27.38; Mc 15.27,28), mostrando, assim, a autenticidade da profecia bíblica. Note que as palavras de Cristo no alto da cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34), foram também preditas por Isaías, quando o profeta diz que o Messias “pelos transgressores intercedeu” (v.12).


A análise profética fica mais interessante e rica, quando Isaías prediz que a “sepultura” de Jesus foi colocada entre a dos “ímpios” (v.9). Isso significa que os opositores de Jesus queriam dar-lhe um sepultamento vergonhoso e vil como o de um criminoso. Tal coisa era considerada opróbrio em Israel (Is 14.19). Porém, o plano deles falhou, pois o profeta diz que o Mestre Jesus foi contado “com o rico, na sua morte” (v.9). Ou seja: o Filho de Deus foi enterrado honrada e dignamente. Os Evangelhos, confirmando Isaías, revelam que um homem rico, chamado José, da cidade de Arimatéia, cedeu um túmulo novo, cinzelado na rocha, para que neste fosse posto o corpo do Mestre (Mt 27.57,58,60).


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