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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Ensino biblico sobre a profecia

        
               O ensino bíblico sobre a profecia (Parte 1)                                                               Artigo Mauricio Berwald 
fonte CPADNEWS



O escritor da Epístola aos Hebreus começa sua carta falando da revelação de Deus ao homem durante a História. Na sua primeira declaração, ao referir-se ao passado, ele afirma que o principal instrumento da revelação divina naqueles tempos eram os profetas: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, aos pais, pelos profetas...”, Hb 1.1.

Quem eram os profetas de Deus, de que fala o escritor bíblico? Como eram caracterizados?

Em primeiro lugar, o profeta do Senhor era aquele que recebia os oráculos de Deus para o homem. Em Romanos 3.2, Paulo afirma que aos judeus foram confiados “os oráculos de Deus”.

Em segundo lugar, o profeta era um porta-voz de Deus para os homens. Em Êxodo 7.1, lemos Deus afirmando que Aarão seria “o profeta” de Moisés, isto é, seu porta-voz. Em Lucas 1.70, no cântico de Zacarias, este servo de Deus afirma que Deus falou, desde o princípio, “pela boca dos seus profetas”.
Alguns nomes comuns aos profetas denotam sua função de porta-vozes de Deus. Eles eram chamados de homens de Deus (1Sm 9.7-10 e 2Rs 4.7ss) e videntes (1Sm 9.9,19 e 1Cr 29.29).

Em terceiro lugar, os profetas eram homens movidos pelo Espírito Santo (1Sm 10.6; 19.20 e 2Pd 1.21).

A missão do profeta de Deus e o objetivo da profecia

A missão do profeta de Deus era, basicamente, duas: expor os padrões da justiça de Deus nas esferas religiosa, política e social; e trazer da parte de Deus as verdades e doutrinas básicas das Escrituras.

A mensagem do profeta era plena de autenticidade e autoridade divinas. Isso pode ser visto no uso recorrente da expressão “Assim diz o Senhor”.
Quanto ao objetivo da profecia, ele está explícito em Apocalipse 19.10: “...porque o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”. Esse texto bíblico é um tanto ambíguo no original, mas, quando se leva em conta a analogia geral das Escrituras, o seu sentido, sem dúvida, é de que o objetivo da profecia bíblica é dar testemunho de Jesus, exaltá-lo e revelar sua obra redentora.


            
             O ensino bíblico sobre a profecia (Parte 2)
SCerca de 30% do texto bíblico, quase 1/3 da Bíblia, consiste da profecia proclamativa e/ou preditiva. Em Lucas 16.16 e Mateus 11.13, Jesus afirma que a Lei e os profetas se estenderam até o ministério de João Batista. Portanto, o ministério profético no Antigo Testamento durou pouco mais de 400 anos. Durou de cerca de 800aC até 400aC.

Os profetas bíblicos, de forma geral, são agrupados em duas categorias: os literários e os não-literários.

1) Profetas literários – São aqueles que deixaram suas mensagens escritas, ou pelo menos parte delas. São também chamados profetas canônicos. Os profetas literários são, em ordem alfabética, Ageu (Ag 1.1; Ed 5.1 e 6.14), Amós (Am 1.1), Daniel (Dn 1.6 e Mt 24.15), Ezequiel (Ez 1.3 e Dn 9.2), Habacuque (Hc 1.1), Isaías (Is 1.1; 37.2; 38.1; 2Rs 19.2 e 20.1), Jeremias (Jr 1.5; 20.2; 25.2 e Mt 2.17), João, o Evangelista (Ap.1.9; 22.9,18,19), Joel (Jl 1.1 e At 2.16), Jonas (Jn 1.1; 2Rs 14.25; Mt 12.39; 16.4 e Lc 11.29), Malaquias (Ml 1.1), Miquéias (Mq 1.1 e Jr 26.18), Moisés, apesar de certos doutores da Bíblia classificarem-no como profeta não literário (Ex 24.4; Nm 33.2; Dt 31.9,24; Ed 6.18; Mc 12.19 e Jo 1.45), Naum (Na 1.1), Obadias (Ob v1), Oséias (Os 1.1), Sofonias (Sf 1.1) e Zacarias, filho de Baraquias (Zc 1.1).

2) Profetas não-literarios – São aqueles que não deixaram escritos. Suas mensagens foram verbais. Se deixaram escritos, não são conhecidos. Eles são chamados também de profetas não-canônicos.

Os profetas não-literários são divididos em dois grupos: os nominados e os anônimos.

a) Os profetas não-literários nominados são, em ordem alfabética, Abraão (Gn 20.27), Agabo (At 21.10), Aías, o silonita (1Rs 11.29), Ana, filha de Fanuel (Lc.2.36), Ananias, filho de Azur (Jr 28.1-17), Arão (Ex 7.1), os filhos de Asafe, de Hemã e de Jedutum, cantores da Casa do Senhor – Quando teremos assim, na igreja, cantores tão consagrados? (1Cr 26.1-3 e 2Cr 35.15), Azarias, filho de Obede (2Cr 15.1,8), Davi (Mt 13.35; Sl 78.2 e At 2.29-30), Débora (Jz 4.4), Eldade (Nm 11.26), Elias, o tisbita (1Rs 17.1; 18.22,36), Eliezer, filho de Dodava (2Cr 20.37), Eliseu, filho de Safate (1Rs 19.16; 2Rs 3.11-12; 9.1), Enoque, filho de Járede (Gn 5.18-24; Jd v14-15 e Hb 11.5), Gade, da Corte de Davi (1Sm 22.5; 24.11), Hanani, o vidente (2Cr 16.7), Hulda, mulher de Salum (2Rs 22.14), Ido (2Cr 13.22), Jaaziel (2Cr 20.14-17), a profetisa, esposa do profeta Isaías (Is 8.3), Jéu , filho de Hanani (1Rs 16.7 e 2Cr 19.2), João Batista (Lc 1.76; 7.28), Josué, filho de Num (Js 6.26 e 1Rs 16.34), Medade (Nm 11.26), Micaías (1Rs 22.8 e 2Cr 18.7ss), Miriã (Ex 15.20), Natã (2Sm 7.2; 12.25 e 1Rs 1.8,10,22), Odede ou Obede (2Cr 28.9), Samuel (1Sm 3.20; 9.19; 1Cr 9.22; 2Cr 35.18; At 3.24; 13.20), Saul (1Sm 10.5-6,10-13), Semaías (2Cr 12.5,15), Urias, filho de Semaías (Jr 26.20), Zacarias, “entendido nas visões de Deus” (2Cr 26.5), Zacarias, filho do sacerdote Joiada (2Cr 24.10-22) e Zacarias, o sacerdote, pai de João Batista (Lc 1.67).

b) Os profetas não-literários anônimos são “um homem profeta” (Jz 6.8), “um homem de Deus” (1Sm 2.27-36), “um rancho de profetas” ou “um grupo de profetas” (1Sm 10.10-12), “Um homem de Deus que veio de Judá” (1Rs 13.1), “um profeta” (1Rs 20.13-15), “um dos homens dos filhos dos profetas” (1Rs 20.35), “setenta anciãos do povo” (Nm 11.24-29), “um profeta” (2Cr 25.15-16) e “um homem de Deus” (2Cr 25.7-9).

Escolas de Profetas do Antigo Testamento

As Escolas de Profetas do Antigo Testamento eram agremiações destinadas a  congregar jovens crentes em torno dos profetas de Deus para treiná-los na lei divina e ensinar-lhes a ficar à disposição do Senhor, submissos, para o seu serviço.

As escolas de profetas surgiram com Samuel (1Sm 10.5,10; 19.20) e foram consolidadas pelos profetas Elias e Eliseu (2Rs 2.3,5,7,15; 4.1,38; 6.1; 9.1).



          O ensino bíblico sobre a profecia (Parte 3)

O termo profecia no Antigo Testamento vem de um verbo hebraico (naba) que significa basicamente anunciar, declarar. Daí, profetizar é “anunciar a mensagem de Deus”.

No Novo Testamento, profetizar vem do verbo grego profetéia, que significa basicamente falar em lugar de ou em nome de (pro = em favor, em lugar de; phemi = falar). Profeta é, pois, alguém que fala por outrem (como em Êxodo 7.1, e Ezequiel 3.17 e 33.7).

Como já vimos, os dois propósitos da profecia são testificar de Jesus (Ap 19.10) e revelar a vontade de Deus entre os homens.

As duas categorias gerais da profecia são a proclamativa e a preditiva.

A profecia proclamativa é também chamada declarativa, locutiva ou não-preditiva. O conteúdo da profecia proclamativa pode ser mensagens de exortação, admoestação, ânimo, estímulo, encorajamento, aprovação, promessa, ameaças, aviso, advertência, reprovação, censura, sentença, correção, castigo, julgamento, consolo e conforto.

A profecia preditiva, por sua vez, pode ser literal ou tipológica.

A profecia preditiva pode concernir a casos isolados (pessoa, cidade, nação etc) ou pode ser apocalíptica (futurista), podendo ser constituída de casos isolados ou encadeados em conjunto.

Quando a profecia preditiva é tipológica, ela utiliza muito tipos, símbolos, figuras e alegorias. Um exemplo é o capítulo 23 de Leviticos.

Aplicação da profecia

Certas profecias têm duas formas de cumprimento: um imediato, para a época do profeta; e outro de cumprimento remoto, para dias e épocas futuras. É a chamada  “dupla perspectiva profética”. O estudante das profecias precisa discernir bem isso, para evitar confusão, especulação e violência à Palavra de Deus.

Alerta de Deus quanto aos Seus profetas


Salmos 105.15 e 1 Crônicas 16.22 trazem uma advertência divina quanto ao tratamento dos profetas de Deus: “Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas”.

Por outro lado, infelizmente, sempre houve e haverá falsos profetas e falsos mestres entre o povo de Deus (2Pd 2.1 e Mt 24.11). Os profetas e os líderes do povo de Deus do Antigo Testamento tiveram duras refregas com os falsos profetas (Lc 6.26). O mesmo ocorreu com os líderes do povo de Deus no Novo Testamento, principalmente Paulo (At 13.6; 2Co 11.13,26; Gl 2.4; 1Jo 4.1 e Mt 7.15). Algumas passagens igualmente importantes para reflexão sobre esse assunto são Jeremias 14.14-15, 23.21 e Mateus 7.22.

Alguns dos falsos profetas nominados na Bíblia são Balaão (Nm 22.5; 31.8,16; Js 13.22; Ne 13.2; Jd v11 e Ap 2.14), Barjesus (At 13.6), Jezabel (Ap 2.20), Noadia (mulher) (Ne 6.4), Zedequias, filho de Quenaana (1Rs 22.11-12) e os 450 profetas de Baal e 400 profetas de Asera (1Rs 18.19).


                O ensino bíblico sobre a profecia (Parte 4)

Quando estudamos a atividade profética na Bíblia Sagrada, encontramo-la manifestando-se em três aspectos distintos.

Em primeiro lugar, vemos a profecia como ministério permanente recebido de Deus no Antigo Testamento, em Israel (Hb 1.1; 2Pe 1.19 e Jr 35.15).


Em segundo lugar, identificamos no Novo Testamento a profecia como um dom ministerial na Igreja (Ef 4.11-13; 1Co 12.28-29 e Ef 2.20).



Por fim, vemos ainda no Novo Testamento a profecia como dom espiritual na Igreja, na congregação (At 2.17-18; 1Co 12.10; 14.1-4, 29-40; Rm 12.6-8).


Profecia no Novo Testamento
  
Falaremos nesse ponto sobre o dom ministerial de profeta no Novo Testamento. Trata-se do ministério profético na Nova Aliança. Não confundir com o dom de profecia.


O termo profeta, como já vimos, significa literalmente porta-voz, como em Êxodo 7.1 e Lucas 1.70. Essa é a idéia do ministério profético.



As diferenças entre o ministério profético (dom ministerial) e o dom de profecia são as seguintes:


1) O ministério profético não é para todos. “São todos profetas?”, 1Co 12.29. Em Éfesios 4.11, Paulo diz que Deus “deu uns” para profetas. O dom espiritual de profecia, ao contrário, é para todos: “Todos podereis profetizar”, 1Co 14.31.


2) O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa da congregação, do povo, para transmitir a mensagem de Deus. O ministério profético resultante do respectivo dom ministerial é, por sua vez, exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja.



A profecia no ministério profético, como aqui abordado, não é a pregação comum. É uma mensagem divina revelada no momento, ao passo que a pregação habitual é estudada, preparada (1Tm 5.17b).


3) No dom de profecia, Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa; no ministério profético, Deus usa principalmente a mente da pessoa.


4) O dom de profecia tem âmbito local, congregacional; o dom ministerial tem âmbito geral e itinerante (At 11.27; 13.1,3 e 15.32-34).


Precisamos de ambos hoje na Igreja! (Pv 29.18; At 15.32). A Bíblia diz, em Atos, que os “profetas exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras”.
A unção divina sobre o profeta costuma ser repentina. No mestre, costuma ser durativa.


O forte do profeta como dom ministerial é expor os padrões de justiça divina para o povo. O profeta é um arauto da santidade de Deus. O seu espírito ferve com isso. Ele foi chamado para isso, geme por causa disso, da santidade de Deus e de tudo o que é dEle!



A mensagem de Deus sai da mente e da boca do profeta como chamas de fogo santo e divino. João 5.35 diz de João Batista, o profeta: “Ele era candeia que ardia”. O profeta de Deus faz o carnal estremecer, parar e considerar o seu mau e tortuoso caminho (At 24.24-25). O profeta recebe de Deus amplas revelações divinas (Ef 3.5).



Vejamos, agora, um pouco sobre o dom de profecia.



A finalidade do dom de profecia (1Co 12.10 e 14.3,31) na congregação é edificar, consolar, exortar e predizer. Paulo apresenta razões pelas quais o dom de profecia é o principal dom espiritual (1Co 13.2 e 14.1,5,39).



A profecia edifica a congregação como um corpo, e não apenas como indivíduos (1Co 14.4). Ela é um meio de expressão dos demais dons (1Tm 4.14).



A profecia é também um sinal para a Igreja, ao passo que as línguas são um sinal para os fiéis (1Co 14.22). A profecia não se destina a dirigir pessoas e congregações. Em Atos 15, vemos uma assembléia cristã reunida, tendo profetas presentes (At 15.32), mas quem dirigiu a assembléia foi Tiago, o pastor (At 15.15). No Antigo Testamento, não era o profeta que dirigia a congregação, mas o sacerdote.



Os dois aspectos da profecia são a profecia das Escrituras, a qual é inerrante (2Pd 1.20 e Jo 10.35b), e a profecia da Igreja. Esta última pode ser julgada (1Co 14.29), isso porque o profeta pode vir a falar do seu próprio espírito (Ez 13.3 e 1Cr 17.2-5,11-12).



Não é Deus mesmo quem fala no momento da profecia hoje. É o profeta quem fala, transmitindo a mensagem de Deus (1Co 14.29). Se fosse Deus mesmo quem falasse, a mensagem não precisaria ser julgada (1Ts 5.21; 2Pd 2.1-3; 1Jo4.1 e Pv 14.15).



A manifestação do dom de profecia (bem como os demais dons) durante o culto deve ter limite: “Falem dois ou três profetas”, 1Co 14.29. Isso significa que a maior parte do tempo do culto deve ser para exposição da Palavra de Deus.


       
             O ensino bíblico sobre a profecia (Parte 5)

SO apóstolo Paulo apresenta três grandes conselhos para o exercício dos dons espirituais:

1) “Não sejais meninos”, 1Co 14.20. Isso tem a ver com o crescimento espiritual, com maturidade espiritual (Hb 5.12-14; Cl 1.28b; Ef 4.15; 1Co 13.11; 3.1-2 e 1Jo 2.12-13).

2) “Faça-se tudo para edificação”, 1Co 14.26. Edificação não é exatamente o mesmo que simples construção. Sobre o assunto, é interessante comparar Mateus 16.18, onde Cristo diz “edificarei”, e 1 Coríntios 3.10, onde se lê “veja cada um como edifica”.

3) “Faça-se tudo decentemente e com ordem”, 1Co 14.30. Vemos a preocupação divina com a decência e a ordem em passagens como Gênesis 1.2-3, Tito 1.5 e 1 Coríntios 11.34.

Observações finais


Dons não transformam o seu portador em um supercrente, supersanto ou supersábio. Os dons espirituais são regulados pela Palavra de Deus (1Co 12-14; 1Pd 4.10-11 e Is 8.20).

Os dons devem operar em conjunto na igreja local, pois eles são completivos entre si. Não há um só dom completo em si mesmo.

Ter dons espirituais e exercê-los sem o portador manifestar o fruto do Espírito em sua vida é uma anomalia, uma contradição. É algo antibíblico (Gl 5.22-23 e 1Co 13.1-8).

O dom é concedido, e vem do Alto; o fruto é produzido dentro de nós, do nosso caráter cristão.

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