HISTORIA DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL
Artigo Mauricio Berwald
A
Assembleia de Deus no Brasil não nasceu por acaso. Foi o Senhor quem plantou a
“semente” no coração de Daniel Berg e Gunnar Vingren e a fez germinar, crescer
e dar muitos frutos. Homens e mulheres, cheios do Espírito Santo, ajudaram a
construir a sua história. Você também faz parte desta trajetória de êxitos e
triunfos em Cristo. É sua responssabilidade dar continuidade ao legado deixado
pelos fervorosos e destemidos servos do Senhor. Glorifique ao Senhor pelos cem
anos de genuíno pentecostalismo e continue a proclamar que Jesus salva, cura,
batiza com o Espírito Santo e em breve voltará.
Movimento
Pentecostal: “Surgiu no finai do século 19. Enfatiza a atualidade da doutrina
do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais”.Por ocasião do Centenário
das Assembleias de Deus no Brasil é fundamental que a imensa multidão de seus
membros e congregados estude como Deus chamou os seus pioneiros, começou a
derramar do seu Espírito Santo sobre todos os que crêem e fez prosperar essa
obra em todos os rincões de nossa querida pátria.
A experiência pentecostal de Daniel Berg. Em
25 de março de 1902, o jovem sueco Daniel Berg, com 18 anos e crente batista,
desembarcou em Boston, nos Estados Unidos. Depois de sete anos, retornou a
Suécia e conheceu a nova doutrina do batismo com o Espírito Santo por meio do
pastor Lewi Pethrus que fora seu amigo de infância.
Quando
retornou aos Estados Unidos, em Chicago, ele recebeu a promessa pentecostal em
15 de setembro de 1909.
A experiência pentecostal de Gunnar Vingren.
Em 19 de novembro de 1903, o jovem sueco Gunnar Vingren chegou a Kansas City
(EUA). Era crente batista e trabalhara como evangelista na Suécia. Recebeu o
batismo com o Espírito Santo em novembro de 1909 numa conferência em Chicago.
O encontro em Chicago e a visão do Pará.
Gunnar Vingren e Daniel Berg se conheceram em 1909, na cidade de Chicago. Os
dois descobriram que tinham uma chamada missionária.
Adolf
Uldin, membro da Igreja Batista sueca em South Bend, que Vingren pastoreava,
profetizou que eles iriam para um lugar chamado “Pará”. Vingren descobriu num
mapa na biblioteca de sua cidade que Pará era um Estado do Norte do Brasil.
Deus,
então, revelou-lhes, quando estavam orando, em outra ocasião, que deveriam sair
de Nova Iorque com destino ao Pará no dia 5 de novembro de 1910.
A FUNDAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE
DEUS NO BRASIL
A viagem a bordo do navio Clement. Decididos a
atender ao chamado divino para a obra missionária no Brasil, Vingren deixou em
12 de outubro de 1910, o pastorado da igreja em South Bend e Daniel Berg saiu
do seu emprego numa quitanda em Chicago.
Após terem
experiências marcantes em relação ao dinheiro de que precisariam para viajar,
embarcaram em Nova Iorque na terceira classe do navio Clement rumo ao Brasil.
Na viagem de quatorze dias, tiveram de experimentar uma comida nada agradável.
Mas, eles ficaram ali, deitados na terceira classe, orando durante todo o
tempo. Certo dia, Daniel profetizou que o Senhor estava com eles, e
verdadeiramente sentiram isso em seus corações.Durante o
período em que estavam no navio, oraram por um companheiro de viagem e
evangelizaram um outro que veio a aceitar a Cristo como Salvador.
A chegada
ao Pará e a doutrina pentecostal. Chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de
1910. Em Belém, moraram no porão da Igreja Batista. Nos cultos e reuniões de
oração da igreja, Vingren e Berg, quando começaram a falar o idioma português,
pregavam a respeito do batismo com o Espírito Santo. O objetivo deles era
pregar o evangelho de poder aos seus ouvintes.
Celina
Martins Albuquerque, membro da Igreja Batista, creu na mensagem pentecostal
pregada pelos jovens missionários e recebeu o batismo com o Espírito Santo
quando orava de madrugada em sua casa, no dia 2 de junho de 1911, juntamente
com outra irmã da sua igreja, Maria de Nazaré.
Nasce a Assembleia de Deus. O batismo com o
Espírito Santo da irmã Celina Albuquerque, e também, da irmã Maria de Nazaré,
que ocorreu na noite do dia 2 de junho, fez surgir uma discussão na Igreja
Batista de Belém, que culminou na expulsão de 13 membros, no dia 13 de junho de
1911. No dia 18 do mesmo mês e ano, domingo, com 18 pessoas presentes mais
Vingren e Berg, nasceu, na casa de Celina Albuquerque, a Missão de Fé
Apostólica, que, em 11 de janeiro de 1918, foi registrada oficialmente como
Sociedade Evangélica Assembleia de Deus.
DO
NORTE PARA TODO O BRASIL
1. O
trabalho evangelístico e a expansão nacional. Daniel Berg e Gunnar Vingren,
juntamente com os primeiros membros da igreja, começaram a realizar cultos em
outros locais em Belém e a evangelizar em lugares distantes dessa cidade,
principalmente nas ilhas paraenses.
Logo, novos
companheiros missionários foram chegando. Os primeiros foram Otto e Adina
Nelson (1914), Samuel e Lina Nyström (1916), Frida Vingren (1917) e Joel e
Signe Carlson (1918). Também, a igreja começou a ordenar seus primeiros
pastores: Isidoro Filho (1912); Absalão Piano (1913); Crispiniano de Melo;
Pedro Trajano; Adriano Nobre; Clímaco Bueno Aza (1918); José Paulino Estumano
de Morais (1919); Bruno Skolimowski (1921).
Membros das
igrejas, missionários estrangeiros e pregadores nacionais, impelidos pelo ardor
evangelístico pentecostal, começaram a visitar outros Estados, principalmente
onde tinham parentes. Dessa maneira, apesar das muitas lutas e perseguições,
aconteceram os primeiros passos para a fundação de igrejas em todas as regiões
do país: Ceará (1914); Alagoas (1914); Paraíba (1914); Roraima (1915);
Pernambuco (1916); Rio Grande do Norte (1911, 1918); Maranhão (1921); Espírito Santo
(1922); Rondônia (1922); São Paulo (1923); Rio de Janeiro (1924); Rio Grande do
Sul (1924); Bahia (1926); Piauí (1927); Minas Gerais (1927); Sergipe (1927);
Paraná (1928); Santa Catarina (1920, 1931); Acre (1932); Goiás (1936); Mato
Grosso (1936); Mato Grosso do Sul (1944) e Distrito Federal (1956).
2. Os
missionários e o desenvolvimento doutrinário nas ADs. Atuaram entre as
Assembleias de Deus, missionários escandinavos (suecos, noruegueses e
finlandeses) e norte-americanos. Nas primeiras cinco décadas das Assembleias de
Deus, os missionários escandinavos tomaram iniciativas que contribuíram para o
desenvolvimento doutrinário da igreja. Eles fundaram jornais (Boa Semente, O
Som Alegre, Mensageiro da Paz), criaram as Lições Bíblicas para a Escola Dominical,
editaram os primeiros hinários (Cantor Pentecostal e Harpa Cristã), publicaram
livros e folhetos evangelísticos, promoveram as primeiras Escolas Bíblicas que
duravam um mês, e fundaram a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) em
1940.
Em 1936, os
primeiros missionários das Assembleias de Deus norte-americanas chegaram
oficialmente ao Brasil. Eles passaram a atuar juntamente com a liderança sueca,
principalmente no ensino bíblico e, investiram na publicação de livros
teológicos, no ensino teológico formal e no estabelecimento gráfico da CPAD.
Dentre os
missionários pioneiros nessas áreas do desenvolvimento bíblico-doutrinário,
estão: Gunnar Vingren, Frida Vingren, Samuel Nyström, Nils Kastberg, Otto
Nelson, Nels Nelson, Joel Carlson, Eurico Bergstén, Orlando Boyer, N. Lawrence
Olson, John Peter Kolenda, João Kolenda e Ruth Dóris Lemos, Thomas Reginald
Hoover e Bernhard Johnson Jr.
A
Assembleia de Deus nos dias atuais. A igreja chegou ao seu primeiro centenário
apresentando um crescimento vertiginoso e acelerado, consolidando-se como a
maior expressão do pentecostalismo brasileiro. Numa estimativa feita em 2005,
com bases em números do Censo Brasileiro, divulgada no jornal Mensageiro da
Paz, as Assembleias de Deus teriam chegado a 20 milhões de fiéis espalhados por
todo o país em 2010, e representariam 40% dos evangélicos brasileiros ao
completar 100 anos de fundação. São mais de trinta mil pastores, mais de seis
mil igrejas-sede, mais de dois mil missionários, milhares de obreiros e mais de
100 mil locais de cultos nos mais de cinco mil municípios brasileiros.
Somos a
continuidade do trabalho iniciado pelos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg.
O Centenário não deve ser apenas um fato para comemorarmos, mas para
despertar-nos a continuar pregando a mensagem que deu início à nossa caminhada
em território nacional: Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e em
breve voltará!
Daniel Berg
e o seu trabalho no Brasil
“No Pará,
Daniel, com 26 anos de idade, que logo se empregou como caldereiro e fundidor
na Companhia Porto do Pará, recebendo salário mensal de 12 mil réis, passou a
custear as aulas de português ministradas a Vingren por um professor
particular. No fim do dia, Vingren ensinava o que aprendera a Daniel.
Justamente por isso, Berg nunca aprendeu bem a língua portuguesa. O dinheiro
que sobrava era usado para comprar Bíblias nos Estados Unidos.
Tão logo
começou a se fazer entender na língua portuguesa, passou a evangelizar nas
cidades e vilas ao longo da Estrada de Ferro Belém-Bragança, enquanto Vingren
cuidava do trabalho recém-nascido na capital. Como o evangelho era praticamente
desconhecido no interior do Pará, Berg se tornou o pioneiro da evangelização na
região. É que as igrejas evangélicas existentes na época não tinham recursos
suficientes para promover a evangelização no interior.
Após a
evangelização em Bragança, tornou-se também o pioneiro na evangelização na Ilha
de Marajó, onde peregrinou por muitos anos, a bordo de pequenas e grandes
canoas. Berg ia de ilha em ilha, levando a mensagem bíblica aos pequenos grupos
evangélicos que ia se formando por onde passava. Daniel Berg sempre foi muito
humilde e simples. Em suas pregações e diálogos, sempre demonstrou essas
virtudes. Ninguém o via irritado ou desanimado”
(notas ARAUJO, I. Dicionário do
Movimento Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2007, p.123).
“Escolhido
por Deus.Nasci em Östra Husby, Östergötland, Suécia, em 8 de agosto de 1879.
Meu pai era jardineiro. Por serem crentes, meus pais procuraram desde a minha
infância ensinar-me os caminhos e preceitos do Senhor. Quando eu ainda era bem
pequeno, ia à Escola Dominical, da qual, meu pai era dirigente. Aos 11 anos de
idade concluí o curso primário e comecei a ajudar meu pai no ofício de
jardineiro. Continuei nessa atividade até os 19 anos.
Eu era um
menino de apenas 9 anos de idade quando senti a chamada de Deus na minha vida.
Senti-me atraído por Deus de uma forma especial, e costumava orar muito. Às
vezes reunia outras crianças comigo e orava com elas. Porém, com 12 anos de
idade desviei-me do Senhor e tornei-me um filho pródigo. Caí profundamente no
pecado até os 17 anos, quando o Senhor outra vez me chamou. Isso aconteceu em
1896. Eu resolvera ir ao culto de vigília de ano-novo e entregar-me outra vez
ao Senhor. Fui com meu pai para esse culto, e fiz o que havia resolvido.
Aleluia!
Aos 18 anos
fui batizado nas águas. Isto aconteceu numa igreja Batista em Wraka, Smaland,
Suécia, no mês de março ou abril de 1897. Neste mesmo ano tornei-me sucessor de
meu pai no trabalho da Escola Dominical. Isto aumentou muito a minha
necessidade de Deus e de sua graça. Ainda neste ano, em 14 de julho, li numa
revista um artigo sobre as grandes necessidades e sofrimentos de tribos nativas
no exterior, o que me fez derramar muitas lágrimas. Subi para o meu quarto e
ali prometi a Deus pertence-lhe e pôr-me à sua disposição para honra e glória
do seu nome. Orei também insistentemente para que Ele me ajudasse a cumprir
essa promessa.
No mês de
outubro realizamos uma festa para levantar dinheiro a fim de ajudar um irmão
que ia sair para o campo missionário como evangelista. Tudo o que eu tinha
nessa oportunidade eram 6 coroas, e eu as entreguei como oferta. Quando voltei
para casa depois da festa, senti uma alegria imensa, e ouvi uma voz que me
dizia: ‘Tu também irás ao campo de evangelização da mesma forma que Emílio!’.
Fiquei um
ano mais no meu trabalho, mas sempre participando dos cultos, testificando e
tratando de ganhar almas para Jesus. Continuei à frente da Escola Dominical até
o fim de outubro de 1898. Depois de muitas orações dos irmãos, fui para uma
escola bíblica em Götabro, Närke. Os dirigentes daquela escola eram os pastores
Emílio Gustavsson e C. J. A. Kihlstedt”
(notas ,VINGREN, I. O Diário do Pioneiro.
1.ed., RJ: CPAD, 2010, pp.19,20).
O Espirito
Santo e a obra missionaria
Gunnar
Vingren, pioneiro da obra pentecostal no Brasil, foi para Chicago em 1904, a
fim de estudar quatro anos de teologia no seminário sueco. Em maio de 1909, foi
diplomado e, no mês seguinte, assumiu o pastorado da Primeira Igreja Batista em
Menominee, Michigam. No verão desse mesmo ano, Deus o encheu de uma grande sede
de receber o batismo com o Espírito Santo e com fogo. Em novembro de 1909,
Vingren dirigiu-se até Chicago a fim de participar de uma conferência realizada
pela Igreja Batista Sueca. Foi com o firme propósito de buscar o batismo com o
Espírito Santo. Depois de cinco dias buscando o Senhor, Jesus o batizou com o
Espírito Santo e com fogo, falando em novas línguas conforme está escrito em
Atos 2. Assim se expressou Vingren em seu diário “É impossível descrever a
alegria que encheu o meu coração. Eternamente o louvarei, pois Ele me batizou
com o seu Espírito Santo e com fogo”.
O movimento
pentecostal crê que a efusão do Espírito foi concedida a Igreja, a fim de que
esta cumpra a grande comissão no poder e autoridade do Espírito Santo (Mt
28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.40; At 1.8; 2.1-4). No contexto de Atos dos
Apóstolos é o Espírito Santo, o responsável direto pela expansão e
multiplicação da igreja, constituindo-se em modelo para a igreja atual. O
Espírito Santo, por exemplo, capacita (At 2.4; 1.8), escolhe (At 13.2), envia
(At 13.2), impede (At 16.7). Os resultados da ação do Espírito atestam o
crescimento e sucesso da igreja primitiva em Jerusalém (At 6.7), na Palestina
(At 9.31), na Ásia Menor (At 16.5), na Europa (At 19.20) e Roma (28.31).
A Igreja
Cristã Primitiva cumpriu cabalmente a sua missão evangelística. A expansão da
igreja nas cinco regiões (Jerusalém, Palestina, Ásia Menor, Europa e Roma) é
resultado da ação do Espírito na mesma. Atente para o fato de que as condições
de transportes daqueles dias não se comparam com os dias atuais. E, no entanto,
em menos de 40 anos o cristianismo havia chegado a todo Império Romano
oriental. No gráfico abaixo, temos uma demonstração da Expansão do Cristianismo
até 100 d.C.
Ao aceitar
o convite divino para a maravilhosa salvação em Cristo (Mt 11.28; Tt 3.5),
recebemos a bendita tarefa de anunciar as virtudes do Senhor Jesus Cristo, que
nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9). Ele nos confiou “a
palavra desta salvação” (At 13.26). Mas, para termos êxito nessa Grande Comissão
do Senhor, conforme Mc 16.15, precisamos da capacitação do Espírito Santo (Jo
14.17; Mc 16.20; 2 Co 3.5), pois é Ele quem nos unge para evangelizar (2 Co
1.21) e convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11).
A GRANDE COMISSÃO
A Grande
Comissão de Jesus à sua igreja, abrange a evangelização à nossa volta e a obra
missionária (Mt 28.19; Mc 16.15). Jesus derramou do poder do Espírito sobre os
seus servos, no dia de Pentecostes (At 2.17), para que se tornassem suas
testemunhas tanto na cidade onde estavam como em outras, até à extremidade da
terra (At 1.8).
1. A
evangelização local. Evangelizar significa “anunciar as boas novas” (Hb 4.2; Rm
10.15). E isto é uma obrigação de cada salvo: “Se anuncio o evangelho, não
tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim
se não pregar o evangelho!” (1 Co 9.16 – ARA). Nos últimos momentos entre os
seus discípulos, Jesus enfatizou o dever de cada crente proclamar o Evangelho
no poder do Espírito (At 1.6-8; Lc 24.47-49). Não esqueçamos que a
evangelização deve ser pessoal, isto é, pessoa a pessoa, e igualmente em massa,
como há tantos casos relatados em o Novo Testamento (At 8.6,26-35).
2. A obra
missionária. Esta envolve a transculturação (1 Co 9.20-22; Cl 3.11), haja vista
os diversos costumes e cultura dos povos do mundo, que influenciam na
implantação, na formação e na preservação de igrejas em meio a outros povos.
Nem todo crente pode ir para o campo missionário, mas todos podem interceder em
oração, contribuir financeiramente, é ajudar de muitas outras maneiras. Ler Rm
10.8-17.
3. A
urgência da evangelização. O assunto é demais urgente! Quem passa desta vida
para a outra sem Jesus está perdido para sempre. Portanto, embora o número de
evangélicos brasileiros seja expressivo — algo em torno de 20% da população —,
a maioria não se preocupa com a evangelização. Sabemos também que o principal
movimento pentecostal do mundo está em nosso país. Por isso, “não podemos
deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
a) O
desafio. O Brasil é hoje o país com mais espírita no mundo, e o primeiro
colocado, na América Latina, em prostituição infantil. Além disso, temos aqui
milhares de alcoólatras e viciados em outras drogas, bem como um número
expressivo de menores abandonados. Estes e outros dados alarmantes devem nos
despertar para a urgência da evangelização.
b) Deus
conta conosco. O Pai estabeleceu o plano de salvação (Ap 22.17; Gl 4.4,5; Ef
2.8,9), o Filho executou (Jo 17.4; 19.30) e, o Consolador convence os pecadores
e os converte, realizando o milagre do novo nascimento (Jo 16.8-11; 3.5). Deus
quer usar aqueles a quem Ele salvou para a salvação da humanidade, seja na
família, na vizinhança; os estrangeiros; pequenos ou grandes, etc. Ele quer
salvar a todos (1 Tm 2.4).
A URGÊNCIA DA OBRA MISSIONÁRIA
1. O
crescimento da igreja primitiva. “E todos os dias acrescentava o Senhor à
igreja aqueles que se haviam de salvar”. “E a multidão dos que criam no Senhor,
tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (At 2.47b; 5.14). Depois da
plena evangelização de Jerusalém (At 5.28), o Senhor permitiu uma perseguição e
dispersão dos crentes, que levaram as boas novas a Samaria, Judéia e outras
regiões daquele país (At 8.1-5; 9.31; 11.19-24). Não demorou muito para que o
mundo conhecido ouvisse o Evangelho, graças à ação do Espírito naqueles crentes
fervorosos, cheios de graça e de poder (Rm 10.18; 15.19; Cl 1.6,23).
2. O nosso
desafio. O mundo de hoje conta com mais de seis bilhões de habitantes. Destes,
cerca de dois bilhões nunca ouviram a mensagem de salvação! O número de
evangélicos em todo o mundo não chega a um bilhão, segundo os centros de
informação missionária. Na igreja primitiva, todos evangelizavam
incessantemente em toda parte, no poder do Espírito, com sinais e milagres (At
8.4,6,7). Precisamos em todo tempo estar revestidos do poder do alto, para dar
continuidade a essa urgente obra, a fim de que, como eles, alvorocemos o mundo
para Cristo (At 17.6).
3. Uma
tarefa primordial. Em 1 Coríntios 1.22,23, vemos a importância da Grande
Comissão de Jesus Cristo. Enquanto uns (como os judeus) se preocupam com
sinais, e outros (como os gregos), em buscar sabedoria, nosso objetivo deve ser
a evangelização de todos, em todo o mundo. Temos hoje muitos pregadores
eloqüentes nos templos; mas é o poder do Espírito que faz de nós ganhadores de
almas, no mundo!
A ASSISTÊNCIA DO ESPÍRITO NA GRANDE
COMISSÃO
1. Na
evangelização pessoal. O Espírito Santo dirige os nossos passos, como no caso
de Filipe relatado em At 8.26-38. Ele também ajuda-nos a superar os obstáculos
apresentados pela pessoa evangelizada (Jo 4.7-29), desde que nos preparemos (1
Pe 3.15), firmando-se em seu poder, e não em nossas palavras (1 Co 2.1-5).
2. Na
pregação em público. O segredo do êxito, em cruzadas evangelísticas, é buscar,
em oração, a assistência do Consolador. Tomando como base às campanhas
realizadas pela igreja primitiva, vemos o que acontece quando se prega a
Palavra de Deus, no poder do Espírito Santo: a) Salvação de almas (At 2.41;
4.4); b) Sinais miraculosos (At 8.6,7); c) Grande alegria (At 8.8) e d) Batismo
no Espírito Santo (At 8.14-17).
3. Na obra
missionária. Em Atos 13, vemos como a assistência do Espírito Santo é
imprescindível à obra missionária:
a) Escolha.
Em Antioquia havia cinco profetas e doutores, e o Espírito de Deus escolheu o
primeiro e o último da lista: Barnabé e Saulo (vv.1,2). Por que não o primeiro
e o segundo? Porque a chamada é um ato soberano dEle (Hb 5.4).
b) Envio.
Eles foram também enviados pelo Espírito (vv.3,4). A igreja apenas os despediu,
pois é Ele quem escolhe e envia (Mc 3.13,14).
c)
Capacitação. Paulo e Barnabé manejavam bem a Palavra de Deus (vv.16-44), eram
cheios do Espírito, de ousadia (v.46) e tinham autoridade divina para
repreender os que se lhes opunham (vv.5-12; At 4.31).
d) Direção.
Guiados pelo Consolador, eles faziam discípulos numa cidade e partiam para
outra (vv.46-51). Graças à direção e providência do Espírito, o Evangelho,
tendo alcançado a Europa (At 16.6-10), chegou também a América do Norte, de
onde vieram os missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, pioneiros do
Movimento Pentecostal no Brasil!
Antes de
sua ascensão, Jesus mencionou cinco aspectos da obra missionária. O alvo:
“ensinai todas as nações” (Mt 28.19). A abrangência: “todo o mundo... toda
criatura” (Mc 16.15). A mensagem: “o arrependimento e a remissão dos pecados”
(Lc 24.47). O modo: “assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo
20.21). E o poder: “recebereis a virtude do Espírito Santo que há de vir sobre
vós” (At 1.8). Para alcançar o alvo, em toda a sua abrangência, pregando a
mensagem certa e de modoapropriado, precisamos do poder do alto (Lc 24.49).
Portanto, irmãos: “Não extingais o Espírito” (1 Ts 5.19).
Missões Pentecostais.
Para os pentecostais, o
derramamento do Espírito Santo por todo mundo é um sinal do fim de uma era de
colheita. As missões estão longe de se tornar anacrônicas. De fato, as missões
estão ganhando terreno entre muitas das igrejas mais novas nessa era final, a
era do Espírito. Embora os pentecostais tenham muitas coisas em comum com
outros evangélicos, o movimento pentecostal tem o seu próprio paradigma de
missões. [...] Os pentecostais acreditam que o Espírito Santo tem sido
derramado sobre a Igreja como um revestimento de poder para o discipulado de
Cristo e dos apóstolos. Como vemos, por exemplo, em Atos 1.8, onde Cristo
declara que o enchimento com o Espírito Santo aconteceria para que houvesse
testemunho dEle até aos confins da terra. Os pentecostais encorajam os crentes
a serem cheios com o Espírito Santo para que a igreja possa evangelizar o mundo
antes do retorno de Cristo. [...] A orientação do movimento pentecostal em
essência é cristológica. Para os pentecostais, o poder do Espírito Santo é dado
para pregar a Cristo”
(notas YORK, J. V. Missões na era do Espírito Santo. RJ: CPAD,
2002, pp.154-5).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.