I - ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
1. Israel chega a Mara (Êx 15.23).
Lições do Milagre de Mara
Diante da murmuração do povo, Moisés clama a Deus e Ele lhe mostra uma árvore cujo lenho deveria ser jogado nas águas para a sua purificação, o que ocorre imediatamente (Êx 15.25a). As lições desse episódio são, pelo menos, sete:
1. Águas amargas levaram o povo à amargura. Portanto, as águas de Mara simbolizam a murmuração, a amargura e a descrença pelas quais eventualmente seremos tentados em nossa peregrinação nos desertos desta vida.
2. Esse episódio ocorreu havia apenas três dias da grandiosa experiência da abertura do Mar Vermelho. Logo, grandes experiências com Deus podem ser imediatamente sucedidas por novas provas de fé. 3. O lenho nas águas, purificando-as, simboliza o madeiro, a cruz de Jesus, que nos resgata das águas amargas para águas purificadas.
4. A experiência foi sucedida por uma admoestação e promessa:
“... ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou. E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.25b,26). Ou seja, Deus nos ensina no deserto a obediência, e é ali também que Ele promete e manifesta a sua bênção sobre a nossa vida, se formos fiéis a Ele em meio às provações.
5. No deserto, o Senhor se revela mais uma vez, e como “O Senhor que te sara”. Aleluia! Nas nossas provações, Deus quer se revelar de forma nova e poderosa. Ele quer sarar as nossas enfermidades! Ele cura física e espiritualmente.
6. Ao seguirem para Elim, que estava logo adiante, encontraram “doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto às águas” (Ex 15.27). Isto é, logo à frente, havia sombra e água fresca. A analogia aqui é clara: as águas de Mara se contrapõem às fontes de Elim. Enquanto as águas de Mara simbolizam amargura, descrença e murmuração, as águas de Elim simbolizam a provisão plena de Deus para o seu povo. A grande lição aqui é que tivesse Israel suportado a amargura das águas de Mara, logo estaria festejando em Elim. A pouca paciência de muitos crentes embota o fio aguçado da vitória alegre quando esta ocorre.
7. Elim, como mencionamos de passagem no tópico anterior, fala de provisão plena de Deus. Se não, vejamos: eram doze fontes para doze tribos, ou seja, uma para cada tribo de Israel.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 59-60.
MARA
1. O novo nome, significando "amargura, tristeza, mágoa", que Noemi escolheu para si ao retornar de Belém, para expressar o amargor de suas experiências em Moabe (Rt 1.20).
2. Uma fonte de águas amargas no oásis do deserto de Sur que os israelitas alcançaram três dias após cruzarem o mar Vermelho (Êx 15.23; Nm 33.8,9). Quando o povo murmurou contra Moisés, ele jogou uma árvore (ou um lenho) nas águas, e estas se tornaram, ainda que temporariamente, miraculosamente doces. Na rota tradicional para o monte Sinai, o oásis de Ain Hawarah, aprox. 75 quilómetros a sudeste de Suez, é comumente identificado com Mara. Sua fonte fornece água salobra devido aos sais do solo das terras vizinhas.PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1224.
MARA 1. (ma, amargo). Local onde os israelitas encontraram água, depois de viajarem três dias pelo deserto de Sur, após a travessia do Mar Vermelho. A água encontrada ali era salobra e imprópria para beber, daí o nome Mara, que significa “amargo” (Êx 15.23; Nm 33.8,9). O povo murmurou por causa da condição da água e Deus mostrou a Moisés um galho de árvore, o qual ele lançou na água, a qual miraculosamente se tomou potável. O manancial comumente é situado no local da atual ‘ Ain Hawarah, a 43 km a sudeste de Suez e a cerca de 11 km do Mar Vermelho.MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 4. pag. 98.
No hebraico, «amargo», Esse foi o nome da sexta parada de Israel, durante suas vagueações pela península do Sinai, ap6s o êxodo (ver Exo. 15:23,24; Núm. 33:8). As águas do lugar eram amargosas, o que explica tal locativo, no entanto, miraculosamente, Moisés tomou-as boas para o consumo humano (por orientação divina), após ter lançado nelas uma certa árvore.
Acredita-se que a fonte seja aquela que atualmente se chama 'Ain Hawarah, cerca de setenta e seis quilômetros a suleste de Suez e cerca de onze quilômetros das margens do mar Vermelho. Alguns estudiosos identificam-na com Cades. Foi esse o primeiro acampamento de Israel, depois que atravessaram o mar Vermelho. O povo de Israel caminhou por três dias deserto de Sur adentro, apôs aquela travessia, até chegar a Mara.CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos. pag. 117.
Mara: as Águas Amargas
Os versículos finais deste capítulo mostram-nos Israel no deserto. Até aqui parece que tudo lhes havia corrido bem. Terríveis juízos haviam caído sobre o Egito, mas Israel fora perfeitamente excluído; o exército do Egito jazia morto nas praias do mar, mas Israel estava em triunfo. Tudo isto era bastante; mas, enfim, o aspecto das coisas depressa mudou! Os hinos de louvor foram depressa substituídos pelas palavras de descontentamento. "Então, chegaram a Mara; mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas: por isso, chamou-se o seu nome Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de bebera (versículos 23 a 24).
"E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto. E os filos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos pela mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão (capítulo 16:2-3).
Eis aqui as provações do deserto. "Que havemos de comera" e "que havemos de bebera" As águas de Mara puseram à prova o coração de Israel e mostraram o seu espírito murmurador; mas o Senhor mostrou-lhes que não havia amargura que Ele não pudesse dulcificar com a provisão da Sua graça: "...e o SENHOR mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces: ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou".
Que formosa figura d'Aquele que foi, em graça infinita, lançado às águas da morte, para que essas águas nada mais nos pudessem dar senão doçura, para todo o sempre.
Verdadeiramente, podemos dizer: "Na verdade já passou a amargura da morte", e nada mais nos resta senão as doçuras eternas da ressurreição.
O versículo 26 põe diante de nós o caráter importante desta primeira etapa dos remidos de Deus no deserto. Encontramo-nos em grande perigo, nesta hora, de cair num espírito mal disposto, impaciente de murmuração. O único remédio contra este mal é conservarmos os olhos postos em Jesus —"olhando para Jesus" (Hb 12:2). Bendito seja o Seu nome, Ele sempre Se mostra à altura das necessidades do Seu povo; e eles, em vez de se queixarem das suas circunstâncias, deviam fazer delas o motivo de se aproximarem mais d'Ele. É assim que o deserto se torna útil para nos ensinar o que Deus é. É uma escola na qual aprendemos a conhecer a Sua graça constante e os Seus amplos recursos. "E suportou os seus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos" (At 13:18).
O homem espiritual reconhecerá sempre que vale a pena ter águas amargas para Deus as dulcificar:".. .também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança" (Rm 5:3 -5).C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 15.23 Chegaram a Mara. Poços e fontes de água salobra são frequentes nas regiões desérticas. Os israelitas, ao encontrarem água imprópria para uso humano, chamaram-na de “amarga”, significado da palavra hebraica Mara. “O extremo amargor do gosto da água das fontes da extremidade sul do deserto de Sur é confirmado por todos os que por ali viajam. Há diversas dessas fontes. Aquela que modernamente se chama de Ain Howqrah é a mais copiosa, e não de águas tão amargas como as outras” (Ellicott, in loc).
Essa foi a sexta parada de Israel, durante suas vagueações pela península do Sinai, depois do êxodo (Êxo. 15.23,24; Núm. 33.8). As águas do lugar eram amargosas, o que explica tal locativo. No entanto, miraculosamente, Moisés tornou-as boas para o consumo humano (por orientação divina), após ter lançado nelas certa árvore. Acredita-se que a fonte seja aquela que atualmente se chama ‘Ain Howqrah, a cerca de setenta e seis quilômetros a sudeste de Suez e a cerca de onze quilômetros das margens do mar Vermelho. Alguns estudiosos identificam-na com Cades. Foi esse o primeiro acampamento de Israel, depois que atravessaram o mar Vermelho (ou melhor, o mar de Juncos). O povo de Israel caminhou por três dias, deserto de Sur adentro, apôs aquela travessia, até chegar a Mara. Alguns estudiosos não creem ser possível uma identificação exata dessa localidade.
Tipologia. “Essas águas amargas ficavam bem no caminho por onde o Senhor estava conduzindo Israel, e representam as provações que o povo de Deus precisa enfrentar, provações essas que são didáticas, e não punitivas. A árvore simboliza a cruz (Gál. 3.13), que se tornou doce para Cristo, como expressão da vontade do Pai (João 18.11). Quando aceitamos nossas maras com a atitude Dele, lançamos a árvore em nossas águas (Rom. 5.3,4)” (Scofield Reference Bible, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 370.
Êx 15.23. Mara. Ao contrário de muitas etimologias no Velho Testamento, esta não se trata de mero trocadilho baseado em semelhança fonética, pois “marah” poderia realmente significar“ amarga” ou “ amargura” , caso se trate de uma raiz semítica. A palavra “mirra” parece derivar da mesma raiz, com referência ao seu forte aroma. Muitos oásis do deserto recebem seus nomes por causa de poços, fontes e pequenas lagoas, já que a água em sua característica essencial é comum. A fonte em questão aqui é provavelmente a atual ‘Ain Hawarah. Chamou-se lhe. A vaga terceira pessoa do singular (literalmente, ele chamou o seu nome) não se refere, necessariamente, a Moisés, podendo ser encarada (como o fez a SBB) como uma construção impessoal, de acordo com a expressão idiomática tipicamente semita. Isto significa que o nome poderia ter existido muito antes da passagem de Israel por ali. A maioria dos poços artesianos produz água amarga e de gosto desagradável devido à presença de sais minerais.R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 124.
Os israelitas andaram três dias no deserto (a leste do mar Vermelho) e não acharam água (22). A fé do povo precisava de mais provas. Uma grande vitória como a travessia do mar Vermelho proporcionou uma visão maravilhosa da onipotência de Deus; mas não treinou a fé para os problemas cotidianos. A necessidade diária de comida e bebida prova a fé do povo mais que os obstáculos maiores. Mas Deus estava treinando seu povo em todos os aspectos da vida, por isso os levou às águas amargas de Mara (23; ver Mapa 3). Imagine a comovente decepção de pessoas sedentas encontrando água e verificando que era impotável. Viajantes nesta região do deserto de Sur (ou de Etã, Nm 33.8) confirmam que as fontes são extremamente amargas, que o lugar é “destituído de árvores, água e, exceto no começo de primavera, pastagens”Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 174-175.
As Murmurações do Povo
"E PARTIDOS de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito". Vemos aqui Israel numa posição notável e muito interessante. É ainda o deserto, sem dúvida, mas é um lugar de paragem muito importante e significativo, a saber, "entre Elim e Sinai". Aquele era o lugar onde haviam recentemente provado as águas refrescantes do ministério divino; este era o lugar onde eles deixaram o terreno da graça soberana e se colocaram debaixo do concerto das obras. Estes fatos tornam "o deserto de Sinai" uma parte particularmente interessante da jornada de Israel. O Seu aspecto e influência são acentuados grandemente como qualquer outro ponto em toda a sua história. Vemo-los aqui como os objetos da mesma graça que os havia tirado da terra do Egito, e, portanto, todas as suas murmurações são imediatamente atendidas por suprimento divino. Quando Deus opera na manifestação da Sua graça não há impedimento. As bênçãos que Ele derrama correm sem interrupção. E só quando o homem se coloca debaixo da lei que perde tudo; porque então Deus tem de permitir que ele se certifique de quanto pode exigir com base nas suas próprias obras.
Quando Deus visitou e redimiu o Seu povo e os tirou da terra do Egito, não foi, certamente, com o propósito de os deixar morrer de fome e de sede no deserto. Eles deviam saber isto. Deviam ter confiado n'Ele e andado na confiança daquele amor que os havia libertado gloriosamente dos horrores da escravidão do Egito. Deviam ter recordado que era infinitamente melhor estar com Deus no deserto do que nos fornos de tijolo com Faraó. Mas não; o coração humano acha uma coisa muito difícil dar crédito a Deus pelo seu amor puro e perfeito: tem muito mais confiança em Satanás do que em Deus. Vede, por um momento, toda a dor e sofrimento, a miséria e degradação que o homem tem sofrido por causa de ter dado ouvidos à voz de Satanás, e contudo nunca tem uma palavra de queixa quanto ao seu serviço ou desejo de se libertar das suas mãos. Não está descontente com Satanás nem cansado de o servir. Colhe repetidas vezes os frutos amargos nesses campos que Satanás tem aberto de si; e, todavia, pode ser visto repetidas vezes a semear a mesmíssima semente e a passar pelos mesmos trabalhos. Mas como é diferente quando se trata de Deus! Quando nos dispomos a andar nos Seus caminhos, estamos prontos, à primeira aparência de dificuldades ou provações, a murmurar e a rebelarmo-nos.
Na verdade, não há nada em que tanto falhamos como no desenvolvimento de um espírito confiante e agradecido. Esquecemos facilmente dez mil bênçãos na presença de uma simples privação. Os nossos pecados foram todos perdoados, "fomos aceites no amado"(Ef 1:6) efeitos herdeiros e co-herdeiros com Cristo—esperamos a glória eterna; e além de tudo mais, o nosso caminho através do deserto está coberto de misericórdias inumeráveis; e todavia deixai que uma nuvem, apenas como palma da mão de um homem, apareça no horizonte, e as ricas misericórdias do passado são por nós prontamente esquecidas avista desta pequena nuvem, que, afinal, pode muito vem desfazer-se em bênçãos sobre a nossa cabeça. Este pensamento deveria humilhar-nos profundamente diante de Deus. Como somos diferentes nisto, e em tudo mais, do nosso bendito Modelo! Vede-O—o verdadeiro Israel no deserto—rodeado de feras e jejuando durante quarenta dias. Como Se conduziu Ele? Murmurou1?- Queixou-Se da Sua sorte?- Desejou achar-Se noutras circunstâncias1? Ah! não.
Deus era a porção do Seu cálice e a parte da Sua herança (SI 16). E, portanto, quando o vida, Ele recusou-os e manteve firmemente a posição de absoluta dependência de Deus e implícita obediência à Sua palavra. Só aceitaria do mesmo modo o pão e a glória das mãos de Deus.
Como foi tão diferente com Israel segundo a carne! Tão depressa sentiu o sofrimento da fome "Murmurou contra Moisés e contra Arão, no deserto" (versículo 2). Parece que haviam perdido a compreensão de haverem sido libertados pela mão do Senhor, porque disseram:"... porque nos tendes tirado para este desertou" E também no capítulo 17:3, lemos: "...o povo murmurou contra Moisés, e disse: porque nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado?" Assim, eles manifestaram em todas as ocasiões um espírito irritado e de queixume, e mostraram quão pouco realizavam a presença do seu Poderoso e infinitamente gracioso Libertador.
Ora, não há nada que tanto desonre a Deus como um espírito murmurador por parte daqueles dos que Lhe pertencem. O apóstolo apresenta como característico especial da corrupção dos gentios que, "...tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças" (Rm 1:21). E então segue-se o resultado prático deste espírito ingrato, "antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu". Aquele que deixa de reter um sentido grato da bondade de Deus tornar-se-á rapidamente "entenebrecido". Assim Israel perdeu o sentido de estar nas mãos de Deus; e isto levou-os, como podia esperar-se, a trevas mais espessas, visto que os encontramos, mais tarde na sua história, dizendo: "Porque nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos a espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa"?" (Nm 14:3). Tal é a atitude que a alma que não está em comunhão toma. Começa por perder a noção de estar nas mãos de Deus para seu bem, e, termina por se julgar nas Suas mãos para seu mal. Que triste progresso!
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 16.7,8 Pela manhã. A glória do Senhor haveria de manifestar-se mediante a provi são de maná. À tarde, aquela mesma glória haveria de evidenciar-se por meio da provisão das codornizes, tal como os israelitas dispunham da coluna de nuvem durante o dia, a fim de guiá-los, e da coluna de fogo, durante a noite, com o mesmo propósito, provendo-lhes calor e iluminação.
As vossas murmurações. Os milagres da manhã e da tarde mostrariam o que as murmurações de Israel significavam: uma ofensa contra Yahweh, uma demonstração de incredulidade quanto ao Seu poder e quanto às Suas promessas. Em segundo lugar, eram ofendidos Moisés e Arão. Ver as notas sobre essas murmurações em Êxo. 14.10. Essas murmurações tornaram-se um tema secundário dos livros de Êxodo e Números, porquanto demonstravam que a fé dos israelitas estava debilitando-se. Todas as necessidades dos filhos de Israel eram supridas de maneira “bondosa, abundante, maravilhosa... da parte de um Deus gracioso e misericordioso” (John Gill, b loc).CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 373.
Êx 16.7. Israel haveria de ver a glória de YH W H em Seus atos salvadores. Em outros lugares a glória de Deus aparece fisicamente manifesta sobre a tenda da congregação, ou na nuvem (16:10).Êx 16.8. Carne para comer... pão que vos farte. Duas provisões distintas são mencionadas juntas aqui: pão (maná) e carne (codornizes), embora pouca ênfase seja dada às aves nesta passagem. Ver Números 11:31 onde há o relato de nova provisão de codornizes que parece ter acontecido depois da entrega da lei no Sinai (não antes, como aqui), e que foi seguida por uma praga.R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 126.
2. Rumo ao Sinai (Êx 16.1).
Mais Provisão no Deserto
Após Elim, o povo seguiu ainda mais ao sul, pelo Deserto de Sim (Ex 16.1), situado aos pés do planalto do Sinai. Ou seja, esse deserto ficava entre Elim e o Sinai, e foi onde os israelitas vivenciaram pela primeira vez o milagre do maná e onde se maravilharam com o milagre das codornizes (Êx 16.1-21). Segundo R. K. Harrison, “este local é hoje identificado como Debbet er-Ramleh, uma região arenosa que se estende abaixo de Jebel et-Tih na região sudoeste da Península do Sinai, embora tenha sido sugerida uma outra localização situada na planície costeira de El-Markhah”.4
Como destacam as notas da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o Deserto de Sim era um ambiente vasto e hostil, no qual só havia areia e pedra. Esse espaço estéril proveu o lugar perfeito para Deus testar e formar o caráter do seu povo”,5 que era muito instável, inclinado ao erro, com mentalidade ainda do tempo de escravos do Egito e, não poucas vezes, se mostrando obstinados em seus erros.
Em Deuteronômio 9.4,5, Deus diz ao povo:Quando, pois, o Senhor, teu Deus, os lançar fora [os cananeus], de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o Senhor me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela impiedade destas nações, é que o Senhor as lança fora, de diante de ti. Não é por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas, pela impiedade destas nações [os cananeus], o Senhor, teu Deus, as lança fora, de diante de ti; e pra confirmar a palavra que o Senhor, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
Ou seja, não é porque os israelitas eram justos que iriam entrar na terra de Canaã, mas porque os moradores dessa terra eram muito ímpios, e Deus queria usar Israel para julgá-los. E era também porque Ele prometera aquela terra a Abraão, a Isaque e a Jacó visando ao seu plano salvífico para a humanidade por meio de Cristo.
Enfim, o povo de Israel não era fácil, mas Deus amava os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, e queria tratá-los, burilá-los, prová-los, aperfeiçoá-los por meio das provações no deserto para que pudessem ter forjado o caráter que Deus desejava para ele como seu povo. Esse processo, por causa da dureza do coração do povo, acabou durando muito tempo: quarenta anos.
Foi Deus quem os guiou ao deserto. Lembremo-nos de que o povo se dirigiu por esse caminho porque Deus, desde a saída do povo do Egito, expressamente determinou que não seguissem “o caminho dos filisteus”, que ficava ao norte (Ex 13.17).
Isso significa que mesmo quando seguimos o caminho que Deus estabelece para a nossa vida, enfrentamos provações, mas para o nosso próprio bem, porque “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28); mas, por outro lado, também significa que Deus estará conosco em todos os momentos difíceis, protegendo-nos e enviando-nos o maná diário, isto é, suprindo cotidianamente as nossas necessidades. Diz o texto bíblico que “comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã” (Êx 16.35).
Ou seja, enquanto houver deserto, não vai faltar maná! O maná só para quando adentrarmos a Terra Prometida.O maná era como pequenos flocos que amanheciam todas as manhãs caídos ao chão do arraial dos hebreus. Ele era “branco”, “como semente de coentro” e “o seu sabor era como bolos de mel” (Ex 16.31).
Chovia “pão dos céus” todos os dias para alimentar o povo (Ex 16.4). O maná representava Cristo, que é o “pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.51). Um detalhe interessante é que não adiantava fazer estoque de maná, porque, no dia seguinte, o maná estocado apodrecia (Ex 16.19,20). Era preciso todo dia sair ao arraial para pegar maná fresco. Isso nos fala da necessidade que temos de todos os dias nos abastecermos na presença de Deus. Não basta buscar a Deus um único dia para valer por uma semana. E preciso buscar a Deus todos os dias da semana para podermos enfrentar as tentações e adversidades diárias que nos sobrevenham durante toda a semana.Ainda mais ao sul, já em Refidim, os israelitas vivenciaram o milagre da água que saiu da rocha e batalharam contra os amalequitas (Ex 17.1-
16). Foi após essa batalha que o sogro de Moisés, Jetro, trouxe finalmente a sua filha, esposa de Moisés, com seus dois netos para o genro, e congratulou-se com ele pelo que o Senhor tinha feito, tirando o povo de Israel do Egito (Êx 18.1-12). Além disso, Jetro, sob a inspiração divina, deu conselhos importantes a Moisés (Êx 18.13-27).COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 60-62.
Elim: Doze Fontes e Setenta Palmeiras
Todavia, o deserto tem os seus Elins bem como os seus Maras; as suas fontes e palmeiras, bem como as suas águas amargas. "Então, vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas (versículo 27).
O Senhor graciosa e ternamente prepara verdes lugares no deserto para o Seu povo; e embora sejam, quanto muito, oásis, refrescam, todavia, o espírito e animam o coração. A permanência temporária em Elim era evidentemente calculada para tranquilizar os corações do povo e fazer cessar as suas murmurações. A sombra agradável das suas palmeiras e as águas refrescantes das suas fontes vieram muito a propósito, depois da provação de Mara, e realçam à nossa vista as virtudes preciosas daquele ministério espiritual que Deus provê para o Seu povo no mundo. Os números "doze" e "setenta" estão intimamente ligados com o ministério.
Mas Elim não era Canaã As fontes e as palmeiras eram apenas um antegozo desse país ditoso que estava situado para lá dos limites do deserto estéril, no qual os remidos acabavam de entrar. Davam refrigério, sem dúvida, mas era refrigério do deserto: era apenas momentâneo, destinado em graça, a animar os espíritos deprimidos e a dar-lhes vigor para a sua marcha para Canaã. Assim é, como sabemos, com o ministério na Igreja; é um suprimento gracioso para as nossas necessidades, destinado a refrescar, fortalecer e encorajar os nossos corações "até que todos cheguemos à medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4:13).C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 16.1 Partiram de Elim. Ver sobre esse lugar em Êxo. 15.27.
A congregação dos filhos de Israel. Ver sobre essa expressão em Êxo. 12.3,6,19,47; 16.1,2,9,10,22; 17.1; 27.21; 28.43; 29.4,10,11,30,32,42,44 etc. A nação inteira, por meio de suas tribos, organizadas como se fossem uma congregação, está em vista. Era uma comunidade religiosa que se preparava para tornar-se uma nação teocrática.
Deserto de Sim. Ver no Dicionário 0 verbete sobre essa localidade. Dezenove desertos diferentes são mencionados no Antigo Testamento; e esse é um deles. Os estudiosos não concordam quanto à sua localização exata.
Aos quinze dias do segundo mês. O ano religioso começava no mês de abibe (mais tarde chamado nisã). Ver Êxo. 13.4; 23.15; 34.18. O segundo mês era chamado ijar, correspondente aos nossos meses de abril-maio, e falava sobre a beleza das flores da primavera. Israel saiu do Egito no décimo quinto dia do mês de nisã (abibe) e agora já era 0 décimo quinto dia do mês de ijar. Portanto, um mês tinha-se passado, desde que Israel saíra do Egito.
Êx 16.2 Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou. Parece que Isso acontecia periodicamente, a ponto de tornar-se um dos temas secundários dos livros de Êxodo e Números. Ver as notas a respeito em Êxo. 14.11. Dou ali uma lista de referências à questão.
O Targum de Jonathan informa-nos que a massa que Israel tinha trazido do Egito agora se acabara, causando falta de suprimentos de boca. “É comum que, quando as coisas não andem tão bem quanto se deseja, as pessoas, na igreja ou no estado, murmurem contra seus governantes, eclesiásticos ou civis, lançando contra eles toda a culpa” (John Gill, in loc.).
Até este ponto, já vimos três casos de murmuração: 1. O de Pi-Hairote, quando 0 terrível exército egípcio ameaçava a existência do povo de Israel (Êxo. 14.11,12). 2. O de Mara, quando terminou o suprimento de água e as águas do lugar eram amargosas (Êxo. 15.24). 3. O do deserto de Sim, 0 texto presente, quando terminou 0 suprimento de alimentos. “Aqueles pobres hebreus eram tanto escravos quanto pecadores, e eram capazes dos atos mais maldosos e desgraçados” (Adam Clarke, in loc.). Êx 16.3 Morrido pela mão do Senhor. Devemos pensar aqui em morte natural, por motivo de idade avançada. Mas é possível que eles estivessem aludindo às pragas que devastaram o Egito, causando imensas perdas de vidas humanas. Neste caso, a queixa era deveras amarga. Eles preferiam ter morrido sob o castigo de Yahweh do que morrer de fome no deserto. A queixa era particularmente estúpida porque, havendo todos aqueles animais entre eles, eles poderiam tê-los sacrificado para servirem de alimento. Não havia perigo de morrerem de inanição, apesar do fato de que não havia mais farinha de trigo.
Panelas de carne. Embora escravos, no Egito tinham tido muita comida para consumir, para nada dizermos sobre os acepipes que eles poderiam preparar por si mesmos. “Os murmuradores vagabundos preferiam o alimento condimentado das panelas de carne do Egito à liberdade precária no deserto” (Oxford Annotated Bible, in loc.).O trecho de Números 11.5 dá-nos alguma ideia da variedade de alimentos de que Israel tinha desfrutado no Egito, muita verdura e boa variedade de carnes, além de muitas frutas.
“A falta de pão fez 0 povo de Israel esquecer-se de sua terrível sorte no Egito, fazendo-os pensar apenas na comida que tinham, e assim porem em dúvida os motivos verdadeiros de seu líder" (John D. Hannah, in loc).CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 372.
Êx 16.1. Aos quinze dias do segundo mês indica um intervalo de um mês desde sua partida do Egito, se a partida se deu no décimo quinto dia do primeiro mês (12:6,31).O deserto de Sim. Pode haver uma ligação linguística entre Sim e Sinai, o monte sagrado. O contexto, todavia, deixa claro que não se trata do mesmo lugar. O deserto de Zim (a primeira consoante hebraica é diferente) não deve ser confundido, pois fica cerca de trezentos quilômetros ao norte.
Êx 16.3. Na terra do Egito. Já se haviam esquecido da escravidão do Egito, e agora idealizavam o pouco que de bom havia, como é tão comum acontecer. Escravos não costumam comer muita carne, mas aqui as panelas de carne são proeminentes em suas lembranças. Mais tarde irão recordar os alhos picantes e os doces melões do delta do Nilo (Nm 11:5). A presente reclamação parece ser dupla: não há comida suficiente e, em particular, não há carne. Como qualquer sociedade pastoril, os israelitas detestavam sacrificar seus próprios animais (cf Nm 11:22), que era a única alternativa a uma dieta de leite e queijo em sua jornada pelo deserto. Note como imediatamente o povo atribui a Moisés os motivos mais sórdidos: em sua opinião, ele os colocara deliberadamente naquela situação.R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 125-126.
Outra murmuração de Israel (16.1-3). Israel deveria ter aceitado os “estatutos” de Deus e crido em sua “ordenação” (15.25). O fato de não terem agido assim resultou em mais reclamações. Tinham deixado para trás um deserto (Sur) e entrado em outro (Sim) a caminho do monte Sinai e já fazia um mês que viajavam (1). Pelo visto, o suprimento de comida estava diminuindo e não havia evidência externa de novas provisões. Deus permitiu que o problema surgisse como prova para a fé de Israel. Mas o povo murmurou contra Moisés e contra Arão (2), desejando ter morrido no Egito com os estômagos cheios em vez de morrer de fome no deserto (3). Parece que comiam bem no Egito, e agora as coisas estavam piores. Claro que o alimento é necessário para a vida física, mas Deus não esquecera do povo. Ele teria suprido as necessidades de maneira mais satisfatória se Israel tivesse permanecido pacientemente firme na fé.Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 175.
Êx 19.1 Foram necessários três meses para que Israel chegasse ao Sinai, depois de haver escapado da servidão no Egito. Na ocasião, um grande acontecimento esperava por eles, o pacto sinaltico. Ver no Dicionário 0 artigo com esse título. Comentei exaustivamente sobre essas questões na introdução a este capítulo.
No terceiro mês. Ou seja, no terceiro mês do calendário religioso, que tinha início na páscoa, no mês de abibe (nisã). Ver Êxo. 13.4. Entre os israelitas também havia um calendário civil. O terceiro mês do calendário religioso chamava-se sivã, correspondente ao nosso mês de maio.
O Targum de Jonathan diz que a chegada de Israel ao Sinai ocorreu quarenta e cinco dias depois da partida do Egito, presumivelmente cinco dias antes da lei ter sido dada, ou seja, no sexto dia do mês de sivã. No primeiro dia desse mês, eles chegaram ao Sinai, e ali acamparam-se. No dia seguinte, Moisés subiu ao monte em sua entrevista com Yahweh ou com Sua teofania. No terceiro dia, ele reuniu os anciãos do povo (vs. 7), e lhes declarou as palavras de Deus. Três dias mais tarde, que foi 0 sexto dia do mês de sivã, foi dada a lei aos anciãos do povo, e, deles, para todos os israelitas. A exatidão desses cálculos, porém, dificilmente pode ser averiguada.
Êx19.2 O autor sacro oferece aqui uma pequena digressão a fim de lembrar-nos os movimentos de Israel após a partida de Refidim (Êxo. 17.1) para 0 Sinai. O Sinai foi um dos pontos de parada, onde Israel deveria permanecer por onze meses e seis dias, conforme mostrei no primeiro parágrafo da introdução a este capítulo.A identidade do monte aparece como lugar bem conhecido, ou, pelo menos, identificado com alguma precisão, quando Moisés escreveu o relato. Mas para nós a localização exata está perdida para sempre, embora haja um bom número de conjecturas, as quais discuto no artigo sobre o assunto (no Dicionário). Foi ali, ou bem perto dali (em Horebe; ver no Dicionário), que Moisés recebeu seu sinal e comissão originais (Êxo. 3.12). Fica entendido que Yahweh se manifestava ali de maneira especial, tal como os gregos pensavam que o Olimpo era a residência de deuses. Assim, Moisés subiu ao monte cheio de expectativa, em busca de uma entrevista com o Senhor. O autor liga a cena da sarça ardente (cap. 3) com a cena deste capítulo. Chegara o momento de outra grande revelação.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 383.
1. No terceiro mês. “ Na terceira lua nova” é uma tradução possível e preferível à vaga expressão “ no terceiro mês” (SBB), em vista da expressão “ naquele dia” (“ no primeiro dia” — SBB), logo a seguir. Ver Hyatt em relação a uma possível conexão entre a doação da lei e a festa de Pentecostes.
2. Vieram ao deserto de Sinai. A palavra convencionalmente traduzida “ deserto” não tem a conotação de uma região arenosa e árida; a palavra mais apropriada em português seria “ sertão” , região de pastagens ainda não ocupada pelo homem. Este versículo deixa claro que a estepe do Sinai ficava diretamente defronte ao monte e a pouca distância de Refidim, com a “ estepe de Sim” já bem distante (17:1). O monte Sinai propriamente dito pode ser identificado com Gebel Müsa, Gebel Serbãl ou õebel Katarina, três imponentes picos da região próxima.
Uma interpretação detalhada da topografia depende da localização escolhida para o monte. Acolhemos aqui a opinião tradicional de que òebel Müsa é a montanha em questão mas nenhum detalhe teológico depende da identificação exata, que pode não ter sido clara para os israelitas de tempos mais recentes.
Mais penetrante é a questão de o Sinai ficar ou não ao sul da península. Alguns estudiosos o localizam quer próximo a Cades-Barnéia a nordeste, ou em algum ponto da moderna Arábia, a leste do golfo de Aqaba. Os que preferem situar Sinai próximo a Cades-Barnéia o fazem porque consideram que as histórias narradas a esta altura de Êxodo pertencem á região de Cades (água extraída da rocha; codornizes; o conselho de Jetro). Certamente acontecimentos semelhantes aparecem em Números, relacionados à região de Cades. Rothenberg menciona a possibilidade de Gebel-el-Halal, uma montanha mais baixa no “ caminho de Sur” , uma estrada bem movimentada entre o Egito e Cades. Outros sugerem um pico nas montanhas de Edom (Seir) a leste de Cades, na área da estepe de Parã. Citam, para apoiar sua escolha, passagens poéticas em que Deus aparece vindo de Parã ou Edom para ajudar Seu povo (Hc 3:3). Naturalmente, “ Parã” pode ser a “ Parã” mencionada por Eusébio, o atual oásis de Feiran próximo a Refidim, em cujo caso Habacuque estaria se referindo ao Monte Sinai. Edom fica em linha reta entre Gebel Müsa e Judá de modo que na visão do profeta Deus forçosamente teria de passar por sobre Edom. Uma objeção mais séria é que esta localização do Sinai ao norte da península, transforma em verdadeiro absurdo os detalhados itinerários de Êxodo e Números, onde Cades é atingida depois do Sinai, e fica a considerável distância do monte. Deuteronômio 1:2 afirma claramente que “ Horebe” e Cades ficavam a onze dias de viagem um do outro. Além do mais, nenhuma destas montanhas ao norte possui o impressionante isolamento dos três picos ao sul já sugeridos na área do Sinai.
A localização do Sinai a leste do golfo de Aqaba depende da dupla crença de que o Sinai da revelação divina deve ter sido um vulcão ativo na ocasião (talvez próximo a Tebuk, conforme sugerido por Noth), a julgar pela descrição das manifestações que acompanharam a teofania, e, em segundo lugar, de que o monte ficava no centro da região midianita, que certamente ficava naquela região. Comentaristas, entretanto, ressaltam que é altamente improvável que tal grupo nômade jamais se deixasse persuadir a permanecer tão próximo a um vulcão em erupção.
Seja qual for o caso, a descrição da teofania no Sinai não tem de se referir a um vulcão ativo (embora certos detalhes possam ter sido emprestados de uma erupção vulcânica, em sentido simbólico) e 18:5 indica que Jetro teve de fazer uma longa viagem para atingir o Sinai. Além do mais, situar o Sinai a leste do golfo de Aqaba também implica em invalidar o cuidadoso itinerário (embora não tão completamente quanto a hipótese de Cades). Por estas razões, portanto, a localização tradicional do monte Sinai é aqui aceita como pelo menos aproximadamente correta. (Para maiores detalhes ver o apêndice em Hyatt, pg. 203.)R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 137-139 estudaalicao.blogspot.com
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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