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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Estudo livro de Exôdo (20) מחקר שמות

                    ESTUDO E COMENTÁRIO DO EXÔDO PARTE N.20



                                                 CONTINUAÇÃO      
                              2. A perseguição de Faraó (Êx 14.5-9).

Êx 14.5 Por Quê? Assim que os terrores das pragas foram esquecidos, foram capazes de perguntar um estúpido por quê. Os egípcios, aterrorizados, tinham expulsado os israelitas do Egito, temendo ter o mesmo que seus filhos primogênitos. Chegaram mesmo a doar-lhes muitas riquezas (Êxo. 12.31 ss.).

“Quando lemos artigos e livros sobre 0 arrependimento, impressiona-nos a dificuldade de distinguir entre um Faraó disposto a permitir que 0 povo de Israel se fosse, por estar temeroso de mais pragas, e um Faraó que realmente estava arrependido de sua crueldade tirânica” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Um indivíduo assustado arrepende-se mais ou menos do mesmo jeito que um rato reage, aterroriza- do, diante de um gato. O homem realmente arrependido reage como uma criança que percebe que ofendeu seu pai. O verdadeiro arrependimento é 0 primeiro passo para 0 crescimento espiritual. O falso arrependimento é apenas a tentativa de escapar das consequências da própria maldade.

O grande motivo para a perseguição contra Israel era o dinheiro. Mais de seiscentos mil trabalhadores escravos seriam perdidos pela economia egípcia. Ver Núm. 1.46 quanto ao número dos filhos de Israel. O Faraó estava à cata de dinheiro, mas acabou sofrendo uma perda devastadora, sob a forma de vidas e equipa- mentos perdidos.Êx 14.6,7 Seiscentos carros escolhidos. Eram carros de combate. Isso sem contar quantos outros carros. Capitães militares lideraram no ataque! O próprio Faraó se pôs à testa do exército, com seu próprio carro de combate.
Capitães. No hebraico, três ou terceiro. Os veículos de combate do Egito eram tripulados por somente dois homens, assim é melhor traduzir por tripulação, em vez de dizer “os três”, ou seja, os três homens que geralmente tripulavam os carros de combate de outros países. Posteriormente, os carros de combate dos assírios e dos hititas tornaram-se espaçosos o suficiente para transportar três homens. Um deles dirigia 0 veículo, outro era 0 escudeiro, e 0 terceiro, natural- mente, era quem atirava as flechas e dardos. É possível que o hebraico, aqui, reflita esta última circunstância.Josefo diz que 0 número de militares egípcios era de cerca de cinquenta mil cavaleiros, além de duzentos mil infantes (Ant. 1.2 c. 15 see. 3), mas não temos como averiguar esses dados. Ezequiel, 0 autor de tragédias teatrais, fala em um milhão, um número fantástico (Apud Hottinger Smegma, pág. 464).

Ramsés II testificou que uma força de dois mil e quinhentos carros de combate foi lançada contra ele pelos inimigos hititas (Registros do Passado, vol. ii, pág. 69,71), o que mostra que os seiscentos carros deste texto estava dentro do escopo dos exércitos antigos. Os seiscentos mil carros”, referidos em I Sam. 13.5, devem conter algum erro numérico.
Êx 14.8 O perpétuo coração duro do Faraó sofreu ainda maior endurecimento. Israel tinha saído do Egito em atitude de desafio, conforme dão a entender algumas traduções, ou, então, com mão descoberta, ou seja, sem nenhum segredo, conforme diz o Targum de Onkelos. Ver Êxo. 12.33. Eles partiram com arrogância, e o Faraó saiu em perseguição deles para arrancar-lhes a arrogância.
Os filhos de Israel saíram afoitamente. Algumas traduções dizem aqui “saíram por meio de mão erguida”, aparentemente indicando a mão erguida de Yahweh. Israel contava com a proteção e o poder de Deus (Êxo. 3.19; 6.1; 14.31).A ideia contida em nossa versão portuguesa, porém, parece ser que a saída de Israel do Egito deu-se de forma atabalhoada, sem um planejamento prévio suficiente; e isso parece completar a ideia do terceiro versículo deste capitulo, onde o Faraó comenta que Israel estava ‘desorientado”.

Êx 14.9 A perseguição prosseguiu até Pi-Hairote, perto de Baal-Zefom, quando, finalmente, Israel foi alcançado. O texto situa definidamente essas cidades (fortalezas?) do Egito perto do local onde houve a travessia do mar de Juncos (não mar Vermelho; ver as notas sobre Êxo. 13.8 e 14.1,2). Parece que esses lugares ficavam próximos do lago Timsah ou do lago Balah, a cerca de oitenta quilômetros ao norte do mar Vermelho. Alguns eruditos não concordam com essa avaliação, preferindo pensar em uma rota ao longo do mar Mediterrâneo, mas isso parece altamente improvável.O exército do Faraó consistia, sem dúvida, em cavalaria, infantaria e carros de com bate, conforme era comum entre os exércitos antigos. E diante dessa força armada, o povo de Israel entrou em pânico.
Êx 14.10,11 Os filhos de Israel clamaram ao Senhor. O terror tomou conta deles, enquanto o poderoso exército egípcio se aproximava rapidamente. E os filhos de Israel deixaram a questão aos cuidados de Yahweh, em oração. No pânico em que caíram, puseram a queixar-se amargamente, lamentando que tivessem aceito o plano do êxodo.

A Murmuração de Israel. O mar estava à frente deles, e o exército do Faraó aproximava-se rapidamente por trás. A fé fugiu de todos os israelitas naqueles momentos. Essa foi a primeira das murmurações de Israel no deserto, o que é um tema constante do livro de Êxodo. Ver também Êxo. 15.24; 16.2,3; 17.3; 32.1-4,25; Núm. 11.4-6; 12.1,2; 14.2,3; 16.13,14; 20.2-13; 21.4,5. Nada tinham para elogiar os labores de Moisés, que os tinha trazido em segurança até ali, mas puderam mostrar-se sarcásticos. O Egito não tinha sepulcros em número suficiente, e essa teria sido a razão pela qual Moisés teria trazido os filhos de Israel ao deserto. Melhor seria ter permanecido na servidão. Moisés tinha-lhes feito um grande mal, de acordo com o parecer dos murmuradores.
Qualquer pessoa que tente fazer alguma coisa é vítima de observações mordazes, a seu respeito e de seu trabalho. Sempre haverá 0 ciúme profissional em operação; sempre haverá aqueles que ficam atônitos diante dos erros que cometemos, e amar- gos diante de nosso sucesso. Assim, sem importar se tivermos êxito ou não, as mesmas palavras de reprovação serão proferidas.
Jeremias (2.1-3) desligou-se conspicuamente da tradição judaica das rebeldias e murmurações no deserto.O Targum de Jonathan, comentando sobre essa passagem, diz: Os ímpios daquela geração disseram a Moisés...”.

O temor distorceu as memórias e despertou as paixões negativas dos israelitas. O próprio tempo distorce a memória e faz as pessoas pensar nos “dias passados” como melhores ou piores do que de fato foram.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 360.Êx 14.5. Que o povo fugia. Melhor dizendo, “ burlava a sua vigilância” .Isto não contradiz a permissão dada anteriormente por Faraó para que Israel partisse; somente agora ele compreendia o que significava sua decisão.

Nem sistema dependente de trabalho braçal por parte de uma classe ou grupo dessa sociedade, a perda de tal grupo é paralisante.Êx 14.6. Aprontou Faraó o seu carro. Não se trata aqui de sua carruagem particular. O significado mais provável é “ força de carros de guerra” , um coletivo explicado no versículo seguinte.

Êx 14.7. Seiscentos carros escolhidos. Tal número, obviamente, era mais que possível para o Egito. Se considerarmos o número elevado, todavia, para uma simples captura de escravos, podemos considerar o número simbólico, correspondente aos “ seiscentos mil” de Israel, mencionados em 12:37. Por outro lado, o número seiscentos pode ser usado mais livremente no sentido de “ companhia” . Seiscentos parece ter sido o tamanho comum de um batalhão (2 Sm 15:18).
Todos os carros do Egito. A frase deve ser entendida no sentido geral utilizado em 9:6, e não no sentido estritamente matemático que seria estranho ao pensamento israelita. É evidente, no relato bíblico, que um batalhão de carros de guerra egípcios foi destruído no Mar dos Juncos; não há, entretanto, necessidade de se presumir que todo o exército egípcio pereceu ali.Com capitães sobre eles. Etimologicamente este termo deve significar “ o terceiro homem” , talvez no carro de guerra. Ver Davies para uma discussão mais completa desta obscura palavra. “ Cavaleiros” seria uma boa tradução se não tivesse duplo sentido (cf 2 Rs 7:2). De fato, somente os hititas usavam carros de guerra que levavam três ocupantes, de acordo com nosso conhecimento atual.

Êx 14.9. Cavalarianos. Talvez usado como o vago equivalente poético de “ carros” . Os carros de guerra eram uma arma antiga no Egito ao passo que a cavalaria propriamente dita só foi empregada muito mais recentemente (Is 31:1). Aqui, todavia, não se tratava propriamente de guerra, e sim de uma operação policial, de modo que a cavalaria talvez tenha sido usada para explorar minuciosamente o deserto como batedores, à frente dos batalhões de carros de guerra. Muitos séculos depois, os carros e a cavalaria do Egito se tornaram proverbiais (Is 31:3).
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 115-116.

A perseguição de Faraó (14.5-9). Irritados pela recente derrota e frustração causada pela perda de tantos trabalhadores (5), Faraó e seus servos (os conselheiros) mudaram de ideia. Pensando que Israel estava praticamente encurralado no deserto, o rei aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo (6; “exército”, NVI). Também tinha seiscentos carros escolhidos (7) e muitos outros que conseguira reunir sem demora (pensamento subentendido na expressão todos os carros).
 Com esta força militar humana, Faraó saiu apressadamente em perseguição dos israelitas. Seu coração duro ficou mais duro ainda, porque, para ele, estes escravos tinham saído com alta mão “afoitamente”, ARA; “triunfantemente”, NVI). Contraste esta condição com o grande medo que logo sentiriam (10). Foi a toda velocidade ao local onde estavam acampados junto ao mar (9; ver Mapa 3). Pi-Hairote significa “lugar de juncos, no lado egípcio do mar Vermelho”Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 170-171.

3. A ruína de Faraó e seu exército (Êx 14.26-31).

O Milagre Estava Prestes a Ocorrer.

Chegara o tempo determinado por Deus (João 7.8). O grande momento não tardaria mais; o êxodo tornar-se-ia irreversível. Muitos perigos ameaçariam o povo de Israel, antes que ele entrasse na Terra Pro metida. Mas agora o Egito tomar-se-ia algo do passado. O prolongado exílio chegara ao fim, a servidão sobre a qual Abraão tinha sido avisado (Gên. 15.13). Os eventos no mar de Juncos foram uma intervenção histórica do poder de Deus, e isso garantia a posse final da Terra Prometida e o cumprimento do Pacto Abraâmico (ver as notas a respeito em Gên. 15.18). No tempo certo, 0 Messias surgiria dentre a tribo de Judá, e assim as provisões do pacto haveriam de envolver os gentios, e grandes dimensões espirituais tornar-se-iam uma realidade adicionada ao pacto abraâmico (ver Gál. 3.14 ss.).
A natureza, a história e o poder de Deus aliaram-se às margens do mar de Juncos. Deus opera através da história; Ele age por meio da natureza; mas também opera acima de ambas essas coisas, oferecendo-nos surpresas vindas das Suas mãos. O evento remidor do mar de Juncos tornou-se a base mesma da existência da nação de Israel. Foi um acontecimento poderoso e espantoso. Esse evento foi para o A. T., o que Jesus, o Cristo, foi para o N. T.- um ato revelador e redentor de Deus. Sim, porque Deus conferiu tão grande graça aos homens.

Êx 14.15 Dize aos filhos de Israel que marchem

Eles estavam clamando; mas deviam entrar em ação! Devemos orar sem cessar (I Tes. 5.17), mas há momentos em que a ação é mais importante do que a oração, pelo menos naquele momento. De outras vezes, a resposta já nos foi dada. Mas em nossa miopia, não a vemos ainda. No caso que ora consideramos, o poder de Deus estava presente, já tinha entrado em operação. Agora, o que se fazia mister era que Israel marchasse para atravessar o mar de Juncos. Quando molhas- sem seus pés, então o ato miraculoso de Deus tornar-se-ia evidente e operante.
Uma excelente citação de George Meredith ilustra este texto: “Quando o homem fica convencido de que está fazendo o que Deus mandou, quanto pode esperar que as forças naturais obedeçam à sua vontade? Duas respostas religiosas têm sido dadas a essa pergunta. No decorrer da história, santos têm crido que, sob a inspiração divina, há ocasiões em que são capacitados a alterar e mesmo vencer o curso da natureza. E em todos os séculos sempre houve aqueles que acreditam que as leis da natureza são constantes, não havendo exceções à regra nem mesmo para o crente, para melhor ou para pior, mesmo nos momentos mais críticos".
Ambas essas ideias, naturalmente, dizem uma verdade. E é a vontade de Deus, em Sua graça, sabedoria e misericórdia, que determina 0 que ocorrerá em cada caso particular.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 361.

Israel Vitorioso e o Exército de Faraó Destruído

O fim do nosso capítulo mostra-nos Israel vitorioso nas praias do Mar Vermelho e o exército do Faraó submergido nas suas águas. Os temores dos israelitas e a jactância dos egípcios eram igualmente desprovidos de fundamento. A obra gloriosa do Senhor havia destruído tanto uns como os outros. As mesmas águas que serviram de muro aos remidos de Deus, serviram de sepultura para Faraó. É sempre assim: aqueles que andam por fé acham um caminho por onde transitar, ao passo que todos aqueles que tentam imitá-los encontram uma sepultura. Trata-se de uma verdade solene, que não é, de modo nenhum, diminuída pelo fato que Faraó atuava em hostilidade declarada e positiva contra Deus quando intentou atravessar o Mar Vermelho. Descobrir-se-á sempre a verdade que todos aqueles que intentam imitar as obras da fé serão confundidos. Felizes daqueles que, embora fracos, podem andar por fé.
Seguem por um caminho de bem-aventurança inflável—um caminho que, embora possa ser marcado por falhas e fraquezas, é, todavia, começado, prosseguido e acabado com Deus.Possamos nós entrar mais e mais na realidade divina, calma elevação e santa independência desta senda.Não devemos deixar esta parte do Livro do Êxodo sem nos referirmos à passagem da 1 Epístola aos Coríntios 10:1-2, em que se faz referência à nuvem e ao mar.

"Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar; e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar". Esta passagem encerra a instrução preciosa e profunda para o cristão, pois que o apóstolo continua, dizendo: "E essas coisas foram-nos feitas em figura" (versículo 6), dando-nos assim autorização divina para interpretarmos o batismo de Israel "na nuvem e no mar" de uma maneira simbólica; e nada, seguramente, pode ter uma significação mais profunda e prática.
Foi como povo batizado desta maneira que os israelitas empreenderam a sua peregrinação através do deserto, para qual foi feita provisão de "um manjar espiritual" e "uma mesma bebida espiritual" pela mão d'Aquele que é amor. Em suma: era simbolicamente um povo morto para o Egito e tudo que lhe dizia respeito. A nuvem e o mar foram para eles aquilo que a cruz e a sepultura de Cristo são para nós. Anuvem punha-os ao abrigo dos seus inimigos e o mar separava-os do Egito—da mesma maneira, a cruz protege-nos de tudo que podia ser contra nós, e nós achamo-nos do lado celestial da sepultura de Jesus. É aqui que começa a nossa peregrinação através do deserto. E aqui que começamos a saborear o maná celestial e a beber das correntes que brotam da "rocha espiritual", enquanto que, como povo de peregrinos, caminhamos para a terra do repouso da qual Deus nos tem falado.
Desejo aqui chamar a atenção do leitor para a importância de compreender a diferença entre o Mar Vermelho e o Jordão. Os dois acontecimentos têm o seu antítipo na morte de Cristo. Porém, no primeiro vemos separação do Egito; no último vemos introdução na terra de Canaã. O crente não somente está separado deste presente século mau, por meio da cruz de Cristo, como foi vivificado da sepultura de Cristo, ressuscitado juntamente com Ele e assentado nos lugares celestiais, em Cristo (Ef 2:5-6). Por isso, ainda que esteja rodeado pelas coisas do Egito, ele encontra-se, quanto à sua experiência atual, no deserto; enquanto que, ao mesmo tempo, é levado pela energia da fé àquele lugar onde Jesus está sentado à destra de Deus. Assim, o crente não só é perdoado de todos os seus pecados, como está associado com Cristo ressuscitado nos céus: não só é salvo por Cristo, como está unido a Ele para sempre.Nada menos do que isto podia satisfazer o amor de Deus ou realizar os Seus propósitos a respeito da Igreja.Prezado leitor, compreendemos nós estas coisas? Acreditamo-las? Manifestamos o poder delas?- Bendita a graça que as tornou invariavelmente certas para cada membro do corpo de Cristo, quer seja só um olho, uma pálpebra, uma mão ou um pé. A verdade destas coisas não depende, portanto, da sua manifestação por nós, nem de as realizarmos ou compreendermos, mas, sim, do "PRECIOSO SANGUE DE CRISTO", que cancelou toda a nossa culpa e lançou o fundamento de todos os desígnios de Deus a nosso respeito. Eis descanso verdadeiro para todo o coração quebrantado e toda a consciência sobrecarregada.C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.

Os Egípcios Perecem no Mar (14.26-31)

Êx 14.26 A mão e a vara de Moisés novamente se estenderam, para que os muros de água do mar voltassem a fechar-se, tal como, pouco tempo antes, esse mesmo ato tinha feito abrir-se as águas do mar (vs. 16). Ver as notas sobre esse versículo acerca da vara de poder.Israel já havia chegado do outro lado, em segurança; e foi 0 poder de Yahweh, e não alguma mudança na direção do vento que selou a sorte horrenda das forças egípcias. Se tudo fosse apenas um processo natural, seriam necessárias várias horas para que as águas voltassem ao seu lugar, talvez com a ajuda de um vento de direção contrária, como no caso dos gafanhotos.

Êx 14.27 Ao romper da manhã. Existe algo de profundamente significativo no fato de que a destruição do exército egípcio teve lugar quando ainda escuro (vss. 24), ao mesmo tempo em que a luz de Deus iluminava 0 povo de Israel, e, ao romper da manhã, tudo tinha voltado à calma. Israel, uma vez mais, fora livrado. O poder destruidor que os tinha perseguido, e isso pelo espaço de várias gerações, agora estava totalmente destruído. Temos aí um vivido e poético retrato da própria redenção da alma. Luz em meio às trevas; destruição em meio às trevas; paz, alegria e luz ao romper da manhã. Isso posto, Deus proveu um novo dia, uma Nova Era. Acabara de ser lançado um grande marco da história.
Quando a noite termina e as sombras passam,
E 0 alvorecer eterno expele os cuidados terrenos;
No Lar de Deus, descansarei afinal...(A. H. Ackley)

O mar... retomou a sua força. E isso com efeitos devastadores para os militares egípcios. Os egípcios tentaram fugir, mas foi tudo em vão. O grande exército egípcio foi derrotado, sem que os israelitas tivessem tido de atirar contra eles uma única flecha. Assim, esse milagre desmotivo foi o mais potente de todos, chegando mesmo a ultrapassar, em poder de destruição, o golpe aplicado pelo anjo da morte, que em um único momento tirou a vida de todos os filhos primogênitos do Egito. Ver no Mas nossa curiosidade, se o Faraó pereceu ou não na ocasião, não é satisfeita. O que sabemos é que cessou, de uma vez por todas, a ameaça egípcia contra o povo de Israel, o qual, doravante, podia iniciar a conquista da Terra Prometida.

Êx 14.28 Embora já estivesse em terra seca e segura, 0 povo de Israel prosseguiu caminho, ao passo que os egípcios agonizavam, arrebatados pelas águas encrespadas do mar. Uma vez mais, pois, fora feita uma distinção entre 0 Egito e Israel. Ver as notas sobre Êxo. 14.20, último parágrafo. Josefo informa-nos de que o exército egípcio contava com cinquenta mil cavalarianos e duzentos mil infantes. Não sobrou um sequer deles. Os carros de combate que tinham usado, e que deveriam tê-los ajudado a obter a vitória, ficaram atolados na lama; e o armamento pesado que os soldados egípcios transportavam impediu que escapassem das águas que, de súbito, voltaram ao seu lugar. O próprio estratagema dos egípcios conduziu-os mais depressa à morte.Êx 14.29 Este versículo reitera o que se lê no vs. 22, onde as notas expositivas a respeito devem ser examinadas, exceto pelo fato de que aqui é dito que a travessia de Israel, a pé enxuto, tinha sido um completo sucesso.

Êx 14.30 Israel viu os egípcios mortos. Os cadáveres dos soldados egípcios flutuavam sobre as águas e foram lançados à praia, servindo de horrendo testemunho do poder de Yahweh, que assim pôs fim à arrogância do Egito. Quem quer que tenha contemplado a cena, sem dúvida, jamais pôde esquecê-la. O relato deveria ser transmitido de geração em geração; e assim, os israelitas de gerações futuras poderiam dizer: “Eu vi, porque meus antepassados viram”.
Josefo ajunta que os israelitas se armaram com muitos instrumentos de guerra que os egípcios tinham trazido. Agora, pois, os israelitas estavam mais bem preparados para as muitas batalhas que os esperariam no seu futuro (Antiq. 1.2 c. 16, see. 6).

Êx 14.31 Flutuando Junto com as Circunstâncias. Ainda recentemente, os israelitas murmuravam contra Moisés (Êxo. 14.10). As murmurações do povo de Israel tornaram-se um dos temas mais constantes deste livro e do de Números, conforme vemos nas referências daquele versículo. “O povo, com frequência, flutuava entre a confiança e 0 espírito queixoso, entre a fé e a incredulidade (Êxo. 4.31; 5.21; 14.10-12,31; 15.24; 16.2-4; 17.2,3)" (John D. Hannah, in loc.). Cf. a adoração referida neste versículo e aquela referida em Êxo. 12.27. Temor e admiração levaram a outro ato de confiança e a outra aceitação da autoridade e da missão de Moisés. Mas não seria a última vez em que Israel teria de ser arrastado de volta a essa atitude. Por antecipação, admiramo-nos de como a fé dos israelitas poderia novamente cair em decadência. Mas então examinamos a nossa própria fé e descobrimos a resposta. Grandes coisas do passado não nos garantem a fé no futuro. Não obstante, vamos crescendo sem parar.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 264.

Êx 14.27. Seu curso habitual. Paralelos em outras línguas semíticas (onde a palavra significa “ uma corrente que nunca seca” ) mostram que esta tradução deve ser preferida à da SBB, “ força” . A palavra enfatiza a natureza peculiar do acontecimento. O lugar da travessia não era um vau que ficasse normalmente exposto, mas que permanecia submerso. Derribou. A tradução literal seria “ sacudir” , ao passo que “ derrubar” é uma tradução livre (cf SI 136:15 e Ne 5:13). Para comentaristas judeus da Idade Média, este verbo sugeria a “ derrubada” dos construtores da torre de Babel em Gênesis 11:1-9. A etimologia popular do nome Sinear (Babilônia) vem deste mesmo verbo. A derrubada de Faraó fica implicitamente ligada não apenas à história de Babel, mas também à história do dilúvio, pelo uso da água no julgamento divino.
30. Mortos na praia do mar. Eis aqui um toque bem gráfico, um relato de testemunha ocular. Os soldados egípcios afogados representavam a velha vida de escravidão, encerrada para sempre. De algum modo, aqueles cadáveres eram um sinal concreto de que a salvação e a nova vida de Israel estavam asseguradas. Talvez parte deste conceito esteja presente no pensamento cristão de que o batismo simboliza tanto morte quanto vida (Rm 6:1-4). Foi sem dúvida este aspecto definitivo que deu ao milagre do Mar dos Juncos a posição de símbolo máximo de salvação no Velho Testamento (Is 51:9-11).R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 118-119.

II - O CÂNTICO DE MOISÉS
1. Moisés celebra a Deus pela vitória (Êx 15.1-19).

O cântico de Moisés é o cântico mais antigo da Bíblia. Trata-se de um hino de gratidão a Deus pelo livramento milagroso que Ele proporcionou.
É uma celebração da intervenção divina em favor do seu povo, libertando-o e derrotando aqueles que oprimiam e perseguiam o povo de Deus.
Deus é chamado por Moisés nesse cântico de “minha força”, “meu cântico” (isto é, motivo do seu louvor), “salvação”, “Deus de meu pai”, “homem de guerra” e “Senhor”, além de incomparável e único Deus e aquEle que reinará para sempre (Ex 15.2,3,11,18).Esse cântico pode ser dividido em três partes, onde vemos Deus como o Herói do seu povo (Ex 15.1-3), o Senhor supremo sobre todos (15.4-12) e o Rei de Israel (15.13-19). A razão de ser de todo o cântico, o seu resumo, está no versículo 19.

Deus deseja que sejamos gratos a Ele e que o reconheçamos como Senhor da nossa vida, como a razão do nosso viver. O cântico de Moisés nada mais é do que um reconhecimento da graça e do amor de Deus diante de uma intervenção espetacular de sua parte, uma manifestação sincera de gratidão ao Senhor pelo seu cuidado para com o seu povo. Não é todo dia que vemos uma intervenção desse porte, fisicamente falando, mas todos os dias Deus está agindo em nosso favor, quer percebamos, quer não. Devemos agradecer a Deus pelas suas intervenções visíveis e invisíveis sobre as nossas vidas, livrando-nos do mal.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 55-56. estudaalicao.blogspot.com).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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