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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Lições adultos n.5 a 13 1 trimestre jovens 2017 CPAD

        
             ATUALIZAÇÃO LIÇÕES JOVENS N.6 A 13 PRIMEIRO TRIMESTRE 2017






LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS 
1º Trimestre de 2017 
Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho 
Lição 6: O sustento da Igreja
Data: 05 de Fevereiro de 2017

TEXTO DO DIA

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa [...]” (Ml 3.10).

SÍNTESE

O sustento da Igreja é nossa responsabilidade, e Deus espera que demonstremos gratidão a Ele com nossas ofertas e dízimos.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — 2Co 8.1-5
Ofertar de boa vontade



TERÇA — 2Co 9.7
Ofertar com alegria



QUARTA — 2Co 9.6
Ofertar proporcionalmente



QUINTA — Lc 21.1-4
Ofertar com liberalidade



SEXTA — Pv 3.9
Honrando a Deus



SÁBADO — Êx 22.29
Entregando as primícias ao Senhor

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
ENSINAR que a contribuição financeira na igreja é uma questão de fé e consciência da responsabilidade de manutenção da igreja local;
APRESENTAR a função do dízimo no Antigo e no Novo Testamento;
EXPLICAR que as ofertas são fruto da generosidade e devem ser entregues levando em conta a gratidão por bênçãos recebidas.

INTERAÇÃO

A igreja é o Corpo de Cristo neste mundo que aguarda o grande Dia da Vinda do Senhor para encontrá-lo nos ares. Entretanto a igreja não é constituída somente na esfera espiritual, mas também na esfera material. E enquanto está neste mundo, a igreja é também uma instituição organizada sem fins econômicos. E como toda instituição, possui seus direitos e obrigações legais a responder perante a sociedade. A igreja não recebe ajuda financeira do governo. Por este motivo, como instituição, é importante que os seus membros compreendam que são responsáveis pelo sustento da obra de Deus com seus dízimos e ofertas. A igreja precisa arcar com despesas para que funcione regularmente perante a sociedade. Aproveite a aula de hoje para esclarecer seus alunos acerca do que a Palavra de Deus afirma a respeito dos dízimos e ofertas e com relação à gestão financeira da igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Entregue para os alunos uma folha com duas tabelas. Na primeira tabela seus alunos deverão listar aspectos e características da igreja como Corpo de Cristo. Sua forma de organização, dons espirituais e cargos ministeriais, sua missão e valores espirituais. Aproveite para mencionar aspectos da Igreja Primitiva, como era o relacionamento entre os irmãos. Em outra tabela, peça para os seus alunos listarem aspectos da igreja como instituição nos dias atuais, forma de organização eclesiástica, cargos ministeriais, liturgia, cerimoniais, visão e valores como instituição, etc. Ao final, compare com os alunos as duas tabelas e pergunte-os se a igreja, com o passar dos anos, não se tornou mais burocrática. Abra espaço para um diálogo com os alunos a respeito do cenário atual que a igreja se encontra e o que pode ser feito para melhorar o trabalho realizado pela igreja na sociedade.

TEXTO BÍBLICO

2 Coríntios 9.6-14.

6 — E digo isto: Que o que semeia pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará.
7 — Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
8 — E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra,
9 — conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 — Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça;
11 — para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus.
12 — Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus,
13 — visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos,
14 — e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Dinheiro é um assunto espiritual. Saber lidar com ele exige sabedoria, e não são poucos os filhos de Deus que têm dificuldades na área financeira. Contribuição financeira na igreja , seja dízimo, seja ofertas, sempre traz questionamentos, ainda mais em nossos dias, quando vemos algumas igrejas fazendo apelos, quase que extorsivos, para que as pessoas entreguem tudo o que têm a fim de serem abençoadas por Deus. O que a Bíblia diz sobre o assunto? É o que veremos nesta lição. Lembre-se de que dinheiro e finanças são assuntos espirituais, pois mostram a quem realmente servimos: se a Deus, ou a Mamom.

I. O QUE NOS MOVE A CONTRIBUIR

1. Gratidão a Deus e generosidade para com sua casa. A primeira motivação deve ser a gratidão a Deus. Tudo o que temos veio dEle, e dEle são todas as coisas. O Salmista disse que “do Senhor é a Terra, e toda a sua plenitude” (Sl 24.1), reconhecendo que todas as coisas pertencem ao Senhor. Da mesma forma que cremos que Ele é generoso para conosco, suprindo nossas necessidades, devemos ser gratos demonstrando a mesma generosidade para com sua casa.
2. Uma questão de fé. Qualquer contribuição feita à obra do Senhor deve ser vista como parte da adoração cristã, do culto a Deus e da demonstração pública de fé.
De acordo com o apóstolo Paulo, devemos contribuir com alegria, de forma proporcional ao que recebemos, e não criticando o ato de apresentar ao altar nossas contribuições. Se não temos fé para trazer nossos dízimos e ofertas, é melhor não trazê-los, pois o que não fazemos por fé não deve ser feito (Rm 14.23). Por fé, queremos dizer que nos referimos à convicção, ou seja, entregamos ofertas e dízimos porque entendemos que Deus se agrada de atos de generosidade de seu povo para com sua obra, e isso deve nos motivar a sempre ter um coração disposto a contribuir.
3. Consciência da nossa responsabilidade na manutenção da igreja local. A igreja evangélica não recebe subsídios dos governos. A responsabilidade do sustento e manutenção do santuário é dos santos que nela congregam. E a igreja local, como instituição, tem despesas que precisam ser cobertas pelos dízimos e ofertas do povo de Deus. Isso torna a igreja isenta de alianças com pessoas ou grupos que não possuem o temor a Deus.
Além disso, como membros da Igreja de Cristo, representada pela igreja local, usufruímos do espaço do templo, das salas de escola dominical, da iluminação e da eletricidade que são utilizadas, dos móveis que utilizamos quando nos sentamos para assistir ao culto com comodidade. Todas essas coisas têm um custo, e precisam ser adquiridas com recursos financeiros trazidos para a igreja. O dinheiro que Deus destinou à essa manutenção está no bolso dos filhos de Deus, justamente para essa finalidade.
Uma das verdades mais claras nas Escrituras é a lei natural da semeadura e da colheita. Essa lei nos ensina que a semeadura é opcional, ou seja, eu semeio se quiser. Não sou obrigado a plantar grãos na terra e esperar que com o tempo aquele grão se transforme em uma planta que virá a produzir outros grãos. Mas essa mesma lei deixa claro que se eu semear, colherei, e isso é obrigatório. Quem semeia colhe (Gl 6.7): “E digo isto: Que o que semeia pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (2Co 9.6).



Pense!

Contribuir financeiramente para a Casa do Senhor é um ato de fé.



Ponto Importante

Nossos recursos financeiros nos são dados para suprir nossas necessidades e as da Casa do Senhor.



II. OS DÍZIMOS

1. No Antigo Testamento. A palavra hebraica asar significa dizimar, e essa palavra vem de outra, que significa dez. Os dízimos faziam parte da cultura do povo de Deus. Antes de haver a lei de Moisés, Abraão deu o dízimo (Gn 14.20), e Jacó se comprometeu com Deus a fazer o mesmo (Gn 28.22). Quando o povo de Israel chegou à Terra Prometida, já sabia sobre o compromisso das ofertas e dízimos para a manutenção da obra de Deus e dos sacerdotes e levitas. O dízimo representava literalmente um décimo da colheita e dos animais, apurados no período de um ano (Lv 27.30-33). Esses dízimos eram entregues para sustento dos sacerdotes e levitas, que não receberam de Deus terras para plantar ou criar seu gado. Na prática, além de um ato de obediência a Deus, era uma forma de equilibrar as relações entre as tribos, pois se por um lado a tribo de Levi deveria conduzir a adoração e o culto a Deus, por outro lado, as demais tribos deveriam zelar pelo sustento daqueles seus irmãos que haviam sido escolhidos por Deus para funções sacerdotais.
Ainda no Antigo Testamento, que faz parte da Palavra de Deus tanto quanto o Novo Testamento, vemos que Deus repreende seu povo por ser infiel nos dízimos. A Casa de Deus estava em situação precária, pois os israelitas haviam desprezado a manutenção do santuário. Então o Altíssimo diz que os dízimos deveriam ser trazidos ao santuário para que houvesse mantimento na Casa de Deus, e essa ordem não foi revogada. E Deus ainda diz: “[...] e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3.10). Deus manda os israelitas fazerem prova dEle se Ele não abrisse as janelas dos céus e recompensasse os fiéis.
2. No Novo Testamento. O Novo Testamento menciona o dízimo entre os judeus como uma realidade daqueles dias. Jesus fala do dízimo dos fariseus e os critica, não por darem o dízimo, mas por acharem que por cumprirem suas obrigações financeiras, que davam a décima parte do que tinham, mas não exerciam a justiça e a misericórdia (Mt 23.23). Jesus não condena o dízimo, e sim a atitude daqueles homens de manifestar uma fé formal até em seus recursos financeiros, mas esquecer-se de serem pessoas mais humanas e praticarem uma vida que agradasse a Deus, visto que o Senhor não é comprado por dinheiro.
3. Deus ama ao que dá com alegria. É curioso saber que Deus observa o sentimento com que nos dirigimos ao seu altar para entregar nossos dízimos. Ele não apenas observa como também ama quem contribui com sentimento de prazer por estar participando das coisas de Deus na esfera financeira. Isso deve nos fazer pensar sobre a forma com que contribuímos para a Casa do Senhor. Nossos dízimos devem ser entregues por fé, não por acharmos que estamos fazendo uma troca com Deus. “Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescenta mais; e outros, que retêm mais do que é justo, mas é para a sua perda. A alma generosa engordará, e o que regar também será regado” (Pv 11.24,25).



Pense!

Deus se importa com o valor da oferta ou com o sentimento do coração ao entregá-la?



Ponto Importante

O prazer em contribuir, denominado alegria, deve ser um sentimento constante para os que contribuem com seus dízimos.



III. AS OFERTAS

1. As ofertas. Se por um lado a tradição bíblica apresenta os dízimos como sendo representado pela décima parte daquilo que se tinha recebido do Senhor, por outro lado permitia que os israelitas manifestassem sua generosidade com outros valores não limitados pelos dízimos. Aqui entravam as ofertas. Elas não tinham um valor estipulado, como os dízimos, mas era igualmente fruto da generosidade, e deveriam ser entregues levando em conta a gratidão por bênçãos recebidas.
2. Ofertas e sobras e bênçãos a receber. A oferta que trazemos a Deus não deve ser aquilo que temos sobrando. Jesus, ao contemplar certa vez a oferta de uma mulher pobre, declarou aos seus discípulos que ela havia trazido ao Templo a maior oferta de todos os que ali estavam, pois dera o que tinha, e não o que estava sobrando, como os demais (Lc 21.1-4).
Há grupos que motivam seus fiéis a contribuírem financeiramente para receberem determinadas bênçãos, condicionando a recepção dessas bênçãos à entrega de determinados valores de ofertas. Entendemos que isso não deve ser feito, pois a oferta não é um meio de negociar bênçãos com Deus. As ofertas devem demonstrar nossa gratidão pelo que já recebemos, e não uma tentativa de pressionar Deus a nos abençoar.
3. Uma recomendação paulina. Um ocorrido na Igreja em Corinto nos dá orientações sobre o recolhimento de ofertas. Para que houvesse organização quando fossem recolhidas ofertas para os santos em Jerusalém, Paulo orientou que os crentes guardassem suas ofertas para serem entregues no primeiro dia da semana, e que contribuíssem conforme sua prosperidade, proporcionalmente (1Co 16.2). Contribuir conforme a sua prosperidade nos traz a ideia de contribuir, conforme já recebemos do próprio Deus. Se uma pessoa, com a graça de Deus, consegue obter recursos de acordo com a sua profissão, e esses recursos são acrescidos constantemente, suas contribuições devem seguir o mesmo patamar. Um servo de Deus não recebe bênçãos de Deus apenas para si mesmo, mas para poder auxiliar seus irmãos e à igreja local, onde congrega.



Pense!

Podemos impressionar a Deus com nossas ofertas e barganhar com Ele bênçãos?



Ponto Importante

Ofertar é um privilégio que temos em contribuir proporcionalmente ao que recebemos de Deus.



CONCLUSÃO

O ato de contribuir com dízimos e ofertas não é apenas uma demonstração de fé e de respeito para com a manutenção da igreja à que pertencemos, mas acima de tudo, um ato de obediência a Deus e de generosidade para com as coisas sagradas.

ESTANTE DO PROFESSOR

Dicionário Vine. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.

HORA DA REVISÃO

1. O que deve mover a nossa contribuição?
A gratidão a Deus, a adoração e a consciência da responsabilidade com o sustento e a manutenção da igreja.

2. Quem é o responsável pela manutenção da igreja local?
Os santos que nela congregam.

3. Qual o significado da palavra dizimar?
A palavra hebraica “asar” significa dizimar, e essa palavra vem de outra, que significa dez.

4. No Antigo Testamento os dízimos tinham qual finalidade?
Era para o sustento dos sacerdotes e levitas, que não receberam de Deus terras para plantar ou criar seu gado.

5. Jesus condenou o dízimo?
Jesus não condena o dízimo, e sim a atitude dos fariseus que manifestavam uma fé formal com seus recursos financeiros, mas se esqueciam de serem pessoas mais humanas e praticarem uma vida que agradasse a Deus, visto que o Senhor não é comprado por dinheiro.

SUBSÍDIO I

“Antes do dia de Pentecostes, a liderança dos seguidores de Jesus estava investida nos doze discípulos que estiveram próximos do Senhor e tinham sido escolhidos por Ele como seus mensageiros e companheiros íntimos (Lc 6.12-18). A deserção de Judas deixou uma lacuna em suas fileiras, a qual foi preenchida por Matias, escolhido por sorteio (At 1.15-26). A função exata dos Doze no período pós-ressurreição não está claramente definida, mas suas ações indicam que eles assumiram a responsabilidade pela pregação (2.14), pela instrução dos novos convertidos (v.42), pela administração de fundos (4.35), pela disciplina (5.1-11), e pelo início das atividades da igreja (6.2). A administração da igreja era simples e informal, repousando nas mãos dos pregadores originais que haviam recebido sua incumbência de Cristo. A administração de suprimentos para os pobres necessitava de uma mudança no sistema organizacional da igreja. O trabalho minucioso de distribuição do dinheiro e dos bens exigia dos apóstolos uma grande parcela de tempo, a qual deveria ser usada para a pregação. Desse modo, ficou patente que eles precisavam de ajuda. [...] Em lugar de se envolverem em uma longa discussão e em um detalhe insignificante, os apóstolos propuseram que fosse designado um comitê para cuidar da questão (6.2,3). As qualificações dos membros do comitê indicam que tanto a excelência espiritual quanto a administrativa era requerida. O método de nomeação era essencialmente democrático, pois a eleição ficava a critério da igreja como um todo” (TENNEY, Merrill C. Tempos do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.214).

SUBSÍDIO II

“Embora o Novo Testamento não prescreva o dízimo como uma obrigação legal para os seguidores de Cristo, ainda assim ele é ensinado no sentido de uma contribuição a ser feita de forma sistemática, liberal, abundante e alegre (1Co 16.2; 2Co 9.6,7). Os cristãos devem pregar o Evangelho e praticar atos de caridade sem exigir qualquer pagamento, porque eles próprios receberam gratuitamente do Senhor (Mt 10.7,8). Por outro lado, o princípio de que o trabalhador é digno de seu alimento foi extraído do Antigo Testamento e aplicado aos servos do Senhor (Mt 10.10; Lc 10.7; 1Tm 5.17,18). Como o dízimo era praticado desde antes de Moisés receber a lei de Deus, muitos têm argumentado que para o cristão ele possui um padrão atemporal, ao invés de ser meramente uma parte da lei cerimonial do Antigo Testamento que já foi cumprida. O crente do Novo Testamento, assim como o israelita, deve reconhecer que ele é apenas um mordomo e que Deus é o dono de tudo” (Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, p.573).


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS

1º Trimestre de 2017

Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho



Lição 7: A Igreja na Reforma Protestante
Data: 12 de Fevereiro de 2017



TEXTO DO DIA

“Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” (Hb 10.38).

SÍNTESE

O retorno à Palavra de Deus pode mudar a fé e o destino de uma pessoa, de uma família e de uma nação.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Jo 14.6
Um só caminho



TERÇA — 1Tm 2.5
Um só Deus



QUARTA — At 4.12
Um só Salvador



QUINTA — Sl 119.130
Uma só Palavra



SEXTA — Ef 4.5
Uma só fé



SÁBADO — Rm 11.36
Somente a Deus toda a glória

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
COMPREENDER a necessidade da reforma na igreja;
SABER como se deu a Reforma Protestante;
IDENTIFICAR os frutos da Reforma Protestante nos últimos séculos.

INTERAÇÃO

Professor, como já é do seu conhecimento, este ano comemoraremos os quinhentos anos da Reforma Protestante. Essa é uma data importante para a igreja protestante, mas infelizmente muitos crentes conhecem pouco a respeito da história da Igreja. Depois da ascensão de Cristo, a Igreja deu continuidade à obra iniciada por Ele. Os apóstolos trabalhavam em prol do Reino de Deus, vidas eram salvas, milagres aconteciam, os crentes viviam em unidade e o nome do Senhor era glorificado. Porém, os crentes sofriam terrível perseguição. À medida que a Igreja foi se aproximado do Estado e passou a experimentar um novo relacionamento com o imperador, houve mudanças. Com o tempo o mundanismo e o paganismo passaram a se infiltrar no meio dos crentes. A igreja se secularizou, abandonando os princípios do Evangelho de Cristo. Foram tempos de trevas espirituais. Mas, o Cristo que deu a sua vida em favor da Igreja não permitiria que ela ficasse dessa forma. Então, o Senhor levantou um monge chamado Martinho Lutero para fazer uma reforma e resgatar a Igreja dos erros e da apostasia. É o que estudaremos na lição de hoje.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, reproduza no quadro os cinco princípios da reforma que são apresentados no quadro abaixo. Pergunte aos alunos se eles conhecem esses princípios. Explique que sola é um termo latim e que significa “somente”. Em seguida divida a turma em cinco grupos. Cada grupo ficará com um princípio e deverá debater, em grupo, a respeito deste principio. Em seguida, forme um único grupo. Dê um tempo para que os grupos exponham o que debateram. Conclua explicando que os cinco solas da reforma são uma síntese do que cria Lutero e os protestantes que o apoiavam. Esses princípios iam contra o pensamento e o ensino da igreja romana.



TEXTO BÍBLICO

Apocalipse 3.1-6.

1 — E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.
2 — Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.
3 — Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
4 — Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso.
5 — O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 — Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Este ano comemoraremos os quinhentos anos da Reforma Protestante. Esse movimento representou a busca por um retorno às raízes da igreja do Novo Testamento, pois a igreja havia se secularizado. Até hoje, os cristãos são beneficiados por força dessa reforma ocorrida na Idade Média, e que mudou paradigmas na esfera da fé, do conhecimento de Deus e da salvação.

I. A NECESSIDADE DA REFORMA NA IGREJA

1. A igreja nos primeiros séculos. Nos primeiros três séculos da era cristã, enquanto a igreja não tinha vínculos com o Estado, e mantinha sua independência, foi perseguida, rechaçada e alvo de muitas críticas. Nessa época, ela lutou internamente contra diversas heresias e sistematizou uma série de doutrinas.
2. Os séculos até a Idade Média. Na medida em que Estado e Igreja foram se aproximando, houve mudanças que fizeram com que a igreja abandonasse a doutrina dos apóstolos. Os ensinos de Jesus e a fé genuína em Deus e no Salvador foram deixados de lado.
3. Os avanços. Tivemos avanços nesse período inicial de bonança, em que a igreja não era mais perseguida e seus verdadeiros membros não eram mais mal vistos pela sociedade. Jerônimo completou a tradução da Bíblia para o latim, e muitas pessoas passaram a professar a fé cristã. Mas a aproximação entre igreja e Estado cobrou seu preço: bispos trocavam acusações para conseguirem um o lugar do outro, governantes passaram a ter influência na escolha de líderes cristãos, e promoveu-se a adoração a ídolos. Muitos cristãos adotaram uma postura de viver uma vida sem luxo, aplicando-se à castidade e às orações em lugares isolados, por causa da forma com que a igreja permitiu-se participar de prazeres mundanos e ter adotado uma visão mais secularizada.



Pense!

Enquanto a igreja manteve-se isenta das ingerências do Estado, pôde também afastar-se das tentações de assumir o poder temporal e político.



Ponto Importante

A Igreja passou por perseguições e se manteve fiel ao seu chamado, até que se permitiu envolver com o poder temporal e se deixou influenciar por ele.



II. A REFORMA PROTESTANTE

1. A necessidade de mudanças. Foi notório que a igreja daqueles dias precisava de mudanças drásticas, pois não representava mais o verdadeiro Evangelho, e sim a busca pelo poder temporal, o domínio das nações e suas riquezas. Seus cultos se tornaram distante das pessoas, seus ensinos foram corrompidos e suas práticas e doutrinas beiravam o charlatanismo. Como descrita nessa época, a igreja estava realmente distante de sua vocação de agência do Reino de Deus. Era necessário que passasse por um movimento de transformação que resgatasse os princípios da Igreja Primitiva, que valorizasse as Escrituras em detrimento da tradição, e que se abstivesse da busca pelo poder terreno.
2. Grupos em prol da Reforma antes de Lutero. Antes de Martinho Lutero dar início à Reforma Protestante, houve pessoas e grupos que se expuseram pleiteando uma mudança radical na igreja daquela época. Dentre esses grupos, destacamos os Waldenses, liderados por Pedro Waldo, que rejeitou a doutrina do purgatório e ensinou o retorno às Escrituras como um modo de vida. Outro nome de destaque foi John Wicliff, professor de Oxford, que traduziu a Bíblia para o inglês a partir da Vulgata Latina. Ele acreditava que o clero católico não tinha interesse em que a Bíblia fosse lida na língua comum de cada povo.
3. Lutero e seu desafio. Lutero foi um monge que nasceu na Alemanha em 10 de novembro de 1483. Na infância foi educado dentro dos padrões cristãos de seu tempo. Na juventude optou por seguir a carreira monástica, e estudou teologia e filosofia. Deparou-se com uma profunda falta de paz em sua vida, e lendo as Escrituras, entendeu que poderia ser salvo de seus pecados e ter a paz com Deus, coisas que poderiam ser feitas apenas pela fé.
Em 31 de outubro de 1517, certo de que a igreja romana havia se distanciado de seu verdadeiro chamado, Lutero fixou suas 95 teses contra o papa e a igreja romana com suas doutrinas do purgatório e das indulgências, iniciando assim a chamada Reforma Protestante. Lutero casou-se com Catarina Bora, uma ex-freira, com quem teve seis filhos. Escreveu hinos e traduziu a Bíblia para o alemão.



Pense!

A Reforma Protestante foi necessária para que a verdadeira Igreja de Jesus Cristo pudesse retornar à sua vocação de sal da terra e luz do mundo.



Ponto Importante

Antes de Lutero, outras pessoas já demonstravam descontentamento com o sistema de vida da liderança da igreja romana, de suas doutrinas e do seu afastamento do público.



III. FRUTOS DA REFORMA NOS ÚLTIMOS SÉCULOS

1. Tradução da Bíblia para o alemão e outras línguas. Até a Reforma Protestante, a Igreja Católica adotou a Bíblia e os sermões em latim, uma língua que com o passar do tempo se tornou distante das pessoas, e próxima apenas dos estudiosos. Após a Reforma, a Bíblia foi traduzida para o alemão, francês, inglês, e também para o português. Em nossos dias, instituições como as Sociedades Bíblicas, a Wicliff e a ALEM (no Brasil) tem sido uma força grandiosa na tradução e distribuição de Bíblias e porções de textos bíblicos traduzidos. Os cultos passaram a ser realizados na lingua dos povos, tornando mais clara a pregação e ensino do Evangelho.
2. Missões. Com a Reforma, despertou no coração dos crentes o entendimento de que o Evangelho deveria ser efetivamente anunciado, sem o interesse de se conquistar novas terras ou subjugar povos. A pregação da Palavra de Deus e a salvação das almas perdidas ganhou novo enfoque, e muitos cristãos dedicaram-se a passar seus dias no campo missionário.
3. O pentecostes. O pentecostalismo tem sido a marca do avivamento da igreja cristã em nossos dias. Por meio do mover do Espírito Santo, milhões de crentes no mundo inteiro têm sido revestidos de poder para testemunhar acerca de Jesus e de sua obra.
Os pentecostais pregam basicamente que Jesus salva, cura, liberta as pessoas, que batiza com o seu Espírito Santo com evidência do falar em outras línguas, e que Jesus voltará para buscar o seu povo. Creem na inspiração plenária das Escrituras, na necessidade de arrependimento para que uma pessoa seja salva, e na necessidade de uma vida santa. Um dos temas correntes em nossas pregações é a contemporaneidade dos dons espirituais. Cremos que os dons do Espírito Santo, conforme mencionados em 1 Coríntios 12, não foram extintos, pois a própria Palavra de Deus não nos fala que os dons do Espírito Santo teriam data de validade apenas para o primeiro século da era cristã.
4. Desafios de nossos dias. Em nossos dias, temos observado as constantes mudanças que ocorrem na sociedade. A tecnologia avança a olhos vistos. A medicina vem fazendo tratamentos para males que antes eram incuráveis, com resultados comprovados. Com a internet, o mundo se tornou pequeno, e praticamente qualquer informação pode ser consultada de um aparelho celular conectado a internet. Há meios de se aumentar a quantidade de alimentos para alimentar populações inteiras, mas por outro lado, aumentam a violência, a fome em diversos países. O terrorismo tem sido uma das marcas dos nossos dias, com guerras que devastam países e populações. Novas doenças surgem, e ressurgem antigos males, e a internet vem sendo usada para recrutar pessoas que tem pouco apego à vida e estão dispostos a levar consigo outras vidas que não partilham de suas ideologias. Surgem diversas formas de pensar o sobrenatural, e há uma busca pelo oculto, divulgado pelos filmes de cinema. São desafios com os quais temos de lidar em nossos dias...


Martinho Lutero



Pense!

Missões, pregação da Palavra e santificação são frutos da Reforma que são seguidos em nossos dias.



Ponto Importante

Precisamos ser cheios do Espírito Santo a fim de que estejamos preparados, como igreja, para lidar com os desafios do nosso tempo.



CONCLUSÃO

A Reforma Protestante foi, sem dúvida, o instrumento que Deus se utilizou para redirecionar a Igreja à sua verdadeira vocação: ensinar o justo a viver pela fé, buscar o conhecimento verdadeiro das Sagradas Escrituras e definir o sacerdócio universal dos crentes. Somos fruto dessa Reforma, e devemos aproveitar cada ocasião para fazer com que Deus seja glorificado por meio de nossas atitudes.

ESTANTE DO PROFESSOR

GARLOW, James L. Deus e o seu Povo: A História da Igreja como Reino de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.

HORA DA REVISÃO

1. Como era a igreja nos primeiros séculos?
A igreja seguia a doutrina dos apóstolos. Os ensinos de Jesus eram obedecidos e havia fé genuína em Deus e no Salvador.

2. A união da igreja com o Estado foi benéfica? O que causou tal união?
Não. Na medida em que Estado e Igreja foram se aproximando, houve mudanças que fizeram com que a igreja abandonasse a doutrina dos apóstolos. Os ensinos de Jesus e a fé genuína em Deus e no Salvador foram deixados de lado.

3. Quais foram os avanços no período de bonança?
Jerônimo completou a tradução da Bíblia para o latim, e muitas pessoas passaram a professar a fé cristã.

4. Quem foi Lutero?
Lutero foi um monge que nasceu na Alemanha em 10 de novembro de 1483.

5. Qual o dia, mês e ano da Reforma?
31 de outubro de 1517.

SUBSÍDIO

“No século XVI, o papa ficou mais influente com a destruição do Império Romano, o que resultou na ligação entre o papa e os governantes políticos. Tal relacionamento próximo entre a igreja e o Estado resultava com frequência em coerção para que as pessoas se tornassem cristãs. Uma das partes mais infelizes da história foi o período em que os líderes eclesiásticos forçaram, com o auxílio das autoridades civis e com o uso da espada, incontáveis dezenas de milhares de pessoas a se ‘converterem’ ao cristianismo. Os crentes de hoje, em vez de tentarem racionalizar isto para os críticos contemporâneos, fazem melhor em simplesmente se arrependerem do que foi feito em nome de Cristo. O papa ‘entrou nas ruínas do império caído no Ocidente e começou a construção da igreja medieval sobre a glória passada de Roma... Isto levou séculos, mas os papas, auxiliados por príncipes cristãos, aos poucos pacificaram e batizaram um continente e o chamou de cristianismo, a Europa cristã. Entretanto, batizar multidões significa batizar pagãos’. Como uma igreja cheia de ‘pagãos batizados’ afeta os que são realmente sinceros a respeito do Deus? Os cristãos genuínos se afastam. E foi exatamente isto que muitos cristãos fizeram. Eles eram chamados de monásticos” (GARLOW, James L. Deus e o seu Povo: A História da Igreja como Reino de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p.67).







LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS 
1º Trimestre de 2017

Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho



Lição 8: A Igreja e os Dons Espirituais
Data: 19 de Fevereiro de 2017



TEXTO DO DIA

“Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas” (1Co 14.39).

SÍNTESE

Os dons espirituais são presentes dados por Deus à sua Igreja para edificação do Corpo de Cristo.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — 1Co 12.5
Diversidade de dons



TERÇA — 1Co 12.8
Dom da palavra de sabedoria



QUARTA — 1Co 12.9
Dom da fé



QUINTA — 1Co 12.9
Dons de cura



SEXTA — 1Co 12.10
Operação de milagres



SÁBADO — 1Co 12.31
Procurai com zelo os dons

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
DEFINIR dons espirituais;
SABER a respeito da diversidade de dons;
COMPREENDER a contemporaneidade dos dons espirituais.

INTERAÇÃO

Professor, na lição de hoje estudaremos a respeito das dádivas do Espírito Santo para a Igreja: os dons espirituais. Os dons não foram somente para a Igreja Primitiva e não cessaram, pois enquanto a Igreja permanecer neste mundo, ela precisa destas concessões divinas para sua expansão, edificação, exortação e consolo. Os dons são ferramentas divina que contribuem para que a Igreja cumpra com a sua missão de proclamar o Evangelho. Então, não deixe de aproveitar essa oportunidade para orar por seus alunos pedindo ao Pai que recebam os dons. É importante, antes de orar, que você ressalte que os dons não são concedidos por nossos méritos (1Co 12.7). Eles são fruto da graça e da misericórdia divina. Diga também que os dons não são sinais de espiritualidade e que não devem ser utilizados para o nosso próprio deleite, mas para o fortalecimento da Igreja de Cristo até que Ele volte (1Co 12.7).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezado professor, reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para mostrar aos alunos algumas das características dos dons espirituais. Diga que os dons não são habilidades e aptidões inatas. Explique também que são diferentes dos dons ministeriais relacionados em Romanos 12.7,8.

   •    São dádivas (presentes) divinas;
   •    Não são resultado da nossa espiritualidade;
   •    Não leva tempo para se desenvolverem;
   •    Vão cessar somente quando a Igreja estiver com Cristo;
   •    São diversos;
   •    São para todos aqueles que creem e os buscam;
   •    São para o nosso tempo.

TEXTO BÍBLICO

1 Coríntios 12.1-11.

1 — Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2 — Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
3 — Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 — Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 — E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 — E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 — Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.
8 — Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
9 — e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
10 — e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11 — Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Neste domingo estudaremos os dons espirituais. Esse assunto tem sido alvo de debates nos últimos 100 anos, por ocasião do surgimento do Movimento Pentecostal. O que a Bíblia diz a respeito dos dons? Será que são válidos para os nossos dias?

I. DEFININDO O QUE SÃO DONS ESPIRITUAIS

1. O que são os dons espirituais. Dons espirituais são poderes ou capacitações sobrenaturais, dadas pelo Espírito Santo, à pessoas em sua Igreja. Não são talentos naturais, aprendidos ou aperfeiçoados pelo uso de técnicas humanas. Essas dotações são divididas entre o povo de Deus pela escolha do Espírito Santo, que age “repartindo particularmente a cada um como quer” (1Co 12.11).
2. Não são um sinal de superioridade espiritual. Como os dons espirituais são presentes de Deus, não podem ser um designativo de superioridade ou de santidade pessoal. Os dons dados por Deus não se baseiam em um grau de santidade adquirido por um crente, e sim na própria vontade de Deus em fazer daquela pessoa alguém que vai ser usada para determinada atuação dentro do Corpo de Cristo, na igreja local. Um profeta não pode se achar mais santo que outra pessoa por ter recebido o dom de profecia, pois o dom é dado pelo Espírito.
3. Devem ser utilizados para edificar a Igreja. Paulo deixa claro que os dons são dados por Deus para que a igreja seja edificada, fortalecida. Não são para a vaidade pessoal, ou para se dar destaque a uma personalidade na igreja local. Entendemos que pessoas que recebem tais capacitações por parte do Espírito Santo podem até ser vistas de forma distinta. Mas estes jamais podem perder o senso de que os dons do Espírito não são para promoverem a si próprios, e sim o Reino e a glória de Deus.



Pense!

Os dons espirituais são dotações que Deus dá para sua igreja, com propósito de edificação do povo de Deus.



Ponto Importante

Os dons espirituais são para os nossos dias, e não possuem o caráter distintivo de santidade na vida de um cristão.



II. A DIVERSIDADE DOS DONS

1. Dons de saber. Os dons da Sabedoria, da Palavra da Ciência e de Discernimento de espíritos são nomeados como dons de saber, tendo em vista que de forma sobrenatural, Deus revela conhecimento a respeito de pessoas e circunstâncias. A Palavra da Sabedoria, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “trata de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo”. A Palavra da Ciência manifesta ao que a recebe o saber de alguma situação, circunstância ou detalhes sobre determinadas pessoas. O dom de Discernimento de espíritos nos faz identificar falsos ensinos, profecias, mensagens e manifestações espirituais.
2. Dons de elocução. Os dons de elocução são os dons manifestos por palavras, a saber, o de profecia, a variedade de línguas e a interpretação das línguas. O ato de profetizar implica a manifestação de uma previsão sobrenatural, divina a respeito de alguém ou situação. Mas não há maior profecia do que a Palavra de Deus. Qualquer outro tipo de previsão ou de advertência para os nossos dias deve se sujeitar à Palavra de Deus.
3. Dons de poder. Os dons de poder são os de Fé, Curas e Manifestações de Maravilhas, também, chamado de Operação de Milagres. Tais dons interferem na área física, trazendo curas e agindo de forma sobrenatural em situações em que só o poder de Deus poderia intervir.



Pense!

Paulo delimitou esses dons com o objetivo de dizer que eles deixariam de existir a partir de que momento?



Ponto Importante

A título de estudos, classificamos os dons espirituais em dons de saber, de poder e de elocução.



III. A CONTEMPORANEIDADE DOS DONS

1. Os dons são para os nossos dias. Os dons espirituais, para alguns grupos cristãos, não são para os nossos dias. Eles não se baseiam na Palavra de Deus para respaldar essa opinião, e sim em entendimentos teológicos que consideram que o Livro de Atos não tem caráter prescritivo, e sim descritivo. Com base nesse argumento, entendem que com a morte do último apóstolo, os dons espirituais cessaram.
Se crermos que o Espírito Santo fala através das Escrituras, devemos ver se Ele deixou nas Escrituras algum texto que diga que os dons espirituais cessaram com a morte do último apóstolo. Em nenhum verso na Palavra de Deus há essa informação. Além disso, cremos — e temos visto — que Deus não deixou de curar pessoas, batizar com seu Espírito Santo, e isso o próprio Jesus disse que aqueles que criam nEle fariam, como curar enfermos e falar novas línguas (Mc 16.16-18). E Jesus disse que estaria conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Como a consumação dos séculos não aconteceu e Jesus não revogou sua presença com a igreja, Ele continua operando por meio de seu Espírito e pelos dons espirituais na igreja.
2. E quanto às revelações? Como pentecostais, cremos na Palavra de Deus como nossa regra de fé e prática. Cremos que Deus pode falar com seus servos, dando-lhes orientações e advertências. Entretanto, qualquer palavra profética advinda do dom de profecia não pode ter o mesmo peso da Palavra revelada de Deus. Aqueles que possuem esse dom devem sujeitar seus vaticínios ao escrutínio das Escrituras. Se uma revelação trazida por um profeta é contrária à Palavra de Deus, tal revelação deve ser rejeitada. Nenhuma visão ou sonho podem ser superiores à Palavra revelada de Deus.
3. O que dizer da igreja de Corinto. Muitos estudiosos dizem que a Igreja em Corinto era pentecostal, bagunçada e dividida, dando a entender que pentecostais são da mesma forma. Ocorre que, por um erro de interpretação, esses estudiosos se esquecem de que o problema daquela igreja não eram os dons espirituais, e sim o comportamento daqueles crentes. Dizer que a igreja em Corinto era problemática por causa dos dons espirituais é atribuir a Deus o envio de dons que ao invés de edificar a Igreja, estava na verdade, prejudicando-a. Deus é bom o tempo todo, e o que Ele nos concede também é bom.
4. Satanás pode imitar a manifestações dos dons? Entendemos que o Inimigo intentará o possível no sentido de fazer com que da obra de Deus sofra revezes, e isso pode ocorrer quando ele faz com que haja imitações dos dons espirituais, a saber, o falar em línguas, a profecia e os dons de curar e milagres. Entretanto, devemos pensar que, primeiramente, toda imitação se baseia em algo original e legítimo. Um objeto falso pode ser a imitação do original, e nem por isso o original é que perde o seu valor! Só porque o Inimigo consegue em alguns casos fazer imitações desses dons, as verdadeiras manifestações é que devem ser desprezadas e condenadas? Em segundo lugar, devemos ter bastante cautela para não atribuir ao Diabo algo que Deus efetivamente está realizando. Mateus relata que Jesus libertou um jovem que estava possesso de espíritos malignos, e os fariseus atribuíram aquela libertação a uma atuação de Satanás (Mt 12.24). Jesus então responde que aquilo que eles fizeram, entender que a atuação divina estava sendo na verdade realizada por Satanás, era um pecado contra o Espírito Santo de Deus, e para tal coisa não haveria perdão (Mt 12.32). Devemos, portanto, ter muito cuidado para não atribuir ao Diabo algo que Deus efetivamente está fazendo.





Pense!

Os dons espirituais acrescentam alguma revelação nova à revelação inspirada manifesta nas Escrituras?



Ponto Importante

Para se distinguir na Igreja de Cristo uma manifestação de um dom, Deus nos tem dado o dom de discernimento de espíritos, para que não sejamos confundidos.



CONCLUSÃO

Os dons espirituais continuam a ser ministrados pelo Espírito Santo à sua Igreja em nossos dias. Seu uso correto traz edificação, glorifica a Deus e faz com que a igreja seja edificada. Mesmo sendo vários dons, são ministrados pelo mesmo Espírito, e não podem trazer confusão para a igreja.

ESTANTE DO PROFESSOR

HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12ª Edição. RJ, CPAD, 2012.

HORA DA REVISÃO

1. O que são os dons espirituais?
Dons espirituais são poderes ou capacitações sobrenaturais, dadas pelo Espírito Santo, à pessoas em sua Igreja.

2. Qual o propósito dos dons?
Os dons são dados por Deus para que a igreja seja edificada, fortalecida.

3. Os dons espirituais são para os nossos dias?
Sim. Enquanto a Igreja de Cristo estiver aqui, ela poderá contar com os dons.

4. Qual é a nossa regra de fé e prática?
A Palavra de Deus.

5. O que possui o dom de profecia deve sujeitar sua profecia a quem?
Qualquer outro tipo de previsão ou de advertência para os nossos dias deve se sujeitar à Palavra de Deus.

SUBSÍDIO I

Dons espirituais

“Os dons espirituais, que são pela graça, mediante a fé, encontra-se na palavra grega mais usada para descrevê-los: charismata, ‘dons livre e graciosamente concedidos’, palavra esta que se deriva de charis, graça, o imerecido favor divino. Os carismas são dons que merecermos sem os merecermos. Dão testemunho da bondade de Deus, e não da virtude de quem os receberam.
Uma das falácias que frequentemente engana as pessoas é a ideia de como Deus abençoa ou usa alguém; isso significa que Ele aprova tudo o que a pessoa faz ou ensina. Mesmo quando parece haver uma ‘unção’, não há garantia disso. Quando Apolo chegou a Éfeso pela primeira vez, não somente era eloquente em sua pregação; era também ‘fervoroso de espírito’. Tinha o fogo. Mas Priscila e Áquila perceberam que faltava algo. Logo, o levaram (provavelmente, para casa, a fim de participar de uma refeição), e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus (At 18.25,26). Era, pois o caminho de Deus a respeito dos dons espirituais, que Paulo, como um pai, desejava explicar com mais exatidão aos coríntios. A esses dons ele dá o nome de ‘espirituais’ em 1 Coríntios 12.1 (a palavra dom não se encontra no grego). A palavra, por si mesma, inclui algo dirigido pelo Espírito Santo e expresso através de crentes cheios do poder. Nesta passagem, porém, Paulo limita a palavra no sentido dos dons gratuitos, ou carismas, que passam a ser mencionados repetidas vezes (12.4,9,28,30,31)” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12ª Edição. RJ, CPAD, 2012, p.225).

SUBSÍDIO II

Dado conforme o Espírito deseja

“A primeira relação dos dons com a repetição do fato que cada um é dado pelo Espírito (1Co 12.8-10) leva ao clímax no versículo 11, que diz: ‘Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas, repartindo particularmente [individualmente] como quer’. Aqui temos um paralelo com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois transmitiram a mensagem: ‘Testificando também Deus com eles, por sinais [sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de grande poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade’. É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é soberano ao outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade. Buscamos os melhores dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente melhor em qualquer situação. Fica evidente, também, que os dons permanecem debaixo de sua autoridade. Nunca são nossos no sentido de não precisarmos do Espírito Santo, pela fé, para cada expressão desses dons. Nunca se tornam parte da nossa própria natureza, ao ponto de não perdê-los, de serem tirados de nós. A Bíblia diz que os dons e a vocação de Deus são permanentes (Deus não muda de opinião a respeito deles), mas aqui há referência a Israel (Rm 11.28,29). A princípio, parece, no entanto, que os dons e as vocações, uma vez dados, permanecem à nossa disposição” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12ª Edição. RJ, CPAD, 2012, p.230).







LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS 
1º Trimestre de 2017 
Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho 
Lição 9: A missão ensinadora da Igreja
Data: 26 de Fevereiro de 2017



TEXTO DO DIA

“E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2Tm 2.2).

SÍNTESE

O ensino da Palavra faz com que a Igreja cresça, se fortaleça e possa resistir aos ataques do mundo e de Satanás.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Cl 3.16
A palavra de Cristo em cada crente



TERÇA — Mt 28.19
Ensino, uma ordenança de Cristo



QUARTA — 2Tm 2.2
Homens idôneos para ensinar



QUINTA — 2Tm 3.16
Toda a Bíblia é proveitosa para o ensino



SEXTA — 1Tm 5.17
Os que trabalham no ensino



SÁBADO — Mt 22.29
A falta de ensino conduz ao erro

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
DEFINIR ensino;
SABER a respeito do ensino na Bíblia;
COMPREENDER que o ensino tem como objetivo a transformação.

INTERAÇÃO

Professor, você terá a oportunidade ímpar de ensinar a respeito da missão ensinadora da Igreja. Estamos vivendo tempos trabalhosos, onde muitos crentes, por falta de conhecimento bíblico, estão sendo seduzidos pelas falsas doutrinas. Enfatize o fato de que uma igreja sem ensino é uma igreja sem condições de cumprir com sua missão integral. O objetivo da doutrina cristã, do ensino, é tratar o homem como um todo, pois só a Palavra tem poder para transformar a alma e o espírito: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A igreja tem uma missão proclamadora, mas também um responsabilidade com o ensino (Mt 28.19,20).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Reproduza no quadro o esquema abaixo. Depois, pergunte aos alunos: "O que é ensinar?" Incentive a participação de todos tornando a aula mais dinâmica. Ouça as respostas e em seguida leia, juntamente com os alunos, o conceito apresentado no primeiro tópico da lição. Enfatize que sem o ensino bíblico a igreja não tem condições de cumprir com sua missão integral. Em seguida, utilize o quadro, para mostrar a importância da Educação Cristã.

EDUCAÇÃO CRISTÃ É...
1. Vida (Dt 32.2).
2. Santificação (Jo 17.17).
3. Sólido mantimento (Hb 5.14).
4. Um escudo contra as sutilezas de Satanás (Mt 7.15).
5. Liberdade em Cristo Jesus.

TEXTO BÍBLICO

Marcos 16.15-20.

15 — E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 — Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 — E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;
18 — pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
19 — Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.
20 — E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

O ensino é um mandamento bíblico. Mais do que pregar, Jesus esmerou-se em ensinar, pois seu ministério era de anunciar o Evangelho e as verdades do Reino de Deus. Ele levou tão a sério o ensino que deixou como orientação para a Igreja o ensino e a evangelização (Mt 28.19,20).
Nesta lição, veremos a importância do ensino bíblico e o seu alcance dentro da igreja local. Estudaremos a respeito dos grupos que devemos alcançar para que cumpramos a nossa vocação de agência de ensino do Reino de Deus.

I. O QUE É ENSINAR

1. Definindo o termo. Ensinar é o ato de doutrinar, transmitir conhecimento a outra pessoa, orientar, conduzir. O ensino cristão tem como objetivo a transformação espiritual e moral do ser humano, tornando-o uma pessoa melhor. No ensino bíblico o aluno não deve ser expectador da aula, apenas recebendo informações. Ele precisa interagir com o professor e com os outros alunos, pois assim todos aprendem uns com os outros, partilhando experiências e conhecimento.
2. A Igreja ensinando a verdade. A igreja cumpre um papel fundamental na expansão do Reino de Deus por meio do ensino. Pessoas que são evangelizadas e aceitam a Cristo precisam ser edificadas e crescer espiritualmente por meio do ensino sistemático das Escrituras. Quem nasce de novo deve ser alimentado de forma constante, ou morrerá por inanição. Da mesma forma, o ensino bíblico deve ser encarado pela Igreja como uma tarefa essencial. E o que deve ser ensinado é a Palavra de Deus, pois ela é a verdade. Não devemos ocupar nossas classes de Escola Dominical e nossos cultos de doutrina, difundindo nas pessoas algo que não seja as Escrituras.
3. A importância do mestre na igreja local. O professor é aquele que auxilia o pastor na área do ensino. Ele se dedica a edificar o povo de Deus por meio da explanação das Sagradas Escrituras e de sua aplicação na vida dos seus alunos, e esse trabalho deve ser feito com estudos constantes, pesquisa e domínio das técnicas de transmissão de conhecimento. Nem todos os mestres são grandes pregadores, pois pregar a Palavra de Deus é diferente de ensinar. Entretanto, por meio do trabalho do professor a igreja é edificada. A pregação da Palavra é de grande importância na congregação, mas o ensino também deve ser ministrado sistematicamente em nossas igrejas.
O professor deve ser uma pessoa que busca o conhecimento, e que deseja repassá-lo. Paulo ensinou a Timóteo, e este deveria repassar o ensino a homens fiéis, e esses, por sua vez, deveriam ensinar mais pessoas (2Tm 2.2).



Pense!

A Igreja de Cristo tem dado a devida importância ao ensino bíblico?



Ponto Importante

A Igreja de Cristo tem a importante função de transmitir as verdades sagradas por meio do ensino bíblico sistemático e constante.



II. O ENSINO NA BÍBLIA

1. No Antigo Testamento. Os hebreus não possuíam um sistema organizado de transmissão de ensino. Na verdade, esse sistema foi sendo desenvolvido com o passar do tempo, e as primeiras lições eram geralmente ministradas no lar. A mãe se encarregava de ensinar às filhas os afazeres domésticos, e o pai ensinava aos filhos uma profissão. O próprio Jesus era carpinteiro (Mt 13.55), profissão que aprendeu com seu pai, José.
Moisés, orientado por Deus, disse ao povo que procurasse ensinar os filhos sobre as tradições recebidas de seus pais, e que esses ensinos fossem repassados aos seus descendentes, principalmente as verdades sobre Deus, que os havia retirado do Egito.
2. No Novo Testamento. Após o retorno do exilio, o povo teve de estudar a Lei de Deus novamente, e com o surgimento das sinagogas, o ensino da lei de Deus foi sistematizado e solidificado. Com o passar do tempo, os fariseus e escribas passaram a ensinar. O próprio Jesus aprendeu a Lei de Deus, e em seu ministério, ensinou com autoridade aos que o ouviam.
3. Jesus como mestre. Jesus dedicou muito mais tempo para ensinar às pessoas do que necessariamente pregando. Ele ensinou com autoridade (Mt 7.29), e aproveitou cada ocasião para ministrar o ensino sobre o Reino de Deus, como quando falou com Zaqueu, a mulher samaritana e Nicodemos. Ele não apenas procurou ensinar seus ouvintes, mas ordenou que seus discípulos fizessem o mesmo (Mt 28.19,20). Ele tinha interesse por seus alunos, e era criativo (utilizou um barco como plataforma para ensinar, Lc 5). Jesus também conjugou a capacidade de ensino com a oração por seus discípulos, mostrando que ensinar é importante, mas orar pelos alunos é tão necessário quanto passar o conteúdo. Ele chegou a explicar mais de uma vez um assunto quando seus discípulos não entendiam (Mt 15.16).



Pense!

Jesus viveu o que ensinava. Você vive o que prega e ensina?



Ponto Importante

Jesus dedicou muito do seu ministério a ensinar seus discípulos, para que eles pudessem dar prosseguimento ao ministério do ensino da Palavra junto à Igreja Primitiva.



III. ENSINO E TRANSFORMAÇÃO NA IGREJA

1. Crianças. A Escola Dominical começou com algumas crianças inglesas. Se hoje temos Escolas Dominicais estruturadas nas igrejas evangélicas, devemos nos lembrar de que o trabalho pioneiro de Robert Raikes junto às crianças abriu o caminho para a Escola Dominical como a conhecemos hoje. Devemos priorizar o ensino cristão para as crianças, tendo em vista que Jesus deixou claro: “Não as impeçais de vir a mim” (Mt 19.14).
2. Jovens e adultos. Os jovens e adultos, que em regra são a maior parte da igreja em nossos dias, devem ser igualmente ensinados. Você jovem, com certeza, se depara com novos desafios na trajetória de seus estudos e vida profissional diariamente, por isso, precisa ser instruído na Palavra para que vença os desafios. Parte dos adultos em nossas igrejas não teve uma educação cristã quando criança e jovem, o que demanda da igreja ensinar a essas pessoas, com toda a sua história de vida, como andar com Deus e seguir em uma nova forma de vida e de pensar.
3. Portadores de necessidades especiais. Em nossos dias, há uma maior conscientização por parte da sociedade para a inclusão de pessoas com deficiência. Esse grupo deve ser alcançado igualmente pelo ensino das Sagradas Escrituras em nossas igrejas. Em alguns ambientes eclesiásticos, sem perceber, acabamos excluindo os deficientes de nossos cultos de ensino e da Escola Dominical por não termos professores treinados, ou por achar que Jesus vai operar um milagre na vida dessas pessoas. Como pentecostais cremos que Jesus cura a todos, mas enquanto essa cura não vem, devemos prover dentro da igreja, crentes capacitados a lidar com esse público-alvo, de tal forma que nenhuma pessoa seja deixada de fora do ensino e crescimento espiritual.



Pense!

Em nossas igrejas temos um ensino inclusivo?



Ponto Importante

Jesus amou e ensinou a todos que desejavam ouvi-lo e estar com Ele.



CONCLUSÃO

Ensinar é uma ordenança de Deus para a sua Igreja. E a Igreja deve cumprir com seu papel ensinador alcançando a todas as pessoas.

ESTANTE DO PROFESSOR

CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã: Noções básicas da ciência da educação a pessoas não especializadas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.

HORA DA REVISÃO

1. O ensino é um mandamento bíblico?
Sim. Jesus ordenou o ensino e o discipulado (Mt 28.19,20).

2. Segundo a lição, o que é ensinar?
Ensinar é um o ato de doutrinar, transmitir conhecimento a outra pessoa, orientar, conduzir.

3. Qual o objetivo do ensino cristão?
O ensino cristão tem como objetivo a transformação espiritual e moral do ser humano, tornando-o uma pessoa melhor.

4. Na igreja, quem é o professor?
O professor é aquele que auxilia o pastor na área do ensino.

5. Como era o ensino no Novo Testamento?
Após o retorno do exílio, o povo teve de estudar a Lei de Deus novamente, e com o surgimento das sinagogas, o ensino da lei de Deus foi sistematizado e solidificado. Com o passar do tempo, os fariseus e escribas passaram a ensinar. O próprio Jesus aprendeu a Lei de Deus, e em seu ministério, ensinou com autoridade aos que o ouviam.

SUBSÍDIO I


“A abordagem das Escrituras como uma ‘sã doutrina’ e como um guia para a vida cristã
Nesta expressão, encontrada em 1 Timóteo 1.10 e 2 Timóteo 4.3, o adjetivo é bygiainouse, que significa ser ‘saudável’ ou ‘são’. A ideia é que o ensino cristão não é somente proveitoso e útil, mas também promove a saúde espiritual. Paulo observa que o objetivo em interromper os falsos ensinos é o de ensinar uma sã doutrina que produzirá um amor que vem ‘de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida’ (1Tm 1.5).
O que Paulo tem em mente é o fato de que o cristão não está procurando estar em conformidade com as Escrituras, como um padrão exterior, mas procura uma transformação através de uma experiência com as ‘palavras da fé’ (1Tm 4.6). Assim, quando lemos as Escrituras, nós procuramos descobrir realidades que podemos sentir com a ajuda de Deus. Dessa forma, Paulo lembra Timóteo a ‘ser o exemplo dos fiéis’ (4.12) e a ‘ter cuidado de si mesmo e da doutrina’ (1Tm 4.16).
É neste contexto que Paulo, em 2 Timóteo 3.10-4.5 fornece instrução específica, mostrando-nos como ler as Escrituras para evitar os erros dos mitologistas, legalistas, e daqueles que rejeitam completamente os ensinos das Escrituras.
Paulo escreve muito claramente a Timóteo: ‘Tu, porém, tens seguido minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência’” (RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.479,480).

SUBSÍDIO II

[...] Ensinar não é uma tarefa fácil. Ensinar exige:
• Pesquisa — De acordo com Paulo Freire, “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. O professor deve ser um pesquisador. É por intermédio da pesquisa que o professor pode detectar e resolver os problemas em sala de aula.
O professor de Escola Dominical é, na verdade, um pesquisador. Sua fonte primária de pesquisa é a Bíblia, mas suas pesquisas devem ultrapassar as páginas do Livro Sagrado.
• Reflexão — O professor precisa adquirir o hábito da reflexão, a fim de que ensine os alunos a refletir sobre a fé e a prática cristã.
• Diálogo — O professor que não dialoga com os alunos em breve verá o esvaziamento de sua classe ou a apatia dos alunos. É preciso abrir espaço para que os alunos questionem, a fim de que encontrem as soluções.
• Reflexão crítica sobre a prática — É fácil avaliar os alunos e atribuir tão somente a eles a falta de atenção, a apatia e a evasão. Todavia, o professor precisa fazer constantemente uma autoanálise do seu trabalho.
• Pôr em prática o discurso — Quantos já não ouviram: “Faça o que digo e não o que eu faço”? Nossos alunos precisam pensar de acordo com a Palavra e agir de acordo com ela (Tg 1.22). Ensino e prática precisam ser coerentes.
• Querer bem o outro — Esta deve ser a nossa motivação: que o outro, o aluno, seja alcançado como um todo — corpo alma e espírito” (BUENO, Telma. Educação Cristã: Reflexões e Práticas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.21).







LIÇÕES BÍBLICAS CPAD  JOVENS1º Trimestre de 2017 
Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho

Lição 10: A missão social da Igreja
Data: 5 de Março de 2017



TEXTO DO DIA

“E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha” (At 4.35).

SÍNTESE

Por meio de ações sociais, a igreja local pode estender o Reino de Deus socorrendo pessoas e demonstrando o amor de Deus na prática.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Dt 15.10,11
A responsabilidade social no AT



TERÇA — Gl 2.10
A responsabilidade social no NT



QUARTA — Sl 14.6
Deus é o refúgio dos pobres



QUINTA — At 4.34
A responsabilidade social na igreja primitiva



SEXTA — Tg 1.27
Ajudar os órfãos e as viúvas



SÁBADO — Tg 2.14-17
Fé e obras sociais

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
ANALISAR o cuidado de Deus para com os pobres;
MOSTRAR a Igreja Primitiva como exemplo de cuidado com os necessitados;
COMPREENDER que a fé sem as obras é morta.

INTERAÇÃO

Professor, na lição deste domingo estudaremos a respeito da missão social da igreja. A Igreja de Cristo tem uma missão a cumprir junto aos pobres e necessitados e não podemos ser negligentes com tal incumbência. Nossa missão não é somente proclamar o Evangelho, mas revelar a nossa fé no Salvador mediante as boas obras. Sabemos que ninguém será salvo pelas boas obras, mas nossas ações em favor dos desvalidos agradam a Deus e evidenciam a nossa fé. Que jamais venhamos nos esquecer que “a fé sem obras é morta” (Tg 2.17). Como Igreja recebemos a missão de pregar o Evangelho (Mc 16.15) e socorrer os carentes e necessitados.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Inicie a aula fazendo a seguinte indagação aos alunos: “A Igreja de Cristo tem uma missão social a cumprir?”. Ouça as respostas e incentive a participação de todos. Diga que a Igreja tem uma missão evangelizadora, ensinadora e social a cumprir neste mundo. Em seguida, entregue a uma aluna uns 15 palitos de churrasco (amare os palitos com um barbante ou linha) e peça que ela quebre, ao mesmo tempo, todos os palitos ao meio. Com certeza ela terá dificuldade em quebrar todos os palitos juntos. Diga que para a igreja cumprir sua missão social na localidade onde ela está inserida todos precisam cooperar. É quase impossível uma pessoa sozinha dar conta de socorrer os aflitos e necessitados. Explique que é responsabilidade de todos os crentes, e não apenas do pastor, ajudar os necessitados e carentes. Desamarre os palitos. Entregue um para cada aluno e peça que o quebrem. Mostre o quanto foi fácil quando cada um quebrou um palitinho. Para concluir, peça aos alunos que citem algumas ações que eles podem fazer para ajudar os necessitados da igreja e da comunidade. À medida que forem falando vá relacionando no quadro. Incentive-os a colocarem tais ações em prática.

TEXTO BÍBLICO

Atos 2.42-46; 4.32-35.

Atos 2
42 — E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 — Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 — Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45 — Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 — E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.

Atos 4
32 — E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.
33 — E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
34 — Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.
35 — E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

Por missão social da Igreja entendemos a ingerência do Corpo de Cristo nas causas relacionadas ao serviço social, ajudando os necessitados.
A igreja, entre tantos desafios, tem o dever de pregar o Evangelho aos perdidos, e socorrer aqueles que precisam de ajuda, dentro, é claro, de suas possibilidades. Essa é a missão social da Igreja, a de agir em favor dos mais necessitados. Não podemos apenas apresentar o Evangelho aos carentes, mas igualmente colaborar socorrendo-os em suas necessidades.

I. O CUIDADO DE DEUS PARA COM OS POBRES

1. Orientações em relação aos mais necessitados. Os pobres sempre foram contemplados pelo olhar divino. Tiago comenta: “Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?” (Tg 2.5). Isso nos mostra que Deus está atento ao clamor dos necessitados, e espera que nós o representemos diante dessas pessoas, não apenas com uma pregação eloquente, mas com atitudes compatíveis com a nossa fé.
2. A provisão de Deus. Houve ocasiões em que Deus se utilizou de milagres para socorrer as pessoas. Elias foi sustentado milagrosamente por uma viúva pobre, em Sarepta. Eliseu foi procurado por uma viúva que perderia seus filhos para um credor, e Deus fez um milagre multiplicando o azeite que ela possuía em casa. Boaz, bisavô de Davi, era um homem de recursos em Israel, e orientou Rute a que apanhasse espigas no seu campo. Havia uma ordem de Deus, na lei, sobre o trato para com os pobres na terra prometida: “E, quando segardes a sega da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 23.22). Sendo respeitada, essa ordem equilibraria muitas mazelas sociais e redistribuiria recursos de tal forma que os mais carentes teriam suas necessidades supridas.
3. “Os pobres sempre tereis convosco”. A presença de pessoas que tem menos recursos que outras sempre foi constante em todas as culturas e em todos os tempos. Mesmo nos países mais desenvolvidos há diferenças nos estratos sociais.
Jesus reconheceu, em certa ocasião, que havia pobreza em seus dias. Ele estava em um jantar em Betânia, e Maria ungiu Jesus com nardo puro, um tipo de perfume bem caro naqueles dias. Naquela ocasião, Judas reclamou que aquele perfume poderia ser vendido e os valores repassados para os pobres, mas não disse isso por ter cuidado com os pobres,“mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (Jo 12.6). A isso Jesus respondeu: “Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” (Jo 12.8). Ele não disse isso desrespeitando os pobres, mas valorizando seus últimos momentos antes de ir para a cruz.



Pense!

Deus, em sua Palavra, nos mostra que socorreu pessoas por meio de outras pessoas, e deseja nos usar para fazer o mesmo.



Ponto Importante

Deus sempre está atento ao clamor dos nescessitados.



II. EXEMPLOS DA IGREJA PRIMITIVA

1. A igreja em Jerusalém. É um exemplo de como o Corpo de Cristo pode auxiliar seus membros. As pessoas necessitadas eram socorridas pela própria igreja, de tal forma que “não havia, pois, entre eles necessitado algum” (At 4.34). Em uma ocasião específica, houve questionamentos entre a partilha de auxílios entre as viúvas. As viúvas gregas reclamaram por serem preteridas em relação às viúvas de procedência judaica na distribuição de ajuda na igreja. Então, Deus orientou os apóstolos a que separassem homens confiáveis e cheios do Espírito Santo para que se dedicassem a esse ministério, surgindo daí os diáconos.
2. Socorrendo os domésticos da fé. “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Essa orientação de Paulo precisa ser seguida sempre em nossas igrejas. Nossos irmãos, os domésticos da fé, devem ter a prioridade no atendimento em questões sociais na igreja. Evidentemente, a igreja local não deixará de auxiliar pessoas da comunidade e que não pertencem à igreja, e essa é uma forma de evangelismo e demonstração de boas obras. Mas jamais podemos esquecer-nos de nossos irmãos.



Pense!

A Igreja em Jerusalém foi o primeiro exemplo de como Deus se utiliza da generosidade dos servos de Deus para auxiliar outros servos de Deus.



Ponto Importante

Devemos socorrer a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.



III. A FÉ SEM AS OBRAS É MORTA

1. O chamado à prática da misericórdia. Uma das características das chamadas “Cartas Gerais” são a sua aplicabilidade. Os escritores judeus desta seção do Novo Testamento aparentemente produziam textos menores — se comparados aos textos paulinos — mas textos diretos e contundentes, como os de Tiago, que tratou a respeito do socorro aos necessitados. Para Tiago, e para Deus, “a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17). Se pudermos fazer algo por nossos irmãos e não o fazemos, nossa fé não tem vida, pois o amor que recebemos de Deus deve ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.
2. Agindo de acordo com a nossa fé. Em uma época como a nossa, em que o país tenta sair de uma forte crise econômica, vemos nas igrejas pessoas que perderam seus empregos, e junto com eles, sua renda e possibilidade de manter suas famílias. Por isso, mais vivo se torna o nosso desafio de, em nome de Deus, representá-lo nessas horas de crise, e tornar seu nome conhecido por atos de misericórdia, que devem ser acompanhados pela pregação da Palavra.
3. Necessidades de nossos dias. Ações diferenciadas podem ser tomadas em nossas igrejas. Podemos promover cursos de alfabetização para pessoas que não sabem ler. Promover um dia de cidadania, com pequenos serviços gratuitos como medir pressão arterial, cortes de cabelo, atendimento médico e jurídico e atividades infantis, entre outros.
Outras atividades, como visitas a enfermos e a presos podem ser promovidas pela igreja. Estes grupos não foram esquecidos. Jesus disse certa vez que quando visitamos os enfermos e os encarcerados, estamos fazendo essas visitas como se estivéssemos visitando o próprio Senhor.



CONCLUSÃO

Deus nos dá a oportunidade de fazer a diferença na vida de pessoas necessitadas, e socorrê-las em seu nome. Por isso, devemos estar atentos e dispostos, para que a nossa pregação não seja apenas de palavras, mas de atitudes que espelhem o amor de Deus através de nossas mãos.

ESTANTE DO PROFESSOR

STOTT, John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995.

HORA DA REVISÃO

1. O que é a missão social da igreja?
Por missão social da Igreja entendemos a ingerência do Corpo de Cristo nas causas relacionadas ao serviço social, ajudando os necessitados.

2. No Antigo Testamento Deus se utilizou de que método para socorrer os aflitos?
Houve ocasiões em que Deus se utilizou de milagres para socorrer as pessoas.

3. Sempre teremos necessitados na igreja e no mundo?
Sim. Certa vez, Ele declarou: “Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” (Jo 12.8).

4. O que significa socorrer os domésticos da fé?
Significa ajudar nossos irmãos, membros de nossas igrejas, em suas necessidades.

5. Por que a fé sem obras é morta?
Porque nossa fé precisa ser evidenciada mediante nossas obras. Se pudermos fazer algo por nossos irmãos e não o fazemos, nossa fé não tem vida, pois o amor que recebemos de Deus deve ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.

SUBSÍDIO I

“[...] A propriedade privada é um dom de Deus para ser usado com o propósito de estabelecer a justiça social e cuidar do pobre e do necessitado. O ladrão arrependido é orientado a não mais roubar, mas sim trabalhar com as mãos e assim ganhar o sustento e ‘para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade’ (Ef 4.28). Poucos temas nas Escrituras se evidenciam de forma tão direta e clara do que as ordens de Deus para que nos preocupemos com os menos afortunados. ‘Aprendei a fazer o bem’, Deus brada, ‘praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas’ (Is 1.17). Através do mesmo profeta, Deus anuncia que o verdadeiro jejum não é um ritual religioso vazio (Is 58.7). Jesus aprofunda nosso sentimento de responsabilidade, falando que ao ajudarmos o faminto, o desnudo, o doente e o encarcerado, estamos, na verdade, servindo-o (Mt 25.31-46). Mesmo assim os pobres nunca são reduzidos a meros recebedores passivos da caridade; eles devem trabalhar em troca de benefícios. Esse princípio é melhor exemplificado nas leis do Antigo Testamento que exigiam dos proprietários deixarem generosas margens da colheita ao redor dos campos para que assim os pobres pudessem colher o suficiente para se manterem vivos (Lv 19.9-10; Dt 24.19-22). No Novo Testamento, Paulo censura severamente os que se recusam a trabalhar e urge que eles ‘trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão’ (2Ts 3.12)” (COLSON, Charles; PEACEY, Nancy. E Agora, Como Viveremos? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000, p.455).

SUBSÍDIO II

“Evangelização e responsabilidade social
O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco com um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como ‘um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amarmos o nosso próximo como Deus o amou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. [...] É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por ‘pregarás o Evangelho’. Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos” (STOTT, John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995, pp.60,61).






LIÇÕES BÍBLICAS CPADJOVENS 
1º Trimestre de 2017 
Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho 
Lição 11: A Igreja e a política
Data: 12 de Março de 2017



TEXTO DO DIA

“[...] Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Mt 22.21).

SÍNTESE

A fé cristã tem por princípio o respeito às autoridades constituídas, mas entende que obedecer a Deus é muito mais importante.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Ef 6.12
O combate da igreja é espiritual



TERÇA — Lc 7.8
Homens sujeitos às autoridades



QUARTA — 1Tm 2.1,2
A igreja e a oração pelos governantes



QUINTA — Jo 19.11
Todo poder humano é dado por Deus



SEXTA — At 5.29
Importa obedecer a Deus



SÁBADO — 1Pe 2.17
Honrai o rei

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
MOSTRAR que as autoridades são constituídas por Deus, por isso devemos nos submeter a elas;
APONTAR Daniel como um exemplo de servo no exílio;
COMPREENDER como se deu a administração de José no Egito.

INTERAÇÃO

Diante da crise política e ética que o país vem enfrentando, muitos não querem nem ouvir falar desse tema. Todavia, o que temos visto atualmente não é política, mas na verdade é politicagem. Homens que legislam em causa própria e não em favor do bem comum. Porém, como crentes, temos que orar pelas autoridades e respeitá-las. Mas, antes de obedecer aos homens, temos que obedecer a Deus. Não é porque o Senado aprova uma lei que ela passa a ser correta perante o Senhor. Vários partidos e grupos da sociedade civil estão lutando para legalizar o aborto e o uso de drogas. Ainda que estes grupos consigam que a lei do aborto seja aprovada, como crentes, vamos continuar afirmando que matar um inocente é um crime e que fere os princípios divinos. Como crentes precisamos obedecer às leis, apesar disso, temos o dever de rejeitará as que contrariam a Palavra de Deus.
Mostre aos alunos que a política é necessária e não podemos viver sem ela, todavia precisamos conhecer bem o plano de governo daqueles que se candidatam a um cargo político antes de escolher um candidato. Precisamos nos informar e também orar.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para a aula de hoje sugerimos que você promova um debate. Divida a turma em dois grupos. Escreva no quadro as questões que serão debatidas. Cada grupo ficará com uma questão. Dê um tempo para que o grupo discuta a questão. Depois peça que em círculo os alunos formem um só grupo e que a conclusão a que chegaram seja exposta para todos. Ouça os alunos com atenção e faça as considerações que achar necessárias, porém permita que eles fiquem à vontade para exporem suas ideias sem constrangimento algum. Precisamos ouvir e saber o que nossos alunos pensam para que possamos atendê-los e ajudá-los em suas dúvidas.
Sugestões de questões para serem debatidas:
• “Até que ponto os crentes devem se sujeitar às autoridades? Quais são as obrigações delas diante de Deus?”
• “Igreja e Estado podem caminhar juntos? Qual deve ser o papel da Igreja na política?”.

TEXTO BÍBLICO

Romanos 13.1-7.

1 — Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2 — Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3 — Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.
4 — Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.
5 — Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
6 — Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.
7 — Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

O homem é um ser político, e, como tal, tem necessidade de se relacionar com outros de sua espécie. Deus estabelece autoridades para que governem e façam justiça no mundo, a fim de que haja ordem e boa convivência entre os homens. Mas até que ponto os cristãos devem se sujeitar às autoridades? Quais são as obrigações delas diante de Deus? É possível um cristão ser do meio governamental e manter sua integridade? E os deveres dos cristãos para com os governos? Sobre esses assuntos trataremos nesta lição.

I. AS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS E A SUBMISSÃO A ELAS

1. Os deveres das autoridades. Autoridades existem para trazer ordem para a sociedade. Sem organização, leis e instituições que as façam ser cumpridas, a vida em sociedade se torna inviável. As autoridades precisam também zelar pelo bem-estar de todos.
Em nosso sistema político, no qual o Estado é dirigido por governantes e legisladores eleitos pelo povo, os que ocupam cargos púbicos devem exercer seus mandatos em prol do bem comum, agindo com transparência e honestidade em suas atribuições. Bons governantes são queridos pelo povo, mas os maus são uma vergonha para qualquer nação.
2. Orando pelas autoridades. Autoridades e pessoas que estão em posição de evidência necessitam de nossas orações. Paulo recomendou a Timóteo que “antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.1-4).
Estar em posição de poder expõe-nos a diversas situações que, de outra forma, provavelmente não seríamos tentados pela corrupção, pelo dinheiro, pela manipulação do poder com finalidades diversas daquelas para as quais somos chamados. As autoridades precisam ser alvo da oração dos santos, não apenas para que ajam de forma correta, mas para que pensem e governem para os que, nelas, depositaram toda a confiança.
3. A sujeição às autoridades. A sujeição às autoridades é um mandamento bíblico (Rm 13.1). Deus nos ordena que respeitemos as autoridades constituídas. Se desejamos ter um viver quieto, devemos cumprir as nossas obrigações em todos os aspectos, para não darmos mau testemunho. Uma de nossas obrigações, como cidadãos, é escolher aqueles que nos governarão. Essa escolha não deve ser leviana, pois colocando no poder pessoas sem integridade e sem temor de Deus, nós mesmos seremos atingidos: “Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo suspira” (Pv 29.2).
Não podemos esquecer também de que devemos maior submissão a Deus. Somos cidadãos dos céus, e se tivermos de escolher entre submeter-nos a leis injustas e obedecer a Deus, vale o que disse o apóstolo Pedro, quando instado a não mais falar de Jesus: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).



Pense!

A história da Bíblia nos mostra que uma pessoa sem o temor de Deus, colocada em posição de poder, faz com que sua nação sofra.



Ponto Importante

As pessoas que ocupam cargos públicos devem saber que há um Deus nos céus, que a tudo observa e recompensa, tanto em relação ao bem quanto em relação ao mal.



II. DANIEL, EXEMPLO DE SERVO NO EXÍLIO

1. Daniel. Era um jovem hebreu levado à Babilônia depois que Jerusalém foi sitiada por Nabucodonosor (Dn 1.1). Esse jovem pertencia à linhagem nobre de Israel, e foi levado cativo à Babilônia para ser treinado na língua e na cultura dos caldeus. Seu traslado tinha como objetivo forçá-lo a portar-se como nobre de outra cultura.
Conforme Daniel 1.3,4, os moços a serem levados para a Babilônia deveriam ser “dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus”. As características eram bem específicas e inerentes à vida política: Saber viver no palácio com inteligência e sabedoria.
2. Daniel, o profeta. Ele se destaca nas Sagradas Escrituras por, entre outras coisas, sua atividade profética. Esse servo de Deus passou por três imperadores, e se manteve íntegro em seu trabalho político. Sua vida de graça e seu exemplo nos mostra que é possível ser um homem, ou mulher de Deus, no mundo político. Como homem de Deus, advertiu a Nabucodonosor a que agisse de forma correta em seu reino antes de o monarca pagar um alto preço por sua arrogância: “Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade” (Dn 4.27).
3. Daniel, o homem público. Daniel não foi somente um profeta, e esse é o segundo motivo que o destaca nas Escrituras. Ele foi um homem público conhecido por sua integridade. Pela sua formação, estava apto a atuar na esfera governamental, e, pelo caráter como homem de Deus, foi um exemplo de gestor e conselheiro; não se furtou a ser usado por Deus para repreender e advertir governantes ímpios.
A Bíblia diz que o rei Dario tinha a intenção de torná-lo um funcionário público de maior destaque ainda (Dn 6.1-3). Mas os seus opositores buscaram algo que desabonasse sua conduta: “Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa. Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus” (Dn 6.4,5). De fato, Daniel era um homem de comprovada integridade moral e espiritual. Deus, nessa ocasião, livra Daniel na cova dos leões, pune seus adversários e concede ao seu servo mais tempo para dar testemunho do Deus de Israel em terra estrangeira, além de revelar ao profeta muitas coisas que haveriam de ocorrer no fim dos tempos.



Pense!

Tanto quanto profeta, Daniel foi um exemplo de administrador público em toda a sua vida.



Ponto Importante

É possível ser um homem ou mulher que tome decisões que agradem a Deus em qualquer lugar, inclusive nos meios políticos e governamentais.



III. JOSÉ, ADMINISTRADOR NO EGITO

1. José. Ele era filho de Jacó e bisneto de Abraão. Criado em uma família com vários filhos de várias mulheres, José foi educado como o preferido de seu pai (Gn 37.3). Após ter sonhado duas vezes que, um dia, estaria em posição de autoridade, seus irmãos o venderam como escravo e fizeram de sua vida uma sucessão de tormentos (Gn 37.1-36). Ele foi escravo e presidiário no Egito, mas nessas duas situações, vemos que Deus era com José, tanto na casa de Potifar, como escravo, quanto na prisão (Gn 39.2,21). Do cárcere, Deus o exaltou, levando-o à presença de Faraó, onde foi colocado como o segundo homem no comando do Egito.
2. José, líder no Egito. Após chegar a uma posição de destaque, José teve de lidar com a política egípcia para colocar seus projetos em voga, conseguindo estocar alimentos para os períodos de fome na terra (Gn 41.48,49). Além disso, comprou terras para Faraó, e orientou a divisão de víveres para os habitantes do Egito e àqueles que, para lá, iam para comprar alimentos.
3. José, o governador. Como a fome naqueles dias se tornou impiedosa, os irmãos de José foram ao Egito adquirir alimentos, e se depararam com José, sem o saber. Como governador do Egito, José poderia usar de suas prerrogativas políticas para castigar seus irmãos pelo mal que lhe fizeram. Eles chegaram a dizer, em outras palavras, que José estava morto: “[...] Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um varão da terra de Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai, hoje; mas um já não existe” (Gn 42.13). Depois José se deu a conhecer a eles, trouxe-os para serem preservados no Egito e reencontrou seu pai, Jacó, em um dos encontros mais marcantes das Sagradas Escrituras: “Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço e chorou sobre o seu pescoço, longo tempo. E Israel disse a José: Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives” (Gn 46.29,30). Apesar de tudo, José perdoou seus irmãos, se fez conhecer, reencontrou seu pai e fez com que sua família fosse preservada no Egito. E como homem de Deus, profetizou: “Certamente, vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn 50.25). Mesmo podendo se utilizar do poder que tinha nas mãos, punindo seus próprios irmãos por tudo o que fizeram, José preferiu lembrar das promessas feitas a Abraão, e rogou pelos filhos de Israel sobre a terra que Deus lhes daria.



Pense!

Deus fez José prosperar em lugares pouco prováveis, e recompensou sua integridade guardando-o da morte e tornando-o uma pessoa importante em terra estranha.



Ponto Importante

José, em seus últimos dias, falou da fidelidade de Deus em relação a retirar o povo de Israel do Egito e leva-lo à Terra Prometida.



CONCLUSÃO

É possível a uma pessoa, em posição de autoridade no mundo político, ser íntegra e trabalhar pelo bem do povo. E, como cristãos, devemos orar por tais pessoas, para que exerçam com sabedoria a vocação para a qual foram chamadas.

ESTANTE DO PROFESSOR

ANDRADE, Claudionor. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.

HORA DA REVISÃO

1. Quais são os deveres das autoridades?
Autoridades existem para trazer ordem para a sociedade. As autoridades precisam também zelar pelo bem-estar de todos.

2. Faça um resumo do nosso sistema político.
Em nosso sistema político o Estado é dirigido por governantes e legisladores eleitos pelo povo.

3. É nosso dever orar pelas autoridades? Justifique a resposta com um texto bíblico.
Sim. A Palavra de Deus recomenda que “antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.1-4).

4. A sujeição as autoridades é um dever bíblico?
Sim. A sujeição às autoridades é um mandamento bíblico (Rm 13.1). Deus nos ordena que respeitemos as autoridades constituídas.

5. Cite exemplos de servos que exerceram um papel político.
Moisés, Daniel e José.

SUBSÍDIO

“O Princípio da Obediência Civil
Como discípulos de Cristo, obrigamo-nos a exercer plena e exemplarmente a nossa cidadania terrena, pois somente assim viremos a glorificar o Pai Celeste. Afinal, somos cidadãos dos santos e representantes do Reino de Deus. Cabe-nos, por isso, observar rigorosamente o que nos recomenda a Bíblia Sagrada.
1. A doutrina da obediência civil. É o ensinamento bíblico que aponta os deveres do cidadão às leis e deliberações do governo secular. Esse princípio foi exposto de maneira bastante clara pelo apóstolo Paulo (Rm 13.1-7).
2. As obrigações sociais do cristão. Estas são as principais obrigações do cristão numa sociedade politicamente organizada: orar e promover a paz da cidade (Jr 29.7); honrar os governantes e interceder por eles; submeter-se às autoridades (Rm 13.1) e pagar impostos (Rm 13.7).
Quer na vida particular, quer na pública, deve o cristão ser um exemplo de lisura e incorruptibilidade, principalmente se exercer algum cargo eletivo. Todavia, jamais deve abrir mão de sua consciência cristã. Ele obedecerá às leis, sim; contudo, rejeitará as que contrariarem a Palavra de Deus” (ANDRADE, Claudionor. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015, p.218).






LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS1º Trimestre de 2017 
Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho 
Lição 12: A Igreja e a salvação dos perdidos
Data: 19 de Março de 2017

TEXTO DO DIA

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

SÍNTESE

A salvação é oferecida a todas as pessoas, mas cabe a elas decidirem se aceitarão ou não o plano de Deus.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — At 16.30,31
É preciso crer para ser salvo



TERÇA — 2Pe 3.9
Deus deseja que todos venham a arrepender-se



QUARTA — Jo 5.24
Quem ouve a palavra e crê



QUINTA — Fp 2.12
“Operai a vossa salvação com temor”



SEXTA — Lc 19.10
Jesus veio buscar o perdido



SÁBADO — Rm 10.9
Saber, confessar e crer

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
EXPLICAR o conceito de salvação e o seu alcance;
MOSTRAR a dinâmica da salvação;
DISCUTIR a respeito do amor e da soberania de Deus.

INTERAÇÃO

Na lição deste domingo estudaremos a respeito da maior dádiva de Deus para o pecador: a salvação pela fé em Jesus Cristo. É importante que você ressalte, logo na introdução da aula, que todos necessitam de salvação, por isso, a Igreja de Cristo tem como missão a proclamação do Evangelho (Mc 16.15). O que seria de nós se alguém não tivesse pregado o Evangelho de Cristo para nós? Se estamos hoje na igreja, estudando em uma classe de Escola Dominical é porque alguém nos evangelizou. Assim como fomos alcançados com o Evangelho e a salvação devemos também alcançar outros, “porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
O castigo para o pecado é a morte, porém Deus por sua infinita graça, amor e misericórdia, enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo para morrer por nossos pecados. Como crentes, precisamos evangelizar os perdidos mostrando que a salvação não pode ser alcançada por qualquer tipo de esforço humano. Somos salvos e libertos do poder do pecado unicamente pela fé em Jesus Cristo e por sua graça.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para introduzir a lição faça a seguinte indagação: “Por que precisamos de um Salvador?”. Ouça os alunos com atenção e peça que leiam Romanos 3.23. Em seguida, diga que todos pecaram e com o pecado perdemos o acesso direito a Deus. Estávamos condenados à separação eterna. Mas Deus enviou seu Filho Unigênito para nos salvar. Jesus nasceu para morrer por nossos pecados. Sua morte não foi um acidente. Ela já havia sido preparada desde o Éden (Gn 3.15). Jesus se doou por amor a nós! Em seguida, divida a turma em dois grupos. Dê a folha de papel e as canetas aos grupos. O tema do primeiro grupo será: “O homem com o Salvador” e do outro, “O homem sem o Salvador”. Os grupos terão que montar um quadro como o exemplo abaixo.



TEXTO BÍBLICO

Atos 4.1-12.

1 — E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus,
2 — doendo-se muito de que ensinassem o povo e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos.
3 — E lançaram mão deles e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois era já tarde.
4 — Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
5 — E aconteceu, no dia seguinte, reunirem-se em Jerusalém os seus principais, os anciãos, os escribas,
6 — e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote.
7 — E, pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?
8 — Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Principais do povo e vós, anciãos de Israel,
9 — visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo e do modo como foi curado,
10 — seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós.
11 — Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.
12 — E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

A salvação dos perdidos é obra do Espírito Santo. É Ele que convence o homem de seus pecados e do perdão oferecido por meio do sacrifício de Jesus. A igreja colabora com o Reino de Deus apresentando a mensagem da salvação a todas as pessoas, para que tenham chance de ouvir o evangelho e decidir entre aceitar ou rejeitar a salvação oferecida, fazendo-os entender também as consequências dessa aceitação ou rejeição. Essa é uma missão urgente para o povo de Deus, pois ninguém é salvo sozinho. E a ordem de Jesus é que transmitamos a todos, indistintamente, a mensagem da salvação.

I. O CONCEITO DE SALVACAO E SEU ALCANCE

1. Quando falamos da salvação dos perdidos, precisamos recorrer às Sagradas Escrituras. A Bíblia nos fala em Gênesis que Adão e Eva, o primeiro casal, pecaram contra Deus, e por essa atitude o pecado foi repassado às gerações seguintes: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Com isso a humanidade ficou distante de Deus e foi condenada a morte física e eterna. Era necessário que Deus providenciasse uma forma de fazer com que um dia, homens e mulheres pudessem estar livres do pecado e da morte eterna, e tornassem a ter comunhão com Deus.
2. Deus enviou Jesus. O Filho de Deus veio ao mundo para que, por meio do seu sangue derramado em seu sacrifício, pudéssemos ter o perdão dos pecados e o acesso irrestrito a Deus. Aqueles que creem em Jesus Cristo e o recebem como seu Salvador recebem o perdão dos pecados, mas os que rejeitam a Jesus estão selando seu próprio destino com a condenação eterna: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). O padrão de Deus é simples: a mensagem do evangelho é anunciada, e aqueles que acreditam naquilo que Deus fez por intermédio de Jesus e se arrependem de seus pecados recebem a salvação, e com ela o perdão de seus pecados e a vida eterna.
3. Salvação, plano de Deus. Essa salvação planejada por Deus, em Jesus, é oferecida a todas as pessoas, indistintamente. O plano de Deus é que todos sejam alcançados pela mensagem do evangelho. Ele é descrito pelo apostolo Pedro como um Deus “[...] longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pe 3.9). Esta é a regra, e a palavra “todos”, mencionada por Pedro, não traz a ideia de uma salvação oferecida incondicionalmente a um pequeno grupo de pessoas escolhidas. A vontade de Deus não é a salvação de alguns, mas de todos.
Deus sabe, pela sua presciência, quem será ou não salvo, mas a presciência divina não é um delimitador que arbitrariamente, sem qualquer explicação, escolhe quem vai ou não ser salvo. Há quem diga que essa escolha está baseada na chamada “soberania de Deus”, que escolhe, sem critérios explicáveis biblicamente, quem vai se perder ou quem vai ser salvo. Essa é uma interpretação que tira o foco do amor de Deus na salvação dos perdidos. Se soberanamente Deus já escolheu quem vai ou não ser salvo, porque seria necessário mandar Jesus para morrer? Vamos anunciar o evangelho apenas para descobrir quem já estava predestinado anteriormente para ser salvo? Claro que não. Anunciamos o evangelho para que as pessoas tenham a oportunidade de escolher o destino eterno que as aguarda após terem decidido se vão ou não aceitar a Jesus.



Pense!

De acordo com a Palavra de Deus, o plano da Salvação, objetivando a vontade do Altíssimo, é que todos, e não alguns, sejam salvos.



Ponto Importante

A presciência de Deus no tocante àqueles que serão salvos não é um fator delimitador e restritivo para quem efetivamente será alcançado pela salvação.



II. A DINÂMICA DA SALVACÃO

1. A salvação é pela graça. A Bíblia diz que “pela graça coisa salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Cremos que a graça de Deus é um favor que não merecemos, mas que nos é oferecida indistintamente: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Obras não são suficientes para proporcionar a salvação de um pecador, pois sempre serão insuficientes para alcançar os padrões de Deus.
Deus escolheu mostrar a nós que nossas obras são maculadas por nossos pecados, e o que precisamos mesmo não é realizar mais obras, mas reconhecer que somos pecadores e depender da misericórdia divina, manifesta em Jesus Cristo: “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32).
2. O livre-arbítrio e a soberania de Deus. Há quem ensine que o chamado livre-arbítrio, ou a capacidade dada aos seres humanos para fazer escolhas e tomar decisões até na esfera espiritual, não está na Bíblia. De fato, a expressão “livre-arbítrio” não é mencionada nas Escrituras, mas o seu conceito sim. Em diversas passagens na Palavra de Deus somos advertidos a fazer escolhas sobre a nossa vida espiritual: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente, amando ao SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e te achegando a ele” (Dt 30.19,20a). Dizer que o conceito de livre-arbítrio é humano, filosófico e antibíblico é ignorar o fato de que Deus nos responsabiliza por nossas escolhas, escolhas essas que Ele mesmo nos permite fazer. De outra forma, Deus seria injusto julgando-nos por decisões que não tomamos e por planos que não fizemos.
3. O livre-arbítrio e a predestinação. Somos responsáveis por nossos pecados. Houve um reformador que ensinou que se uma pessoa furta ou comete adultério, ela simplesmente está cumprindo um designio de Deus, sendo, portanto, “ministro de sua providência”. Se essa ideia é correta, então não podemos julgar outras pessoas que cometem delitos, pois essas pessoas, já estavam predestinadas a esses comportamentos, pois estão cumprindo a vontade de Deus. Deus não pensa assim! Ele não faz com que as pessoas busquem cometer pecados e façam outras coisas que Ele mesmo reprova em sua Palavra. Quem veio para matar, roubar e destruir foi Satanás, e ele tenta sempre fazer com que o coração dos homens seja influenciado para fazer o mal. Deus sempre nos aponta o caminho a ser seguido para que possamos ter uma vida de comunhão com Ele. E nenhum pensamento humano deve ser tido por absoluto, principalmente se esse pensamento não encontra respaldo nas Escrituras.



Pense!

Deus nos julgará conforme as decisões e escolhas que fizemos em relação aos seus mandamentos.



Ponto Importante

O livre-arbítrio é a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas, tornando-nos responsáveis por cada uma delas.



III. AMOR E SOBERANIA DE DEUS

1. Cremos no amor de Deus para todos? A resposta bíblica a essa pergunta pode ser vista nos textos: Deus amou o mundo a ponto de mandar seu Filho para salvar aqueles que cressem nEle (Jo 3.16), e Deus não quer que ninguém se perca (2Pe 3.9). Há cristãos piedosos que acreditam que Deus escolhe somente algumas pessoas para salvar, descartando as demais pessoas sem um critério claro dessa rejeição divina. Esse entendimento apela para a capacidade soberana de Deus, de escolher a quem vai salvar. Entretanto, tal entendimento vai de encontro ao amor de Deus. O plano de Deus não era mandar Jesus para morrer pelos pecados de algumas poucas pessoas, mas de todas as pessoas, em que pese o fato de que apenas os que crerem em Jesus é que serão salvos. A mensagem da salvação é oferecida a todos, mas serão salvos apenas os que crerem em Jesus.
2. Cremos na soberania de Deus. A soberania de Deus não é afetada pelo livre-arbítrio humano. Um governante de um país não tem sua soberania ameaçada por causa de um criminoso que comete delitos, pois se naquele país existem leis que punem delitos, essas leis serão aplicadas para responsabilizar os atos dos malfeitores, e em nada a soberania do governante é ameaçada. Deus permanece soberano em quaisquer circunstâncias, esteja o homem pecando ou não. Em sua soberania, Deus vai responsabilizar o homem por suas escolhas.



Pense!

Deus não enviou Jesus ao mundo para morrer pelos pecados de algumas pessoas, mas de toda a humanidade.



Ponto Importante

A soberania do Todo-Poderoso jamais é ou será afetada pelo livre-arbítrio humano.



CONCLUSÃO

Esta lição não esgota o assunto, apenas o apresenta introdutoriamente de forma bíblica e didática. Não somos salvos por ter o conhecimento completo da mecânica da salvação, mas sim por crer no Senhor Jesus Cristo como nosso Salvador. Por isso, falemos de Jesus e de sua salvação, para que todos venham a conhecer o plano de Deus e terem a oportunidade de receber a salvação, que vem do Senhor.

ESTANTE DO PROFESSOR

George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000.

HORA DA REVISÃO

1. A salvação dos perdidos é obra de quem?
A salvação dos perdidos é obra do Espírito Santo.

2. Quem convence o homem de seus pecados e do perdão?
O Espírito Santo.

3. A salvação é plano de Deus? Ela é oferecida a todos?
Sim. A salvação planejada por Deus, em Jesus, é oferecida a todas as pessoas, indistintamente. O plano de Deus é que todos sejam alcançados pela mensagem do evangelho.

4. O que é livre-arbítrio?
A capacidade dada aos seres humanos para fazer escolhas e tomar decisões até na esfera espiritual.

5. A soberania de Deus é afetada pelo livre-arbítrio?
A soberania de Deus não é afetada pelo livre-arbítrio humano. Deus permanece soberano em quaisquer circunstâncias, esteja o homem pecando ou não. Em sua soberania, Deus vai responsabilizar o homem por suas escolhas.

SUBSÍDIO

“A Igreja e Missões

A evangelização do mundo é o imperativo do Novo Testamento. ‘O evangelho deve ser proclamado [anunciado] entre todas as nações’ (Mc 13.10, tradução livre). O Advogado a realizar a tarefa é o Espírito Santo, enquanto que a instituição escolhida divinamente para a proclamação é a Igreja de Jesus Cristo. Essas são afirmações sérias e bíblicas.
Até mesmo uma leitura superficial do Novo Testamento irá convencer o leitor da relevância da igreja na atual administração de Deus. Cristo amava a igreja e deu-se a si mesmo por ela. Somos assegurados de que no momento Ele está edificando sua igreja e que, por fim, irá ‘apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, mas santa e irrepreensível’. Tudo isso está de acordo com o propósito eterno que Deus tinha em Cristo Jesus nosso Senhor (Ef 5.25-27; 3.10,11).
A igreja é a geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido por Deus. O propósito desse grande chamado é que a igreja exponha as virtudes dEle, que a tirou da escuridão para sua maravilhosa luz. A igreja é uma criação proposital em Cristo Jesus; ela é o corpo de Cristo (sua manifestação visível) e o templo do Espírito Santo. Ela foi criada no dia de Pentecostes para personificar o Espírito Santo na realização do propósito de Deus neste mundo.
Missões não é uma imposição feita à igreja, pois faz parte de sua natureza e deveria ser tão natural para ela quanto as uvas são naturais para os galhos que se dependuram no vinhedo” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000, p.244).





LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS 1º Trimestre de 2017 
Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho 
Lição 13: O que posso fazer por minha igreja
Data: 26 de Março de 2017



TEXTO DO DIA

“Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto” (Sl 100.2).

SÍNTESE

Fomos chamados para servir ao Senhor e ao próximo.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Cl 1.24
Suportando aflições em prol da Igreja



TERÇA — Rm 12.5
Um só corpo



QUARTA — Ef 5.29,30
Membros do corpo



QUINTA — 1Co 12.12
Igreja, Corpo de Cristo



SEXTA — Ef 4.12
A edificação do corpo



SÁBADO — Ef 4.3
Guardando a unidade do corpo

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
MOSTRAR como o Senhor vê a Igreja;
CONSCIENTIZAR de que devemos cooperar no ministério da Igreja;
DISCUTIR a respeito da Igreja e a segunda vinda de Jesus.

INTERAÇÃO

Professor, com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados mediante o estudo a respeito da Noiva de Cristo. A Igreja não foi estabelecida por homem algum. Ela foi fundada por Jesus Cristo e segue vitoriosa. Você faz parte dessa Igreja, por isso não deixe de cumprir com a sua missão evangelizadora.
Na lição de hoje estudaremos a respeito do que podemos fazer em favor da igreja. Muitos são os desafios do nosso tempo e Deus conta com você. Ele quer usar seus dons e talentos para que a Igreja prossiga testemunhando de Cristo e dando continuidade a obra do Senhor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Chegue com antecedência à classe e reproduza no quadro a tabela abaixo. Providencie papel e caneta. Peça que os alunos formem três grupos. Cada grupo ficará com uma missão da igreja. Em seguida distribua papel e canetas e peça que eles preencham os quadros com o que a igreja pode fazer para cumprir com sua missão evangelizadora, ensinadora e social. Depois que os grupos terminarem, forme um único grupo. Mostre o que os alunos produziram e discuta com eles as ações.



TEXTO BÍBLICO

Efésios 5.22-30.

22 — Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor;
23 — porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
24 — De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.
25 — Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
26 — para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27 — para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
28 — Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.
29 — Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
30 — porque somos membros do seu corpo.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

O título desta lição, “o que posso fazer por minha igreja”, conota a sua participação na igreja local. Ao longo deste trimestre, estudamos a Igreja de Jesus Cristo, com os pontos principais apontados pela Bíblia e pela Teologia. Nesta última lição, vamos delimitar qual é a nossa participação nessa instituição chamada Igreja de Jesus Cristo. Como podemos servi-la melhor, servindo igualmente a Cristo? Como fortalecer pessoas ajudando no ministério local? Como cooperar dentro do Corpo de Cristo?

I. A IGREJA E EU

1. Como Deus vê a Igreja. Há pessoas que por terem passado por alguma experiência negativa na igreja local, atualmente estão a denegrir a imagem e a concepção da Igreja. Muitos dizem que amam a Jesus, mas não gostam da igreja. Essa é uma frase que vem sendo constantemente pronunciada por muitos que estão feridos e magoados com algum crente. Se amarmos o Noivo não podemos deixar de amar a sua noiva. Deus vê a Igreja como a noiva de Cristo. Não é possível dizer que amo a Jesus e não tolerar a Igreja, pois o destino final da Igreja é estar com Jesus na eternidade.
2. Fazemos parte da Igreja. Eu e você somos parte de um corpo, a igreja local. E porque ela é tão importante para o nosso crescimento e comunhão? Porque cada igreja local é uma pequena representação do Reino de Deus. Não é possível, até então, todos os salvos em Cristo, os que estão vivos nesta terra e os que estão vivos na glória, reunirem-se como a Igreja Universal em um único lugar. Por isso, as igrejas locais são uma representação do Reino de Deus na Terra.
3. Olhe para Jesus. Em um agrupamento social, podemos ter desavenças, e isso pode ocorrer mesmo dentro do ajuntamento dos santos de Deus. Entretanto, isso não deve servir de embaraço para servir a Deus na igreja local. Desavenças não podem ser desculpas para deixarmos de congregar ou de servir ao Senhor com nossos talentos e dons.
O autor da Carta aos Hebreus nos desafia a manter nosso foco em Jesus, deixando de lado o pecado, aquilo que nos faz desagradar a Deus, como também os embaraços, coisas que apesar de não ser pecado, tiram o nosso foco da pessoa de Jesus (Hb 12.1).



Pense!

Pessoas são imperfeitas, por isso, olhe sempre para Jesus, pois Ele não nos decepciona.



Ponto Importante

As desavenças não podem ser desculpas para que você deixe de servir ao Senhor com seus talentos e dons.



II. AJUDANDO NO MINISTÉRIO DA IGREJA

1. O ministério da igreja local. A igreja local é o ponto de partida para que possamos iniciar nossos trabalhos em prol do Reino de Deus. Não podemos desenvolver talentos relacionados ao ministério, seja ele pastoral, evangelístico ou de ensino, se não entendermos que ministraremos para o Corpo de Cristo. E devemos ter um espírito desejoso de aprender, de ouvir conselhos dos obreiros mais experientes e de buscar ser pessoas que somam, e não que dividem trabalhos (Fp 2.3).
2. Servindo aos irmãos. Ao lavar os pés dos discípulos, sendo Jesus o Mestre, mostrou-lhes como deveriam agir, não com soberba, partidarismo ou desejo de ser grande, mas com o propósito de ser útil, independente da posição que se ocupa (Jo 13.15). Jesus tinha todo o direito de ter seus pés lavados por seus discípulos, mas ensinou por meio do exemplo a forma como devemos nos comportar, servindo aos nossos irmãos.



Pense!

Servir a Deus e ao próximo é um privilégio.



Ponto Importante

Fé e obediência devem caminhar juntas.



III. AGUARDANDO A VOLTA DE JESUS

1. Promessa feita por Cristo. Um dos fatores mais importantes no Novo Testamento era a certeza da volta de Jesus para resgatar seus santos. A igreja primitiva tinha essa esperança, e nós não devemos perdê-la. Essa promessa ainda não se cumpriu, e estamos aguardando esse retorno do Rei para buscar sua amada noiva. Em que nos baseamos para acreditar que essa promessa ainda vai ser cumprida? Na fidelidade de Deus, pois Ele é fiel às suas promessas (2Tm 2.13). Em seu último discurso, Jesus deixou claro que não nos deixaria órfãos, mas que voltaria para nos buscar (Jo 14.18). Por isso, podemos crer que Ele não se esqueceu de sua promessa. Logo teremos uma grande celebração nos céus para participar.
2. A certeza da sua vinda. Jesus não marcou uma data para retornar, mas deixou claro que voltaria (Jo 14.3). Além da certeza de sua vinda, temos a consciência também de que seremos levados por Ele para estar na eternidade. Já vemos sinais que mostram que nosso tempo neste mundo está chegando ao fim, e que se aproxima o retorno prometido do Rei. Já vemos levantes contra a Igreja de Cristo em diversas partes do mundo, em um sinal claro de que nosso tempo aqui está acabando.
Pedro já tinha avisado que pessoas sem temor e debochadas iriam colocar em cheque a vinda de Cristo, como se fosse um evento que não aconteceria. Mas Deus tem seus planos, e mesmo que pareça aos nossos olhos demorado o cumprimento dessa promessa, temos um Deus que zela por suas Palavras (2Pe 3.9). Ainda que hajam pessoas entre nós que se esqueceram da volta de Jesus, devemos realçar esse ensino, pois a volta de Jesus, mais do que uma doutrina bíblica, é um evento que vai acontecer.
3. A Igreja que Cristo levará consigo. Por ocasião da vinda de Cristo para buscar a sua Igreja, no arrebatamento, Jesus levará consigo seus servos e servas fiéis, que nEle esperam e depositam sua confiança. Para várias pessoas esse será um momento de pesar, pois elas perceberão que não creram em Jesus ou não levaram a sério a vida com Deus. Para outras, será um momento de regozijo e alegria. Aguardar a vinda de Jesus é um dever para todos os jovens, pois Jesus há de vir buscar aqueles que aguardam a sua vinda, independente de sua idade. Lembre-se de que em uma de suas parábolas, o Mestre contou a história de dez virgens, damas de honra, que entrariam com a noiva na festa de seu casamento. A noite chegou, e como tardou o noivo, todas essas damas cochilaram. Algumas levaram azeite de sobra consigo, de tal maneira que quando o noivo chegou e elas tinham suas lâmpadas acesas, essas entraram, ao passo que as imprudentes, as que sabiam que deveriam ter azeite de sobra para um eventual atraso do noivo, e não levaram azeite consigo, ficaram de fora da comemoração. Portanto, esteja atento aos sinais do retorno de Jesus. Esteja preparado hoje para a volta do Senhor.



CONCLUSÃO

Estar na igreja, servindo ao Senhor e cooperando com o fortalecimento de nossos irmãos até que o Senhor Jesus retorne é uma honra. E cabe a nós cada vez mais usar nossos talentos em prol do Reino de Deus.

ESTANTE DO PROFESSOR

LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008.

HORA DA REVISÃO

1. Como Deus vê a Igreja?
Deus vê a Igreja como a noiva de Cristo.

2. É possível amar a Jesus e não amar a Igreja?
Não. Se amarmos o Noivo não podemos deixar de amar a sua noiva.

3. Como Jesus trata a sua igreja?
Ele a trata com amor altruísta.

4. Por que a igreja local é importante para o nosso crescimento?
Porque cada igreja local é uma pequena representação do Reino de Deus, onde mediante o estudo sistemático da Palavra de Deus crescemos em graça e sabedoria.

5. O que Jesus desejou mostrar ao lavar os pés aos discípulos?
Ao lavar os pés dos discípulos, sendo Jesus o Mestre, mostrou-lhes como deveriam agir, não com soberba, partidarismo ou desejo de ser grande, mas com o propósito de ser útil, independente da posição que se ocupa (Jo 13.15).

SUBSÍDIO I

“O jantar com os discípulos e o lava-pés (Jo 13.1-38)
O capítulo 13 contém o cenário para lidar com dois discípulos específicos. Esta parte da narrativa concentra-se nos últimos dias de vida de Jesus na terra. Ele morrerá durante a época da oferta dos cordeiros pascais no templo de tarde, antes da refeição da noite, que é a Páscoa. Ele será o Cordeiro pascal que João anunciou no capítulo 1.
Jesus sabe que ‘já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai’. Como mencionado antes, a expressão inclui sua morte, ressurreição e ascensão. Antes de partir, Ele quer expressar aos discípulos ‘a plena extensão do seu amor’. Nesta cena do lava-pés, vemos o ato de amor em antecipação ao seu sofrimento na cruz por eles. Trata-se de um ato extremamente humilde de amor que se dá. A expressão deste amor também requer humildade mediante a modelagem e a manipulação da traição.
Lidar com a traição surge cedo no texto. No grego, os versículos 2 a 4 formam uma oração gramatical. A ideia principal, que Jesus levanta do jantar para lavar os pés dos discípulos, é estabelecida no contexto da traição. Comer com alguém era coisa significativa naquela cultura; ser anfitrião denotava proteger todos que vinham, e os convidados responderiam de acordo” (Comentário Bíblico Pentecostal. 1ª Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2009, p.572).

SUBSÍDIO II

“Bodas do Cordeiro
A Bíblia descreve muitos casamentos. O próprio Deus celebrou o primeiro de todos os casamentos (Gn 2.18-25). Dentre alguns casamentos célebres, podemos destacar o de Jacó e Lia, o de Rute e Boaz, o de Acabe e Jezabel, e o casamento em Caná, onde Jesus realizou seu primeiro milagre.
No entanto, o mais maravilhoso dos casamentos ainda está por vir. Jesus profetizou acerca dele por meio de parábolas (Mt 22.2; 25.1; Lc 12.35,36) e João descreveu o que Deus lhe mostrou em uma visão: ‘Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demo-lhes glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou’ (Ap 19.7).
O anfitrião deste casamento será Deus Pai. Ele é descrito preparando a cerimônia e enviando seus servos para chamar os convidados (Lc 14.16-23). O noivo é Jesus Cristo, o Filho amado do Pai. Em João 3.27-30, João Batista referiu-se a Jesus como ‘esposo’ e a si mesmo como o ‘amigo do esposo’. Em Lucas 5.32-35, Jesus, em uma alusão a sua morte, disse: ‘Dias virão, porém, em que o esposo lhe será tirado, e, então, naqueles dias, jejuarão’.
A identidade da noiva também é evidente. O apóstolo Paulo, a respeito da Igreja, escreveu: ‘[...] porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo’ (2Co 11.2). Posteriormente, aos efésios, ele escreveu: ‘Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela’ (Ef 5.25)” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.105,106).

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