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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Estudo livro de Exôdo (33) מחקר שמות

                   ESTUDO E COMENTARIO LIVRO DO EXÔDO 
                                        ADORAÇÃO NO DESERTO 
      
                                               A ORDEM DIVINA

Este capítulo é o começo de um dos mais ricos filões da mina inesgotável de inspiração—um veio no qual cada pancada do alvião descobre riquezas incontáveis. Sabemos qual é o único alvião com o qual podemos trabalhar numa tal mina, a saber, o ministério distinto do Espírito Santo. A natureza humana nada pode fazer aqui. 
A razão é cega e a imaginação completamente inútil; a inteligência mais elevada, em vez de estar em estado de interpretar os símbolos sagrados, parece-se mais a um morcego ante o resplendor do sol, chocando-se contra os objetos que é inteiramente incapaz de discernir. Devemos obrigar a razão e a imaginação a ficarem a parte, enquanto, com um coração puro, um olhar sensato e pensamentos reverentes entramos nos recintos santos e contemplamos fixamente o mobiliário cheio de significado. Deus o Espírito Santo é o único que nos pode guiar através dos recintos da casa do Senhor e de interpretar para as nossas almas o verdadeiro significado de tudo que se apresenta à nossa vista. Querer dar a sua explicação com o auxílio de faculdades não santificadas seria mais absurdo do que tentar reparar um relógio com as tenazes e o martelo de um ferreiro. "As figuras das coisas que estão no céu" (Hb 9:23) não podem ser interpretadas pela mente natural, ainda mesmo a mais cultivada. Devem ser lidas à luz do céu.

O mundo não tem nenhuma luz que possa revelaras suas belezas. Aquele que produziu as figuras é o único que pode explicar o que elas significam. E Aquele que deu os símbolos é quem pode interpretá-los.

Para a vista do homem parecerá que há irregularidade na maneira como o Espírito apresenta o mobiliário do tabernáculo; mas, na realidade, como poderia esperar-se, existe a mais perfeita ordem, a precisão mais notável e a exatidão mais minuciosa. Desde o capítulo 25 ao capítulo 30, inclusive, temos uma parte distinta do Livro do Êxodo. Esta parte subdivide-se em duas partes, das quais a primeira termina no versículo 19 do capítulo 27, e a segunda no fim do capítulo 30. 
A primeira começa com a descrição da arca do concerto, dentro do véu, e termina com o altar de bronze e o átrio no qual o altar devia ser posto. Quer dizer, dá-nos, em primeiro lugar, o trono do juízo do Senhor, sobre o qual Ele se assentava como Senhor de toda a terra; e este trono conduz-nos àquele lugar onde o Senhor encontra o pecador em virtude e com base na obra de uma expiação consumada. Depois, na segunda parte temos a maneira de o homem se aproximar de Deus—os privilégios, as honras, e as responsabilidades daqueles que, como sacerdotes, podem aproximar-se da presença Divina para prestarem culto e gozarem da Sua comunhão. Deste modo a ordem é perfeita e bela. Como poderia ser de outro modo, visto que é divinal A arca e o altar de bronze apresentam, em certo sentido, dois extremos. A primeira era o trono de Deus estabelecido em "justiça e juízo" (SI 89:14). A última era o lugar onde o pecador podia aproximar-se, porque "a misericórdia e a verdade" iam adiante do rosto de Jeová. O homem, por si mesmo, não ousava aproximar-se da arca para se encontrar com Deus, porque o caminho do santuário não estava ainda descoberto (Hb 9:8).

Porém, Deus podia vir ao altar de bronze para encontrar o pecador. "A justiça e o juízo" não podiam admitir o pecador no santuário; mas a misericórdia e a verdade podiam fazer sair Deus—não envolto naquele resplendor irresistível e majestade com que costumava brilhar do meio das colunas místicas do Seu trono—"os querubins de glória"—, mas rodeado daquele ministério gracioso que nos é apresentado, simbolicamente, no mobiliário e nas ordenações do tabernáculo.
Tudo isto nos pode muito bem recordar o caminho que percorreu Aquele bendito Senhor que é o antítipo de todos estes símbolos-a substância destas sombras. Ele desceu do trono eterno de Deus no céu até à profundidade da cruz no Calvário. Deixou toda a glória do céu pela vergonha da cruz, a fim de poder conduzir o Seu povo remido, perdoado e aceite por Si Mesmo, e apresentá-lo inculpável diante daquele próprio trono que Ele havia abandonado por amor deles. O Senhor Jesus preenche, em Sua própria Pessoa e obra, todo o espaço entre o trono de Deus e o pó da morte, assim como a distância entre o pó da morte e o trono de Deus.
N'Ele Deus desceu, em perfeita graça, até ao pecador, e n'Ele o pecador é conduzido, em perfeita justiça, até Deus. Todo o caminho, desde a arca ao altar, está marcado com as pegadas do amor; e todo o caminho desde o altar de bronze até a arca de Deus estava salpicado com sangue da expiação; e todo adorador ao passar por esse caminho maravilhoso vê o nome de Jesus impresso em tudo que se oferece à sua vista. Que este nome venha a ser o mais precioso de nossos corações! Vamos proceder agora ao exame dos capítulos que se seguem.
E interessante notar que a primeira coisa que o Senhor revela a Moisés é o Seu propósito gracioso de ter um santuário ou santa habitação no meio do Seu povo — um santuário formado de materiais que indicavam Cristo, a Sua Pessoa, a Sua obra, e o fruto precioso dessa obra, como os vemos à luz, no poder e diversas mercês do Espírito Santo. Além disso, estes materiais eram o fruto fragrante da graça de Deus — as ofertas voluntárias de corações consagrados. Jeová, cuja Majestade o céu dos céus não poderia conter (l Rs 8:27), achava o Seu agrado em habitar numa tenda erigida para Si por aqueles que nutriam o desejo ardente de saudar a Sua presença no meio deles. Este tabernáculo pode ser considerado de duas maneiras; primeira, como uma "figura das coisas celestiais"; e, segunda, como uma figura profundamente significativa do corpo de Cristo. Os vários materiais de que se compunha este tabernáculo serão apresentados à nossa consideração à medida que formos desenrolando o assunto. Portanto, vamos considerar os três assuntos mais importantes que este capítulo põe diante de nós, a saber: a arca, a mesa e o castiçal.C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.

Um santuário. Ou seja, o tabernáculo, lugar onde a presença de Deus poderia manifestar-se de modo especial. O termo santuário refere-se á inteira área sagrada fechada, incluindo o átrio. Foram baixadas instruções divinas quanto à sua construção (Êxo. 25.9,40; 26.30; 27.8). Deus foi o seu arquiteto. O trecho de I Crô. 28.19 diz-nos que houve algum modelo divino envolvido na estrutura, e que os judeus tolamente imaginaram que havia um tabernáculo paralelo mais elevado, no próprio céu, e que foi copiado do tabernáculo terrestre. Essa ideia, parecida com a dos universais e os particulares de Platão, é ventilada em Heb. 9.23 ss, onde há notas completas no Novo Testamento Interpretado. “A noção de um modelo celestial de templos, objetos de culto e leis é universal no antigo Oriente Próximo” (J. Edgar Parke, in Ioc.). “Assim como a obra de criação precisou de sete dias, e assim como a edificação do segundo templo ocupou sete anos (I Reis 6.38), assim também a ereção do tabernáculo precisou de sete meses (cf. Êxo. 19.1 ss.; 24.18; 34.28; 40.17). A narrativa de Êxo. 39.1-31 divide-se em sete parágrafos, assinalados pela expressão ‘e Yahweh ordenou a Moisés’; 0 que também se vê em Êxo. 40.17-32. O editor arranjou a série de comandos em sete seções (25.1 ss.), cada qual começando com as palavras ׳e Yahweh falo u a Moisés, dizendo. Alguma s das seções, por sua vez, estão subdivididas em sete partes, cada qual começando pelas palavras ‘e farás”. (J. Coert Rylaarsdam, in Ioc.). Assim, 0 registro escrito foi feito com grande previsão e execução, visto estarem sendo tratadas questões de grande importância.
Para que eu possa habitar no meio deles. Um lugar onde a presença divina pudesse ter comunhão com os homens, na verdade um lugar humilde em comparação com as riquezas do culto do Egito e de outras nações, mas um lugar onde havia reais manifestações da divindade, e não próprias da idolatria. Ver também Êxo. 29.42-46; 40.34-38 quanto à ênfase sobre a habitação entre os homens. Como é claro, isso tipificava a encarnação do Logos (João 1.1,14), a habitação maior e 0 acesso superior (ver no Dicionário 0 verbete Acesso, como também 0 trecho de Atos 7.48).
O Tipo. No artigo intitulado Tabernáculo, no Dicionário, em sua décima seção, apresento as principais lições espirituais e os tipos envolvidos na estrutura e em seu culto. Adiciono aqui algumas notas sobre o tipo envolvido:
Um Tipo Tríplice:

1. A Igreja (o tabernáculo ou templo do Novo Testamento) é o lugar da habitação do Espírito de Deus (Êxo. 25.8; Efé. 2.19-22).
2. O tabernáculo tipificava o crente individual, por igual modo (II Cor. 6.16).
3. Em seus vários itens de construções e de mobiliário, representava vários aspectos do caráter, do poder e das graças de Cristo, sendo uma figura de coisas celestiais (Heb. 9.23,24).
Assim, na arca, feita de madeira revestida de ouro, temos o símbolo da natureza divino-humana de Cristo. Sua lei tem paralelo na lei do Espírito, implantada no coração do crente. A ressurreição é tipificada na vara de Arão que floresceu (Núm. 17.10). O propiciatório ou tampa da arca refere-se à graça da expiação.

SIMBOLISMOS DO TABERNÁCULO

1. Da igreja como a habitação de Deus através do Espírito: Êxo. 25.8; Efé. 2.19-22
2. Do crente: II Cor. 6.16
3. Uma figura das coisas nos céus: Heb. 9.23,24
4. O propiciatório, 0 trono de Deus; Seu lugar de manifestação: Gên. 3.24; Eze. 1.6; Rom. 3.15
5. A encarnação de Cristo: Col. 1.19
6. Graus de acesso a Deus, simbolizados por suas três cortinas e compartimentos internos. As divisões foram anuladas em Cristo: Heb. 10.10 ss.
7. A auto-revelação divina e o progresso em revelação: Apo. 21.3. A revelação traz a salvação como seu maior benefício.
8. O tabernáculo era o centro da vida de Israel. As tribos acampavam ao redor dele. Quando substituiu o tabernáculo, 0 Templo se tornou 0 centro da atenção de Israel. Na época no Novo Testamento, 0 Espírito transforma cada pessoa em um templo e ali habita.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 414; 416.

II - O PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. O pátio "Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx 27.9).

Deus ordenara que o Tabernáculo deveria ter um pátio (Ex 27.9). Esse pátio tinha formato retangular e media cerca de 22 metros de largura por 45 metros de comprimento (Ex 27.18). Ele era cercado por cortinas e havia uma única entrada para ele. O pátio cercado por cortinas simbolizava a separação que deve haver para a adoração a Deus. Como bem explica Matthew Henry, “o pátio era um tipo da igreja, fechada e separada do resto do mundo, encerrada por colunas, indicando a estabilidade da igreja, fechada com o linho limpo, que está escrito que é a justiça dos santos (Ap 19.8). Este eram os átrios pelos quais ansiava Davi e onde ele anelava residir (SI 84.2,10), e onde o povo de Deus entrava com louvor e agradecimentos (SI 100.4)”.A porta única de entrada para o pátio representava Cristo, que é a única Porta de acesso a Deus, o único Caminho para o céu (Jo 10.9; 14.6).COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 93.

TEMPLO (ÁTRIOS)
Quatro átrios faziam parte do templo de Jerusalém:

1. O átrio dos gentios. Era assim chamado porque os gentios podiam entrar no mesmo, mas não mais adiante, sob pena de morte. Simbólico e espiritualmente, esse átrio mostrava que os gentios tinham um acesso apenas limitado à adoração e ao serviço de Deus. Eles não podiam adentrar o santuário, e, muito menos ainda, o Santo dos Santos.
Porém, em Cristo todas essas barreiras foram derrubadas.Agora há acesso a todos os crentes, até o trono de Deus (Heb. 10: 19,20), por intermédio do Caminho, que é Cristo.

Temos acesso mediante o sangue de Cristo, o novo e vivo caminho que nos foi aberto. Agora Cristo é o nosso Sumo Sacerdote, e nós somos um reino de sacerdotes (Apo. I: 6; 5: 10). Mais do que isso, o crente tomou-se um templo do Espírito de Deus (I Cor. 3: 16), e a Igreja, coletivamente falando, é o templo para habitação de Deus, em Espírito (Efé. 2: 19,20).

2. O átrio de Israel. Os homens de Israel tinham o direito de admissão a esse átrio. Esse átrio representava um outro nível de acesso. Embora participassem da adoração no templo, os israelitas comuns não tinham acesso ao Santo dos Santos. Somente o sumo sacerdote, e isso mesmo apenas uma vez por ano, podia entrar ali, a fim de cumprir a expiação simbólica sobre o propiciatório. Ver Exo. 30: 10.

3. O átrio dos sacerdotes. Era nesse átrio que ficava o altar dos holocaustos, e onde os sacerdotes e levitas exerciam o seu ministério. Esse átrio representava ainda um outro nível de acesso a Deus, embora ainda não o mais elevado. Até mesmo o Santo dos Santos era mero símbolo e acesso preliminar. Portanto, o templo de Jerusalém, com suas muitas divisões e níveis de acesso, servia de tipo de um acesso gradual a Deus. O evangelho de Cristo elimina todas as divisões. Ver Efé. 2: 17 ss. O Espírito Santo confere aos crentes o mais pleno acesso.
4. O átrio das mulheres. Esse átrio ficava um pouco mais próximo do santuário do que o átrio dos gentios. O átrio das mulheres era posto à disposição das mulheres israelitas. No entanto, em Cristo não há qualquer distinção entre homem e mulher, no que concerne a privilégios espirituais (Gál, 3:28). Essa é uma doutrina revolucionária, exposta pelo cristianismo. Ver o artigo geral sobre Templo de Jerusalém o que provê uma ótima ilustração onde o leitor pode notar os vários átrios, sua configuração, etc.CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 338.

27:9-19.0 ÁTRIO.

9. O átrio do Tabernáculo. Esta área externa cercada provavelmente correspondia, como sugerido, a algo como um “ curral” . No que diz respeito ao Tabernáculo, o átrio marcava os limites externos de sua santidade (cf. os demarcadores colocados ao redor do Sinai no dia em que Deus desceu e Se revelou ali, (19:12). O futuro Templo em Jerusalém teria paredes para demarcar seus átrios. No deserto, a divisão correspondente era formada de uma série de postes que sustentavam pedaços de tecido, formando uma espécie de tela protetora como a usada hoje em dia ao redor de quadras de tênis. Seu propósito era oferecer uma área ampla ao ar livre (50m x 2Sm) onde o sacrifício pudesse ser realizado e outros ritos de natureza pública pudessem acontecer. Como o Tabernáculo propriamente dito ocupava apenas seis por cento da área do átrio, havia espaço de sobra, já que a época da Lei desconhecia as vastas multidões que lotavam os átrios do Templo em dias futuros (Is 1:12). Como em templos chineses na atualidade, só se ia ao Tabernáculo de YHWH com algum propósito específico, e normalmente só por ocasião de alguma festa religiosa. Em dias mais recentes, o número de átrios se multiplicou: aqui havia apenas um.
18. E cinco côvados de alto. A “ cerca” ao redor do átrio parece ter tido dois metros e meio de altura (ninguém poderia olhar por sobre ela), mas possuía uma abertura em um dos lados, que funcionava como porta.19. Todas as suas estacas. As estacas firmavam a estrutura como , um todo, tal .como o fazem hoje com grandes tendas ou toldos.R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 191.

O Átrio do Tabernáculo. 27: 9-19.

Uma área retangular, com 45,72 ms de comprimento por 22,86 ms de largura, rodeava o Tabernáculo. Estava envolvida por cortinas de linho branco, com 1,68 ms de altura, suspensas sobre colunas. Havia vinte colunas para cada um dos lados mais extensos e dez para os mais curtos. As colunas, ou estacas, eram de bronze com capitéis de prata (38:17), e se encaixavam em soquetes ou bases de bronze. As cortinas estavam presas às colunas por meio de ganchos de prata que se enganchavam sobre filetes ou cintas de prata das colunas. Cordas e pregos de bronze mantinham as cortinas esticadas (38:20). A entrada deste átrio ficava do lado oriental. Ali as cortinas se estendiam por 6,86ms de cada canto, deixando 9,14 ms para a entrada. A entrada se fechava com uma cortina de tapeçaria bordada, como a cortina da entrada do próprio Tabernáculo.
Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Editora Batista Regular Êxodo. pag. 68-69.

2. O altar dos holocaustos.

A primeira coisa que era vista pela pessoa que adentrava o pátio era o Altar dos Holocaustos, que era feito de madeira de cetim (acácia) coberta de bronze e seu formato era de um quadrado com 2,25 metros de cada lado por 1,35 metro de altura (Ex 27.1,2). Era ali que os animais eram imolados em sacrifício para expiação dos pecados. O sangue das vítimas era colocado nas pontas do altar e o restante dele, derramado na sua base (Lv 4.7). O Comentário Bíblico Beacon afirma que as pontas projetadas nos quatro cantos do altar “tinham provavelmente a forma de chifre de animal”, o que fazia deles, conforme o costume da época, “símbolos de poder e proteção”. Donald Stamps acrescenta que simbolizavam, portanto, “o poder e a proteção através do sacrifício”, conforme pode ser visto nas passagens de 1 Reis 1.50,51 e 2.28, e Salmos 18.2.
Matthew Henry lembra que tanto os animais sacrificados sobre o altar como a própria constituição do altar com madeira coberta de cobre (ou bronze, que nada mais é do que a liga de cobre e estanho) apontam para Cristo:
Este altar de cobre era um tipo de Cristo. [...] A madeira teria sido consumida pelo fogo do céu, se não tivesse sido protegida pelo cobre. E a natureza humana de Cristo não teria suportado a ira de Deus, se não fosse sustentada pelo poder divino. Cristo santificou-se pela sua Igreja, assim como o seu altar (Jo 17.9). E pela sua mediação Ele santifica os serviços diários do seu povo, que também tem o direito de comer deste altar (Hb 13.10), pois ali servem como sacerdotes espirituais. Às pontas deste altar, os pobres pecadores fogem em busca de refúgio, quando a justiça os persegue, e ali estão a salvo, em virtude do sacrifício ali oferecido.
Varas colocadas em argolas na estrutura do altar tinham a finalidade de propiciar o seu transporte pelos levitas (Ex 27.6,7), assim como acontecia com toda a mobília do Tabernáculo, que era móvel, com toda a sua estrutura desmontável. O altar era oco (Êx 27.8) e, como frisa o Beacon, “considerando que Israel só devia fazer altares de terra ou com pedras naturais, sem uso de instrumentos de ferro (Ex 20.24,25), julgamos que este altar semelhante a caixa era cheio de terra sempre que Israel assentava acampamento” e que “os animais sacrificiais eram colocados em cima da terra que enchia a armação de madeira e bronze”.As instruções de Êxodo 20.24-26 sobre a construção de altares é bastante interessante. Diz Deus:
Um altar de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, [...] [e] virei a ti e te abençoarei. E, se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. Não subirás também por degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.
Sobre esse final, é curioso ver o cuidado de Deus com os detalhes; especificamente aqui, o cuidado para que alguém não se apresentasse diante dEle e do povo mostrando, mesmo que de modo involuntário, a sua nudez. Aliás, esse cuidado pode ser visto até na roupa dos sacerdotes, que era extremamente composta, formal e — devido à importante função que exerciam -— tinha também, claro, a sua imponência, além dos simbolismos (Ex 28.4-43).
Diante desse cuidado divino, não há como não pensar nos dias de hoje, quando muitos acham que podem cultuar a Deus em público (não estamos falando aqui do privado) de qualquer maneira, mesmo com roupas que revelam a sua nudez. Ninguém está dizendo aqui que as pessoas devem ir para a igreja agora com as vestes dos sacerdotes do Antigo Testamento ou somente com roupas extremamente formais. A questão aqui são a compostura e a decência na Casa de Deus, que muitas vezes são esquecidas.
Quanto aos demais detalhes dessa instrução sobre os altares em Êxodo 20, a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal traz uma importante reflexão: [Deus] [...] concedeu-lhes instruções específicas sobre construção de altares, pois desejava controlar o modo de oferecer os sacrifícios.
Para evitar que a idolatria pervertesse a adoração, Deus não permitiu que as pedras do altar fossem de alguma forma cortadas ou modeladas. Também não permitiu que o povo construísse um altar em qualquer lugar. Tal atitude visava a impedir que iniciassem suas próprias religiões ou mudassem o modo como Deus desejava que as coisas fossem feitas. Deus não é contra a criatividade, mas Ele não admite que criemos a nossa própria religião.
Como observa também o Comentário Bíblico Beacon, “a simplicidade do altar [de terra] fazia o homem tirar a atenção de si mesmo e das coisas materiais para [voltar-se para] o Deus Exaltado. [...] [E] o uso de pedras em sua forma natural impedia que, nesta época, Israel fizesse embelezamentos artísticos, provavelmente por causa do perigo de idolatria”. Ou seja, o princípio aqui é claro: Deus não é contra a criatividade, mas é preciso ter cuidado para que, em nome da nossa criatividade, não percamos a simplicidade ou mesmo subvertamos o modelo bíblico do culto a Deus. Quando Deus permitiu que Israel tivesse altares mais elaborados, que foram justamente o Altar dos Holocaustos e o Altar do Incenso, estes foram burilados conforme a determinação divina (Ex 27.1-8; 30.1-5).COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag.
 93-96.

ALTAR
Lugar de se entrar em contato com o poder divino ou com os mortos, por meio de um sacrifício (ver o artigo) e de oferendas (ver o artigo). As religiões primitivas supunham que o altar de uma divindade seria o lugar onde ela manifestava a sua presença. O altar (do latim, altus, estrutura elevada), presumivelmente chamava a atenção do poder invocado.
Oferendas eram postas nessas estruturas a fim de aplacar ou solicitar o favor do deus do altar.
I. Altares pagãos. Eram de muitos tipos, formatos e dimensões. Na Idade do Bronze Antiga, alguns altares eram de meras pedras arrumadas. Na Idade do Bronze Moderna, alguns altares eram retangulares, feitos de tijolos ou' de pedras, erguidos com cimento de argila. Alguns altares eram estruturas imensas, e outros eram pequenos. Montões de pedras também serviam de altares, entre os povos pagãos.
II. Semitas. Eram similares aos altares acima descritos, em diferentes épocas. Altares foram edificados por Noé (Gên. 8:20), Abraão, em Siquém(Gên. 12:7), Isaque, em Beerseba (Gên. 26:25), Jacó. em Siquêm (Gên. 33:20) e em Betel (Gên. 35:7), Moisés, em Refidim (Êxo, 17: 15) e Horebe (Êxo, 24:4). Na cultura semita, os altares usualmente eram erigidos com propósitos sacrificiais, mas não exclusivamente.
Muitos eram feitos de rocha natural, com canais para que escorresse o sangue; ou eram montes de terra ou rochas escavadas, com valetas ao redor, com o mesmo propósito. Cria-se que o sangue derramado sobre o altar estava carregado com o poder da divindade, sendo assim útil para vários ritos de purificação e busca de poder.

III. ALTAR DO TABEMÁCULO. Na verdade, dois eram os altares do tabernáculo. Um deles, que ficava na metade oriental do trio, era de «bronze.. (influência fenícia, dizem alguns), recoberto de madeira de acácia (Exo. 27:1-8). As suas dimensões eram 2,5 m x 2,5 m x 1,5 m. Era o altar dos holocaustos. Tinha chifres que se projetavam nas pontas, bem como argolas e varas para ser transportado. Não havia topo, e talvez contasse com uma armação gradeada de metal, cheia de terra, o que explica como era resistente ao fogo ali posto. O segundo desses altares era menor, com 0,5 m x 0,5 x 1,0 m, de madeira de acácia recoberto de ouro (Êxo, 30:1-10). Tinha quatro chifres e uma borda de ouro, com argolas e varas para ser transportado. Era o altar do incenso, símbolo de nossas orações e intercessões (Lev. 16: 12).CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 122-123.

ALTAR (mia; local de sacrifício, plataforma elevada).

1. O nome. A palavra comum em latim para altar era ara. Os termos altare ou altariwn, dos quais nosso termo em português deriva, são posteriores, criados no ambiente eclesiástico. Era um substantivo formado a partir do adjetivo altos, que significa “elevado” e implica na ideia de alguma estrutura alta, com um topo plano, sobre o qual eram colocadas as ofertas para uma divindade ou eram feitos sacrifícios.
O termo grego comum era bomós, o qual aparentemente deriva-se de baino, “vir” ou “ir”. Assim, o significado básico seria “aproximar”, visto que se aplicava originalmente a qualquer plataforma elevada sobre a qual se colocava algo — como, por exemplo, um estacionamento alto para carruagens (Ilíada 8.441) ou a base de uma estátua (Odisseia 7.100). Aparentemente os antigos sentiram a necessidade de acrescentar o adjetivo hieros (“santo”) quando o termo bomos era usado para indicar um altar propriamente dito. No NT, este termo grego é empregado apenas uma vez, justamente em referência ao altar ateniense dedicado ao deus desconhecido. O termo marca a característica de Paulo de adaptar seu discurso à sua audiência não cristã (At 17.23).
As outras 21 ocorrências da palavra altar no NT (H. Cremer as relaciona em sua obra Biblico-Theological Lexicon of New Testament Greek, 292) representam uma palavra que parece ter sido emprega na LXX como a tradução literal da palavra hebraica comum para altar. O termo é thusiastêrion, derivado de thuo (“sacrificar”). A palavra hebraica, da qual Gesenius (Lexicon, 258) lista 401 ocorrências, é mizbêah, um substantivo derivado de zãbah (“sacrificar”). Portanto, o significado fundamental do termo hebraico é o local elevado onde o sacrifício era feito, embora tenha passado a ser usado para qualquer forma de mesa de oferta, como o “altar do incenso” (Êx 30.1-10).MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 236.

27:1-8. O ALTAR. Conforme ressaltado por Napier, há um constante movimento em direção ao exterior na ordem de descrição dos objetos.
Primeiro há a descrição da arca, na parte mais sagrada do Tabernáculo, e do candelabro, na parte mais ampla do Tabernáculo. Aí o movimento cessou por um pouco, para descrever a construção do Tabernáculo. Uma vez fora da tenda, caminhamos em direção ao altar, e ao átrio em que ele ficava. Quanto mais nos afastamos do centro, menos preciosos se tornam os materiais, e menos complexa a estrutura. Mais uma vez o simbolismo é claro.
1. O altar de madeira de acácia. Para permitir sua mobilidade, o altar foi feito de chapas de madeira de acácia revestidas de placas de cobre.
Era de formato quadrado, com aproximadamente 2,5 metros de lado, bem menor que o altar de cobre construído por Salomão, séculos mais tarde, que tinha 10 metros de lado por 5 metros de altura (2 Cr 4:1). Provavelmente os altares “ de terra” e “ de pedras toscas” previamente mencionados (20:24,25) eram de uso estritamente local, a não ser que admitamos (como fazem alguns comentaristas) que o interior desta estrutura oca de madeira e cobre ficasse sempre cheio de terra ou pedras não-lavradas até uma altura apropriada, de modo a que o altar continuasse a observar as regras do livro da aliança.
2. Farás levantar-se quatro chifres. Pontas em forma de chifre nos quatro cantos do altar, como era comum à maioria dos altares antigos. Tais chifres podem ter representado, no passado, os chifres dos animais oferecidos em sacrifício. Mais tarde passaram a ter a útil função de ganchos aos quais os sacrifícios podiam ser amarrados (SI 118:27), ou aos quais criminosos involuntários se agarrassem. Uma vez que o altar era “ um santuário” , jima “ cidade de refúgio” em miniatura, o réu podia-se agarrar a esses chifres, fazendo de si mesmo um sacrifício vivo, devotado a YHWH, e assim sob Sua proteção.
4. Uma grelha de bronze. Esta descrição não deixa suficientemente clara a posição e o propósito da grelha de bronze. Como a maioria dos altares, este era oco (v. 8). A grelha de bronze provavelmente repousava sobre uma saliência na parede interior do altar, na metade de sua altura (38:4, N.T.). Neste caso, o que se fazia com a carne era virtualmente um churrasco, permitindo que a gordura e as cinzas caíssem ao fundo do altar através da grelha. Isto explica a maneira pela qual o novo altar de Jeroboão em Betei “ se fendeu” , espalhando cinza por todo lado, para grande transtorno do rei (1 Rs 13:5), e também porque se fizeram pás e bacias para “ raspar” o altar, tal como se faz com uma lareira ou incinerador (v. 3). Isso também explica como era possível usar um altar de madeira sem que esta se queimasse. O fogo jamais entrava em contato com a madeira, que era apenas uma armação oca. A maioria dos comentaristas, entretanto, prefere seguir a sugestão de Driver, que afirmava que a grelha de bronze era a metade inferior da parede externa do altar, que permitia a passagem de uma corrente de ar para alimentar o fogo.
Este era o único altar de sacrifício no santuário israelita nos primeiros dias: o sangue era besuntado em seus “ chifres” quando da expiação cerimonial, e sobre ele os holocaustos ou ofertas queimadas eram colocados. As libações eram derramadas ao lado dele e sobre ele o sangue era aspergido. É normalmente chamado “ o altar de bronze” , em vista de sua aparência externa, embora fosse, na realidade, construído de madeira. O incenso, por outro lado, era oferecido num altar menor, que aparece, quase que como uma lembrança de última hora, em cap. 30. Este também era feito de madeira de acácia, mas revestido de ouro, não de cobre ou bronze.R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 189-191.

3. A pia de bronze (Êx 30-17-21).

Mas, finalmente, havia ainda no Pátio do Tabernáculo a Pia de Bronze. Ela era utilizada para o sacrifício de purificação (Ex 30.17-21). Essa lavagem cerimonial era feita com água constantemente substituída, já que não havia sistema de torneiras ou bicas naquela época nem algo parecido com isso é mencionado no texto bíblico. Os sacerdotes deveriam se lavar sempre nele antes de ministrarem no interior do Tabernáculo ou no Altar dos Holocaustos.
Ora, a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de Deus (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito Santo (Tt 3.4-6; 1 Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1 Pe 1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo sangue de Jesus (1 Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de Cristo nos purifica de todo pecado e nos dá acesso à constante ação purificadora do Espírito Santo e da Palavra de Deus em nossas vidas.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96.
BACIA, BACIA DE BRONZE (provavelmente da raiz significando ser ou fazer redondo; também traduzido por “panela” (ISm 2.14; Zc 14.21) e “tribuna”, ARA; “base”, ARC; “plataforma”, NVI, “estrado”, BJ (provavelmente por causa de seu formato redondo semelhante a uma bacia, 2Cr 6.13)

1. A bacia para o tabernáculo com sua base era feita de bronze (Ex 30.18, passim); continha água, de maneira que Aarão e seus filhos pudessem lavar as mãos e os pés quando adentrassem a Tenda da Congregação ou se acercassem do altar para ministrar (Êx 30.18,19); foi feita por Bezalel da tribo de Judá e Aoliabe da tribo de Dã (Êx 31.1-9) com outros homens do povo (Ex 35.10-16); e foi feita com os espelhos das mulheres que se reuniam (a palavra Hebraica sãbã sugere um grande grupo organizado) para ministrar à porta da Tenda da Congregação. Dessas mulheres Aben-ezra disse “é costume de todas as mulheres contemplar a face todas as manhãs no espelho, para que possam pentear e arrumar o cabelo, mas veja! estas eram mulheres de Israel que serviam ao Senhor, abandonaram seus deleites terrenos e abriram mão de seus espelhos como oferta voluntária, porque eles não tinham mais uso para elas; mas elas vinham todos os dias à porta da Tenda da Congregação para orar e ouvir as palavras dos Mandamentos “(Patrick Fairbaim, The Typology of Scripture, II [ 1900], p. 25 8). Após a unção com o óleo prescrito (Êx 30.22-29; Lv 8.11) e aceitação por Moisés (Êx 39.39) foi o último artigo colocado no lugar antes que se erguesse o átrio (Êx 40.7-17). A Bíblia não explica o seu formato, tamanho, ornamentação ou transporte.
2. No Templo de Salomão, um grande “Mar de Fundição” tomou o lugar da bacia no Tabernáculo para as abluções dos sacerdotes (2Cr 4.6). Esse “mar” tinha cinco côvados de altura, dez côvados de diâmetro de uma borda a outra, e trinta côvados de circunferência (lRs 7.23). Alguns consideram os dois últimos números uma impossibilidade matemática (e.g. Louis Casseis, “Understanding theBible”, PresbiterianLife, Dec. 1. 1966, p. 13). A circunferência, porém, podia não incluir a curvatura para fora do seu formato de lírio na borda (lRs 7.26), enquanto o diâmetro pode se referir à borda em sua parte mais larga. Havia colocíntidas (cabacinhas) por baixo de sua aba, dez em cada côvado; arcundando a bacia em duas fileiras, fundidas com a própria bacia (lRs 7.24). De acordo com KD, “a semelhança de bois” no TM (ARC, NVI, BJ) no relato sinóptico de 2 Crônicas 4.3 está coiTompido. Ele estava apoiado sobre quatro grupos de três bois de bronze, cada grupo voltado para um dos quatro pontos cardeais (lRs 7.25). 
Esse arranjo representava o serviço sacerdotal das doze tribos, do mesmo modo que os leões no trono de Salomão representava o serviço real. Uma bacia de basalto, posta sobre dois touros, do começo do primeiro milênio a.C. foi achada em Carquemis (NBD, p. 718, fig. 132). A espessura do bronze era da largura da mão e tinha a capacidade de dois mil batos (lRs 7.26). De acordo com KD a leitura “três mil batos” (2Cr 4.5) está corrompida.
Além do grande mar de fundição localizado no sudeste do Templo de Hirão, de Tiro (lRs 7.13,14, 40-44), também fez dez pias de bronze, dispostas em linha entre os lados norte e sul do Templo (lRs 7.39). Essas pias, com quatro côvados de diâmetro e contendo quarenta batos (lRs 7.38), eram usadas para lavar os animais a serem oferecidos como oferta queimada (2Cr 4.6), e estavam assentadas sobre suportes móveis de bronze (lRs 7.27-37). Uma estrutura similar de Chipre, c. 1150 a.C. esclarece o estudo esmerado desses suportes, encontrado em A Dictionary of the Bible editado por William Smith (cp. NBD, p. 1244 fig. 205).
Devido à apostasia, o rei Acaz cortou fora os painéis dos suportes, removeu deles a bacia, e a pôs sobre um pavimento de pedra (2Rs 16.17). Os caldeus quebraram o que remaneceu do mar e dos suportes e levaram o bronze para a Babilônia (2Rs 25.13).A Escritura não menciona bacia(s) no segundo Templo, nem Josefo em seu relato da restauração feita por Heródes. B. K. WaltkeMERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 668-669.

Êx 30. 17-21. “No templo de Salomão havia um grande tanque de forma circular, com cerca de 13,70 m de circunferência, conhecido com0 mar de fundição (I Reis 7.23-36). Era inteiramente feito de bronze e repousava sobre as figuras de doze bois. De acordo com II Crô. 4.6, o mar servia para as abluções dos sacerdotes” (J. Edgar Park, in Ioc.). Não há certeza sobre até que ponto a antiga bacia de bronze assemelhava-se à versão manda- da fazer por Salomão, mas é bem provável que a bacia de bronze dos dias de Moisés fosse algo bem mais modesto. Os críticos, por sua parte, duvidam até mesmo de sua existência, pensando que escritores posteriores fizeram o mar de fundição retroceder dos dias de Salomão para os dias de Moisés. O texto presente, em contraste com o resto dos itens do tabernáculo, fomece-nos poucos detalhes e não dá as dimensões da bacia de bronze. O trecho de Êxo. 38.8 adianta que as mulheres providenciaram o material necessário para esse item, pois contribuíram com seus espelhos de bronze. Portanto, a bacia de bronze importou em um sacrifício para muitas pessoas.
As lavagens feitas na bacia de bronze, tal como se dava com todos os demais ritos efetuados no tabernáculo, deviam ser efetuadas de modo perpétuo, por todas as gerações. Ver as notas sobre isso em Êxo. 29.42, quanto a uma lista de referências sobre a questão.As abluções litúrgicas dos israelitas influenciaram de modo profundo tanto o cristianismo quanto o islamismo.Água se fazia mister para as lavagens dos sacerdotes e de certas partes das vítimas sacrificadas (Êxo. 29.27; Lev. 1.8,13), como também para limpeza do próprio altar, para nada dizermos sobre o chão para onde escorria todo aquele sangue dos animais sacrificados.
Seu suporte de bronze. A bacia de bronze provavelmente tinha o formato de um grande vaso ou urna, e estava apoiada sobre um pedestal. Vasos dessa natureza têm sido achados, com relativa abundância, pelos arqueólogos.
A bacia de bronze é o último item do tabernáculo a ser descrito. Ficava entre o altar dos holocaustos e a entrada do Lugar Santo, entrada essa tapa- da pelo segundo véu. Ver a ilustração sobre a planta do tabernáculo, nas notas sobre Êxo. 26.1. Naturalmente, tanto 0 altar dos holocaustos quanto a bacia de bronze ficavam no átrio. Era essencial que a bacia ficasse próxima do altar, a fim de que os sacerdotes pudessem lavar as mãos e os pés antes de entrarem no Lugar Santo, depois de terem oferecido sacrifícios sobre o altar.
Êx 30.19 A lavagem de mãos e pés era necessária por razões físicas e espirituais. Era mister que entrassem fisicamente limpos no Lugar Santo, ao passarem pela segunda cortina. Talvez acabassem de realizar um sacrifício sobre o altar de bronze. Então teriam andado pelo átrio, cujo chão era de terra. Não teriam de tomar um banho de corpo inteiro, mas apenas lavarem as mãos e os pés, que mais certa- mente se teriam sujado de sangue e de poeira. Ademais, não poderiam adentrar o Lugar Santo sem uma lavagem ritual e simbólica das mãos e dos pés. Cf. isso com João 13.10, Os sacerdotes egípcios lavavam-se duas vezes durante o dia, pela manhã, e duas vezes à noite, de acordo com Heródoto (Euterpe sive. 1.2 c. 37). Santidade de conduta (pés) e santidade de ações (mãos) era algo simbolizado por essas lavagens rituais.
“O altar falava da salvação por meio da oferta pelo pecado; e a bacia de bronze falava da santificação, que é algo progressivo e contínuo” (John D. Hannah, in Ioc.).
Êx 30.20 Para que não morram. Essas palavras dão a entender que Yahweh haveria de julgá-los com a pena de morte, se deixassem de obedecer às Suas ordens quanto a esse particular. Estavam ocupados em um serviço santo, servindo a Yahweh e aproximando-se Dele. Não podiam estar sujos, nem física e nem espiritualmente. A morte também era ameaçada por motivo de outras infrações das regras atinentes ao serviço santo. Ver Êxo. 28.35,43. “Não é exatamente fácil perceber por que a pena de morte foi ameaçada contra a negligência acerca de certas observâncias cerimoniais, mas não acerca de outras. Entretanto, a ablução era algo tão fácil e, provavelmente, estabelecida como uma prática fazia tanto tempo, que omiti-la só poderia indicar um desrespeito intencional para com Deus” (Ellicott, in Ioc.).
Quando se chegarem ao altar. Os sacerdotes deviam lavar-se antes de oferecerem algum sacrifício, e, sem dúvida, depois de terem-no oferecido, para então entrarem no Lugar Santo.
“Isso dá-nos conta da necessidade de termos corações puros e mãos limpas, para que nos aproximemos do altar de Deus, se quisermos participar da adoração pública, e, em particular, para orarmos com mãos limpas, erguidas para o alto (I Tim. 2.8; Sal. 26.6)' (John Gill, in Ioc.). Este texto deve ser comparado com Tito 3.5, que nos dá uma versão cristianizada dessa necessidade.
Êx 30.21 Este versículo repete a injunção sobre as lavagens, e, então, adiciona a ordem agora familiar que esse rito deveria prosseguir perpetuamente, por todas as gerações dos filhos de Israel. Outro tanto tem sido dito a respeito de vários aspectos do culto efetuado no tabernáculo. Em Êxo. 29.42, alisto várias referências e faço várias observações sobre essa questão. Vemos aqui a repetição da ameaça de morte, feita pela primeira vez, no versículo anterior. Ver Heb. 12.14 quanto a uma aplicação cristã.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 440-441.estudaalicao.blogspot.com
fonte www.mauricioberwaldoficial.bogspot.com

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