OS AUXILIARES DE MOISÉS NO MINISTÉRIO
1. Deus levanta auxiliares (Êx 18.21).
Os recursos humanos dos céus sempre estão cheios de pessoas para que venham trabalhar na obra do Senhor. Quando Jesus disse que a seara era grande e que havia poucos ceifeiros para trabalharem nela, não ordenou aos seus discípulos que fosse atrás de obreiros, mas que orassem a fim de que o Senhor da seara enviasse ceifeiros para a sua seara. E Deus levantou ajudantes para Moisés.
E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro e fez tudo quanto tinha dito; e escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo tempo; o negócio árduo traziam a Moisés, e todo negócio pequeno julgavam eles. (Êx 18.24-26)
Deus deu a orientação para que Moisés escolhesse homens para ajudá-lo. Foram selecionados homens de todo o Israel, ou seja, representantes de cada tribo, que foram tidos por capazes, divididos de acordo com a quantidade de pessoas que deveriam ajudar a cuidar, e realmente ajudaram Moisés em seu trabalho. Eles se responsabilizaram por tratar com o povo acerca das coisas de menor complexidade, e traziam a Moisés as causas de maior complexidade. Dessa forma, Moisés pôde exercer sua liderança com a ajuda de pessoas escolhidas por Deus.
No Novo Testamento, vemos que Deus levanta auxiliares e coopera- dores nas atividades em sua obra. Quando a igreja em Jerusalém precisou de pessoas para ajudarem os apóstolos em afazeres especificamente voltados à questão social, atendendo as viúvas no tocante a ajudas oferecidas pelo grupo, a recomendação dos apóstolos foi: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3).
Aqui está a origem dos diáconos. Enquanto os discípulos se dedicariam à oração e à Palavra, esses homens iriam ajudar a assistência social da igreja.
Não podemos imaginar que não houvesse diáconos cujos feitos foram registrados de forma marcante. Estêvão foi o primeiro mártir, sendo apedrejado por seus compatriotas, e Felipe foi poderosamente usado para falar de Jesus ao mordomo de Candace, rainha dos etíopes. Entretanto, esses homens tinham a nobre função de auxiliar os apóstolos na esfera social da igreja. Eles deveriam ter como características:Boa reputação. Os diáconos não deveriam ser conhecidos por más atitudes, mas por um bom testemunho na igreja. O bom testemunho faria a diferença no ministério diaconal.Ser cheios do Espírito Santo. Uma pessoa que vai lidar com questões materiais na igreja não pode perder de vista que seu serviço é dedicado ao Senhor. Ser cheio do Espírito de Deus é um requisito para quem cuida de questões simples na igreja hoje.Cheios de sabedoria. Ter sabedoria era um diferencial para ser escolhido para aquele ministério. Pessoas néscias não teriam oportunidade naquela função.
Ser constituídos para aquela junção. Era preciso que fossem apresentados publicamente para prestarem seus serviços. A igreja deveria saber quem eram e respeitá-los, pois tinham o aval dos apóstolos para aquelas atividades.
Lembremo-nos de que, no caso de Moisés, a nação já possuía homens que poderiam ser escolhidos para ajudá-lo, mas só foram escolhidos após a orientação de Jetro e fizeram a diferença no ministério de Moisés.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 83-85.
Êx 18.21 “Moisés deveria tratar de casos sem precedente legal, que requeriam um oráculo especial (cf. Deu. 17.8-13). Os casos ordinários seriam manuseados por líderes leigos (Núm. 11.16-22; 24.25) ou por juízes nomeados (cf. Deu. 16.18-20)” (Oxford Annotated Bible, in loc.).
As qualificações dos ajudantes escolhidos fazem-nos lembrar das qualificações dos anciãos e diáconos da Igreja (Tito 1.7 ss.). Essas são qualidades espirituais. Quando um homem tem essas qualidades, então pode aprender outras capacidades, que se aplicam estritamente às questões seculares. Precisavam ser homens verazes, sinceros, livres de falsos motivos. Teriam de ser juízes imparciais, que buscas- sem razões espirituais e morais em seus julgamentos. Teriam de abominar a cobiça, não desejando coisas para si mesmos nem se mostrando parciais. Uma vez que tais homens fossem achados, então seriam feitos cabeças de vários grupos: de milhares, de centenas e de dezenas, uma espécie de autoridade ascendente, uma espécie de sistema hierárquico, onde Moisés apareceria no alto, como juiz supremo. Essa organização é, essencialmente, aquela que predomina nas forças armadas das nações civilizadas, mas adaptada ao campo civil. Cf. I Sam. 22.7.
Devemos entender que os tribunais de apelo formam um poder ascendente. Paralelamente, devemos entender que os casos julgados também deveriam ser dispostos em importância ou dificuldade ascendente. O homem com autoridade sobre dez cuidaria de questões mais chãs. O homem com autoridade sobre mil teria maior autoridade e julgaria os casos mais sérios, da mesma forma que um general tem maior autoridade do que um sargento. Mas cada homem teria uma autoridade absoluta para seu próprio tipo de problemas. Um homem de menor autoridade poderia transferir para outro, de maior autoridade, qualquer caso que não pudesse resolver. Assim, um caso poderia chegar até Moisés.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 382Êx 3. 21. Procura dentre o povo. “ Procurar” é o sentido mais básico deste verbo, aqui a ideia secundária de “ escolher” .
Homens capazes.
O termo hebraico empregado poderia ter significado militar, indicando um soldado de valor. Com o passar do tempo veio a significar “ um homem de bem” . Podemos comparar o uso de frase semelhante em Provérbios 12:4, em relação à esposa ideal. Driver ressalta que as qualidades exigidas para tal posição são morais e não intelectuais: isto é demonstrado pelas cláusulas explanatórias que se seguem. Muitas das mesmas qualidades são exigidas de líderes cristãos ao tempo do Novo Testamento (ver At 6:3 e 1 Tm 3:1-3).R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 136-137.
Contudo, para cumprir sabiamente os propósitos de Deus, Moisés deveria escolher homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza, e colocá-los sobre o povo por maiorais de mil, de cem, de cinquenta e de dez (211. Talvez estes números se refiram a famílias e não a pessoas.59 Os homens serviriam na função de juízes de tribunal inferior e tribunal superior, cada líder de grupo menor responsável a quem estava acima dele. Quem não estivesse satisfeito com uma sentença de instância inferior poderia apelar para um tribunal superior. Isto significaria que inumeráveis sentenças não chegariam a Moisés (22).Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 182.
2. Os auxiliares de Moisés (Êx 18.25).
Dentre os diversos auxiliares de Moisés, podemos destacar:Miriã. Irmã de Moisés, era profetisa e entoava louvores ao Senhor. Foi uma coluna na história de Moisés.Arão. Irmão de Moisés, acompanhou sua história desde o Egito e foi escolhido por Deus para ser sacerdote em Israel.
Os anciãos. Pessoas de mais idade entre o povo, foram pessoas que muito auxiliaram Moisés em sua liderança na condução do povo à Terra Prometida. Espera-se, por esse exemplo, que as pessoas de mais idade estejam aptas a ser bons conselheiros aos líderes mais novos.
Jetro. Jetro era um midianita. Mesmo não sendo israelita, concedeu abrigo a Moisés e lhe deu uma de suas filhas como esposa quando Moisés fugiu do Egito. Pelas palavras que disse a Moisés, mostrou ser uma pessoa sábia e experiente. Ele muito ajudou Moisés em seu ministério, permitindo que no período em que esteve em Midiã aprendesse a pastorear ovelhas e conhecesse os caminhos do deserto.
As palavras de Jetro para com Moisés e a atenção que Moisés deu ao sogro mostram o quanto havia respeito entre eles. Esse deve ser um marco em nossas vidas, pois há famílias em que a harmonia do lar é quebrada com comentários críticos e desprovidos de sabedoria. Quando Jetro viu o que acontecia com Moisés, falou-lhe com brandura, e Moisés atendeu à voz de seu sogro, sendo posteriormente abençoado por Deus. É claro que Moisés ponderou o que foi falado, e entendeu que era prudente seguir tal conselho.
Josué. Este foi um servo de Moisés que é apresentado na Bíblia como aquele que seria o seu substituto na condução do povo à Terra Prometida. Josué era um combatente, um homem de armas, e foi usado por Deus para abrir o caminho das conquistas ordenadas por Deus.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 85-86.
Êx 18.24,25 Moisés, ouvindo os conselhos de Jetro, pôs em ação 0 método de seu sogro. O vs. 25 repete os números dados no vs. 21. É provável que os anciãos de cada tribo, conhecendo as qualificações das pessoas de suas respectivas tribos, tenham sido postos a trabalhar na seleção de oficiais, ao passo que os próprios anciãos retiveram sua autoridade como oficiais maiores do sistema.
O Targum de Jonathan informa-nos os números envolvidos: seiscentos chefes de mil; seis mil chefes de cem; doze mil chefes de cinquenta; sessenta mil chefes de dez. Jarchi e o Talmude falam no mesmo sentido. A soma total, no Talmude, sobre 0 sistema coletivo, é de setenta e oito mil homens. Esses números estão baseados no trecho de Números 1.46, mas vários intérpretes não concordam com isso, como Aben Ezra. E não dispomos de meios para saber se esses cálculos estão ou não com a razão.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 382.
Moisés não desprezou este conselho por não sei' dado por alguém que não era, como ele, familiarizado com as palavras de Deus e as visões do Todo-poderoso. Mas “deu ouvidos à voz de seu sogro”, v. 24. Quando considerou o assunto, ele viu como era razoável o que o seu sogro propunha, e decidiu colocar o conselho em prática- o que fez pouco tempo depois, quando já tinha recebido instruções de Deus sobre o assunto. Observe que não são tão sábios como julgam ser aqueles que se julgam sábios demais para receberem conselhos. Pois um homem sábio (que verdadeiramente o é) irá ouvir, e continuará ouvindo, e não desprezará bons conselhos, ainda que dados por alguém inferior a eles.
Moisés não confiou ao povo a escolha dos magistrados, pois o povo já tinha feito o suficiente para provar que não era adequado para tal tarefa. Mas ele mesmo os escolheu, e os indicou - alguns para uma posição mais elevada, outros para uma posição menos elevada, os mais inferiores provavelmente subordinados aos superiores. Temos motivos para considerar o governo como uma misericórdia muito grande, e para agradecer a Deus pelas leis e magistrados, para que não sejamos como os peixes do mar, onde os maiores devoram os menores.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 287.
Êx 18.24-27 — Podemos ver claramente o caráter de Moisés neste trecho. Ele aceitou de bom grado, ou seja, deu ouvidos ao conselho e decidiu melhorar a maneira como estava fazendo as coisas.
Isso também é um sinal de sua habilidade de liderança e de sua falta de soberba (Nm 12). O registro de que Jetro voltou para sua terra não é uma conclusão moral, mas apenas uma declaração de sua viagem. Ao retornar para sua casa, Jetro disseminaria todo o conhecimento vivenciado acerca do verdadeiro Deus. Faria isso em uma época em que os israelitas conservavam tal entendimento entre seu povo. Jetro, o sacerdote de Midiã, tornou-se Jetro, o ministro do Senhor.EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 162.
MIRIÃ Filha de Anrão e Joquebede, e irmã de Arão e Moisés (Êx 15.20; Nm 26.59). Sem dúvida, ela foi a Miriã que protegeu o cesto de juncos no qual Moisés foi escondido. Foi mencionada pela primeira vez e chamada de profetisa por ocasião da jubilosa celebração que liderou depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15.20,21). Ela pecou quando foi insubordinada à vontade de Deus, e incitou Arão contra Moisés. Ela e Arão se opuseram ao seu destaque e posição de respeito. Como resultado do seu envolvimento e liderança da rebelião, Deus a castigou com lepra. Moisés orou por sua recuperação e Deus ouviu sua oração. Durante o tempo da sua recuperação, Israel não prosseguiu em sua peregrinação (Nm 12.1-16). Ela morreu em Cades-Barnéia e foi sepultada ali (Nm 20.1).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1290.
ARÃO. O significado do nome é desconhecido, como é o caso de muitos nomes bíblicos. A conexão com “arca” (’aron) é muito improvável, como são também “montanhês” (de har, “montanha”), “iluminado (de ’or, “luz”). A terminação õn ocorre frequentemente com nomes pessoais. Este nome em particular foi usado somente pelo irmão de Moisés. Nenhuma explicação ou interpretação dele é dada nas Escrituras, o que pode indicar que, diferentemente de Moisés (Êx 2.10), seu nome não possuía nenhum significado especial.
1. A Família. Arão era o filho mais velho de Anrão e Joquebede. Anrão pertencia à família de Coate, filho de Levi (Êx 6.16). A genealogia dada sugere que Anrão era um dos filhos de Coate e, consequentemente, neto de Levi. O fato que, no tempo do Êxodo, os coatitas eram c. 8.600 (Nm 3.28), toma provável que Anrão, Jizar e Uziel (Êx 6.20ss.) foram descendentes de homens de nome igual no verso 18, com um considerável intervalo de tempo entre eles, embora esse intervalo não seja indicado (cp. Lv 10.4). Por outro lado, a notável longevidade atribuída a Coate (133 anos) e a Anrão (137 anos) podem ter uma relação significativa com este problema. O nome da mãe de Arão era Joquebeque (“Yahweh é glorioso”), que pode ser significativo, visto que os nomes combinados com Yahweh eram raros nesse período inicial. A esposa de Arão era Eliseba, irmã de Naassom, aparentemente o príncipe de Judá que foi um ancestral de Davi (Êx 6.23; Rt 4.20; lCr 2.10). Ele possuía quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (Êx6.23), sendo os primeiros dois mortos por causa de um ato de sacrilégio (Lv 10.Is.).
2. O porta-voz de Moisés. O papel subordinado de Arão, quando comparado com o de Moisés, é indicado claramente. Ele foi completamente ignorado até que Moisés mostrou a sua quase insuperável indisposição de obedecer ao chamado de Deus para ser o libertador de Israel. “Não é Arão, teu irmão, o levita?” (Êx 4.14 seguindo a ordem hebraica das palavras). O modo de construção da pergunta é notável. A expressão “teu irmão” indica que Arão possuía sua posição primariamente pelo seu relacionamento com Moisés. Parentesco e descendência tinham um papel proeminente na história bíblica. Arão foi chamado “irmão de Moisés” onze vezes. A essa altura ele tinha oitenta e três anos de idade (Êx 7.7), e a designação “o levita” sugere que ele ocupava uma posição proeminente nessa tribo específica de israelitas escravizados. O que aconteceu é desconhecido. O texto simplesmente diz que ele falava fluentemente (heb. “ele pode certamente falar”) e ele substituiria a lentidão de Moisés ao falar (heb. “pesado de boca e pesado de língua”).
3. Arão e o Êxodo. Arão esteve constantemente associado a Moisés na apresentação de atos poderosos que ocasionaram a libertação (Êx 5-13). O cajado como símbolo de autoridade foi manejado algumas vezes por Arão. Deus frequentemente falou a ambos, Moisés e Arão, mas raramente a Arão sozinho. Arão não teve parte alguma na entrega da lei, mas ele e seus dois filhos mais velhos, juntamente com os setenta anciãos, testemunharam a auto manifestação de Deus e comeram e beberam na presença de Deus (Êx 24.9-11).
4. Arão e o Tabernáculo. Arão não teve nada a ver com a construção do Tabernáculo ou com a confecção da Arca e os vasos sagrados. Tudo o que foi feito, inclusive as vestes de Arão e as de seus filhos, foi feito por Bezalel de Judá e por Aoliabe de Dã (Êx 31.1-6) e também pelos que possuíam coração disposto dentre o povo (Ex35.21-35), “como o Senhor havia ordenado...” (Êx 39.43).
5. A investidura de Arão. Os sacerdotes, e especialmente Arão, usaram uma vestimenta especial. Muito é dito a respeito das roupas que foram confeccionadas para Arão, “para glória e ornamento” (Êx 28.2), especialmente o cinto e o peitoral sobre o qual foram gravados os nomes das doze tribos (Êx 28.9s., 21. 29), e o Urim e o Tumim (q. v.). A “lâmina de ouro” com a gravação “Santidade ao Senhor” (“Yahweh”?) (v.36) que foi colocado na frente da mitra, era simbólico de seu ofício. Arão era, num sentido proeminente, ambos: o representante do povo e o mediador deles perante Deus. O caráter hereditário do seu ofício é enfatizado pelo fato de que suas vestes deveriam ser usadas por seus sucessores no ofício (Êx 29.29s.; Nm 20.25-28). Em contraste, nada é dito a respeito das vestes de Moisés, e este não teve sucessores. Seu ofício como legislador foi singular e a lei que ele deu ao povo era de validade perpétua (Ml 4.4). Todos os sacerdotes eram ungidos com óleo (Êx 40.12-15; Lv 8.12), mas aparentemente a unção de Arão e de seu sucessor foi diferente da unção dos sacerdotes comuns. Portanto, o sumo-sacerdote era, num sentido especial, o “sacerdote ungido” (Lv 4.3,5; 6.20,22; 21.10).
6. Arão e o sacerdócio. O livro de Levítico é o manual para os sacerdotes. O nome Levítico, retirado da LXX, talvez tenha sido um termo errôneo, visto que os levitas são mencionados somente numa passagem em todo o livro (25.32s.). Todavia, ele realmente contém um manual de instrução para os sacerdotes levitas, como se segue: Os capítulos 1-7 tratam do elaborado ritual sacrificial que devia ser apresentado por Arão e seus filhos. Fazer a expiação pelo pecado era o grande dever mediatorial dos sacerdotes. Seus deveres também incluíam a remoção de todas as formas de impureza do povo de Deus, como uma comunidade santa (Êx 29.43-46); animais limpos e imundos (Lv 11), a purificação de mulheres após o parto (cap. 12), lepra (13-14), questões corporais como secreções de homens e mulheres (15), relações proibidas no casamento (18), várias leis rituais (19-22), o Sábado e as festas anuais (23), os sábados da terra, dízimos, bênçãos e maldições, votos, etc. (24-27). O fato de que a imposição para o cumprimento dessas leis foi entregue aos sacerdotes, tomou-os, num sentido preeminente, os mestres do povo (Dt 31.9-11).
7. O Dia da Expiação. O ritual no qual Arão como sumo-sacerdote, e os sumo-sacerdotes que o seguiram, exercia um papel distinto era a cerimônia do Dia da Expiação (Yom Kippur) (Lv 16), quando o sumo-sacerdote fazia expiação pelo Tabernáculo, pelos sacerdotes e pelos filhos de Israel “por causa dos seus pecados uma vez por ano” (Lv 16.34). Os “seus” refere-se principalmente aos pecados de ignorância e de inadvertência (Nm15.22-29), visto que pelos pecados de presunção, os pecados atrevidos, a penalidade era a morte (v. 30-36).Arão vigorosamente se opôs ao povo em Cades-Bamea, quando eles se recusaram a ir em direção à posse da terra (Nm 14.5), e os levitas não tiveram nenhum representante entre os doze espias, do que se pode inferir que os sacerdotes e os levitas não foram incluídos na “geração da ira”, a qual foi condenada a perecer no deserto por sua desobediência e incredulidade (v. 26-3 8). A rebelião do levita Coré (Nm 16) foi dirigida diretamente contra a autoridade exclusiva de Moisés e Arão, e Arão foi usado como instrumento na suspensão da praga que já havia começado (v. 46-50). O ritual da novilha vermelha, provendo a purificação da impureza, foi a última das ordenanças rituais instituídas durante a vida de Arão (Nm 19).
8. Meribá. A vida de Arão teve um fim trágico. A viagem no deserto de Zim (Nm 20.1) levou a mais uma das muitas murmurações dos Israelitas— “não há água!” Moisés e Arão foram encorajados pela visão da glória de Deus (v.6). Foram, então, ordenados a tomar o cajado, reunir o povo e “falar” à rocha. Ao invés disso, Arão disse ao povo: “Ouvi agora, rebeldes, porventura faremos sair água desta rocha para vós outros? Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais”. Então o texto continua: “Mas o Senhor disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso...." (Nm 20.10-12). O capítulo termina com uma breve narrativa da investidura de Eleazar com as roupas do sumo-sacerdote Arão, e com a morte de Arão. A narrativa deixa totalmente claro que ambos, Moisés e Arão, foram envolvidos no pecado da presunção ou de auto-afirmação, e este incidente serve como uma advertência solene a todos os servos de Deus, para que não tomem para si mesmos o crédito das “obras poderosas” que Deus realiza através deles.
9. Arão, o homem. Se alguém ler corretamente o caráter deste irmão de Moisés, perceberá que Arão possuía sua posição exaltada devido a duas coisas: uma prontidão no falar e seu parentesco com Moisés. O caráter de Arão deve ser medido por dois incidentes: o primeiro foi o teste supremo de sua vida, i.e., o bezerro de ouro. Arão havia ouvido o Decálogo com as expressões “não farás” proclamado pela voz de Deus. Ele havia “visto Deus” e havia tomado parte na festa sacramental (Ex 24.9-14). Seu irmão havia subido para o monte para comungar com Deus; Arão e Hur ficaram responsáveis pelo povo. O povo, impaciente pela longa ausência de Moisés por quarenta dias, exigiu deuses. Arão procurou pelo ouro necessário para fazê-los. Ele fez um ídolo de um bezerro e construiu um altar para ele. Então ele anunciou uma festa em honra de Yahweh, embora Deus houvesse proibido a idolatria. Quando confrontado pela ira furiosa de Moisés, ele lançou a culpa sobre o povo e negou toda a responsabilidade pela forma assumida da imagem fundida (Ex 32.22-24). Ele não expressou nenhum remorso por aquele “grande pecado” (v. 30ss.), ao qual ele havia induzido o povo; foi somente a intercessão de Moisés (Dt 9.12,16,20), não o seu arrependimento próprio, que o salvou da pena de morte, que ele talvez merecesse mais do que os três mil que pereceram por causa da, e na, sua iniquidade.
10. Arão, o irmão desleal. Arão tinha a clara e total consciência de que ele possuía a sua posição exaltada graças ao fato de ser irmão de Moisés. Ele mesmo chamou Moisés de “senhor” (Êx 32.22; Nm 12.11). Todavia, ele não conseguiu esquecer totalmente que ele e Miriã eram mais velhos que Moisés. Por isso, numa ocasião, seguiram o exemplo do povo falando contra Moisés (Nm 12). A situação era um assunto pessoal ou familiar, o casamento de Moisés com a mulher cusita. Como em muitas outras ocasiões, a Bíblia afirma o fato sem explicação ou argumento. Quem era a mulher e por que Moisés casou-se com ela, o que havia acontecido com Zípora, não nos é dito. Míriã e Arão viram nesta circunstância uma ocasião ou pretexto para desafiar a autoridade singular de Moisés. O Senhor interveio direta e sumariamente, repreendeu Míriã e Arão, e até castigou Míriã com lepra, que foi graciosamente removida unicamente em resposta à oração de Moisés, a pedido de Arão. Arão não era um verdadeiro líder de homens. Ele possuía sua posição devido ao seu parentesco com Moisés e ele precisava do apoio daquele maravilhoso irmão para qualificá-lo como um sumo-sacerdote.
11. Arão e os críticos. Arão tem recebido notável tratamento nas mãos dos críticos do Antigo Testamento. Seu nome aparece nas Escrituras hebraicas aproximadamente 350 vezes, das quais 300 estão no Pentateuco (Êx 115,Lv80, Nm 101, Dt 4). Frequentemente seu nome vem combinado com o de Moisés, o que significa que, naquele tempo do Êxodo, ele perdia somente para Moisés em proeminência. Conforme a, ainda amplamente sustentada, hipótese de Wellhausen, Arão era uma mistura artificial da recente tradição bíblica. Tais escritores declaram que, “Arão está ausente em J; e está apenas incidentalmente em E (Dt 9.20; 10.6; 32.50)” (Brightman). É esclarecedor examinar a base para essa afirmação. No documento J o nome de Arão vem junto com o de Moisés (“Moisés e Arão”) 10 vezes, descrevendo as relações com Faraó. Como, então, pode ser afirmado que Arão está ausente em J? Brightman assinala que muitos críticos, seguindo a liderança de Welllhausen, consideram “e Arão” como uma inserção de um redator posterior do Pentateuco. Em outras palavras, o nome de Arão não estava originalmente no documento mais antigo do Pentateuco. Arão é declarado ser “incidental em E” (a próxima fonte mais antiga), embora E o mencione 24 vezes, das quais mais da metade está no incidente do bezerro de ouro (Êx 32), e no desafio da autoridade de
Moisés (Nm 12), ambos eventos importantes na história de Israel. Isto deixa a vasta maioria das ocorrências de seu nome no P (o documento que trata mais do ritual), que é reivindicado pelos críticos pertencer ao período pós-exílio. Consequentemente, o sacerdócio araônico e Arão como sumo-sacerdote podem ser considerados como uma invenção recente em Israel. E Arão se toma em grande parte uma invenção da imaginação dos sacerdotes do período exílico. A arbitrariedade desta reconstrução pode ser indicada pelo fato de que as palavras “chamou Faraó a Moisés e Arão” (Êx 8.8,25; 9.27; 10.16; 12.31), que é atribuída a J, requer em cada caso a supressão da expressão “e Arão”. Por outro lado, as palavras “falou o Senhor a Moisés e Arão” (Êx 7.8 e outras quinze ocorrências que apresentam palavras similares) são atribuídas a P e consideradas como pertencendo propriamente àquele lugar e, entretanto, não sujeitas à supressão. Este tratamento do texto requer uma notável desconsideração da consistência, para dizer pouco, e é energicamente rejeitada pela erudição conservadora. Veja Sacerdotes e Levitas.MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 417-420.
ARÃO Arão é mais conhecido como líder dos sacerdotes hebreus. Era descendente de Levi, filho de Amram e de sua esposa Joquebede (Êx 6.20). Irmão mais novo de Miriam, ele tinha três anos quando seu irmão Moisés nasceu (Êx 7.7). Teve quatro filhos com sua esposa Eliseba. Nadabe, Abiu, Eleazar e Itamar. Os dois primeiros morreram perante o altar (Lv 10.1,2) e, depois da morte do pai, a sucessão passou para Eleazar (Nm 20.26). Nos relatos bíblicos, Arão aparece primeiro como assistente de Moisés e seu porta-voz. Em resposta a uma ordem de Deus, Arão, que tinha permanecido no Egito durante os quarenta anos da ausência de Moisés, foi em seguida encontrá-lo na "montanha de Deus" e o reapresentou à comunidade dos hebreus no Egito (Éx 4.27-31). Moisés deveria receber a mensagem diretamente de Deus e era obrigação de Arão transmitir essa mensagem ao povo (Êx 4.16). Arão também acompanhou Moisés quando este foi à presença do Faraó pedir que Israel tivesse permissão de realizar uma festa no deserto (Êx 5.1). Foi Arão que realizou os milagres na presença do Faraó como prova de que sua autoridade vinha do Deus Todo-Poderoso (Êx 7.10). Mais tarde, durante a batalha contra os amale-quitas, Arão, com a ajuda de Hur, sustentou as mãos de Moisés até que o povo de Israel fosse vitorioso.
Arão aparece no Monte Sinai como um ancião que, como representante de seu povo, tinha permissão, juntamente com seus dois filhos, Moisés e mais 70 anciãos de se aproximar da própria presença do Senhor (Ex 24.1-11). Depois, quando Moisés devia se encontrar sozinho com Deus na montanha, ele nomeou Arão como líder interino do povo (Ex 24.13-18). Foi durante esse período de sua maior responsabilidade que Arão traiu tragicamente a confiança nele depositada. Menos de 40 dias depois de ter estado face a face com o Deus de Israel, Arão cedeu à pressão popular e sancionou a volta dos hebreus à idolatria. Quando confrontado com Moisés, ele tentou fugir à responsabilidade, de seu papel na apostasia (Êx 32.21-24). É estranho que nenhuma menção tenha sido feita a respeito da punição de Arão. Mais tarde, sua fraqueza revelou-se no ciúme mesquinho que o levou a juntar-se a sua irmã Miriã, numa queixa contra Moisés pelo fato de esse último ter afirmado ser o porta-voz de Deus, e por causa de seu casamento com uma mulher de origem cusita (Nm 12). Miriam foi castigada, mas Arão novamente não foi disciplinado, talvez por causa de seu cargo de sacerdote. Mais tarde, Arão e Moisés enfrentaram uma rebelião que terminou quando ambos intercederam pelo povo (Nm 16.47).
O consequente florescer do poder de Arão serviu para justificá-lo, bem como o seu sacerdócio perante toda a nação (Nm 17). Ele morreu no Monte Hor com a idade de 123 anos (Nm 20.28).
A principal importância de Arão foi ter estabelecido o sacerdócio. Ele tinha a responsabilidade de comparecer perante Deus como representante da nação, de interceder pelo povo e oferecer os sacrifícios. O sacerdócio, assim estabelecido, durou até o ano 70 d.C. Embora não tenha sido relacionado entre os heróis da fé (Hb 11), Arão é reconhecido como sendo o sumo sacerdote nomeado por Deus que ajudou a preparar o povo para o sumo sacerdócio maior, que foi o de Cristo (Hb 5.4)PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 171-172.
ANCIÃO No Antigo Testamento.
Discussões Preliminares.
De modo geral, ancião é uma palavra que se refere aos lideres de um grupo ou comunidade, presumindo-se que os mesmos tenham idade avançada e sejam dotados de caráter maduro. No Antigo Testamento, o termo se aplicava a vários oficios. Era o caso de Eliézer. o «mais antigo servo» de Abraão, em Gên, 24:2; certos oficiais da casa de Faraó, em Gên. 50:7; os principais servos de Davi, em 11 Sam. 12:17; e os anciãos de Gebal (ver Eze. 27:9). No Egito, mui provavelmente os anciãos eram funcionários do estado, pelo que o termo aplicava-se ali aos lideres e chefes políticos. Isso também sucedia entre os israelitas, moabitas e midianitas (ver Núm. 22 :7). Não há que duvidar que o direito de primogenitura. Bem como a capacidade de chefe da família. influenciaram tal uso, porquanto presumia-se que a idade tinha algo a ver com o amadurecimento e a sabedoria, o que se refletia em boa variedade de costumes. Os lideres das tribos naturalmente vinham dentre os anciãos pertencentes a essas tribos. Moisés e Aarão, ao chegarem no Egito, reuniram os anciãos de Israel e anunciaram ao povo a comissão divina que haviam recebido. para liderarem o povo. tirando-o do Egito (ver lho. 3: 16, 18; 4:29).
Os anciãos do povo acompanharam a Moisés na primeira entrevista deste com o Faraó (ver lho. 31:9). Moisés também se comunicava com o povo por meio dos anciãos (ver Êxo, 19:7 e Deu. 31:9). Setenta anciãos de Israel acompanharam Moisés até o monte (Ex. 24:1). Esses anciãos também tinham o título de «príncipes». De acordo com a legislação mosaica, esses anciãos tinham seus respectivos deveres e poderes (ver Deu. 19: 12 e 21 :3). Era responsabilidade deles governarem e cuidarem para que a lei fosse cumprida (ver Jos, 20:4; Juí. 8:16 e Rute 4:2). Nos salmos, os anciãos são aludidos como uma classe distinta de autoridade (ver Sal. 107:32. Ver também Lam. 2:10 e Eze. 14: O, Após o exílio. eles receberam uma autoridade muito significativa.
Em cada sinagoga, havia um grupo governante de anciãos, de número variado. dependendo do número dos membros da congregação. Era dentre esses anciãos, finalmente. que se formava o superior tribunal, o Sinédrio (ver o artigo).
Nos arquivos de Mari, do século XVIII A.C., e até mesmo na correspondência real da dinastia de Sargão, no século VIII A.C., os anciãos aparecem como representantes do povo e defensores dos interesses populares, embora antes disso eles não tivessem quaisquer funções administrativas. No império hitita, entretanto. eles controlavam as questões municipais. Tais costumes eram praticamente universais entre os povos antigos, e os israelitas não eram exceção. Mas. no caso de Israel esse costume era associado às questões religiosas, visto que Israel era uma teocracia.
No Novo Testamento.
Dentro do contexto judaico. nos dias neotestamentários, encontramos os anciãos associados aos principais sacerdotes (ver Mat. 21:23) e aos escribas (ver Mat. 16:21), bem como ao concilio (ver Mat. 26:29). Esses anciãos sempre exerciam alguma atividade, provavelmente porque seus membros acabavam tornando-se membros de alguma dessas três categorias. Lucas alude ao grupo inteiro dos anciãos. usando o termo grego coletivo presbutérion (ver Luc. 22:66; Atos 22:5). como também Paulo, em [ Tim. 4: 14, embora o apóstolo, nesse caso, estivesse falando ao grupo de pastores de alguma igreja cristã local. No tocante aos anciãos ou pastores da Igreja cristã, não contamos com qualquer informação especifica acerca de sua origem, mas tão-somente que os títulos «ancião», «bispo = supervisor» e «pastor» são intercambiados (ver. Para exemplificar, Atos 20:28). A importância dos anciãos cristãos aumentou, quando a Igreja se dispersou.Esses anciãos eram líderes, pastores. mestres, supervisores, enfim, autoridades cristãs (ver Atos 15:22,23; Efé. 4:11; Atos 20:28; Heb. 13:7 e I Tes. 5:12).
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 156.
ANCIÃO No AT hebraico, zaqen, lit., "aquele que tem barba", era um termo utilizado para designar um homem de certo grau e posição entre seus irmãos. Entre os israelitas havia dois tipos de anciãos: os "anciãos de Israel" que eram os chefes de família ou de clãs nas várias tribos, e os "anciãos" das cidades construídas e habitadas depois da Conquista.
A partir do século XVIII a.C, os anciãos são mencionados nos textos da Mesopotâmia como representantes do povo e defensores de seus direitos, mas sem funções- administrativas. No Império Hitita, muitos deveres das municipalidades eram executados pelo conselho de anciãos. Os anciãos de Gebal (Biblos) são mencionados em Ezequiel 27.9 e a assembleia (de anciãos) do príncipe de Biblos, na história de Wen-Amon (ANET, p. 29). O sistema de anciãos também existia entre outros povos, vizinhos de Israel. Egito (Gn 50.7; SI 105.22), Moabe, os Midianitas iNm 22.4,7), e os Gibeonitas (Js 9.11). O termo hebraico é, assim, equivalente ao termo Homérico gerontes, ao espartano presbys, ao romano senatus e ao árabe sheikh. O termo zaqen, não significa necessariamente um homem velho, mas implica alguma pessoa com maturidade e experiência que tenha assumido a liderança entre seus compatriotas e na sua cidade ou tribo (cf. Nm 11.16).
Embora os anciãos não fossem eleitos, durante a maior parte dos períodos de Moisés até Esdras, e também na era intertestamentária, eles eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Eles agiam como representantes da nação (Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos políticos e resolviam disputas entre as tribos (por exemplo, Finéias e os dez chefes tribais ou anciãos, Js 22.13-33). Os anciãos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juízes com a finalidade de mandar prender assassinos (Dt 19.12), conduzir as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolver conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7). Os "anciãos de Israel", conhecidos primeiramente em Êxodo 3.16-18, foram reunidos por Moisés para receber o anúncio de Deus sobre a libertação do Egito. O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14; cf. 19.7), os "nobres" ou os principais homens da nação, "os escolhidos dos filhos de Israel" (24.11). Mais tarde, 70 anciãos foram especialmente ungidos com o Espírito para ajudar Moisés a governar a nação (Nm 11.16-25). Nos casos em que toda a comunidade pecasse, os anciãos da congregação ou da comunidade deveriam representá-la para fazer a expiação (Lv 4.13-15).
A autoridade dos anciãos era, em princípio, maior do que a do próprio rei (cf. 2 Reis 23.1). Foi este grupo que exigiu que Samuel designasse um rei (1 Sm 8.4-6), e foram partidários da aliança real que estabeleceu Davi como rei (2 Sm 5.3). Na Babilónia, os anciãos eram o ponto central da comunidade judaica que estava no exílio (Jr 29.1; Ez 8.1; 14.1; 20.1-5), e, após o retorno a Jerusalém, ainda permaneciam ativos (Ed 5.5,9; 6.7,8,14; 10.8,14). Do Conselho de Anciãos (gerousia) do período helenístico de Judá, desenvolveu-se a Grande Assembleia (Knesset) de judeus que, em 142 a.C, concedeu grande poder a Simão, o líder macabeu (1 Mac 14.28). O Grande Sinédrio, com seus 71 membros, o supremo corpo legislativo anterior ao ano 70 d.C., constituía a mais elevada instituição dos
"anciãos de Israel". Veja Sinédrio. (Veja também "Governo, Autoridade e Reinado", CornPBE, pp. 354-369). Para a função de ancião nas igrejas do NT, veja Bispo. Em sua visão do céu, João viu 24 anciãos sentados sobre tronos que rodeavam o trono de Deus, vestidos de branco e ostentando coroas de ouro (Ap 4.4).
Estes se prostram em adoração, e depositam as suas coroas diante do trono de Deus (4.10; cf. 11.16; 19.4). Com suas harpas e salvas cheias de incenso, simbolizando as orações dos santos, eles cantam um novo cântico ao Cordeiro (5.8-10). Como anciãos, eles representam o povo de Deus; seus tronos e coroas simbolizam um papel de reinado, enquanto seu ato de adoração e as salvas de incenso sugerem uma função sacerdotal. Dessa maneira, eles parecem ser os principais representantes dos remidos como um reino de sacerdotes (Ap 1.6; cf. 20.6; 1 Pedro 2.5,9; Êx 19.6). É possível discutir se o número 24 sugere os 24 turnos do sacerdócio judaico, ou uma combinação das 12 tribos de Israel (indicando os santos do AT) e dos 12 apóstolos (os líderes dos santos do NT).
ANCIÃOS Refere-se aos sábios de Israel que eram a fonte e os comunicadores das palavras de sabedoria tradicionais. E usado na RSV em inglês somente em 1 Samuel 24.13, mas outros versículos podem referir-se a eles de uma maneira velada, como, por exemplo, em Jó 12.12 e Isaías 3.2. A expressão os "mais velhos de Israel" provavelmente também se refira a estes ensinadores respeitáveis.PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 100-101. estudalicao.blogspot.com
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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