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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Estudo livro de Exôdo (21) מחקר שמות



                                                 CONTINUAÇÃO                      
                                      Hino de Vitória (15.1-21)

Surpreendentemente, boa poesia tem caracterizado as raças humanas, antigas e modernas, as que vivem na barbárie e as civilizadas. De algum modo, o espírito humano é capaz de elevar-se acima de seus limites, quando a mente criativa é liberada nas composições poéticas. E mais surpreendente ainda é o fato de que mesmo cenas da maior violência sejam tão belamente descritas. Aquele que já leu obras de Homero maravilha-se diante da graça e da beleza de sua poesia, mesmo quando ele descreve as cenas mais bárbaras. Diante de nós, pois, temos esse tipo de poesia. Yahweh, o grande Destruidor, reduziu a nada o inimigo de Israel, e, em meio a grande matança, livrou o Seu povo e exaltou o Seu nome. Sócrates observou a habilidade e inspiração dos poetas, mas queixou-se de que, quando queria explicar seus discernimentos, com frequência, eles se mostravam mais deficientes do que qualquer pessoa que lesse as suas linhas. A mente humana é capaz de inspiração e transcendência, e a poesia é um dos meios mediante os quais essa inspiração e transcendência recebem expressão. Assim também na Bíblia, um livro inspirado pelo Espírito de Deus, não nos deveríamos admirar ao achar ótimos exemplares de obras poéticas.

O poema diante de nós é espontâneo e afogueado, mas exibe considerável planeja- mento e habilidade literária. Ensina a regra universal de Yahweh e como o povo de Israel achou posição privilegiada por andar segundo essa regra. O poema é uma espécie de hino que se tomou grande expressão de louvor e fervor religioso.“A ode distingue-se de composições similares posteriores por meio de sua grande simplicidade de linguagem, e de um arranjo mais livre de arranjo rítmico. Temos ali o usual paralelismo de cláusulas da poesia dos hebreus, com suas três variedades de estilo antitético, sintético e sinônimo. Mas a cadência regular da composição é interrompida por uma frequência incomum de estâncias em tríadas, e o paralelismo é menos exato do que aquele que se vê em tempos posteriores” (Ellicott, in loc.).
“Antigas histórias poéticas comemoravam grandes e extraordinárias demonstrações de providência, de coragem, de força, de fidelidade, de heroísmo e de piedade” (Adam Clarke, in loc.).“Os gemidos e clamores dos israelitas (Êxo. 14.10-12) transmutaram-se em adoração, conforme foram conduzidos por Moisés (Êxo. 15.1-18), e pela sua irmã, Míriã (vss. 19-21), em louvores triunfais ao Senhor” (John H. Hannah, in loc.).

Êx 15.1 Então entoou Moisés.
O poema, na verdade, é um hino. São aqui combina- dos dois cânticos, ambos celebrando o livramento de Israel por intervenção de Yahweh, diante do mar de Juncos (cap. 14). O cântico de Moisés (vss. 1-18) foi introduzido mediante a citação de um antigo cântico de Míriã (vs. 21).
Há três cânticos atribuídos a Moisés no Antigo Testamento. Este, 0 de Deuteronômio 31.22 e 0 Salmo 90. Os deuses das nações pagãs continuavam sendo concebidos como existentes (nas mentes dos pagãos), mas Yahweh mostrava-se superior a todos eles quanto ao poder. Temos aí um grande passo na direção da fé que só aceita a existência de um Deus verdadeiro (vs. 11). Tal como todos os cânticos patrísticos, este poema fala sobre triunfos nacionais” (J. Coert Rylaarsdam, in loc).
O cântico começa comemorando 0 principal fato destacado no capítulo cator- ze: 0 exército egípcio foi derrotado e destruído no mar, mediante um poderoso ato de Yahweh. Ver as notas sobre Êxo. 12.26 ss. quanto a descrições.

Uma completa redenção tipificada no livramento efetuado no mar de Juncos, e celebrada neste hino, exalta o livro de Êxodo como um hino de redenção, ensinando-nos várias lições:
1. A redenção deve-se inteiramente a Deus (Êxo. 3.7,8; João 3.16).
2. A redenção é efetuada pelo poder de Deus (Êxo. 6.6; 13.14; Rom. 8.2).
3. A redenção é feita mediante o sangue (Êxo. 12.13,23,27; I Ped. 1.18,19).
4. Tudo isso nos faz lembrar da redenção que há em Cristo (Rom. 8.2; Efé. 2.2).

Tertuliano alegorizou esta passagem, fazendo os egípcios representar os inimigos espirituais que os crentes precisam enfrentar durante sua vida neste mundo; 0 Faraó seria 0 deus falso; os cavalarianos do Faraó seriam 0 poder de Satanás; os inimigos de Israel, os inimigos da alma (Contr. Marcion. 1.4 c. 20).
Êx 15.2 Achamos aqui uma citação extraída de Isa. 12.2 e de Sal. 118.14, embora alguns estudiosos afirmem que o que se deu foi precisamente o contrário, porquanto tentam assim preservar a data mais antiga do livro de Êxodo. Os críticos acham nisso outra razão para datarem o livro de Êxodo (e todo o resto do Pentateuco) em uma data posterior.
Este é o meu Deus... o Deus de meu pai. Um paralelismo, típico da poesia hebraica. Yahweh tinha derrotado todo 0 panteão do Egito, conforme ilustrei no gráfico das notas sobre Êxo. 7.14. Vemos ali que cada praga atingiu certos deuses falsos dos egípcios. Desse modo, Yahweh é celebrado no cântico. E Ele também era o mesmo Deus dos patriarcas. Ver sobre isso em Êxo. 3.6,13,15; 4.5. Ver também Gál. 4.6.

Ele me foi por salvação. Originalmente, a ideia é que Deus livrara os israelitas do poder do Faraó, estando em foco o livramento do exílio egípcio, a preservação de Israel no episódio do mar de Juncos, 0 tema mesmo do capítulo catorze do livro de Êxodo.Somente mais tarde, já no tempo dos Salmos e dos Profetas, foi que a salvação da alma passou a ser expressa pela teologia dos hebreus.

Portanto, eu o louvarei. 
No coração, nas reuniões da assembleia de Israel, em lugares especiais de culto. Jarchi e vários Targuns dão esse sentido de louvor a essas palavras, o que transparece em muitas traduções modernas. Mas Onkelos e Aben-Ezra falam em “preparar uma habitação para Yahweh”. É verdade que o original hebraico pode suportar essa tradução. Mas a regra de paralelismo, na poesia dos hebreus, favorece a tradução que temos aqui, porquanto isso faz paralelo com a ideia de “exaltação”, que aparece no fim deste versículo.

Êx 15.3 Homem de guerra
Moisés usou aqui uma metáfora militar. Foi Yahweh quem produziu os milagres de destruição, foi Yahweh quem, no mar de Juncos, fez 0 exército egípcio perecer, e levou Israel a atravessar o mar a pé enxuto. Assim sendo, Yahweh é um guerreiro que confere vitória ao Seu povo, em tempos de aflição.
“.. .0 homem não participa ativamente nessa vitória” (Adam Clarke, in loc.). Ver no Dicionário os artigos chamados Yahweh e Deus, Nomes Bíblicos de. Foi Yahweh quem se tomou conhecido por causa dos prodígios efetuados no Egito, embora o Faraó tivesse dito que não 0 conhecia (Êxo. 5.2), mas que acabou conhecendo de forma forçada (Êxo. 7.5).
A Septuaginta diz aqui “esmagador de guerra”, e o Pentateuco Samaritano diz “poderoso em batalha”. Cf. Sal. 24.8.

Os intérpretes cristãos fazem-nos meditar sobre o trecho de Efésios 6.10, onde Paulo elabora uma metáfora militar e aplica a questão aos conflitos do crente com as forças do mal, externa e internamente, bem como alude à vitória que obtemos em Cristo, 0 qual é nosso Comandante.

Êx 15.4 Os vss. 4-10 recitam os feitos poderosos de Yahweh no mar de Juncos. Ver Sal. 78.12,13. Este versículo comemora o que foi descrito em Êxo. 14.17,24-28. A expressão já havia aparecido como introdução ao hino-poema, no vs. 1 deste capítulo. Os dez prodígios libertadores foram todos grandes em seus efeitos, visando ao bem comum. Mas o clímax de todos esses prodígios foi a intervenção divina no mar de Juncos, pelo que esse é o item mais celebrado neste poema. Cf. Apo. 1.18. Ver Êxo. 14.7 quanto aos “capitães”. A elite das forças armadas do Faraó pereceu porque estava resolvida a realizar uma missão desvairada, que somente Yahweh era capaz de fazer estancar.

Êx 15.5 Desceram às profundezas. 
Embora o mar de Juncos (ou, então, os lagos Timsah ou Bilah) fosse pouco profundo, e embora fosse chamado de mar, suas águas, mediante um “fiat” divino, elevaram-se formando muros (Êxo. 14.22,28). Poeticamente, as águas rasas do mar de Juncos são comparadas às profundezas do sheol, ameaçando morte e destruição, temível para os que ali se viram mergulhados. Veras notas sobre Êxo. 13.18 quanto ao mar de Juncos, e não mar Vermelho (uma variante introduzida pela Septuaginta).
“.. .como uma pedra de moinho, foram tomados por um anjo e lançados no mar, sofrendo ruína irrecuperável” (John Gill, in loc.). Cf. Apo. 18.21.
Êx 15.6 A tua destra. A mão que representa poder e posição de honra, uma metáfora comum nas Escrituras. Ver Êxo. 15.12; Sal. 16.8,11; 18.35; 21.6; 45.4; 73.23; 110.1; Mat. 25.34; 26.64; Col. 3.1; Heb. 1.3; I Ped. 3.22; Apo. 1.16. Yahweh, o homem de guerra (vs. 3), 0 Deus dotado da poderosa mão direita, aponta para uma metáfora antropológica.

Êx 15.7 Yahweh exibiu Seu poder no Egito, mediante as dez pragas e também no mar de Juncos. Ele espalhou destruição e assim livrou Israel de sua longa servidão aos egípcios. Foi depois de libertados que puderam iniciar sua marcha de volta à Terra Prometida. Nenhum homem poderia ter feito isso. Este versículo introduz, em termos gerais, o que se segue, de forma detalhada, nos vss. 8 ss. A ira do Senhor reduziu os formidáveis inimigos de Israel a nada, como se fossem restolho ou palha, que os israelitas tinham usado na massa para fabricar tijolos no Egito.

Elementos Enumerados:
1. Surgimento súbito dos ventos, uma força eficaz (vs. 8).
2. As águas acumulam-se em montões (vs. 8).
3. A arrogância dos egípcios não demoraria a ser humilhada (vs. 8).
4. Um segundo vento começa a soprar (vs. 9).
5. A volta das águas ao seu lugar, o que destruiu o exército egípcio (vs. 6). a Isa. 27.4; 51.24; Apo. 6.17.

Êx 15.8 O Vento Oriental É Mencionado (Êxo. 14.21). Foi como um grande resfolegar das narinas de Yahweh, o qual demonstrou Sua ira como se fosse um cavalo de batalha a relinchar. Ver Sal. 18.15. Houve algo de extraordinário naquele vento oriental, algo diferente de todo vento oriental que já havia soprado. Aquele vento foi impulsionado pelo poder de Deus. Tinha uma missão especial a realizar. Tal vento tinha um poder elevador e congelador, de tal modo que as águas se tornaram meio de escape para Israel, mas meio de destruição para o exército egípcio. Cf. II Tes. 2.8 no tocante ao esperado anticristo. Ver também Heb. 3.10. Encontramos aqui mais antropomorfismos poéticos.

Êx 15.9 O inimigo dizia. 
Os egípcios tinham-se mostrado arrogantes ao tentarem cumprir sua desvairada missão destruidora. Ver Êxo. 14.6 ss. Em pouquíssimo tempo já haviam esquecido todas as perdas que tinham sofrido. Israel tinha saído do Egito com muitas riquezas, quase todas doadas pelos egípcios (Êxo. 3.22; 11.2; 12.35,36). Antes, o povo de Israel estava reduzido à condição de escravos, mas tinha partido do Egito enriquecido. O arrogante exército egípcio, porém, saiu atrás dos israelitas, inclinado a matar e saquear. Ao avistarem o exército egípcio, os israelitas tinham ficado transidos de medo, e se puseram a clamar e a queixar-se, a duvidar e a desesperar (Êxo. 14.10 ss.). Naquele momento, nenhum homem poderia tê-los salvado. Foi mister outra intervenção divina, sob pena de a causa de Deus ter-se visto frustrada.
Já esquecidos das perdas sofridas, os egípcios começaram a indignar-se, a ponto de desejarem destruir os israelitas. E enviaram seu exército com espadas desembainhadas, armados de dardos, seus cavalos resfolegando, seus carros de combate ribombando, seus soldados gritando por vingança.

Êx 15.10 Sopraste com o teu vento. 
A destruição foi súbita. Sem a mínima cautela, eles se lançaram às águas, seguindo Israel pela vereda em seco. De repente, porém, os muros de água desabaram sobre eles, e o vento soprou-os ao total esquecimento, e afundaram como chumbo ao fundo do mar. O poder de Yahweh manifestou-se nos ventos e nas águas, e esse poder avassalou e destruiu totalmente o inimigo. Nenhum homem poderia ter feito tal coisa. Cf. essa destruição súbita com 0 quadro profético sobre o fim (I Tes. 5.3). O sopro do vento, que fez as águas desabar sobre os egípcios, não foi mencionado no relato do capítulo catorze, mas ajusta- se bem a ele, tal como no caso da praga dos gafanhotos, quando o vento oriental soprou e trouxe os gafanhotos, e, então, soprou o vento ocidental, e os levou para o mar (Êxo. 10.13,19).

Afundaram-se como chumbo. Um testemunho pessoal, dito por alguém que ficara impressionado diante da cena (vs. 5). Quão inesperadamente tudo sucedeu! Cf. Apo. 18.21.Êx 15.11 Ó Senhor. Yahweh havia derrotado todo o panteão egípcio nas dez pragas, e, uma vez mais, no mar de Juncos. Alguns pensam que aqui deuses são mencionados como divindades reais, posto que inferiores, sobre os quais poderes triunfou Yahweh, o verdadeiro Deus. Mais provavelmente, temos aqui uma expressão da consciência monoteísta, de acordo com a qual esses deuses eram apenas imaginários, figuras fictícias criadas pelos homens. É patente que Deus fez Sua providência prevalecer durante todo o episódio.
“Este segmento do hino (vss. 11,12) aparece sob a forma de uma indagação negativa, um artifício litúrgico comum (cf. Sal. 35.10; 71.19; 89.7-9; 113.5,6). Estes versículos revelam como a fé generalizara o evento sobre o qual repousa. Visto que Yahweh se mostrara Senhor de Faraó, Ele está acima de todos os deuses? (J. Coerl Rylaarsdam, in loc.).

Glorificado em santidade. A ênfase recai sobre o aspecto moral. O Faraó e suas hostes serviram de emblemas dos tiranos cruéis e barbáricos que, por tanto tempo, cometeram injustiças contra o povo de Deus. Foi apenas apropriado, pois, que a ira de Deus (ver a esse respeito no Dicionário) retificasse, finalmente, toda a questão. Cf. Sal. 86.8.

Maravilhas. As dez pragas destruidoras e o golpe definitivo do mar de Juncos, exterminando 0 exército egípcio. Israel tinha confiado no poder miraculoso de Deus. Ocasionalmente, Deus fazia intervenção em favor de Israel, como medidas necessárias, a fim de dar livramento ao Seu povo.
Deus pode fazer melhor certas coisas através do julgamento do que através de qualquer outro meio. Contudo, esses juízos são medidas remediadoras: sempre têm algum propósito benéfico em mente, como atos disciplinadores severos e duros. A cruz do Calvário também foi um juízo, severo e terrível, mas visando a um bom propósito, de alcance universal. E o que acontece a todos os juízos impostos por Deus. Até mesmo a descida de Cristo ao hades teve um bom propósito.

Êx 15.12 Estendeste a tua destra.
O braço de Deus é todo-poderoso. Ver as notas sobre o vs. 6 deste capítulo quanto à destra ou mão direita de Deus, a mão que representava poder, privilégio, provisão e glória. A terra tragou os egípcios, talvez uma referência ao sheol (ver sobre esse lugar no Dicionário), ou à sepultura, lugar de total destruição. Em outras palavras, do fundo do mar, eles passaram para o sheol. Contudo, não é provável que devamos ver aqui uma alusão direta a essa prisão da alma, naquele período tão remoto. Mais tarde, entre os israelitas, concebia-se que as almas vão para o sheol, por ocasião da morte física. Essa doutrina passou por um desenvolvimento, o que sucede à maior parte das pro- posições teológicas, conforme fica demonstrado naquele artigo. E provável que devamos entender aqui que a destruição total, iniciada pelas águas, terminou quando a terra do fundo do mar tragou os cadáveres dos egípcios como sua sepultura final. A metáfora é um tanto desajeitada, embora muito poderosa e impressionante.
Alguns estudiosos veem aqui um acontecimento físico, e não um quadro metafórico acerca do sheol. Nesse caso, teria havido um terremoto, que abriu uma fenda na terra, para onde desceram os cadáveres dos soldados egípcios. Ou, então, as águas do mar finalmente levaram seus corpos até a praia, e, então, eles foram sepultados por outros em valas comuns. Parece que o Salmo 77.18 indica que houve um terremoto associado ao evento, ou, então, também devemos entender metaforicamente todas essas descrições. Ou algo tão simples como 0 lodo do fundo do mar pode estar em foco. Esse lodo recebeu os cadáveres, como se fossem sepulturas. Ou, finalmente, as próprias águas do mar são aqui pintadas como se fossem sepulcros, porquanto tiveram essa função, na ocasião.

Êx 15.13 Guiaste o povo. Vemos aí o amor benevolente de Deus, em favor de Israel, ao mesmo tempo em que os ofensores egípcios pereceram em seus sepulcros de água.

O livro de Jonas é o João 3.16 do Antigo Testamento. Para Deus, os pagãos pareciam importantes o suficiente para Ele ter-lhes enviado um profeta de Israel; e até os rebanhos da Assíria eram importantes aos Seus olhos (Jon. 4.11). Por outro lado, a ira de Deus é um dedo de Sua mão amorosa, conforme explico nas notas sobre o versículo décimo primeiro, acima. Se a missão de Cristo alcançou os desobedientes dos dias de Noé, sem dúvida também alcançou os desobedientes e arrogantes do Egito. Ver I Pedro 3.18-4.6 e o artigo intitulado Descida de Cristo ao Hades, na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.Que salvaste. Naquele período tão remoto, estava em foco, acima de tudo, a libertação de Israel da servidão egípcia, e a subsequente entrada na Terra Prometida. O acontecimento histórico, porém, tomou-se um tipo da redenção espiritual.
... o levaste à habitação da tua santidade. Os filhos de Israel foram conduzidos por Deus da servidão no Egito à liberdade. A redenção foi de um estado para outro, tal como a redenção espiritual é da servidão ao pecado para a salvação eterna da alma.
Habitação da tua santidade. Um termo um tanto vago aqui e que tem recebido diversas interpretações:

1. Aquele lugar, no deserto ou em qualquer outra localização, onde os homens viessem a adorar, sentindo a presença de Deus: o lugar de adoração e ação de graças.

2. Ou está em foco a inteira Terra Prometida, como uma referência metafórica. Ver Sal. 78.54; Jer. 10.25; 25.30.

3. Ou, então, está em pauta, especificamente, o monte Sião, 0 que poderia ser uma visão retroativa, por parte do autor sagrado, que tinha consciência do que viria após a vagueação no deserto. O vs. 17 deste capítulo certamente sugere essa interpretação. Alguns eruditos aceitam essa terceira interpretação, mas pensando que temos aqui uma profecia do que ainda viria a acontecer. Ver Sal. 78.6-69. Mas, se temos aqui uma visão retroativa, então a forma final do poema só teve lugar nos dias de Salomão.
Êx 15.14 As notícias espalhar-se-iam, lançando o terror no coração dos inimigos de Israel. O próprio povo de Israel quedou-se admirado e temeroso, diante das obras de Yahweh.
Os povos. Mui provavelmente, temos aqui menção às tribos cananéias que habitavam na Palestina, conforme são alistadas em Êxo. 13.5 e outros trechos bíblicos. Ver as notas expositivas nessa referência. O autor sagrado escreveu tendo em vista a futura conquista da Terra Prometida; ou, então, olhando de volta a ela. Conforme alguns eruditos, ele sabia da conquista da Palestina, por- tanto este versículo seria pós-mosaico. Ou então, segundo outros insistem, ele previu, profeticamente, essa conquista, em consonância com o pacto abraâmico (Gên. 15.16). O pacto abraâmico, comentado em Gên. 15.18, prometia um terri- tório pátrio para Israel.

Êx 15.15 Ouvindo falar sobre 0 escape miraculoso de Israel da servidão egípcia, os habitantes da Palestina ficariam predispostos a temer (Deu. 2.25; Jos. 2.9-11; 5.1). Edom e Moabe fizeram tudo para evitar que Israel atravessasse seus territórios (Núm. 20.18-21; 21.13). Os habitantes da terra de Canaã não se renderam simplesmente, sem oferecer resistência, embora já estivessem virtualmente derrotados. Em seu fervor, o poeta foi além do que a história nos diz. Sobre os “príncipes de Edom”, ver Gên. 36.15 onde é usada a mesma expressão. Os eruditos liberais pensam que o autor sagrado escreveu esses versículos como um historiador, ao passo que os conservadores preferem pensar em uma declaração profética. O vs. 17 quase certamente alude ao monte Sião, o que aponta para um tempo bem posterior ao da morte de Moisés, talvez o tempo do ano 1000 A. C., 0 tempo de Salomão.

Êx 15.16 Espanto e pavor. Por três vezes (vss. 14-16), o autor sacro enfatiza o terror que os povos sentiriam ao tomarem conhecimento que eles mesmos, tal como sucedera aos egípcios, teriam de enfrentar Israel, liderado por Yahweh.
Pela grandeza do teu braço. A mesma ideia que temos em Êxo. 15.6, exceto pelo fato de que ali a menção é à “destra” do Senhor. O autor continua usando expressões antropomórficas.
Até que passe o teu povo. Os israelitas atravessaram o deserto e o rio Jordão. Ou, então, está em pauta sua entrada na Terra Prometida. Talvez devamos apenas pensar na fronteira, que foi cruzada pelos filhos de Israel.

O povo que adquiriste. 
Ou seja, os remidos da servidão no Egito. Esse é o tema central do livro de Êxodo. Todo o episódio da redenção de Israel retrata a redenção da alma.
Êx 15.17 Tu os introduzirás. Os verbos postos no futuro, como aqui, parecem indicar que o autor sagrado falava como profeta, e não retroativamente, como historiador. E isso é um ponto a favor da data anterior do Êxodo e, por via de consequência, do Pentateuco.
No monte da tua herança. Provavelmente está em foco a totalidade da Terra Prometida, uma região montanhosa que, na intenção de Deus, já pertencia ao Seu povo de Israel. Interpretando a passagem do ponto de vista cristão, devemos pensar no Reino de Deus, mormente na época do milênio, quando esse Reino (tendo como capital Jerusalém) se tornar a concretização de muitos aspectos do Pacto Abraâmico. No simbolismo bíblico, um “monte” é metáfora do reino de Deus. Ver Isa. 2.2; Dan. 2.35,44,45 etc. E isso parece confirmado pelo que diz 0 versículo seguinte.
No santuário. Temos aí um dos alvos da reentrada do povo de Israel na Terra Prometida, e não ainda um fato realizado. Mas, como se trata de algo decretado por Deus, “as mãos de Deus" já tinham “estabelecido” tal resultado. Metaforicamente, no milênio e no estado eterno, Deus será 0 santuário de Seu povo (Apo. 21.2-4). Teremos aí a concretização de todo o imenso drama da criação e do plano de redenção.

Êx 15.16 O Senhor reinará.
Devemos pensar aqui que isso se concretizaria na teocracia em Israel, no coração dos piedosos, durante 0 milênio e, finalmente, no estado eterno. Cf. Sal. 10.16; 29.10; 145.13; 146.10; Luc. 1.31,33; Apo. 11.15 e 22.5. O hino de louvor a Deus, em comemoração à vitória do Senhor sobre os inimigos de Israel, termina neste versículo.
“As palavras expressam o domínio eterno de Deus não somente sobre o mundo, mas também sobre [e com a Igreja]; não somente sob a lei, mas também sob a graça do evangelho; não somente quanto ao tempo, mas também quanto à eternidade” (Adam Clarke, in loc.).

Êx 15.19 Este versículo reitera o que já havia sido dito em Êxo. 14.29,30 e 15.1, onde o leitor deve examinar as notas. Funciona como uma espécie de síntese do significado do poema inteiro de Moisés. Ver também o vs. 16. Este versículo serve de introdução ao cântico de Miriã, que se segue e faz conexão com o trecho final em prosa do capítulo catorze. Talvez se trate de uma adição feita por um editor, a fim de fazer a ligação entre o poema de Moisés e o poema de Míriã. Fornece-nos a mensagem essencial do livro de Êxodo: a redenção de Israel da servidão egípcia, mediante 0 grandioso prodígio do mar de Juncos, 0 qual levou à plena fruição os milagres anteriores das dez pragas.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 364; 364; 368-369.

Observemos aqui as diferenças de apresentação entre as cenas que envolvem os mártires, aqui e no sexto capítulo do livro. Ali eles clamam pedindo vingança contra seus opressores. E então lhes é dito que descansem, até completar-se o número dos mártires (ver Apo. 8:3.4). Mas agora o seu número já se completou, e sua vitória final está bem próxima. Cruzaram em segurança o mar Vermelho da tribulação, e logo seus inimigos serão afogados no mar da cólera de Deus. Não admira, pois. Que tenham irrompido em um cântico de triunfo e ações de graças.

·...o cântico de Moisés... » Assim é chamado esse cântico, em memória de Êxo. 15:1 e ss., onde Moisés e os filhos de Israel entoaram o cântico de triunfo, por haverem sido libertos do Egito, quando, finalmente, atravessaram cm segurança o mar Vermelho. O cântico entoado, aqui e naquela ocasião não é realmente uma só coisa, mas a alusão àquela situação é evidente. No décimo quinto capítulo do Êxodo o cântico salienta a vitória sobre os inimigos de Deus. Neste caso temos, essencialmente, um cântico de louvor. Mas notemos, no quarto versículo, que os juízos divinos subjugarão às nações e portanto, apesar de não haver qualquer longa descrição acerca da queda desses adversários, tal como no décimo quinto capítulo do Êxodo, não há que duvidar que esse é o espírito do cântico, a
sua base fundamental.
·...servo de Deus...·No grego temos «doulos», «escravo·. Fica subentendida uma total dedicação.

«...o cântico do Cordeiro...» Esse cântico é o mesmo que o de Moisés. Não se deve pensar em dois cânticos separados, c nem se deve pensar que as palavras «o cântico de Moisés, servo de Deus», representam uma antiquíssima interpolação. (Esse cântico pode ser comparado ao que se lê em Apo. 5:9, o «novo cântico», que se repete em Apo. 14:3, no tocante aos mártires. Mui provavelmente o autor sagrado se utiliza de várias expressões para indicar uma só coisa: uma melodiosa expressão de louvor e triunfo, porquanto os homens ·atravessaram 0 martírio e chegaram aos lugares celestiais», onde receberam a vitória em Cristo e o descanso. Pode-se falar sobre o cântico que ·narra a história» da vitória cristã de variegadas maneiras. O intuito do autor sagrado é dizer-nos que. a despeito dos mais terríveis sofrimentos à face da terra, incluindo a própria morte, os mártires «triunfarão·!

O poder da música. 
Quão trágico e ultrajante é que a música dos clubes noturnos seja trazida às igrejas evangélicas! Mas isso é o que está sucedendo em nossos próprios dias. A música inspira estados metafísicos, e não deveria ser manuseada superficialmente. No presente contexto, fica implícito o contraste entre a degradação dos adoradores do anticristo e os adoradores santos do Cordeiro. A música é um elemento que pode dizer-nos o que é o quê. Não poderá haver música elevada e inspiradora da alma, no culto ao anticristo. Quão terrível é introduzir nas igrejas locais a música que exalta ideais ímpios, conferindo-lhes «palavras de cunho cristão. A música ímpia jamais poderá tornar-se o veículo de verdadeiras conversões, e nem a verdade cristã pode ser expressa por seu intermédio. O cântico que figura neste contexto glorifica a vitória de Cristo sobre o mal. Como se poderia usar música má para celebrar tal vitória?
«A grande redenção se consumará na forma de um cântico. E esse cântico reunirá em um todo o significado da antiga lei, mediante a qual os homens foram levados a apreender o caráter de Deus. Quando pensamos sobre os muitos hinários cristãos, que falam apenas de alguns aspectos de nossa experiência cristã, sentimo-nos prontos a pensar na nova apreciação com que correntes inteiras de experiência, entre os homens e Deus. serão mescladas no cântico dos santos vitoriosos, sobre o mar de vidro e fogo·.(Hough, in loc.). (Quanto a notas expositivas completas sobre a «música·, como um dos instrumentos de adoração, ver Col. 3:16).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 580.(estudaalicao.blogspot.com).
fonte www.mauicioberwaldoficial.blogspot.com

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