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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Estudo livro de Exôdo (15) מחקר שמות



                                                       CONTINUAÇÃO     
                           CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PASCOA
                                       COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
                                              O PESACH JUDAICO

O relato da instituição desse rito se encontra em Êxodo 12. Deus ordena a Israel que o observe (w. 1,2). A observância do rito, além dos atos litúrgicos prescritos no relato, exige à disposição um cordeiro ou um cabrito, macho de um ano, sem defeito (v. 5); pães ázimos e ervas amargas (v. 8). Estas recomendações dirigem-se ao círculo familiar (v. 3), podendo estender-se à vizinhança (v. 4).

O cordeiro devia ser assado inteiro, e aquilo que não era comido no banquete devia ser queimado antes do dia seguinte (v. 10). Os comensais deviam comê-lo em pé e devidamente trajados para uma longa viagem (v. 11). Nos tempos de Jesus, conforme indica Raphael Martins, a cerimônia pascal havia recebido a influência dos gregos e dos romanos que celebravam seus ágapes, não como escravos, mas como um povo livre e independente, ou seja, comiam recostados em divãs providos de almofadas. O Pesach significa na língua hebraica “passar por cima”, “passar por sobre”. Na língua portuguesa foi traduzida por “Páscoa”.

O Pesach surgiu em face da tradição de que o anjo destruidor, ou anjo da morte, “passou por sobre” as casas cujo sangue do cordeiro imolado assinalava. “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais... O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós...” (Ex 12.12,13)

A passagem do anjo da morte constituiu a última praga sobre o Egito, forçando o Faraó a libertar o povo hebreu, possivelmente entre os anos de 1400-1200 a.C. O Pesach, na descrição de McKenzie, mostra numerosas variantes que apontam para uma origem e desenvolvimento complexos. O Pesach, segundo a grande maioria dos estudiosos, era anterior à instituição no capítulo 12 de Êxodo. A festa original era pastoril nos seus primórdios, onde os pastores celebravam o nascimento de ovelhas na primavera; e esse termo também faz alusão à forma como as ovelhas costumam “saltar por cima” dos obstáculos. Seja como for, por meio da historização, a Páscoa se tomou a grande festa nacional de Israel, que celebrava sua constituição como povo de Iahweh, acentua McKenzie. naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão” (v. 8) Ázimos, no hebraico maccot, significa “pães sem fermento”. A festa dos “pães sem fermento” está registrada em Êxodo 23.15, ao lado de outras duas. No momento da instituição do Pesach ela aparece em correlação com a mesma, como festa histórica que celebra a libertação de Israel da opressão egípcia. O caráter da cerimônia indica que se tratava de uma festa agrícola de agradecimento pelo início da colheita. No Novo Testamento é sempre mencionada em conexão com o Pesach (Mt 26.17; Mc 14.12).
Em memória dos sofrimentos dos hebreus no Egito são comidas ervas amargas: chicória, escarola, agrião, salsa, rabanete, amêndoa, tâmara, figo e passa. Esses ingredientes eram misturados com vinagre, formando uma espécie de molho, cor de tijolo (haroset, em hebraico), lembrando seu antigo ofício no Egito.Roberto dos Reis Santos. A Santa Ceia. Editora CPAD. pag. 12-14.

3. Para nós.

A Páscoa do Senhor, como assim é chamada, tem um grande significado para nós. Ela deve nos fazer recordar de Jesus, nosso Cordeiro Pascal. Ele entregou-se a si mesmo para que eu e você tivéssemos a vida eterna e o acesso a Deus. A nossa vida foi preservada porque Ele nos amou até a morte.
É evidente que não temos de celebrar a Páscoa com um cordeiro assado, com pães asmos e ervas amargas. Para nós, cristãos, esses elementos fazem parte da cultura judaica, e que serviriam por todas as gerações de israelitas como uma lembrança da libertação do Egito.
Além disso, a Páscoa foi chamada de “páscoa do Senhor” (Ex 12.11), pois ela deveria ser comemorada em homenagem ao Deus de Israel. Não é um momento que deveria ser lembrado pelos israelitas posteriormente sem que tivessem em mente que era uma lembrança sobre Deus e sobre o que Ele havia feito.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 39-40.

O TEMA PÁSCOA NO NT E NA IGREJA

 A atividade messiânica de Jesus alcança seu clímax nos eventos de sua Ultima Páscoa. De acordo com João, a crucificação aconteceu no primeiro dia da “Páscoa” (usado aqui aparentemente como uma designação da Festa dos Pães Asmos). Os sinópticos deixam claro que foi no primeiro dia da festa. João que parece estar interessado especialmente em dados cronológicos registra duas, ou até mesmo três Páscoas (João 2.13; 6.4; 12.1; cp. W. F. Howard, The Fourth Gospel, revisado por C. K. Banet [1955], 122). Contrário a C. H. Dodd (The Interpreter of the Fourth Gospel [1953], 234), há um bom motivo para se acreditar que João dedicou importância especial ao tema da Páscoa. Seu evangelho, que enfatiza ser o Messias o verdadeiro pão da vida, se ajusta notavelmente bem ao contexto pascal (cp. Jo 6.3 lss. cp. V. Ruland, INT [Out., 1964], 451 ss.). A Páscoa é igualmente importante para os evangelhos sinópticos; tanto que se pode vislumbrar o evangelho de Marcos como uma Haggadah da Páscoa Cristã escrita com o propósito de reinterpretar o tema pascal em termos messiânicos como o Novo Êxodo (cp. John Bowman, The Gospel of Mark [ 1965]). 

Um caso um pouco semelhante é 1 Pedro, que faz tantas alusões à Páscoa que alguns estudiosos se sentem justificados em considerá-la como uma liturgia pascal. Sugere-se que 1 Pedro é uma liturgia ligada à vigília pascal em preparação ao batismo pascal, um costume amplamente praticado na igreja primitiva (cp. F. L. Cross, 1 Peter I [1954]; Roger Le Déaut, La Nuit Pascale [1963], 297; A. R. C. Leaney, NTS, X [1964], 238ss.). Isto pode provar, de maneira muito restrita, um conceito que tem sido contradito por alguns (C. F. C. Moule; T. C. G. Thomton), mas não mostra, todavia, quão profundamente o tema da páscoa está embutido no NT. Outros livros do NT fazem alusões similares à Páscoa em conexão com a mensagem cristã. Paulo claramente associa o Messias à Páscoa e compara a vida cristã com o símbolo do pão asmo que permanece em sinceridade e verdade (ICo 5.7 s.).

Uma associação similar entre o Messias e a Páscoa existe no Judaísmo rabínico. O dia 15 de Nisã é declarado como um tempo de alegria para todos os israelitas, porque Deus realizou um milagre (sinal) naquela noite, mas na era que virá (i.e., no tempo do Messias) ele transformará a noite em dia (cp. SBKIV, 55). Na Haggadah shelpesah, a expectativa messiânica está ligada ao seder tanto pela referência direta ao Messias como pela parte que Elias representa a tradição pascal. O costume de abrir a porta à meia-noite, na primeira noite da Páscoa, já era praticada no Templo de Jerusalém (cp. Jos. Ant.. XVIII. ii.2), e tem implicações messiânicas definidas. Déaut mostrou a íntima associação entre o ritual pascal e as expectativas messiânicas no Judaísmo rabínico do séc. le. Isto se aplica até mesmo aos samaritanos que esperavam a aparição de seu Taheb (Messias) no dia de Páscoa (cp. Déaut, op. cit. 281, 283).

O tema pascal do NT, e em especial de João (cp. A. Guilding, The Fourth Gospel and Jewish Worship [1960], 58ss.), foi assumido pela igreja gentílica. A liturgia da vigília pascal e a tradição Quartusdecimus (décimo quarto) de fazer a Páscoa coincidir com a Páscoa judaica persistiu na igreja por séculos (cp. B. Lohse, Das Passafest der Quartodecimaner [1953]; Diepassa-Homilie des Bischofs Meliton von Sardes [1958]). A expressão “a Páscoa da salvação”, entrou no vocabulário da igreja e foi usada abertamente na liturgia (cp. Déaut, 296; apesar de Lohse ter contradito). A identificação de Cristo com a Páscoa cristã foi aceita como premissa teológica: “a festa da Páscoa do Salvador”.
23.1), significa tanto a Última Páscoa que Jesus celebrou, como a Páscoa cristã quando a igreja celebra a ressurreição de Cristo. Num jogo de palavras, que somente é possível em grego é interpretado com o significado de 7iáa%co: “E no dia seguinte nosso Salvador sofreu, aquele que era a Páscoa — sacrificado de modo propício pelos judeus” (Ante-Nicene Christian Library XXIV, 167). Portanto, a Páscoa judaica e a Páscoa cristã conservadas juntas de modo que o tema da páscoa do AT perdurasse embora centrada na ressurreição de Jesus Cristo.MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 4. pag. 786.

PÁSCOA CRISTÃ (EASTER)

Preservamos entre parênteses a palavra inglesa, a fim de melhor destacar o fato de que há uma diferença entre a páscoa dos hebreus e a páscoa dos cristãos. Ver o artigo geral sobre a Páscoa, onde a versão cristã é incluída em uma seção separada. Easter é uma palavra usada nos idiomas germânicos para denotar a festividade do equinócio do inverno, e que, dentro da tradição cristã posterior, passou a ser usada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo. Nas línguas latinas, como o português, a palavra para «páscoa» vem do latim pascha, a qual, por sua vez, alicerça-se sobre o termo hebraico, pesach , que significa «passar por cima». O termo grego pascha também é derivado do hebraico, pelo que é indeclinável.
A origem da palavra Easter é controvertida. Alguns estudiosos pensam que a mesma está ligada ao nome da deusa anglo-saxônica que representa a primavera, Eoestre, Nesse caso, teríamos o comum fenômeno de um nome de um costume pagão receber um significado cristão. Ou então, essa palavra poderia estar relacionada às vestes brancas usadas durante a celebração da festa cristã relativa à semana da páscoa. Nesse último caso, o plural da palavra que significa «branco» foi confundido com a palavra que significa «alvorecer», e, subsequentemente, foi vinculado ao alvorecer do dia da ressurreição. Seja como for, a celebração da ressurreição antecede a tudo isso, visto que cada primeiro dia da semana, originalmente, representava isso; e, pelos fins do século 11 D.C., a, celebração da ressurreição como uma festa da Igreja cristã, já estava bem estabelecida. No tocante a detalhes sobre a Páscoa Cristã, ver isso como um subponto do artigo geral sobre a Páscoa.CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 102-103.

II - OS ELEMENTOS DA PÁSCOA
1. O pão.

Na noite em que seria a última dos hebreus no Egito, Deus os preparou para uma saída repentina, mas não sem se alimentarem. A ordem divina aos hebreus não foi apenas para que sacrificassem um cordeiro e colocassem o sangue dele na entrada da casa, mas também para que se alimentassem de pão sem fermento, ervas amargas e do próprio cordeiro.
Cada um deles tinha uma representação para os hebreus, que deveria ser passada de geração a geração, para que se lembrassem do quanto Deus operou grandemente em prol dos filhos de Israel.
De acordo com a descrição bíblica, o pão deveria ser sem fermento. A massa não deveria passar pelo processo de fermentação, ou seja, seria levada ao fogo tão logo estivesse pronta, sem ter de esperar para crescer. A ideia era mostrar que os israelitas teriam pouco tempo para preparar sua última refeição como escravos, pois logo sairiam para uma grande jornada. E evidente que o uso do fermento poderia fazer com que a massa dobrasse seu tamanho e alimentasse mais pessoas, mas a orientação divina indicava a pressa com que os judeus iriam comer para saírem logo do Egito.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 40.

O Pão e o Vinho na Comunidade Judaica

Nas terras do antigo Oriente o pão e o vinho, assim como determinados produtos, eram as formas mais comuns de alimentação. O pão, iehem, que aparece cerca de duzentas e oitenta vezes no Antigo Testamento, em termos gerais significa “alimento”, “sustento”, indicando sua presença indispensável para o sustento do povo hebreu.
O pão era o principal alimento. A expressão “comer pão”, em hebraico, significava “fazer uma refeição”.1 Noventa e cinco por cento dos habitantes do mundo antigo tiveram como base alimentar os derivados do trigo, além de água e vegetais. Escreve I. D. Lucírio: “natural da região do mediterrâneo e oriental médio, o trigo começou a ser cultivado em 8500 a.C. e se tornou uma das principais fontes de alimento do mundo antigo, que não vivia sem pão”.2 Sara apressou-se em preparar pão para os viajantes (Gn 18.1-6); os que trabalharam no campo se alimentaram de pão (Rt 2.14); durante as guerras o pão era usado como alimento básico para os soldados (1 Sm 16.20); no episódio da multiplicação, pães e peixes foram usados por Jesus (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44).

O pão devia ser tratado com respeito, sendo proibido jogar fora até as migalhas. Talvez os judeus utilizassem cães domésticos para esta função — comer “... das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (Mt 15.27).
O pão mais comum no mundo antigo era feito de cevada, alimento dos pobres, por ser mais barato. O pão de trigo era um luxo. O grão era moído por mulheres ou escravos entre duas mós, cuja farinha fina era usada para cozer bolos e também para fins litúrgicos. Três eram os métodos de cozimento: 1.0 tannur (forno), tubo cônico onde a massa era cozida sobre pedras quentes; 2. Bandejas redondas de metal colocadas sobre três pedras, onde era aceso o fogo; 3. A massa, colocada sobre cinzas quentes. Os judeus empregavam o pão para fins religiosos, sendo o ato uma espécie de gratidão pelos cuidados providenciais de Deus quando simbolicamente entregavam, nos atos litúrgicos, parte do que foi provido por Ele.
Além dos animais usados nos sacrifícios veterotestamentários, os elementos do pão apareciam em quase todos os atos sacrificiais, na classe de “ofertas de cheiro suave”, que não tratavam do peca K Siinlii Ceio do, mas falavam de gratidão, comunhão e consagração. O pão era usado em ofertas pacíficas (Lv 7.12) e ofertas das primícias (Nm 15.17-20). Naturalmente, fazia parte das cerimônias da Páscoa, e, posteriormente, na celebração da Santa Ceia cristã, “E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu...” (Lc 22.19) O pão não podia ser cortado, mas partido. Esse gesto era comum entre as famílias judaicas, onde o pai, ao iniciar uma refeição, tomava um pão e, após dar graças ao Senhor, partia-o em pedaços e distribuía-os entre os membros de sua família.A origem do vinho é antiga. Sua produção no Oriente Médio data da pré-história. O texto sagrado indica que Noé o utilizou (Gn 9-20ss). Havia no mundo antigo diversos tipos de bebidas, entre elas o suco de romã, de tâmaras, leite e shechar — uma espécie de cerveja feita de cevada e painço. Entretanto, não se comparavam ao vinho.O vinho fabricado na Palestina era geralmente tinto, conforme indica a expressão “sangue da uva” (Gn 49.11; Dt 32.14).

O lagar, local onde se fazia o vinho, em geral ficava na própria vinha. As escavações arqueológicas realizadas na antiga cidade de Gabaon revelam que o lagar, segundo John McKenzie, era composto de dois tanques, talhados na pedra a diversos níveis, com um pequeno canal que levava do nível superior ao inferior.A primeira compressão se fazia espremendo a uva com os pés (Ne 13.15); era um trabalho festivo, acompanhado de gritos (Jr 25.30; 48.33) e de instrumentos musicais. Em seguida, os cachos eram espremidos por meio de uma haste com uma pedra pesada, ou por meio de paus que serviam de alavanca para os pesos. O suco da uva depois era colocado em tinas ou recipientes de couro para a fermentação.O vinho é um dom e uma bênção do próprio Deus (Dt 7.13; Pv 3.10; Os 2.10), e evidentemente, à semelhança do pão, fazia parte nas ações litúrgicas do povo judeu. Em sentido geral, todas as refeições têm para o judeu sentido sagrado. O alimento e a bebida são dons de Deus, dádivas que os judeus não esquecem em sua orações:

Sobre o pão:

“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que da terra tirais o pão.”
Sobre o vinho:
“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes o fruto da vinha.”
Sobre o alimento:
“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes tantas formas de iguarias.”
Sobre as frutas das árvores: “Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes os frutos da terra.”
Sobre os produtos do solo: “Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que criastes os frutos do solo.”
Depois das refeições:
“Bendito sejas, ó eterno, nosso Deus, Rei do universo, que alimentais todas as criaturas.”Roberto dos Reis Santos. A Santa Ceia. Editora CPAD. pag. 9-11.

Êx 12.11 Comê-lo-eis à pressa.

 Essa foi a instrução final. Israel estava com pressa para deixar para trás a servidão. O cordeiro pascal era comido estando as pessoas em pé, de sandálias e as vestes cingidas. Esses eram sinais externos da pressa que eles sentiam, por ordem de Deus. Esse foi um dos quatro elementos que não prosseguiram na observância da páscoa em tempos posteriores. Ver as notas sobre Êxo. 12.6 quanto a isso. O cajado e as sandálias eram objetos que as pessoas usavam fora da casa. Assim, apesar de estarem ainda dentro de suas casas, eles estavam preparados para sair delas, prontos para a jornada. Comiam vesti- dos para viajar. Já tinham estado no Egito por tempo bastante. Um novo lar e um novo destino esperavam por eles.
As sandálias usualmente eram tiradas por ocasião das festividades e dias santos. Ver Gên. 18.4,5; Luc. 7.44; João 13.5. Na páscoa, porém, essa situação era revertida. O cajado era companhia constante dos viajantes, seu apoio e ajuda, e, ocasionalmente, sua defesa contra algum animal ou bandido que porventura ata- cassem. Ver Sal. 23.4.A páscoa. A palavra hebraica equivalente deriva-se de um termo que significa “coxear” ou “saltar” (II Sam. 4.4; I Reis 18.21,26). Mas aponta para o fato que o anjo destruidor passou por cima das casas protegidas pelo sangue do cordeiro, aplicado às ombreiras e verga da porta (Êxo. 12.23).
Temos aqui o primeiro uso da palavra páscoa na Bíblia. Alguns pensam que a palavra é de origem egípcia e significaria então “abrir as asas para protegei, mas a maioria dos estudiosos prefere o sentido do hebraico. Ver os vs. 24-27 quanto ao fato de que a páscoa foi fatal para os egípcios, mas serviu de livramento para o povo de Israel.

Êx 12.34 Provisões Básicas.

Os israelitas muniram-se de massa de trigo para a sua primeira refeição no deserto. E também levaram amassadeiras, ou seja, bacias de madeira, que podiam ser usadas para o fabrico do pão. Sua partida súbita não lhes permitiu levarem pão normal, ou seja, levedado. Mas a cena também fez parte da observação da festa dos pães asmos (ver sobre isso no Dicionário, e comentários na introdução a Êxo. 12.1). Os israelitas partiram quando ainda esta- va escuro (Deu. 16.1), provavelmente pouco antes do alvorecer. Cf. 0 vs. 39.

Êx 12.35 A Espoliação dos Egípcios. 

Isso havia sido predito bem antes, como parte necessária do êxodo. Ver Exo. 3.21,22 e 11.2,3, onde aparecem notas completas sobre a questão, visto que o ponto já tinha sido mencionado nesses dois trechos, sobretudo no décimo primeiro capítulo do Êxodo. A curiosa tradução, “pediram em- prestado”, mesmo que seja possível com base no hebraico, seria um pequeno toque de humor do autor sacro. Alguns eruditos pensam que houve, realmente, um saque, mas que Moisés abrandou na narrativa, para que parecesse que os egípcios se mostraram generosos. Tinham medo de perder a vida, e, naquele momento, eram vítimas fáceis diante de qualquer tipo de aproveitamento.
Desde os dias de Abraão, quando foi firmado o Pacto Abraâmico (ver as notas a respeito em Gên. 15.18), o exílio e a subsequente libertação tinham sido preditos. Ver Gên. 15.13,14. Este texto conta como essa servidão chegou ao fim, e como Israel começou a voltar para a sua Terra Prometida. A Abraão foi revela- do que seus descendentes sairiam do Egito levando “grandes riquezas". Isso incluía tanto o que eles haviam acumulado na terra de Gósen, como o que agora os egípcios lhes tinham doado. Sem dúvida isso serviu de reparação. Os ex escravos mereciam tudo quanto tinham adquirido. Ver no Dicionário 0 artigo intitulado Reparação (Restituição).
Êx 12.36 Generosidade e Saque. A combinação desses dois atos permitiu que Israel extraísse grandes riquezas dos aterrorizados egípcios. Uma pessoa fará quase qualquer coisa para salvar a sua vida. Os egípcios julgaram-se pouco mais do que pessoas mortas (vs. 33), pois Moisés poderia desfechar uma praga de modo súbito e generalizado. Assim, os antes escravizados israelitas receberam o seu salário, a paga pelas muitas décadas de cativeiro e trabalho árduo. “Israel arrancou deles suas riquezas e bens, suas possessões mais valiosas" (John Gill, in loc.). Artapano (apud Euseb. Praepar. Evan. 1.9 c. 27, par. 436) falou sobre as bacias de madeira, sobre ricos tesouros e sobre vestes que os israelitas receberam da parte dos egípcios, e a esse testemunho, Ezequiel, autor de tragédias teatrais, adicionou a sua palavra (apud Euseb., idem, c. 29, par. 443).CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 349; 352-353.

2. As ervas amargas (Êx 12.8).

As ervas amargas, conforme se entende, dão a entender que eram uma representação da amargura com que os israelitas foram tratados no Egito. Não era o tipo de iguaria que provavelmente trazia alegria em uma mesa, mas sua utilização naquela refeição mostrava aos israelitas o sofrimento pelo qual haviam passado, coisa que, se dependesse dos planos de Deus, jamais se repetiria.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 40-41.( estudaalicao.blogspot.com).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

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