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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Lição CPAD jovens n.8 autoavaliação 2017 2 trimestre


2º Trimestre de 2017

Título: O Sermão do Monte — A justiça sob a ótica de Jesus
Comentarista: César Moisés Carvalho 
Lição 8: Autoavaliação e discernimento, sim, julgar, não



TEXTO DO DIA 
“Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6.36). 

SÍNTESE 
A nossa natural disposição em sentenciar as pessoas, coloca-nos em uma posição que não nos cabe. 

AGENDA DE LEITURA 
SEGUNDA — Mc 4.24
O ônus do julgamento
TERÇA — Lc 6.37
Não julgueis e não sereis julgados 
QUARTA — Lc 6.38
Com a medida que medirmos, seremos igualmente medidos 
QUINTA — Lc 6.41
O argueiro e a trave 
SEXTA — Lc 6.42
Antes de reparar o argueiro, tire a trave da sua frente
SÁBADO — Lc 6.36
A melhor recomendaçã

OBJETIVOS 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
CRITICAR a autossuficiência da postura de juiz, tanto em si, quanto nos outros;
CULTIVAR o bom costume de autoavaliar-se, autocorrigir-se e também ajudar aos outros;

BUSCAR o discernimento a fim de conduzir-se sabiamente durante toda a vida. 
INTERAÇÃO

Em 1 Coríntios 11.31,32 o apóstolo Paulo diz que “se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados. Mas quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. Este texto utilizado, tradicionalmente, em reuniões de celebração da Ceia revela uma grande verdade. Se cada um de nós exercesse sobre, e acerca de si, um autoexame perfeito, não haveria o perigo de sermos julgados. Contudo, devido ao fato de não sermos perfeitos, terminamos não nos avaliando corretamente, ou seja, fazemos isto de forma desequilibrada, sendo, muito vezes, autoindulgentes ou severos demais. Entretanto, quando somos avaliados pelo Senhor, acabamos corrigidos para o nosso bem, para não sermos condenados com o mundo. Na realidade, como diz a Palavra de Deus, “Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz” (Hb 12.11 — ARA).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

A fim de contribuir para um melhor entendimento acerca das três posturas e/ou práticas a serem estudadas nesta lição, apresente a seguinte atividade: Solicite aos alunos que se dividam em três grupos. Um grupo representará a prática do julgamento, o outro a da capacidade de autoavaliação e o último, a do discernimento. A ideia é que cada grupo apresente, ao menos, dez palavras relacionadas a cada uma das práticas para posteriormente compará-las com as expressões das demais. Exemplo:


O objetivo é que ao comparar as expressões, os alunos compreendam não apenas a diferença entre elas, mas o lugar de cada prática e o que cabe a cada um. No sentido em que o Senhor Jesus ensina no Sermão do Monte, só a Deus cabe o julgamento, pois Ele é o único capaz de julgar perfeitamente e sentenciar. Nosso papel é “julgarmos” a nós mesmos, isto é, nos autoavaliarmos e discernirmos todas as coisas para que possamos agir com sabedoria.

                                                   TEXTO BÍBLICO 
Mateus 7.1-6. 
1 — Não julgueis, para que não sejais julgados,
2 — porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3 — E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?
4 — Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
5 — Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
6 — Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

A vida em comunidade é fascinante. Não podemos existir saudavelmente vivendo em isolamento. Contudo, o viver em sociedade tem os seus desafios. Um dos principais diz respeito ao relacionamento interpessoal. Na convivência surgem rusgas, discordâncias e até ofensas. Apesar de essas práticas não serem positivas e cristãs, muitas vezes são inevitáveis. A Bíblia, porém, nos ensina a tratar de tais conflitos para que eles não se tornem raízes de amargura e, com isso, venham contaminar a muitos (Hb 12.15). Outro fator perigoso é que discordâncias podem formar grupos e nestes as pessoas se transformam em juízes (1Co 3.1-8; Rm 14.1-12), postura altamente reprovável pelo Senhor, conforme iremos aprender nesta aula (Mt 7.1-5). Não podemos esquecer de que o ensinamento desse texto dirige-se aos discípulos, portanto, aos filhos do Reino de ontem e de hoje.

I. JULGANDO O PRÓXIMO OU OCUPANDO O LUGAR DE DEUS

1. Não podemos julgar. O texto é claro e não permite outras interpretações. O Mestre é enfático: “Não julgueis” (v.1). Como pessoas de uma sociedade estratificada, ou seja, dividida em partidos e grupos, tanto políticos quanto religiosos, era atitude corriqueira entre eles a disputa pela “verdade” (Mt 22.15,23; Mc 3.18; Lc 7.18; 20.1; Jo 12.20-22; At 5.36,37). Cada facção reivindicava a posse da verdade e assim punha-se a julgar as demais pessoas ou grupos. Na realidade, os discípulos foram forjados nessa sociedade e, mesmo depois de estarem com o Mestre, eles ainda disputavam entre si (Mc 9.33,34; Lc 9.46). Quem entra em uma disputa não o faz sem intenção de ganhar e, para isso, lança mão de todos os tipos de artifícios e argumentos para que o seu ponto de vista prevaleça. Ao final, o comportamento é o de alguém que se acha capaz de julgar as demais pessoas, tendo a si mesmo como base e referência. Infelizmente, quem se acostuma com essa prática, faz do costume de julgar os outros seu estilo de vida.
2. A consequência para quem se comporta como juiz. O Mestre adverte que o discípulo não deve julgar para que não venha a ser julgado (v.1). Ele desdobra o seu ensino e mostra a consequência, ou o resultado, do exercício do julgamento por parte de quem se acha capaz de julgar, dizendo que da mesma forma que a pessoa julga, ela será julgada, e que a medida utilizada para medir será também a mesma com que ela também será medida (v.2). A pergunta inevitável é: Se tal for feito, qual será o destino de todos? Se não falhamos em uma área da vida em que alguém sempre tropeça, por outro lado temos defeitos que, às vezes, nos passam despercebidos, mas que prejudicam outras pessoas do nosso convívio (Sl 19.12). Entretanto, esse “nível de julgamento” ainda é simples diante do que o Senhor está advertindo a que não se faça (Mt 18.15-35).
3. Por que não podemos julgar? A Bíblia de Estudo Palavras-Chave, em seu Dicionário do Novo Testamento, afirma que o verbo krinō, traduzido no versículo primeiro como “julgar”, significa “propriamente distinguir”, ou seja, “decidir (mentalmente ou judicialmente)” e, sendo assim, “julgar, condenar, punir: — vingar, concluir, condenar, maldizer, decretar, determinar, estimar, julgar, recorrer a Lei, ordenar, questionar, sentenciar a, pensar”. Considerando os versículos posteriores, não seria forçado dizer que a expressão tem um sentido de julgar com o objetivo de “sentenciar”, isto é, condenar e proferir um castigo à altura. Ocorre, porém, que nesse sentido, o julgamento só cabe a Deus, que conhece perfeitamente a tudo. Nem mesmo o Mestre colocou-se nessa condição (Lc 12.14; Jo 12.47,48). Assim, os discípulos, ao menos agora, não devem sentenciar a ninguém, pois não têm prerrogativa para tal. Quanto ao exercício do julgamento futuro, tanto Jesus, como os salvos, no dia determinado pelo Pai, deverão exercê-lo (Jo 5.22,23; 1Co 6.2,3).



Pense!

Qual seria o seu destino se as pessoas exercessem um juízo sobre sua vida da mesma maneira que você exerce sobre a vida dos outros?

Ponto Importante

Não tendo possibilidade de conhecer os motivos — que vão além das atitudes —, não cabe a nós sentenciarmos ninguém.


II. AUTOAVALIAÇÃO, AUTOCORREÇÃO E O AUXÍLIO A TERCEIROS

1. A disposição natural para corrigir aos outros. Pensando na possibilidade de exercer um juízo de correção, portanto, de menor alcance sobre as pessoas, o discípulo, como ser humano em transformação, é tentado a observar a conduta alheia e apontar o erro do próximo sob a desculpa de estar sendo cuidadoso (v.3). A este comportamento, o Senhor Jesus interpõe uma observação fundamental: Se a pessoa tem capacidade para enxergar um pequeno “cisco” no olho de alguém, é estranho que não verifique que há uma tábua na frente dos seus próprios olhos! Quem tem capacidade para observar pequenos detalhes nos outros, precisa exercer o mesmo rigor consigo mesmo. Nessa mesma linha é que Jesus faz duas censuras ao comportamento dos que se achavam justos aos seus próprios olhos, mas não “conseguiam” ver os sinais que Ele fazia como sendo provenientes de Deus (Lc 12.54-57; Jo 7.19-24). Somos ávidos para corrigir e avaliar os outros, mas lentos e parcimoniosos quando se trata de ver os próprios erros e corrigi-los da mesma forma.
2. Autoavaliação. Quem é competente para perceber um pequeno defeito nos demais, deve ser suficientemente capaz para perceber os seus grandes erros e mudar de atitude (v.4). Se essa não for a postura, torna-se impossível corrigir alguém. Na verdade, querer consertar os outros antes de fazer o mesmo consigo é hipocrisia (Rm 2.1-16). Mesmo porque, a correção alheia não redime os meus defeitos e pecados.
3. Autocorreção e auxílio ao próximo. A instrução do Mestre é clara quanto ao comportamento de quem quer corrigir aos outros no intuito de “ajudá-los”: Tirar a trave, ou seja, remover os seus graves desvios e se autocorrigir. Só assim estará apto a auxiliar o próximo na remoção do “cisco do olho” (v.5). Vale lembrar que, posteriormente, Jesus instrui acerca da correção ao próximo, isto é, como ela deve ser feita e as reais motivações que devem levar alguém a fazê-lo (Mt 18.15-17).



Pense!

Por que será que somos rápidos para reparar os defeitos dos outros, mas tão lentos para nos autocorrigir?

Ponto Importante

Viver em comunidade significa disposição para se autocorrigir e assim estar apto a auxiliar os outros a também fazer o mesmo.

III. A NECESSIDADE DE DISCERNIMENTO

1. Discernir é preciso. O versículo seis demonstra claramente que o ensino do Mestre acerca de “julgar” nos versículos anteriores não se refere ao indispensável exercício do discernimento nem da autoavaliação. É necessário e urgente que se faça. Todavia, é preciso que isso se dê de forma consciente, inclusive, dos nossos próprios erros e do valor das coisas sagradas.
2. Cães e porcos. Os destinatários da justiça do Reino são os discípulos. Como eles são judeus, sabem claramente o que essa palavra quer dizer ao utilizar a figura de dois animais imundos, ou cujo comportamento remete à imundície (Lv 11.7; 2Pe 2.22).
3. Coisas santas e pérolas. Novamente não é possível entender o ensinamento do Mestre se não tivermos em mente o fato de que Ele se dirige a uma audiência imediata composta por judeus. “Coisas sagradas” lembram claramente o sacrifício destinado á expiação da culpa que era propriedade de Deus e do sacerdote, portanto, sagrado (Lv 7.5-38). Quanto às pérolas, lembra-nos o que o Senhor falou em Mateus 13.45,46. Como os cachorros são animais carnívoros, a carne do sacrifício lhes era certamente atrativa, mas nem isso os impediam de satisfazerem-se e, depois de empanzinados, voltarem-se contra quem lhes ofereceu. É importante lembrar que o cachorro não era um animal de estimação como se vê nos dias de hoje. A respeito dos porcos, a ideia é simples: Em um chiqueiro do mundo antigo, e até mesmo em época mais recente, a comida dos porcos consistia de restos e sobras, muitas vezes estragados. Pérola para um animal como esse só tinha um destino: ser despedaçada. Assim, a mensagem do Reino levada a pessoas que a desprezavam, davam de ombros e desdenhavam, seria como dar coisas sagradas aos cães e pérolas ao porcos. Um desperdício que os discípulos não podiam se dar ao luxo de cometer (Mt 10.5-15).



Pense! 
Como você tem exercido sua capacidade de discernir todas as coisas? 

Ponto Importante

Conquanto nos seja vedado o exercício do julgamento e, por conseguinte, sentenciar os outros, é nos recomendado pelo Senhor que venhamos a discernir e nos autoavaliarmos.

CONCLUSÃO

A lição de hoje ensinou-nos grandes princípios, mas o principal deles é que a única pessoa que cada um de nós pode realmente melhorar através da correção somos nós mesmos. 


HORA DA REVISÃO 
1. Qual a consequência para quem julga os outros?
Da mesma forma que a pessoa julga, ela será julgada, e a medida utilizada para medir será também a mesma com que ela também será medida.

2. Por que não podemos julgar?
Porque o julgamento só cabe a Deus, que conhece perfeitamente a tudo. Nem mesmo o Mestre colocou-se nessa condição (Lc 12.14; Jo 12.47,48). Assim, os discípulos, ao menos agora, não devem sentenciar a ninguém, pois não têm prerrogativa para tal. 
3. Antes de corrigir aos outros devemos ser capazes de quê?
Remover nossos graves desvios e nos autocorrigir. 
4. Ao corrigir alguém, qual deve ser o nosso propósito?
Ajudar. 
5. Por que o discernimento é tão importante?
Para reconhecer nossos próprios erros e saber dar valor às coisas sagradas.

SUBSÍDIO I

“Não Julgar ou Ser Julgado (7.1-5)
Esta passagem é uma das declarações de Jesus mais equivocadamente interpretadas e erroneamente citadas. Sempre que a pessoa quer obstar críticas sobre atitudes, ações ou estilo de vida de alguém, objeções são encontradas na ordem: ‘Não julgueis’. Obviamente não é o que Jesus pretendia aqui. Ele espera que julgamentos de valor sejam feitos, que o certo e o errado sejam identificados e que o digno e o indigno sejam discernidos, como vemos nos versículos seguintes (especialmente o v.6). O discípulo deve poder ver a falta no irmão de forma que tal pessoa seja trazida a uma correção gentil, mas firme (cf. Mt 18.15-17). Jesus nunca disse que o bem e o mal são ideias relativas determinadas por cada pessoa. A tradição profética pede discernimento e correção. A oferta de Deus de perdão não envolve libertinagem impenitente.
O que Jesus proíbe nesta passagem é a mania de criticar, a condenação e o espírito de hipocrisia. O imperativo presente em ‘não julgueis’ (ou ‘parai de julgar’) indica um estilo de vida e uma atitude habitual de condenação. Tal atitude obsta a misericórdia e sujeita o participante à mesma justiça rigorosa e implacável. A expressão: ‘Com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós’ (v.2) conota a retribuição divina e era usada nas obras rabínicas judaicas (e.g., M. Sotá 1.7). Esta declaração de Jesus remonta à Oração do Senhor no capítulo prévio, na qual Ele deixou claro que um espírito irreconciliável ou condenador revoga o perdão já recebido (Mt 6.14,15; cf. Mt 18.23-35)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.59-60).

SUBSÍDIO II

A trave e o argueiro
“Para ampliar seu ensino contra o julgamento, Jesus focaliza a imagem do argueiro e da trave (vv.3-5). A trave, ou tábua, é uma hipérbole que Jesus usa para condenar a pessoa que, com uma tábua no olho (i.e., uma grande falta), tenta tirar um farelo de serragem (um defeito menor) dos olhos de outra pessoa. Esta imagem ridícula intensifica a imperfeição e autoilusão da hipocrisia. Normalmente Jesus reserva o título ‘hipócrita’ para os inimigos, mas Ele o aplica aos discípulos. Ninguém está imune desta miopia ética; assim devemos provar a percepção da profundidade espiritual da pessoa” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.60).

“Não julgueis, para que não sejais julgados (7.1)
A palavra krinō tem o sentido de ‘avaliar, distinguir’ e também de ‘julgar, condenar’. Aqui ‘não julguei’ refere-se a uma atitude crítica e cáustica com relação a outros. Por quê? Jesus dá três razões poderosas.
Em primeiro lugar, a maneira como tratamos os outros definirá a maneira como eles nos tratam (7.2). Em segundo lugar, estar alertas às nossas próprias faltas já é um trabalho suficiente (7.3-5). E, em terceiro lugar, se os outros não valorizam o que você valoriza (‘Nem deiteis aos porcos as vossas pérolas’ [7.6]), sua condenação irá enfurecê-los ao invés de convencê-los do pecado” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p.33).

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