O reino de Deus
Marcos 4.1-3,10-12; Lucas 17.20,21.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Reino: Monarquia governada por um rei; domínio, âmbito.
“Definindo o Reino de Deus
[...] O Reino de Deus pode ser definido como o domínio eterno de Deus em todas as eras, exercendo a sua soberania sobre o Universo, intervindo na história para conduzi-la ao ápice — a restauração de todas as coisas — e ‘revelando-se com poder na execução de todas as suas obras’. O Reino de Deus tem, portanto, uma dimensão presente, como já vimos, que se configura no cumprimento em Cristo de todas as promessas messiânicas do Antigo Testamento. A expressão ‘é chegado’, que aparece tanto em Mateus 4.17 como em 12.28, segundo pensam os eruditos, denota a ideia de ‘presença real’, agora, e não de proximidade, como algo apenas para o futuro. Ou seja, a presença pessoal do Messias na história implica a presença efetiva do Reino de Deus entre os homens. Ele se manifesta a partir do coração de cada um, daí porque onde se percebe que o Reino está presente é também possível sentir os seus efeitos.
No entanto, reitere-se, não se pode esquecer do caráter escatológico do Reino de Deus. Será o tempo no qual cumprir-se-á a profecia de Daniel em que os reinos deste mundo serão destruídos, o mal aniquilado, restabelecer-se-á a comunhão perfeita com Deus e o Senhor reinará com justiça para sempre” (COUTO, G. A Transparência da Vida Cristã. Comentário Devocional do Sermão do Monte. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.257,258).
“O Reino dos Céus/de Deus
Antes de mencionar o que Mateus escreve a respeito do ‘Reino dos céus’, ou ‘Reino de Deus’, precisamos fazer algumas considerações em relação ao sentido dos próprios termos. Em geral, a palavra ‘reino’ denota a ideia de um domínio, uma região física ou espacial, incluindo o povo e a terra sobre os quais um rei exerce autoridade. Esse sentido também se aplica às palavras usadas para ‘reino’ no Antigo e no Novo Testamentos.
[...] Faz-se necessário um comentário geral sobre uma expressão que é específica do Evangelho de Mateus. O ponto de interesse é o uso que ele faz da expressão ‘Reino dos céus’ em passagens em que Marcos ou Lucas, em seus relatos, referem-se ao ‘Reino de Deus’ (por exemplo, Mt 13.31; Mc 4.30; Lc 13.18).
[...] Os judeus usavam a voz passiva para descrever atos de Deus como uma forma respeitosa de descrever o que Ele fez sem mencionar seu nome (desde que é mais fácil omitir o sujeito com o uso do verbo na voz passiva). A substituição do nome de Deus por ‘céus’, a moradia do Senhor, é outra forma desse tratamento respeitoso. Essa expressão ocorre apenas no Evangelho de Mateus. No entanto, ele também usa quatro vezes a expressão ‘Reino de Deus’ (12.28; 19.24; 21.31,43), sugerindo, assim, que a diferença de nomenclatura é mais uma questão de preferência, ou deferência, que qualquer outra coisa.
É incerto o motivo por que o Evangelho de Mateus menciona ‘o Reino dos céus’ de forma rotineira, o que não acontece nas outras narrativas. É provável que Jesus usasse as duas expressões, mas Lucas e Marcos simplesmente escolheram usar, de forma consistente, a expressão ‘Reino de Deus’ por ser menos ambígua para leitores gentios que a expressão mais judaica ‘Reino dos céus’. Fica claro, a partir de passagens como 19.23,24, em que Jesus diz aos discípulos: ‘é difícil entrar um rico no Reino dos céus. [...] é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus’, que Mateus considera as duas expressões praticamente como sinônimas.
De forma distinta de muitas passagens do Antigo Testamento que se referem ao Reino de Deus como uma realidade presente, as referências no Evangelho de Mateus têm em vista, em geral, um reino ainda futuro ou a entrada no reino que ainda está no futuro. De qualquer modo, a passagem 12.28, em que Jesus afirma o seguinte a respeito de sua atividade de expulsar demônios: ‘Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus’, refere-se ao Reino como uma realidade presente” [ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008, pp.36,38].
Deus é soberano (Sl 24.1,2) e tem o governo dos céus e da terra (Dt 10.14; 1 Co 10.26). Pois foi Ele quem os criou (Gn 1—2; Hb 1.10; 11.3). Não obstante, pouco se estuda acerca de nossa participação no governo do Reino de Deus: nossos deveres e obrigações no cuidado e na mordomia de tudo que Ele nos confiou (Gn 2.15-17,19; 1 Co 3.16,17; 6.19,20).
Assim, o propósito desta lição é estudar o Reino de Deus nas Escrituras, bem como suas manifestações no presente e no futuro, porque desejamos que a Igreja do Senhor, na atualidade, busque intensamente estabelecer os valores do Reino de Deus através de sua prática e vivência.
I. CONCEITO BÍBLICO DE REINO DE DEUS
1. Definição de Reino de Deus. A expressão Reino de Deus aparecerá algumas vezes no decorrer da lição. Você sabe o seu significado? Podemos definir o Reino de Deus como a soma de “todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus”.
2. Os aspectos do Reino de Deus. De acordo com as Sagradas Escrituras, o Reino de Deus apresenta tanto aspectos presentes quanto futuros:
a) Presente. Na atualidade, o reino divino está presente na vida dos filhos de Deus, a saber, os salvos em Cristo. Estes foram libertos das trevas e transportados ao “Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). A partir desta experiência salvífica, é possível afirmar que toda pessoa, nascida de novo em Cristo Jesus, é dirigida pelo Espírito Santo e, consequentemente, tem a sua vida governada através dos valores do Reino (Ef 2.10).
b) Futuro. O aspecto futuro do Reino de Deus está ligado ao reino milenar de Cristo sobre a terra por ocasião da sua segunda vinda em glória (1 Co 15.23-25). Até mesmo a criação inanimada “espera” por esse glorioso dia (Rm 8.19-23). E você? Aguarda ansiosamente a vinda de Jesus Cristo, o Rei dos reis?
3. O governo do Reino. Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1). Ele tem o governo de todas as coisas. Seu domínio, soberania e autoridade real jamais terão fim. Os reinos deste mundo são transitórios, mas o de Deus é eterno. O Deus soberano governa o mundo todo. O Eterno intervém na criação e na história, manifestando seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio do pecado.O Reino de Deus é a soma de “todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus”.
II. O REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS
1. No Antigo Testamento. Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Estas e outras referências manifestam a prerrogativa soberana de Deus sobre a criação. Ele reina para sempre (Sl 29.10).
2. Em o Novo Testamento. A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33).
a) Na pregação de João Batista. João veio pregando no deserto: “Arrependei-vos porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). O fato de uma pessoa ser israelita e “filho da promessa” (Gl 4.28) não lhe assegurava o direito de entrar no Reino de Deus. Era preciso produzir frutos dignos de arrependimento. Pois, as boas obras são o resultado de um autêntico arrependimento (Lc 3.8).
b) No ensino de Jesus. A proclamação e a concretização do Reino de Deus foram o propósito central do ministério de ensino de Jesus. O Reino dos Céus foi o tema de sua mensagem e ensino na terra (Mt 4.17). No Sermão da Montanha, Jesus conclamou a multidão que o ouvia a buscar, com diligência e em primeiro lugar, o Reino de Deus (Mt 6.33). Ele estava ordenando a todos nós, seus seguidores, a buscar a Deus resolutamente e a fazer a sua vontade. Querido irmão, você tem procurado com diligência o governo soberano do Altíssimo em todo o seu modo de viver?
3. Reino de Deus ou Reino dos Céus. Nos evangelhos de Marcos e Lucas a expressão “Reino de Deus” aparece com frequência. Todavia, no Evangelho de Mateus, a expressão mais usada pelo evangelista (aparece cerca de trinta e quatro vezes) é “Reino dos Céus”. A maioria dos eruditos bíblicos concorda que o emprego da expressão “Reino dos Céus” foi aplicado por Mateus devido à rejeição do povo israelita ao uso indiscriminado do nome de Deus. Logo, as expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus”, quando comparadas entre os Evangelhos sinóticos — Mateus, Marcos e Lucas — são sinônimos e intercambiáveis (cf. Mt 5.3; 13.10,11; Mc 4.10,11; Lc 6.20).As expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus” nos Evangelhos sinóticos — Mateus, Marcos e Lucas — são sinônimos e intercambiáveis.
III. AS MANIFESTAÇÕES DO REINO DE DEUS
1. No passado. A nação de Israel era uma monarquia teocrática. O Senhor levantou reis para o povo judeu (Dt 17.14,15; Dt 28.36; cf. 1 Sm 10.1; 1 Sm 16.13) e estabeleceu normas reguladoras de relacionamento político entre o governante e a nação (1 Sm 8.10-22). O objetivo de Deus era preparar o caminho para a salvação da humanidade através da nação de Israel. Contudo, por causa dos desvios do povo judeu e da rejeição de seu Messias, Jesus Cristo, o reino divino foi-lhes retirado, ou seja, Israel na atualidade não tem mais a função de propagar o Reino de Deus (Mt 21.43; Rm 10.21; 11.23). Tal missão cabe agora à Igreja. Israel, porém, será restabelecido espiritualmente no futuro, conforme escreve Paulo (Rm 11.25-27).
2. No presente. O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por intermédio do Rei dos reis. O reino divino pode ser visto nos corações e nas vidas de todos aqueles que se arrependem, crêem e vivem o Evangelho (Jo 3.3-5; Cl 1.13). Não se trata de um reino político ou material que, por definição, é transitório e passageiro, mas de uma poderosa, transformadora e eficaz operação da presença de Deus em e através de seu povo (Mc 1.27; 2 Co 3.18; 1 Ts 4.1), refletindo-se em toda a realidade à nossa volta, produzindo transformação.
3. No futuro. Durante o Milênio, predito pelos profetas do Antigo Testamento (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14), Jesus Cristo reinará literalmente na terra durante mil anos (Ap 20.4-6). E a Igreja reinará juntamente com Ele sobre as nações (Mt 25.34; Ap 5.10; 20.6; Dn 7.22). O reino milenial de Cristo dará lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4; 22.3-5), a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11). Os habitantes são os redimidos do Senhor de todos os tempos. Que alegria nos inundará a alma quando, de eternidade em eternidade, estivermos juntos com o Senhor (Dn 7.18)!O Reino de Deus se manifesta nas respectivas dimensões temporais: passado, presente e futuro. No Reino de Deus, a vontade do Pai é conhecida e praticada por amor, devoção, prazer, submissão, dever e gratidão (Rm 5.5; 2 Co 9.13; Lc 18.1 ; Jn 2.9). Fazer continuamente a vontade de Deus, nesse Reino, deve ser a nossa maior prioridade, não importando os obstáculos “pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). O Reino Deus e sua justiça devem ser o nosso anseio e alvo principal (Mt 6.33).
O REINO DO MESSIAS NO MILENIO
Apocalipse 20.1-6.
1 - E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão.
2 - Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.3 - E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.4 - E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.5 - Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.6 - Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.
Professor, comente com a classe acerca da falibilidade dos governos humanos. Fale também sobre “certos projetos políticos” que nos são apresentados repetidamente, mas nunca se concretizam. Mediante estes argumentos, introduza a lição apresentando o governo justo e eficaz de Cristo no Milênio.
As Escrituras afirmam que Deus é “Rei eterno” (Sl 10.16), “Rei da Glória” (Sl 24.8), “Rei sobre a terra” (Sl 47.2), e “Rei de Israel” (Is 44.6). O seu reino é atemporal (Sl 74.12) e domina sobre todas as coisas (Sl 103.19). Ele o “dá a quem quer” (Dn 4.25). Deus, como Rei, estabeleceu um reino teocrático com Adão, a quem deu o domínio sobre a criação (Gn 1.28), com o governo humano (Gn 9.1-7), com os reis de Israel (1 Sm 12.13), e com os gentios (Dn 4.17). Porém, esses monarcas falharam na execução da justiça e no reconhecimento da soberania de Deus sobre os reinos da terra (Dn 4). No entanto, Deus, através do herdeiro eterno do trono de Davi, Jesus (2 Sm 7.16; Hb 1.8), mostrará às nações, durante mil anos, a excelência de um governo regido com justiça e equidade (Hb 1.8) e orientado pela Palavra do Senhor (Is 2.3).
I. O QUE É O MILÊNIO
O termo “Milênio” não consta do texto bíblico, mas a expressão correspondente (“mil anos”), sim. Não obstante, a doutrina do Milênio é essencialmente bíblica e consistentemente teológica.
1. Definição. O Milênio é um período de mil anos durante o qual Cristo há de reinar plenamente sobre o mundo, de acordo com o que explicita João no Apocalipse (20.1-5).
Trata-se de um reino literal, cujo principal objetivo é a exaltação de Jesus não somente como o Messias de Israel, mas como o Desejado de todas as nações (Ag 2.7).
2. O Milênio e o Reino de Deus. O Milênio pode ser considerado ainda a manifestação plena do Reino de Deus na terra. E isto nada tem a ver com a doutrina de algumas seitas que, renegando as verdades bíblicas acerca do arrebatamento da Igreja, ensinam que este mundo haverá de melhorar, pouco a pouco, até transformar-se num paraíso.
II. QUANDO SERÁ O MILÊNIO
O Milênio terá início logo após a Grande Tribulação, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, na companhia de todos os seus santos, houver aniquilado o dragão, o falso profeta e a besta (Ap 19.11-21). O Milênio, por conseguinte, dar-se-á, logicamente, depois do arrebatamento da Igreja.
Neste período, Satanás estará amarrado até que se completem os mil anos. Em seguida, importa que ele seja solto por um pouco de tempo, até que seja definitivamente lançado no lago de fogo (Ap 20.2,7,10). Ver também Mt 25.41.
III. QUEM ESTARÁ NA TERRA DURANTE O MILÊNIO
Estarão na terra, durante o Milênio, o povo de Israel e os gentios que houverem sobrevivido à Grande Tribulação e ao juízo das nações (Mt 25.31-41). A Igreja, como já o dissemos, estará, juntamente com Cristo, regendo o mundo. Afinal, dele recebemos esta promessa (Ap 2.26,27).
Não sabemos exatamente em que lugar encontrar-se-á a Igreja durante o Milênio: se no céu ou se entre a terra e o céu. De uma coisa temos absoluta certeza: com os nossos corpos já glorificados, estaremos reinando juntamente com Jesus. Aleluia! Onde estará o rei, aí também estará o seu reino e os seus súditos. Os maravilhosos detalhes desse evento encontram-se de posse do Rei dos reis.
IV. OBJETIVOS DO MILÊNIO
O Milênio será implantado, tendo vários objetivos bem definidos:
1. Exaltar a Cristo. Todos os povos, principalmente Israel, terão de se curvar ante Jesus Cristo, cujo nome será sublime e soberanamente exaltado como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Fp 2.5-11; Ap 19.16). Ler também 1 Co 15.24-26.
2. Manifestar o Reino de Deus na sua plenitude. Na Oração Dominical, o Senhor Jesus ensinou-nos a orar: “Venha o teu reino” (Mt 6.10). Esta petição será plenamente respondida quando vier o Senhor Jesus, juntamente com a sua Igreja, inaugurar o Milênio — a exposição mais visível do Reino de Deus na terra.
3. Mostrar que este mundo pode ser administrado com justiça e equidade. Em consequência da corrupção e dos desmandos administrativos dos governantes, a população da terra é assolada pela fome, pela falta de habitação e por muitas outras necessidades básicas. Todavia, quando Cristo instaurar o seu governo, mostrará que todos esses problemas podem ser rápida e perfeitamente solucionados.
4. Deixar bem claro que os reinos deste mundo pertencem a Cristo. No deserto, Satanás tentou a Cristo, alegando serem dele todos os reinos deste mundo. Na verdade, tudo pertence a Jesus: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15). Desta forma, cumprir-se-á a aliança que Deus estabeleceu com a casa de Davi, da qual veio, legalmente, o Senhor Jesus (Is 9.7; Dn 7.14).
V. COMO SERÁ O MILÊNIO
O Milênio será um reino não somente de bênçãos espirituais, como também materiais, conforme o explicitam as Sagradas Escrituras. Por conseguinte, o Milênio:
1. Terá início com um grande derramamento do Espírito Santo. Profetiza Zacarias que, quando os israelitas se virem cercados pelas nações da terra, para destruí-los, clamarão angustiados pelo socorro divino. Nessa ocasião crucial, Jesus haverá de se manifestar com grande poder e majestade sobre Jerusalém e, juntamente com sua Igreja glorificada, livrará Israel de certeira destruição. Israel pranteará, humilhado e arrependido, aceitando o Senhor Jesus, a quem rejeitaram na sua primeira vinda (Zc 12.9,10; 13.1; 14.2-9; Ap 1.7; Is 66.15,16). Neste exato momento, experimentarão uma grande efusão do Espírito Santo: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram: e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10).
2. Será um período de grande conhecimento da Palavra de Deus. “E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR” (Is 2.3). Diz ainda Isaías: “Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9).
Jerusalém será não somente a sede do governo messiânico como também o centro de adoração divina (Zc 14.16).
3. Será um tempo de paz universal. “E julgará entre muitos povos e castigará poderosas nações até mui longe; e converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Mq 4.3).
4. Será uma era de abundante saúde física e mental. “Confortai as mãos fracas e fortalecei os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Esforçai-vos e não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus: ele virá. e vos salvará. Então, os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então, os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará, porque águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo” (Is 35.3-6).
5. Será uma era de prosperidade, segurança e vida longa. “Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice” (Is 65.22).
6. Será um período de plena recuperação ecológica da terra. “O deserto e os lugares secos se alegrarão com isso; e o ermo exultará e florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá e também regorgitará de alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, bem como a excelência do Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do SENHOR, a excelência do nosso Deus” (Is 35.1,2).
7. Israel habitará seguro, e estará de posse de todo o território que o Senhor prometera a Abraão. O capítulo 48 de Ezequiel descreve, em detalhes, os termos que as doze tribos de Israel ocuparão no período do Milênio. Será um território muito maior e muito mais amplo em relação ao ocupado hoje pelo Estado de Israel.Ora, se o Milênio é tão maravilhoso, o que não diremos da Nova Jerusalém? O primeiro, apesar de suas realizações, será imperfeito e temporário; o segundo não, pelo contrário, há de ser eterno e perfeitíssimo. Já pensou quando entrarmos naquela cidade, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus? Como descrever a formosa cidade?
Senhor Jesus, ajuda-nos a cumprir nossa carreira neste mundo, para que possamos adentrar na Jerusalém Celeste. Queremos a tua companhia; desejamos ver o teu rosto. Sê conosco, meigo Salvador.
“Apocalipse 20.1-3 e vv.7-10 tratam da condenação de Satanás. Ficará preso no abismo durante mil anos. O abismo permanecerá trancado e lacrado acima dele, de modo que não terá nenhuma atividade na terra durante aquele período. Depois, será solto por um pouco de tempo, antes de seu castigo eterno no lago de fogo.
Entre esses dois eventos, a Bíblia fala, em Apocalipse 20.4-6, daqueles que são sacerdotes de Deus e de Cristo, e que reinarão com Ele durante mil anos.
Apocalipse 20.4 trata de dois grupos de pessoas: O primeiro se assentará em tronos para julgar (isto é: governar). A mensagem a todas as igrejas (Ap 3.21,22) indica que são os crentes oriundos da Era da Igreja que permaneceram fiéis, sendo vencedores (Ap 2.26,27; 3.21; 1 Jo 5.4). Entre eles, conforme a promessa de Jesus, estarão os doze apóstolos julgando (governando) as doze tribos de Israel (Lc 22.30). Isso porque Israel, restaurado, purificado, com a plenitude do Espírito Santo de Deus, ocupará sem dúvida a totalidade da terra prometida a Abraão (Gn 15.18)” (HORTON, S. M.: As últimas coisas. In HORTON, S. M. (ed.) Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.638-9).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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