Fundamentos de Louvor e
Adoração
Ser um adorador é o que Deus mais deseja que sejamos. Deus me chamou e nos
chamou para sermos um adorador, Deus te fez para ser um adorador. Deus nos
chamou para servi-lo, para fazer a sua obra, essa é uma das mãos pelas quais
fomos formados, mas na outra mão Deus nos fez para termos comunhão com ele. E
adoração nada mais é do que termos comunhão com Deus.
Quando Deus criou o homem no jardim do Éden, o criou para ter comunhão com
Deus. Uma comunhão verdadeira, uma comunhão despretensiosa. A adoração começa
num lugar secreto, intimo de comunhão com Deus.
Sem essa disposição de estarmos presença de Deus, não existe seminário
de adoração, não existe nenhuma fórmula que se possa ensinar na vida da igreja
de como é a verdadeira adoração.
Adoração não tem nenhuma fórmula para se conseguir, a não ser estar na
presença do pai, no lugar secreto em intima comunhão com Ele. Adoração é o
homem em comunhão com Deus. É Deus no cair da tarde no jardim do Éden visitando
o homem e a mulher que ele criou e chamando-os pelo nome. É isso que Deus
deseja e essa é a verdadeira adoração a que Deus nos convida.
Precisamos ter um lugar secreto de comunhão com Deus, de intimidade. Um
lugar onde ali a nossa vida é gerada, a onde a nossa vida é reformada, a onde a
nossa vida é transformada, e curada por Deus. Onde as nossas mazelas, nossos
problemas nossos pecados ficam diante do senhor no seu altar. Isso é adoração.
Começa com essa disposição de desejarmos parar o mundo, parar com a
agitação, parar com que estamos fazendo, deixar as coisas passageiras e nos
voltarmos para o eterno. 2 Co 4:18: “não atentando nós nas coisas que se vêem,
mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não
vêem são eternas.”
Adoração é um convite de Deus para o eterno. Adoração é quando decidimos
investir a nossa vida no eterno. E Parar para ouvir a voz de Deus, isso é o
eterno. Todo o resto é passageiro, tudo tem um fim. Nossa própria vida aqui
nesta terra tem um fim.
Em João 4:23: “ Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai
procura para seus adoradores.” Este texto é chave para a vida de adoração da
igreja. E o primeiro princípio aqui é que Deus não procura adoração. Deus
procura adoradores. Porque a adoração é um produto e adorador é uma maneira de
ser. Deus procura o ser que adora e não o produto. O nosso enfoque deve ser no
que é ser um adorador.
Existem algumas fórmulas gostosas e boas de como ministrar o louvor,
existem coisas que podemos fazer para que melhore tecnicamente a adoração. Mas,
a adoração tem a ver com o coração. A igreja tem gasto uma grande parte do seu
esforço, de seus recursos, de seu potencial tentando produzir adoração, mas o
que Deus mais quer é um coração de adorador. Um coração totalmente dele. O que
significa um coração totalmente dele? O que isso significa na nossa vida.
Temos então cinco perguntas para meditarmos:
1.A quem adoramos? 2.Por que adoramos? 3. Aonde adoramos? 4. Quando
adoramos? 5. Como adoramos?
Neste texto vamos tratar da primeira pergunta: 1.A quem adoramos?
O primeiro enfoque que a igreja precisa ter é qual o alvo da nossa
adoração. Existem muitas pessoas que adoram a adoração. Estão mais envolvidas
com o produto, com a música, com o cantar do que com o ser um adorador. E isso
acontece porque a igreja tem o foco errado de quem é o alvo da nossa adoração.
O que Deus quer ampliar em nossa vida como adoradores: é a quem nós adoramos.
Quando Jesus responde a Satanás na tentação do deserto, Ele diz “ ao
Senhor teu Deus adoraras e somente a Ele darás culto”. Aqui Jesus define a quem
adoramos: “só ao Senhor teu Deus”. E quando a bíblia enfoca “ só o Senhor teu
Deus” ela está incluindo aqui uma trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Esse é o nosso alvo, o nosso foco. É para este foco que devemos olhar: é a Deus
que nós queremos, é por Ele que somos apaixonados, é a Ele que desejamos
adorar. Ele é o alvo da nossa adoração. Ele é o grande “Eu Sou”. Aquele que tem
que ser entronizado, que tem que ser constantemente enfocado pela igreja.
Sabem o que é um ídolo? É tudo o que fica entre você e Deus. Idolatria nós
pensamos muitas vezes em “santinhos”, amuletos. Idolatria é qualquer coisa que
fique entre nós e Deus. Qualquer coisa que tira do foco do “quem é digno de
adoração”. Os ídolos deste mundo hoje não são mais feitos de madeira, de bambu
ou de gesso. Os ídolos deste mundo atualmente são mais poderosos porque eles
roubam o coração, roubam a alma, roubam o espírito, estão roubando o coração de
toda uma geração. É preciso que estes ídolos sejam acusados, retirados para que
o foco a quem devemos adorar seja ampliado na vida da igreja.
Hoje adoramos um sistema. Mas a nossa visão deve ser Deus. O centro de
todas as coisas deve ser Deus. A nossa visão, o centro de todas as coisas deve
ser a glória de Deus. Todas as outras coisas são estratégias preciosas que Deus
nos dá para viver, mas temos que adorar e invocar é a Deus. O Deus Pai, o Deus
filho, o Deus Espírito Santo deve ser colocado à frente da igreja em tudo que
fazemos, em tudo que nós somos.
Ele é o nosso “quem” e isso só é galgado em nosso coração quando nós
conhecemos a Deus. Não podemos
entronizar Deus se não o conhecemos. O que devemos fazer é levar todo irmão,
toda irmã, todo novo convertido a ter essa visão pessoal de Deus. É algo que
Deus quer gerar no coração de cada um de seus filhos.
É essa visão que sustenta a vida. Quem tem uma visão de Deus de que Ele é
o nosso “quem” jamais voltará a trás. Quem tem uma visão clara de Deus em seu
coração, a revelação de que Ele é o centro de todas as coisas, que Ele é a
razão de todas as coisas. E galgar com Ele nessa comunhão significa que pode
desaparecer o mundo em baixo de nós que ficamos agarrado e sustentado na mão de
Deus.
Na minha experiência pessoal quando eu estava em Cuba ministrando para os
irmãos, recebi a notícia de que minha esposa grávida de oito meses foi assaltada
e baleada na frente de nossa casa e estava na UTI. Quando soube da notícia me
faltou o chão embaixo. Mas eu tinha uma corda que me segurou e me sustentou que
era a minha comunhão com Deus.
Eu tinha certeza que a minha vida e a vida de minha família estavam nas
mãos de Deus e que ali eu estava seguro. Eu tinha a corda da fé, do
conhecimento da presença de Deus.
E aquilo que o diabo veio para roubar, matar e destruir começou a se
fortalecer. É nessas horas começamos a conhecer mais a Deus. É nas horas mais
difíceis que Deus se amplia. Esse “quem” precioso e maravilhoso começa a se
ampliar na nossa frente, na hora da luta, das tribulações. Tudo o que é natural
acaba, tudo o que confiamos neste mundo acaba, mas quem conhece a Deus jamais
será abalado.
E esta situação em que eu estava vivendo foi um milagre atrás do outro.
Enquanto eu estava em Cuba, sendo moído, sem poder sair da ilha, sem poder agir
por mim mesmo. Eu só podia ficar pendurado no meu “quem” precioso, no meu Deus
amado. Esse “quem” que adoramos deve estar na frente das nossas vidas em todos
os momentos sejam eles bons ou ruins, nos momentos de dificuldade e até mesmo
nos momentos de terror, nos momentos de perseguição.
Conheço irmãos no Oriente médio que a única coisa que lhes resta é essa corda.
Perderam tudo por causa da guerra no Iraque. Eu estava nestes dias no Oriente
Médio, quando sai as pressas do Líbano para a Ilha de Chipre para poder
retornar ao Brasil porque os aeroportos estavam fechados.
Conhecia um irmão Iraquiano que perdeu tudo. Ele saiu de sua casa com a
esposa, o filho e caminhou km e km com a roupa do corpo, debaixo de
bombardeiro. Quando conseguíamos contato com ele, ele dizia: “Eu estou firme.
Deus está cuidando de nós.” Nesta situação, ele estava lá adorando com seu alaúde
tocando pra Deus. Este é uma pessoa que conhece e que sabe a quem adora.
Adoração não é um fruto de estarmos no sentindo bem ou mal. É fruto de nós
conhecermos a Deus.
notas Asaph Borba
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