ARQUEOLOGIA E BERSEBA
Conheça
Berseba, local em que Abraão firmou um tratado de paz com o rei Abimeleque.Abraão morou
em diversos lugares, orientado por Deus, em sua vasta experiência de vida. Um
desses lugares foi Berseba.
Conheça Berseba, local em que Abraão firmou um
tratado de paz com o rei Abimeleque
Abraão morou em diversos lugares, orientado por
Deus, em sua vasta experiência de vida. Um desses lugares foi Berseba (do
hebraico Beer Sheva), naturalmente um local para o qual vários viajantes e
migrantes convergiam pela oferta de água em seus famosos poços. Parada
obrigatória para quem estivesse em trânsito.
Logo que saiu da Mesopotâmia, Abraão chegou a
Berseba, por volta do século 20 antes de Cristo. Fixou-se ali e cavou poços
para a subsistência de seu povo e suas criações. Mas antes, um curioso fato: ao
chegar, dizia a todos que Sara, sua esposa, era sua irmã. Como a mulher era
muito bonita, segundo consta no relato bíblico (leia Gênesis 20), o patriarca
temia que o povo local não temesse a Deus e o matasse para possuir sua esposa.
Como Abimeleque, o soberano local, achava que Sara era irmã de Abraão, mandou
chamar a mulher para seus aposentos. À noite, não tendo ainda possuído Sara, o
rei foi advertido por Deus em sonho que não fizesse nada a ela. O monarca tirou
satisfações com Abraão, que revelou seu medo, e tudo foi esclarecido, já que
ambos se descobriram tementes ao mesmo Deus.
Também foi ali que Abraão fez seu famoso pacto de
paz com o rei Abimeleque, sendo este um dos motivos que, especulam os
historiadores, deram origem ao nome do lugar, significando “poço da promessa”,
conforme a história contada em Gênesis 21. Sheva, em hebraico, também significa
sete. Outra interpretação para o nome do local é que lá, Isaque, filho de
Abraão, teria cavado sete poços bastante conhecidos na época.
Isaque e Jacó deram continuidade à família de Abraão
em Berseba, prósperos nas atividades ligadas à pecuária e à agricultura. Centro
nervoso da área do Neguebe, a cidade tornou-se mais relevante na época do
reinado de Davi, cerca de mil anos antes de Cristo. Ainda hoje é possível ver
as ruínas daquela época, no sítio arqueológico de Tel Berseba (ou Tel
BeerSheva).
Na época do domínio romano-bizantino, até o século
7 d.C. (depois de Cristo), Berseba era estrategicamente importante na defesa
contra ataques dos povos nômades do vasto deserto. A cidade sofreu várias
destruições até o fim do século 19 de nossa era, mas foi objeto de um grande
trabalho de recuperação, operado pelos turcos por volta do ano 1900. A intenção
era reconstruir a cidade para atrair os beduínos, ocupando o espaço urbano.
Foi a primeira cidade de Israel ocupada pelos
britânicos, na Primeira Guerra Mundial, em 1917. Sob jugo do Reino Unido,
chegou a ter cerca de 7 mil habitantes. No início dos anos 40 do século
passado, muitos bairros já existiam ao norte e ao sul da Berseba antiga, além do
assentamento judeu nas proximidades.
Conforme a partilha da terra de Israel feita pela
Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947, Berseba seria território árabe.
Naquela época, David Ben Gurion, então primeiro-ministro de Israel, iniciou a
operação militar Yoav, com o objetivo de recuperar a cidade do exército
egípcio. Com o sucesso na batalha, os colonos judeus voltaram à área, seguidos
por novos imigrantes.
Cultura, esporte e tecnologia
No sul de Israel, Berseba é a capital do deserto do
Neguebe. Se o leitor imaginou apenas beduínos, camelos e areia até onde a vista
alcança, se enganou. Centros tecnológicos de ponta, bases militares,
desenvolvimento urbano, DJ´s famosos internacionalmente, museus e uma renomada
universidade são alguns dos destaques locais.
Hoje, é um importante centro urbano, administrativo
e financeiro de Israel, com boa estrutura de comércio e serviços, além de uma
clara vocação para a tecnologia. Continua sendo muito importante militarmente.
A 107 quilômetros de Tel Aviv, é a quarta maior cidade israelense. É pra lá que
vai a população do sul de Israel quando procuram o melhor nas áreas da saúde,
educação e cultura, além de ainda reunir beduínos que ajudam a formar a
diversidade local de culturas. Muitos judeus oriundos da antiga União Soviética
fizeram de Berseba seu lar, levando para lá, inclusive, a tradição do jogo de
xadrez, com alguns dos melhores jogadores do mundo.
Segundo dados publicados em junho de 2010, pelo
Escritório Central de Estatísticas de Israel, a cidade possui 194.800
habitantes, número elevado para uma cidade dentro de um país com as proporções
geográficas de Israel. Sua população é composta majoritariamente por judeus
(98,9%) e minorias de árabes e beduínos.
Batalhas
Berseba é a única cidade israelense fundada pelos
otomanos (na época do Império Turco-Otomano), no início do século 20. As ruínas
de estruturas deste período e da época do Mandato Britânico podem ser vistas na
Cidade Velha, ao sul. Ainda hoje é possível visitar o cemitério britânico, onde
jazem soldados da Primeira Guerra Mundial. Nessa época, os otomanos construíram
a Estação Ferroviária Turca, hoje desativada, funcionando apenas como ponto
turístico.
Sitio Arqueológico Tel Berseba
Apenas 5 quilômetros distante do centro urbano, é
provável que lá seja a região bíblica Beer Sheva. Devido suas fascinantes
construções, como as ruínas de uma cidade cercada por muralhas que datam do
século 9 a.C. (antes de Cristo), um trono real e um elaborado sistema aqueduto,
Tel Berseba foi tombada como Patrimônio Mundial da Humanidade em 2005 pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Mercado Beduíno
Um dos passeios mais exóticos do país, o shuk
(palavra em hebraico para “mercado”) funciona às quintas-feira e desde 1905 é o
centro comercial do povo nômade do deserto. Nos dias de hoje foram adaptadas ao
local lojas modernas, nas quais é possível comprar roupas, sapatos e artigos
para decoração. Contudo, ainda prevalecem as típicas tendas beduínas, em que
são comercializados produtos feitos de cobre (abundante na região), joias,
pedras preciosas, tapetes, almofadas, itens decorativos e camelos – afinal, o
animal é o mais tradicional meio de transporte do deserto.
Universidade Ben Gurion do Neguebe
Fundada em 1969, recebeu o nome de seu maior
idealizador, o primeiro homem a exercer o cargo de primeiro-ministro de Israel,
Ben Gurion, por este acreditar no grande potencial econômico do sul. O
Instituto de Pesquisas do Deserto Jacob Blaustein e o Instituto Nacional de
Biotecnologia do Neguebe são faculdades dentro da Universidade Ben Gurion, que
possibilitam aos estudantes, entre outras especialidades, profissionalização em
estudos relacionados ao deserto.
Fonte gospel prime
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