ESCOLA DOMINICAL BETEL
Entendendo o que é adoração
02 de outubro de 2016
Texto Áureo
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o
adorem em espírito e em verdade. João 4.24
Verdade Aplicada
Adorar em espírito e em verdade é obedecer ao padrão
de Deus para a adoração.
Textos de Referência.
João 4.19-23
19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que
é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em
que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que
sabemos porque a salvação vem dos judeus.
23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais
que assim o adorem.
Introdução
Em 2 Reis temos a narrativa de pessoas sendo
estraçalhadas por leões pelo fato de não saberem cultuar a Deus. A solução foi
chamar um sacerdote do Deus de Israel para que os ensinasse a adorar ao Senhor.
1. Definindo adoração.
Toda a cadência do texto bíblico é registrada pelo
compasso da adoração. A Bíblia é um livro de adoração. Para alcançarmos uma
visão clara sobre a adoração, é necessário examinar cuidadosamente as Sagradas
Escrituras.
1.1. Adorar significa render-se.
O Novo Testamento destaca 58 vezes a palavra “adorar”
(proskynéo), bem como suas correspondentes dentre cinco mil termos relacionados
com o culto. Originalmente significa “beijar”. Entre os gregos era um termo
técnico que significava “adorar aos deuses”, dobrando os joelhos ou
prostrando-se. Beijar a terra ou a imagem em sinal de adoração acompanhava o
ato de prostrar-se no chão. Colocar-se nessa posição comunicava a ideia básica
de submissão. O gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar
seus pés quer dizer: “reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade;
coloco-me à sua inteira disposição.” (2Cr 7.3).
1.2. Adorar significa servir.
O culto implica em serviço (latreia), termo usado por
Jesus para responder ao diabo (Mt 4.1). Esse segundo termo é empregado
frequentemente na Septuaginta (90 vezes), especialmente em Êxodo. Deuteronômio,
Josué e Juízes, mas apenas uma vez nos profetas. Moisés várias vezes pediu a
permissão da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem para servir a
Deus. Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem ao Deus da
aliança (Êx 4.23; 8.1; 20; 9.1).
1.3. Adorar requer atos de reverência.
Em terceiro lugar, o Novo Testamento utiliza o
vocábulo “sebein” (reverenciar). As palavras que derivam desta raiz (seb) são
muito frequentes na língua grega fora da Bíblia. Transmitem o quadro
característico do grego como homem religioso devotado a seus deuses para evitar
as nefastas consequências do azar (At 17). A conotação religiosa grega impediu
que esses vocábulos fossem muito usados para designar o culto, na tradução do
Antigo Testamento. A adoração requer uma reverente preocupação com o que agrada
a Deus (2Tm 3.12). Consequentemente, devemos reconhecer que a vida de temor a
Deus não pode ser isolada duma piedade (eusebeia) prática de seguir a Cristo,
como não vale qualquer culto separado do sacrifício do Filho.
2. Os pré-requisitos da adoração.
É necessário que aquele que se aproxima de Deus,
comporte-se adequadamente, isto é, esteja imbuído pelo ato de adorar (Jo 4.23).
Isto requer experiência e conhecimento. Para entrar na presença de Deus,
supõe-se que o adorador saiba o que esta fazendo e tenha legitimidade para
isto. Basta lembrar-se de Uzias, que entrou no templo sem legitimidade e sem
competência levando sobre si a lepra como fruto da desobediência e rebeldia
contra Deus (2Cr 26.16-21).
2.1. O novo nascimento.
A experiência pessoal do novo nascimento é requisito
fundamental para os que procuram adorar (Jo 3.3). Em hipótese alguma a adoração
dispensa esse encontro com o Calvário. É preciso submeter-se a uma experiência
com Jesus Cristo, a quem dirigimos o louvor. A experiência não se compra, não
se vende, não se negocia; experiência se vive. É isso que ocorre na vida do
adorador genuíno. Ele teve uma experiência transformadora com Deus, cujo
resultado foi uma mudança em toda a sua forma de ser e agir.
2.2. A quebra dos ídolos.
Existe um teste que pode avaliar muito bem o nosso
culto: ele está projetando Deus ou o homem? Desta resposta dependerá toda a
validade de nossa adoração. Esse homem pode ser qualquer personagem que esteja
ocupando o lugar de Deus, ou talvez um objeto que estamos colocando acima dEle,
mas esse homem pode ser ainda você próprio. Infelizmente, não são poucos os que
têm caído na egolatria. São pessoas que estão a idolatrar o seu próprio ego.
Além dos glutões, dos depravados e dos sensuais, que são homens “cujo fim é a
perdição; cujo Deus é o ventre; e cuja glória é para confusão deles, que só
pensam nas coisas terrenas.” (Fp 3.19), existem aqueles que fazem de sua
aparência, do seu intelecto e mesmo dos seus dotes naturais o seu próprio deus.
Afinal, o que é um ídolo? Tudo que desvia nossa atenção de Deus torna-se um
ídolo. Somos propensos, em razão de nossa natureza adâmica, a idolatrar até
mesmo os nossos sentimentos mais nobres. Por certo, foi pensando nisto que
João, o discípulo amado, exortou: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.”
(1Jo 5.21). Um louvor absoluto a Deus exige a quebra dos ídolos.
2.3. Um coração sincero.
Na bagagem do adorador não pode faltar um coração
sincero. O louvor é para os retos de coração (Sl 32.11; 119.7). O que não
proceder de um coração sincero não encontrará aceitação divina. O louvor deve
envolver o coração por ser ele o centro de nossas emoções e uma adoração
comovida comoverá o coração de Deus muito mais facilmente. Por outro lado,
somente com um coração sincero é que poderemos prestar um culto de forma
lógica, equilibrada e racional.
3. Elementos indispensáveis à adoração.
Adoração não é um estilo musical. É o resultado do
encontro da alma com seu Criador, exposto na forma de música ou não. Muitas
vezes uma oração é uma tremenda adoração (Sl 90). Outras vezes, o silêncio se
transforma no lugar da adoração mais intensa.
3.1. Contemplação: a dádiva esquecida.
No Salmo 8.3-4, Davi diz: “Quando vejo os teus céus,
obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal,
para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?”. Numa época
de tanta confusão, correrias e ansiedades, contemplar é quase loucura. Poucos
ainda ousam adorar a Deus através da contemplação de Sua obra. Poucos meditam.
Esquecem que o silêncio nos leva para o lado de dentro de nossa intimidade,
onde habitam nossos medos e inquietações.
3.2. Alegria: o sorriso que não termina no final da
música.
Muitos “adoradores” não conseguem fazer a conexão
certa entre o domingo e a segunda-feira; entre o culto e a vida. O que exprimem
no altar termina quando sentam em seus lugares. Seus sorrisos só se abrem
quando soam os acordes. A adoração vai muito além de um sorriso
profissionalmente fabricado. Ela invade a vida. Ela restaura a alegria que não
é apenas sorriso. Ela restaura a alegria como aspecto do fruto do Espírito Santo
(Gl 5.22).
3.3. Entrega: a adoração incondicional.
Incondicional significa que, ainda que no silêncio,
somos chamados a adorar. Nossa adoração não pode ficar refém de alguns minutos
de um culto semanal. Ela precisa ter vida em casa, na rua, na alma. Se a
adoração ficar restrita ao som das bandas, fecha-se numa sufocante cela do
costume. Naqueles dias onde nenhuma música consegue fluir através da angústia,
a adoração consegue brotar como lágrima, como oração embargada, como abraço
amigo no aflito, como olhar para a esperança.
Conclusão.
A adoração reconhece a majestade de Deus,
engrandece-O, exteriorizando este reconhecimento através de uma rendição
completa à Sua vontade, servindo-o com atitudes corretas em um viver santo,
cultivando o amor, regado com reverência à Sua Pessoa.
Questionário.
1. Como Uzias entrou no templo?
2. Qual é o requisito fundamental para os que procuram
adorar?
3. O que o louvor absoluto a Deus exige?
4. Para quem é o louvor?
5. O que a adoração restaura?
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