Apologética: A Verdadeira Defesa da Fé
Defino a Apologética como “a arte de defender a fé dentro do princípio do
mandamento de preservação da Palavra de Deus das contaminações do mundo.” A
apologética é importante no ensino teológico, pois lida com a defesa racional
da fé cristã. O termo tem origem na palavra grega apologia que significa
“apresentar dar razão” ou “defesa”.
Roque M. Andrade em seu livro “A superioridade da Religião Cristã” – ed.
Juerp, pág. 69, afirma: “A apologética vem a ser o conjunto de noções pelas
quais se pode empenhar alguém na tarefa de articular qualquer defesa racional”.
E continua: “O cristianismo sempre contou com excelentes apologistas,
principalmente no decurso dos primeiros séculos desde seu surgimento na
história universal”.
Sim, o cristianismo resistiu às fortes perseguições doutrinárias por parte
das seitas porque usou de forma correta e coerente a defesa da fé. A reforma
protestante é um grande exemplo, sua base foi a apologética.
Costumo a dizer para os alunos das faculdades e seminários de ensino
teológico que, a base da apologética não é o conhecimento teológico, mas a
exposição desse conhecimento. Não basta apenas ter o conhecimento, é preciso
saber apresentar tal conhecimento.
Defender a fé é oferecer respostas fiéis e seguras a todas as pessoas que
buscam a Verdade. Assim escreveu Pedro:
“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações e estai sempre preparados para responder com
mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,
Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de
malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo”
. 1ª Pe. 3.15,16.
O versículo manda estarmos prontos. Talvez, jamais encontraremos alguém
que faça perguntas difíceis sobre nossa fé; mesmo assim devemos estar prontos
para responder caso alguém pergunte. Estar pronto não é só uma questão de ter a
informação correta á disposição, é verdade também a atitude de prontidão e
vontade de compartilhar a verdade sobre o que acreditamos.
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da
salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar
pela fé que uma vez foi dada aos santos, Porque se introduziram alguns, que já
antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em
dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso,
Jesus Cristo”. 1ª Pe. 3,4
Tipos de Apologética
A apologética é um campo amplo e por isso possui cinco classificações:
apologética clássica, evidencial, experimental, histórica e pressuposicional.
Cada classe busca a melhor maneira de fazer sua defesa da fé. Todas seguem uma
linha em harmonia com sua pregação ora literária ora verbal.
A apologética sempre teve famosos cristãos desde a era primitiva, devido
sua maneira de propagar a fé destruindo todo tipo de argumento contrário á
Palavra de Deus, mesmo em meio as perseguições.
Apologética Clássica: A apologética clássica enfatiza argumentos a favor
da existência de Deus. Vale-se do argumento teísta para estabelecer a Verdade
do teísmo á parte do apelo á revelação especial. O passo inicial da apologética
clássica é de chegar á conclusão lógica de que, se o Deus do teísmo existe,
milagres são possíveis; na verdade o maior milagre, a criação, é possível. A
credibilidade dos milagres é essencial ao próximo passo na apologética
clássica.
Apologética Evidencial: A apologética evidencial enfatiza a necessidade da
prova para apoiar as afirmações das verdades cristã. A evidência pode ser
racional, histórica, arqueológica, e até experimental.
Apologética Experimental: É a experiência como evidência da fé cristã.
Alguns apelam á experiência religiosa em geral.
Outros á experiências religiosas especiais. O valor da experiência
religiosa geral é de valor limitado para a apologética exclusivamente cristã.
Na melhor das hipóteses, a experiência geral estabelece a credibilidade da
crença em algum tipo de ser supremo (não necessariamente o Deus teísta). No
entanto, as provas da experiência religiosa têm sido oferecidas por cristãos e
outros. Experiências gerais estão disponível a todos.
Apologética Histórica: A apologética histórica enfatiza a evidência
histórica como base para demonstração da veracidade do cristianismo. Esses
apologistas acreditam que mesmo a existência de Deus pode ser provada apenas
pela evidência histórica. Por um lado a apologética histórica pertence á classe
mais ampla da apologética comprobatória, mas é diferente por que enfatiza a
importância, até mesmo a necessidade de começar com o registro histórico.
Apologética Pressuposicional: A apologética pressuposicional afirma que é
preciso defender o cristianismo a partir do alicerce de certas pressuposições.
Geralmente o apologista desta escola de apologética pressupões a verdade básica
do cristianismo e depois continua demonstrando que só o cristianismo é
verdadeiro.
Deus lhe chamou para defender a fé!
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em
Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez
que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o
entendimento à obediência de Cristo”
Isso significa que devemos confrontar questões nas nossas mentes e nos
pensamentos expressos por outras que por ventura impeçam a nós e a eles de
conhecer Deus. Essa é a essência da apologética.
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da
salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar
pela fé que uma vez foi dada aos santos, Porque se introduziram alguns, que já
antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução
a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”.
1ª Pe. 3,4
A Bíblia não precisa ser defendida! Afirmam alguns. Sim, a Bíblia é viva e
eficaz (Hb. 4.12), mas como sabemos que a Bíblia e não o Alcorão (livro sagrado
dos mulçumanos) ou o livro de Mórmon é a Palavra de Deus? A apologética é uma
grande necessidade! É um dever de todo cristão fiel á palavra de Deus.
Deus lhe chama para defender a fé com sabedoria, mansidão e unção da
Palavra. Defenda a fé e mostre ao mundo o verdadeiro caminho para a salvação.
Jesus Cristo, o Senhor!
Há uma Verdade Absoluta?
)
Nenhuma Verdade Significa que Tudo é Verdade, não é mesmo?
Para alguns de nós, pode parecer ridículo dizer que verdade não existe,
porque temos simplesmente suposto a realidade e existência da ‘verdade’ desde
que éramos muito pequenos. Mas outros por ai têm lutado com a ideia de que
possa haver verdade singular e exclusiva em todas as áreas da vida e, se você
pedir a seus amigos para conversar sobre questões de fé, você descobrirá
rapidamente que poucos deles são capazes de concordar em uma verdade singular e
absoluta. De fato, muitos de nós chegamos à conclusão de que não há uma só
verdade sobre qualquer coisa. E se dissermos que nada é absolutamente ‘certo’ ou
‘verdade’, na verdade estamos dizendo que TUDO é ‘certo’ e ‘verdade’! Se
nenhuma ideia particular ou realidade for verdade à exclusão das demais que NÃO
forem verdade, então temos que admitir que toda ideia, noção ou realidade é
igualmente válida e ‘verdadeira’.
Agora, podemos discordar acerca da natureza da verdade no nível
espiritual, mas é difícil negar verdades absolutas no nível físico. Ao passo
que eu sair para a rua, ou é verdade ou não verdade que há carros indo e vindo
à minha frente. Tomo a decisão de ir para fora baseado na verdade que eu
observo e reconheço. Se a rua estiver ocupado com carros indo e vindo
rapidamente, não é ambos verdade e não verdade que eu posso ir ao trânsito com
segurança. Se eu for para fora, não estarei ambos morto e ‘não-morto’ como
resultado da verdade da situação. A rua ou está cheia de carros ou não está. Ou
é seguro atravessar ou não é. AMBAS realidades não podem existir ao mesmo
tempo. Uma verdade deve existir com a exclusão da outra.
Vamos ver isso de outra forma. Ao passo que sair do restaurante hoje à
noite e entrar no estacionamento, precisarei encontrar o meu carro. Embora
possa haver outros veículos semelhantes no estacionamento, somente um deles é o
meu; somente um deles pertence a mim. A minha chave só encaixará em uma porta.
Se eu for pego tentando abrir um carro semelhante, não poderei dizer à polícia
que este outro veículo é ambos meu e não meu. Há uma verdade singular exclusiva
sobre o carro envolvido aqui. Ou é meu, ou não é!
Esta Exclusividade se Aplica às Coisas de Deus?
Mas enquanto a verdade exclusiva pareça racional e aceitável no mundo
material, algumas pessoas têm muito mais dificuldade em aceitar a possibilidade
da verdade objetiva e exclusiva em relação a assuntos espirituais. Para estás
pessoas, existe qualquer número de verdades diversas e divergentes sobre Deus e
ainda mais caminhos possíveis á este Deus, dos quais é dito ser verdade ao
mesmo tempo! Mas é importante para nós olharmos profundamente a esta afirmação
de diversidade e pluralismo religioso. Precisamos lembrar de que as religiões
maiores (e até as não tão grandes) não fazem as mesmas afirmações sobre Deus e
a natureza da realidade espiritual. E não é uma questão de cada religião
adicionar alguma coisa à questão maior. Cada um dos sistemas religiosos do
mundo fazem afirmações sobre a natureza de Deus (e vida após a morte) que são
diametricamente OPOSTAS As religiões do
mundo simplesmente não concordam entre si! O budismo afirma que não há Deus pessoal,
enquanto o Cristianismo argumenta que há um Deus pessoal. O judaísmo afirma que
Jesus foi simplesmente um homem, enquanto o Cristianismo afirma que ele foi o
próprio Deus! O Islã encoraja os seus seguidores a eliminarem e destruírem
todos os infiéis, enquanto o Cristianismo bíblico encoraja os seus seguidores a
amarem os seus inimigos. Essas noções são muito diferentes e muito opostas e
estas são somente alguns exemplos dos literalmente milhares de pontos em que as
religiões do mundo discordam. É justo dizer que TODAS estas religiões do mundo
podem estar erradas acerca do que acreditam (cada sistema deve apresentar o seu
próprio caso), mas é simplesmente loucura dizer que todas as religiões do mundo
estão corretas ao mesmo tempo; suas afirmações sobre a verdade são opostas umas
das outras! A pesar deste conflito óbvio sobre verdades espirituais (ou talvez
por causa deste conflito), o mundo ao nosso redor está fazendo algumas
afirmações sobre a natureza da verdade.
· A Verdade Não Existe:
Primeiro, o mundo tenta nos dizer que a verdade objetiva e absoluta
simplesmente não existe. Isto é uma questão ‘ontológica’. ‘Ontologia’ está
relacionada à natureza ou essência do ‘ser’. A afirmação aqui é que TODA
verdade é, por natureza, uma ‘perspectiva’. Em outras palavras, toda verdade
depende da sua perspectiva! O que possa ser verdade para uma pessoa pode não
ser verdade para outra; isto realmente e simplesmente depende do seu ponto de
vista.
· A Verdade Não Pode Ser
Conhecida: Segundo, o mundo ao nosso redor também está fazendo a afirmação de
que mesmo se a verdade objetiva e absoluta não existir, nunca poderemos saber
com certeza o que esta verdade é. Isto é uma questão ‘epistemológica’.
Epistemologia está relacionada com a natureza de ‘saber’ ou poder saber sobre
qualquer coisa. A afirmação aqui é que não podemos simplesmente confiar nas
nossas faculdades mentais humanas para nos dizer o que precisamos saber para
chegar a uma conclusão acerca de qualquer verdade que estamos examinando.
Para muitos grandes pensadores filosóficos na história, entender a verdade
é um objetivo elusivo baseado em ambos sua natureza e nossa habilidade de
compreendê-lo em primeiro lugar. Mas vamos examinar de perto ambas estas
questões sobre a verdade. Dizer que a verdade não existe é simplesmente fazer ainda
outra afirmação verdadeira e isto nulifica qualquer afirmação contra a
existência da verdade, não é mesmo? E afirmar que toda verdade por natureza é
uma ‘perspectiva’, é novamente fazer uma afirmação que você quer que os outros
acreditem NÃO está simplesmente vindo de sua própria perspectiva. Quando alguém
diz que toda verdade depende do seu ponto de vista, eles querem que acreditemos
que está afirmação é verdade e não simplesmente o ponto de vista deles! Viu o
problema? E dizer que nós simplesmente não podemos conhecer a verdade, mesmo se
está existir objetivamente, é novamente fazer uma afirmação auto-refutante.
Como podemos saber que não podemos saber? Se a certeza for impossível, então
como podemos estar certos de que a certeza és impossível? Você está começando a
entender a bobagem de tudo isto?
A verdade é bruta na maneira que impõe-se em nossas vidas. É como um cofre
caindo de um edifício de dez andares; ou saiamos de baixo ou seremos esmagados.
Enquanto venhamos não saber tudo que pode ser conhecido sobre algo, e enquanto
podemos todos ter uma perspectiva distinta sobre uma questão, negar a
existência da verdade ou a suficiência de nosso próprio conhecimento da verdade
é começar uma série de experimentos mentais bobos. No final do dia, se olharmos
para cima e vermos o cofre caindo, provavelmente encontraremos a nós mesmos
saindo do caminho deste.
Agora, nem todos entendem esta abordagem do senso comum como verdade.
Grandes filósofos através dos tempos têm, em certos momentos, sido grandes
céticos:
Andre Gide
“Acredite naqueles que estão buscando a verdade; duvidem daqueles que a
encontrarem”.
Molly Ivins
“Acredito que a ignorância é a raiz de todo mal. E que ninguém conhece a
verdade”.
Albert Einstein
“A verdade é aquilo que sobrevive o teste da experiência”.
Buddha
“Não acredite só porque uma pessoa chamada de sábia disse-o. Não acredite
só porque uma crença é geralmente aceita. Não acredite só porque é dito em
livros antigos. Não acredite só porque é dito ser de origem divina. Não
acredite só porque outra pessoa acredita. Acredite só o que você mesmo testar e
julgar ser verdade”.
Como chegamos aqui?
Então como que chegamos neste lugar em nosso mundo onde tantos grandes
pensadores desconfiam qualquer coisa que seja afirmada como sendo verdade? Como
que chegamos ao ponto onde não confiamos em nada e, ao mesmo tempo, abraçamos
tudo? Deixe-me falar-lhe sobre a minha avó. Ela nunca teve qualquer dúvida de
que houvesse uma verdade singular. Ela cresceu em Nápoles, Itália, e viveu sua
juventude em um mundo de sonhos comuns, valores comuns, fé comum, inimigos
comuns, feriados comuns, e vidas comuns. Em um lugar como este, todos concordam
acerca do que é verdade e o que é mentira, pelo menos em relação às principais
questões de cosmovisão. Mas a minha avó eventualmente migrou para o maior
experimento do mundo em multiculturalismo: os Estados Unidos. Não há outro país
na história da humanidade que tem tentado misturar tantas pessoas diferentes
com tantas origens diferentes. Aqui, a minha avó que confrontar a realização de
que há mais de um caminho para considerar o mundo. Ela encontrou-se em um lugar
onde poucas pessoas concordaram sobre QUALQUER COISA. Mas ela aprendeu
rapidamente que discordar sobre a verdade não é a mesma coisa que acreditar que
simplesmente não há verdade a ser discutida; discordar da verdade não significa
que a verdade não pode ser conhecida.
Então, Como Sabemos Se Algo É Verdade?
Como podemos, como indivíduos, ter certeza de que o conhecimento que temos
é realmente verdade? O que é ‘conhecimento’ em primeiro lugar e como o
‘conhecimento’ é relacionado à ‘crença’? Bem, os filósofos têm pensado sobre
isso por algum tempo e a análise tradicional do conhecimento é geralmente
descrito da seguinte forma:
Conhecimento = Crença de Verdade Justificada Propriamente
Agora, o que exatamente isso significa? É importante para você e eu
conhecer esta pequena simples equação porque o nosso conhecimento de TODAS as
coisas (incluindo nosso conhecimento de questões espirituais) se resumem em se
ou não nós asseguramos crenças verdadeiras justificadas propriamente. Portanto,
vamos examinar a definição mais precisamente, começando de trás para frente[1]
com ‘Crenças’ à definição de ‘Conhecimento’:
‘Crença’
Vamos encarar; você não pode ‘conhecer’ algo a menos que você ‘creia’
nisto. Não posso ‘saber’ que há um Deus a menos que eu creia que Deus existe.
Mas a minha crença simplesmente não é o suficiente; este é insuficiente. Você e
eu podemos ambos crer em coisas que simplesmente não são verdadeiras. É
impossível para nós termos falsas crenças. E pessoas que acreditam em algo que
seja falso frequentemente pensam que SABEM disto. Mas há uma diferença entre
‘crer’ e ‘saber[ou conhecer]’ neste contexto. Você pode ‘crer’ em algo que seja
falso, mas você não pode ‘conhecer’ genuinamente algo que seja falso. Agora,
pense sobre isto por um minuto. Podemos ‘saber’ DE algo que seja falso, mas o
que ‘sabemos’ é que isto É falso. Para realmente ‘saber’ algo significa ‘saber’
que isto é VERDADE. E você e eu não podemos ‘saber’ de que algo seja verdade a
menos que isto realmente É verdade. Em outras palavras, não podemos ‘conhecer’
algo a menos que isto NÃO seja falso.
‘Verdade’
A maioria de nós gostamos de pensar que temos a verdade, mas quando alguém
nos pressiona para definir o que verdade é, poderemos ter dificuldade em tentar
defini-lo. Como podemos determinar quando algo é verdade? Ao longo dos séculos
muitas teorias surgiram relacionadas à avaliação, apreendimento e entendimento
da verdade:
· A Teoria Pragmática da
Verdade: Um conceito da verdade é chamado de a teoria pragmática da verdade.
Este argumenta que a verdade é simplesmente aquilo que ‘funciona’. Quantas
vezes você já escutou alguém dizer: “O seu Cristianismo poderá funcionar muito
bem para você, mas não funciona para mim”? Esta abordagem à verdade é bastante
prática, para não dizer mais! Se uma afirmação não funcionar, esta simplesmente
não é verdade. Mas o que dizer sobre realidades como a ‘morte’? A morte não é
prática (esta não ‘funciona’ para mim), mas inda é definitivamente verdade! E o
que dizer das coisas que definitivamente não são verdade, mas são práticas e
úteis como, por exemplo, uma ‘mentira bem-sucedida’? Enquanto uma mentirinha
possa ‘funcionar’ para mim e me salvar de um problema, esta não faz da mentira
uma VERDADE, ou faz? Embora a Teoria Pragmática possa ser prática e útil certas
vezes, esta não nos levará à verdade.
· A Teoria Empirista da
Verdade: A teoria empirista da verdade afirma que a verdade é qualquer coisa
que possa ser sentida usando-se os cinco sentidos. A experiência é o principal
fator em entender e apreender a verdade. Quantas vezes você escutou alguém
dizer: “Eu sei que é verdade porque eu mesmo experimentei isto!”? Embora isto
possa parecer convincente em princípio, esta teoria da verdade também fica
aquém do objetivo. Penso acerca disto: alguns de nós provaremos uma laranja e
diremos que está doce, enquanto outros provarão a mesma laranja e dirão que
está amarga. Quem está dizendo a verdade? A experiência sensorial é muito
subjetiva para ser confiável!
· A Teoria Emotivista da
Verdade: A teoria emotivista da verdade afirma que a verdade está baseada
naquilo em que sentimos! Quantas vezes você se inclinou em sentimentos para
descobrir se algo era verdade? Ao mesmo tempo, entretanto, quantas vezes você
lutou para convencer a si mesmo de que o que você está sentido não é realmente
verdade, somente a maneira que você se sente naquele dia em particular? Todos nós conhecemos pessoas que têm medos
irracionais, e estes sentimentos não são o melhor indicador do que é verdade! E
se eu te mostrar uma mão cheia de clips de papel e fizer a afirmação: “Isto é
uma mão cheia de clips de papel”? Como os seus sentimentos te ajudarão em
determinar se a minha afirmação é verdade? Você não se sentirá de uma forma ou
de outra em relação aos clips de papel, mas ainda será verdade que eu estarei
segurando os clips de papel! E as pessoas têm contado com as suas emoções para
seguir Jim Jones, para dormir com um parceiro sexual que mais tarde abandonou-as,
fazer uma compra impulsiva. Em cada e todo caso, os sentimentos falham em
providenciar uma medida objetiva para a verdade! Como as duas primeiras
teorias, esta teoria não é uma boa forma de avaliar afirmações sobre a verdade!
· A Teoria de Correspondência
da Verdade: Essa definição clássica da verdade é a teoria que você e eu usamos
diariamente, quer saibamos ou não. Deixe-me descrevê-lo em idioma Aristotélico:
Se você disser “Algo é”, e isto for, ou “Não é”, e isto não for, então você fala
a verdade. Se você disser “Isto é”, e isto não for, ou “Não é”, e isto for,
então você não fala a verdade. Isto é chamado de correspondência, em outras
palavras, alguma coisa é verdade se, e somente se, realmente corresponder
àquilo que realmente está lá. Por exemplo, se eu afirmar que há uma cadeira no
quarto ao lado, esta afirmação é verdadeira se, e somente se, eu entrar no
quarto e encontrar a cadeira no quarto! A afirmação corresponde à realidade da
situação.
Assim como a crença somente é insuficiente para determinar se o que eu
creio é verdade, crença e verdade são insuficientes em determinar quer ou não
eu verdadeiramente ‘conheço’ algo. Em outras palavras, posso crer em algo e a
minha crença ser verdade, mas ainda posso não ‘conhecer’ a coisa acreditada.
Você está coçando a sua cabeça? Deixe-me explicar. Vamos dizer que eu estou
imaginando agora que a Paris Hilton está jogando golfe. Tento arduamente
convencer a mim mesmo que isto, de fato, é o caso, e como resultado, agora eu
‘creio’ nisto. Agora imagine que por pura coincidência a Paris Hilton está
realmente jogando golfe nesse exato minuto. Tenho uma crença, não tenho? E a
minha crença por acaso é verdade, não é? Mas há um problema; Não tenho
EVIDÊNCIA de que a minha crença seja verdade. Não tenho confirmação da minha
crença seja fisicamente ou até mesmo psiquicamente, quanto a isto! Fui sortudo;
isto foi totalmente coincidência.
A partir de uma perspectiva filosófica clássica, eu não possuo
‘conhecimento’ real. Os filósofos requerem mais do que sorte ou coincidência
aqui. De acordo com os filósofos, o conhecimento real requer que haja uma
conexão evidencial entre a minha ‘afirmação’ de que algo seja verdade, e a
‘realidade’ de se isto realmente É verdade. Isto faz sentido? Conhecimento não
é somente crença verdadeira; isto é uma crença de verdade ‘justificada
propriamente’. Se eu estivesse assistindo a Paris Hilton jogar golfe ao vivo na
televisão, minhas crenças sobre ela estariam justificadas propriamente.
Entendeu?
‘Justificado propriamente’
OK, então que tipo de justificação é suficiente para estabelecer uma
verdade como ‘justificado propriamente’? O que exatamente precisamos? Todos nós
queremos ser pessoas razoáveis e racionais que possuem crenças razoáveis e
racionais. E todos nós reconhecemos que a razão pode nos levar e nos ligar à
verdade. Então, a questão real é: “O que é necessário para termos ‘justificação
razoável’”? Bem, a nossa vida diária e a nossa experiência com o sistema
tribunal criminal no nosso país pode nos ajudar a entender a resposta aqui. É
algo que eu chamo de “suficiência evidencial”:
Suficiência Evidencial
Comece por entender que toda vez que você aceitar uma nova crença, você
terá que abandonar quaisquer velhas crenças que contradizem a nova posição.
Então aqui está o padrão de “suficiência evidencial” em poucas palavras:
· Somente aceite uma nova
crença se a evidência para apoiar esta verdade supera em muito a evidência que
existe para apoiar a crença anterior.
É realmente simples assim. Este é o padrão que existe no tribunal.
Começamos com a suposição de que o acusado é INOCENTE. Esta é a primeira crença
que devemos assegurar até que haja evidência suficiente para descartar aquela
crença e julgar o acusado CULPADO do crime.
A suficiência da evidência não tem realmente muito a ver com a QUANTIDADE
da evidência oferecida, mas ao invés está mais preocupada com a QUALIDADE da
evidência. Então, por exemplo, posso assegurar a crença de verdade justificada
propriamente (‘PJTB’) que a Paris Hilton jogou golfe hoje baseado em um único
pedaço de evidência: Eu joguei golfe com ela! Este único pedaço de evidência
(minha experiência como testemunha ocular) seria o suficiente para assegurar o
PJTB. Por outro lado, eu ainda posso assegurar o PJTB mesmo se eu não vi com os
meus próprios olhos. Se ela saísse por três horas, voltasse carregando um
conjunto de tacos de golfe, recebesse um telefonema do clube dizendo que ela
esqueceu os óculos de sol dela no buraco número quatro, e me apresentasse com o
cartão de pontuação dela, eu teria evidência circunstancial e suficiente para
assegurar que o PJTB que ela estava jogando golfe hoje. Às vezes, uma pedaço de
evidência física direta é suficiente (como a minha observação ocular) e às
vezes um caso circunstancial cumulativo é necessário.
Então, agora que definimos os elementos da nossa equação, vamos visitá-los
uma última vez. O conhecimento é crença de verdade justificada propriamente. Em
outras palavras, o conhecimento é a crença que corresponde à realidade de uma
maneira que seja evidencialmente suficiente. Com base na nossa discussão até
agora, deveria ser claro que (1) a verdade existe, e (2) a verdade pode ser
conhecida suficientemente.
A Verdade Bíblica Sobre a Verdade
Lembre-se de que ao menos que a verdade exista e possa ser conhecida,
nenhuma afirmação sobre a verdade tem algum valor. Fizemos um bom caso
filosófico da verdade, e acontece que o próprio Jesus afirmou que a verdade
existe e que a verdade pode ser encontrada. Vamos dar uma olhada em alguns
exemplos da escritura:
João 17:15-19
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do
mundo, como eu do mundo não sou.
Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me
enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim
mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.
Deus quer que você reconheça que pessoas estão inclinadas a questionar a
verdade, e até mesmo a verdade sobre a verdade! Deus não está surpreso que
fazemos isto, mas ele se regozija quando finalmente entendemos que há uma
verdade absoluta sobre todas as coisas, incluindo as questões espirituais:
2 Timóteo 4:2-5
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em
que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão
para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os
ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as
aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.
3 João 1-4
O presbítero ao amado Gaio, a quem em verdade eu amo. Amado, desejo que te
vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.
Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade,
como tu andas na verdade. Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os
meus filhos andam na verdade.
Como Devemos Nós Enfrentar Um Mundo Que Nega A Verdade?
Eu posso lembrar-me de quando estava na faculdade e observei um professor
desafiar um Cristão solzinho na nossa sala de aula. A discussão sobre filosofia
e sistemas de fé voltou-se para a questão do Cristianismo e verdade absoluta e
o professor começou a questionar o Cristão sobre as crenças dele. Ele acusou o jovem
de ser um intolerante arrogante que julga. Como pode este jovem afirmar que a
verdade DELE era a única verdade? O professor afirmou que a verdade era pessoal
e muda de acordo com a pessoa que a possui.
Mas é claro que fazer esta afirmação é uma completa contradição. Quando
você diz não haver uma verdade absoluta singular, você está fazendo uma
afirmação de verdade absoluta. Você está, em essência, dizendo “Eu afirmo
absolutamente que não existe verdade absoluta!” É óbvio que este professor está
vivendo em um mundo de verdades absolutas, quer ele queira admitir ou não! Ele
requereu de nós para estarmos lá, sentados na sala dele, no horário todo dia!
Para ele, havia definitivamente uma verdade absoluta sobre o horário de início,
e se você estivesse somente um pouco atrasado, você pagaria por isto! E este mesmo professor requeria de nós a
leitura de um livro. Não qualquer livro, mas o livro de verdade que ele
verdadeiramente designou! E tínhamos que fazer provas. Muitos destes eram
provas de marcar verdadeiro ou falso! Como que você pode fazer estas provas se
não há resposta absolutamente verdadeira? Finalmente, a própria existência
deste professor foi o resultado de uma série de verdades absolutas que podem
ser encontradas na cadeia de DNA dele! A cor dos olhos dele, a cor do cabelo
dele, o sexo [masculino] dele e um número incrível de outras verdades absolutas
eram (e ainda são) baseadas em verdades absolutas sobre o sequenciamento do DNA
dele! Se você fosse perguntar este sujeito se ele já cometeu um erro durante
toda a vida dele, aposto que ele diria: “é claro!”. Mas isto presume que há uma
vara de medida verdadeira que pode ser comparada ao comportamento dele! Não há
verdade, então ninguém pode errar!
Este professor nos diria que era impossível encontrar e conhecer a
verdade, mas isso foi só porque ele realmente não queria se aprofundar tão
duramente. Veja, a verdade nem sempre é tão fácil quanto 2 +2 = 4. Às vezes,
tem que ser desvendado e considerado e descobertos como o e=mc2. Isto leva
tempo. É preciso vontade, mas acima de tudo, é preciso um entendimento de que
há uma verdade e esta pode ser encontrada. Se Einstein não acreditou
verdadeiramente nisto, ele teria parado de pensar sobre a teoria da
relatividade muito antes de jamais ter começado.
A Importância de Fazer as Perguntas Certas
Às vezes, o problema real é que estamos fazendo a pergunta errada para
começar. É por isso que não somos capazes de perceber e demonstrar a verdade
absoluta. Um velho professor meu me contou sobre uma disputa que ele foi
chamado para resolver entre um amigo professor e um aluno. Em um exame, o
professor fez uma pergunta simples. “Se eu te levasse a uma alta torre, e
pedisse-lhe para levar um barómetro ao o topo da torre, como você usaria o
barómetro para me dizer a altura da torre?” O professor estava procurando por
uma resposta específica que utilizaria o barómetro para medir a pressão
atmosférica ao nível do solo e a parte superior da torre e, então, medir a
distância entre estes dois pontos. Mas o estudante foi um pouco criativo (e
obstinado) e ele deu uma variedade de respostas que não utilizou o barômetro
como ele esperava. Em cada solução, o aluno usou o barômetro criativamente como
um pêndulo, e objeto para medir a gravidade, como uma ferramenta para comparar
proporções de sombra, e como um suborno simples para alguém que realmente
conhece a altura do prédio! Todas estas formas levaram à verdade da altura do
prédio, mas ninguém descobriu a verdade que o professor estava procurando. Por
quê? Primeiramente porque o professor estava fazendo a pergunta certa da
maneira errada! Ele não foi suficientemente ESPECÍFICO na sua busca pela
verdade de seu aluno, e, como resultado, ele recebeu um número de respostas à
questão, sem nunca obter a resposta que ele estava procurando.
De forma semelhante, às vezes somos não específicos em nossa busca por
respostas; às vezes fazemos as perguntas espirituais erradas! Se a questão for
simplesmente como eu posso encontrar a felicidade, ou satisfação, ou propósito,
bem, há uma série de maneiras que eu posso fazer isto (embora a maioria destas
são muito temporárias). Pode haver muitas maneiras (muitos caminhos
espirituais) que eu posso tomar na tentativa de ser feliz ou satisfeito, mas
estes objetivos não são específicos o suficiente. Estou fazendo algumas
perguntas boas (assim como o professor), mas estas não são específicas o
suficiente. Felicidade e satisfação são questões secundárias a uma questão
muito mais importante; o que é a verdade sobre a existência e a natureza de
Deus? Pessoalmente, eu não estou interessado em simples felicidade e
satisfação. Estou interessado na verdade absoluta e objetiva sobre Deus, porque
só esta verdade tem significado a longo prazo.
Um amigo meu recentemente comprou um novo telescópio em preparação para a
localização recente de Marte no hemisfério norte. Houve uma quarta-feira
específica quando Marte estava mais perto da Terra do que tinha sido (ou será
mais uma vez) por outros 550 anos. Naquele dia único de oportunidade, ele armou
o telescópio dele, mas descobriu que NÃO podia ver Marte mais de perto do que
ele podia um mês atrás com o telescópio velho dele! Por quê? Porque ele estava
errado sobre a data de avistar e estava incorreto por exatamente um ANO!
Assegurando a verdade à informação errada com sinceridade, ele se esforçou
sinceramente para ver o planeta vermelho, mas estava sinceramente errado sobre
o tempo. Todas as verdades não são iguais. Somente uma quarta-feira verdadeira
poderia revelar Marte em sua proximidade mais próxima. De forma semelhante, a natureza
da verdade é tal que somente uma verdadeira noção de Deus irá revelá-lo a você
e a mim hoje.
Pode Haver Realmente Somente Um Caminho de VERDADE?
A realidade é que a verdade não é uma questão de escolha pessoal, e é
confortante saber que o que você descobre que é verdade hoje, ainda será
verdade amanhã. Mas, há uma razão pela qual as pessoas querem negar que há uma
verdade absoluta…
João 3:19-21
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as
trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz
o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam
reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas
obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
Jesus teve que lidar com pessoas que não acreditavam que havia uma verdade
absoluta. Esses tipos de pessoas têm existido desde o início dos tempos, embora
haja definitivamente mais de nós que adotam o relativismo hoje do que em
gerações passadas! Como devemos responder aqueles entre nós que estão
questionando a natureza amorosa de Deus? Como ele pode ser amoroso e ao mesmo
tempo ter a mente tão fechada ao ponto de nos limitar à somente um caminho de
conhecê-lo? Não é isto desamor e injustiça?
Mas se você olhar para a história do nosso relacionamento com Deus, você
verá que ele realmente tem nos dado um grande número de oportunidades! Apenas
relembre da história. Rejeitamos a Sua graciosa oferta no Jardim, o seu Pacto
de acordo através de Abraão, sua orientação através das leis de Moisés, suas
mensagens conforme entregues pelos profetas e, finalmente, o seu próprio filho.
À luz de todas as maneiras que o rejeitamos, a pergunta não deveria ser: “Por
que há somente um caminho?”, mas ao invés, “Por que há QUALQUER forma?”.
Muitos de vocês ainda estão lutando com a ideia de que somente pode haver
um Deus verdadeiro e um caminho para chegar até ele. Por que você pense que é
assim? É porque não é justo para nós, apesar da verdade da nossa história com
Deus? Ou é porque ainda queremos controle? Vamos orar sobre estas coisas e
pedir a Deus que nos ajudo a entender a misericórdia dEle e o fato de que Ele é
tão paciente conosco, e pedir a Deus para nos ajudar a aprender a confiar nEle
para a verdade.
Vivendo Acima das Mentiras
Agora, vamos sair e viver nossas vidas diferentemente. Vamos aceitar a
realidade de que HÁ uma verdade singular sobre a natureza de Deus, para que
possamos começar verdadeiramente a procurar por isto. Então, vamos seriamente
começar a busca. Se estivermos indispostos a até mesmo começar a aceitar a
premissa de que HÁ uma verdade absoluta, nunca começaremos a busca que irá
eventualmente nos levar a Deus. Vamos viver acima das mentiras de que a verdade
não existe ou não pode ser conhecida.
Pluralismo Religioso: Todos os caminhos levam a Deus?
A afirmação a seguir é quase uma unanimidade em círculos sociais:
“Política, futebol e religião não se discute”. Vamos nos ater apenas a questão
da religião. Baseado na falsa premissa não devemos debater sobre assuntos
religiosos, aqueles que levantam essa bandeira bradam, na mesma voz que todos
os caminhos levam a Deus (ou ao paraíso, ou à salvação). Será?
Ao analisar as crenças de alguns
grupos religiosos, principalmente quando observamos o que estes grupos afirmam
sobre questões básicas da fé cristã, no que diz respeito a quem é Deus, Jesus
Cristo, Espírito Santo, o homem, a Bíblia, a igreja, a salvação e o pecado,
podemos constatar que não existe concordância, que não se fala a mesma língua.
Vejamos, de modo bem resumido, três exemplos de credos muito distintos:
Mormonismo (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias): Deus é um
homem evoluído; Jesus é irmão de Lúcifer; o homem poderá evoluir até se tornar
um deus; o Livro de Mórmon, Pérola de Grande Valor e Doutrinas e Convênios
compõem um complemento da Bíblia e são a base doutrinária do Mormonismo; a
salvação só poder ser encontrada no Mormonismo.
Budismo: Nega que Deus (ou deuses – já que não enxerga Deus como o
Cristianismo bíblico) possa interagir com o homem, ou seja, é uma divindade
impessoal, chegando ao ponto de negar a existência de um ser divino; a
realidade não passa de uma grande ilusão; a vida do homem é apenas sofrimento,
ou seja, viver é sofrer; “salvação” é tão somente se libertar dos ciclos de
reencarnação (ao atingir o Nirvana).
Kardecismo (Espiritismo de Mesa Branca / Espiritismo Científico): Jesus
foi um espírito puro, um médium. O Espírito Santo (o Consolador prometido por
Jesus em João 16.7) é a própria doutrina codificada por Allan Kardec, ou seja,
o Espiritismo é o Consolador; fora da caridade não há salvação (evolução, fim
das reencarnações, estágio de pureza de espírito); a Bíblia não é a Palavra de
Deus e a reencarnação é o meio pelo qual Deus aplica Sua justiça.
A lista é muito longa, poderíamos falar muito sobre a diversidade de
credos, mas os exemplos acima atestam que não há concordância geral com relação
aos credos. Como pode então existir aqueles que defendem que todos os caminhos
levam a Deus?
Pluralismo Religioso
Pluralismo Religioso é diferente de diversidade ou variedade religiosa.
Diversidade/variedade é o fato de que existe uma gama imensa de credos, que até
certo ponto produzem benefícios aos indivíduos e a sociedade, e isso é um fato
inegável. Ao falar em Pluralismo Religioso designamos a filosofia que afirma
que todas as religiões são iguais, boas, com os mesmos fins e que na essência
possuem o mesmo sistema de crenças, levando por conseqüência ao mesmo fim. Mas
atenção! Não estou dizendo que mórmons, budistas e kardecistas são pluralistas.
A pessoa que aceita o pluralismo religioso não é necessariamente praticante de
uma religião, mas sim de uma filosofia religiosa.
Para que possamos entender melhor o conceito do pluralismo religioso,
precisamos distinguir alguns termos relacionados a tal estudo [1]:
● O Pluralismo Religioso é a crença de que toda religião é verdadeira.
Cada uma proporciona um encontro genuíno com o Supremo. Uma pode ser melhor que
a outra, mas todas são adequadas.
● O Relativismo afirma que não há critérios pelos quais se possa saber
qual religião é verdadeira ou melhor. Não há verdade objetiva na religião, e
cada religião é verdadeira para quem acredita nela.
● O Inclusivismo afirma que uma religião é explicitamente verdadeira,
enquanto todas as outras são implicitamente verdadeiras.
● O Exclusivismo é a crença de que apenas uma religião é verdadeira, e as
outras que se opõem a ela são falsas.
Concordo em todos os sentidos com David K. Clark que define o mundo das
religiões como um verdadeiro supermercado onde superabundam produtos atraentes
[2]. Neste mercado as pessoas têm consumido aquilo que lhes aprazem, sem se dar
o trabalho de entender que não é possível que todos os credos de A a Z (ou do
Agnosticismo ao Zen) possam levar ao mesmo fim. Respeitamos sim a variedade
religiosa bem como a liberdade religiosa, respeitamos as crenças das pessoas,
mas respeito e concordância não significam a mesma coisa. Desta forma
discordamos totalmente da cosmovisão pluralista.
Aqueles que defendem a filosofia do Pluralismo Religioso acham que
qualquer produto do mercado da fé pode atender as necessidades humanas, por
isso tudo é bom e de valor. A questão da utilidade destes produtos vem à tona.
Não há uma busca e um exame em pelo verdadeiro, mas sim pelo útil. Por exemplo,
uma pessoa que possua sua própria religião (um budista), se dirige ao
Kardecismo para buscar a comunicação com entes queridos já falecidos. Este
simpatizante do Karcecismo abraça-o buscando tão somente a utilidade que o
Kardecismo apregoa, mesmo sendo budista.
Logo, os pluralistas religiosos são caçadores de benefícios, e não se
importam se os benefícios que buscam se tornem como vendas em seus olhos.
Na contramão desta filosofia está o Exclusivismo Religioso. O Cristianismo
é exclusivista. Por maior que seja o grito dos pluralistas, Jesus Cristo, o
Filho de Deus disse que é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6).
Nosso objetivo como propagadores do Evangelho é levar ao mundo perdido o
Salvador, Jesus! Por isso e para isso estamos dispostos a remover a venda que
está nos olhos dos pluralistas, fazendo esta obra de apologética não com ódio,
mas sim com o amor Daquele que nos amou primeiro.
__________
Notas
[1] GEISLER, Norman L. Enciclopédia de apologética. Editora Vida. São
Paulo, SP: 2002. p.701
[2] CLARK, David K. in BECKWITH, Francis J. & CRAIG, William Lane
& MORELAND, J.P. Ensaios apologéticos: um estudo para uma cosmovisão
cristã. Hagnos. São Paulo, SP: 2006. p.347
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