O termo é derivado do verbo grego
apologeomai, significando “dar uma resposta”, '"responder”, “defender a
posição de alguém”, e do substantivo grego apologia. Em seu sentido mais
estrito, significa a defesa da fé do cristão individual. Em um sentido mais
amplo, é a resposta do cristão a ataques sobre si, sua doutrina e sua fé, e
toda a revelação dada nas Escrituras. Em seu sentido total, a apologética é a
defesa e a justificação da fé cristã e da revelação dada nas Santas Escrituras
contra o ataque dos duvidosos e incrédulos, mais o desenvolvimento de uma
apresentação evangélica positiva dos fatos mostrados na Bíblia, a racionalidade
da revelação de Deus ao homem nas Escrituras, e a sua ampla suficiência para
atender as necessidades espirituais completas do homem. A apologética é, então,
não apenas um exercício negativo e defensivo, mas também positivo e ofensivo.
Não é apenas para ser usada na defesa do Evangelho, mas também em sua
propagação, O estudo da apologética. Este pode ser dividido em três períodos
como encontrado em três eras da história da igreja.
1. Apologética do Novo Testamento.
O verbo grego apologeomai é usado para
expressar a idéia de autojustificação e autodesculpa (Rm 2.15; 2 Co 12,19) e
também o substantivo apologia (2 Co 7.11); mas particularmente no sentido de
responder aos ataques sobre a fé e a convicção de alguém, e de oferecer uma
defesa. Atos 7 é frequentemente chamado de apologia de Estêvão quando ele
respondeu ao Sinédrio judeu às acusações de falso testemunho (At 6.11-15).
Paulo fala em ser colocado para “a defesa do evangelho” (Fp 1.6,17), Ele fez
duas “apologias” para a sua posição, a primeira diante de Festo (At 24.10;
25.8; cf. v. 16), e a segunda diante de Agripa (At 26.2). Quando apelou para o privilégio
de fazer o mesmo diante de César (At 25.8-16), seu pedido foi finalmente
concedido. Cada uma destas apologias contém tanto uma defesa negativa como um
elemento evangelístico positivo. Por exemplo, Paulo usou sua defesa como uma
introdução ao Evangelho de uma maneira tão eficaz, que Félix ficou amedrontado
(At 24.25), enquanto Agripa exclamou: “Por pouco me queres persuadir a que me
faça cristão!” (At 26.28). Mesmo considerando uma outra interpretação deste
último versículo. “Você tão facilmente me persuadiria a ser um cristão?”, o
Evangelho positivo na apologia de Paulo ainda pode ser claramente visto no
efeito produzido em Agripa.
2. Apologética na igreja primitiva e
medieval.
Justino Mártir escreveu sua obra
Dialogue With Trypho (em aprox. 150 d.C.), Orígenes respondeu a muitos
argumentos anti-cristãos em sua obra Kata Kelsou (Contra Celsus) (em aprox.
235), e Atanásio publicou sua obra Contra Gentes (em aprox. 315), Mas a
apologia mais importante de todas foi City of God de Agostinho (426 d.C.). Até
a igreja ser reconhecida por Constantino o Grande, ela era acusada de
canibalismo e promiscuidade sexual por ter de se reunir em segredo em lugares
como as catacumbas. Porém, após ser reconhecida imperialmente, ela teve que
enfrentar acusações de mundanismo. Foi para explicar este último que Agostinho
escreveu e tomou como sua tese a “Cidade de Deus” em contraste com a cidade do
mundo. Na Idade Média a apologética lutou com as questões da fé - com relação a
fatos tais como a Trindade e a encarnação, conhecíveis apenas pela fé - versus
a razão, e os fatos da ciência e do mundo material que é receptivo á razão.
Aquinas fez uma síntese parcial que se tornou a posição oficial do romanismo.
Pela razão o homem pode argumentar quanto à existência de Deus e até conhecer a
Deus; mas a Trindade e a encarnação são inacessíveis à razão, dadas pela
revelação e recebidas somente pela fé.
3. Apologética moderna.
Para o propósito de estudo e de uma
análise útil, é valioso considerar a apologética católica romana e a protestante.
(a) A apologética católica romana é
caracterizada pelo fato de atribuir tanto a origem quanto a (infalível)
interpretação das Escrituras à igreja; e pelo fato de ensinar que a teologia
racional é possível e existe tanto
quanto a teologia revelada, pelo uso da
razão humana o homem pode chegar ao conhecimento da pessoa e da existência de
Deus e até à salvação. A razão pela qual o homem falha em chegar à verdade pela
teologia racional não é a sua condição decaída, mas sim a indolência daqueles
qne sâo mentalmente capacitados a atingi-la por este meio, e a inabilidade
racional dos demais. Por causa desta preguiça por parte de alguns e da
inabilidade dos outros, Deus escolheu, em sua graça, dar a revelação. A igreja
católica romana desenvolveu uma apologética própria muito completa. Começando
em 1908, o papa indicou comissões contínuas para investigar completamente e
emitir relatórios sobre o problema Deutero- Isaías, a teoria J.E.D.P.,
form-Geschiehte etc. Habilidosos escritores da igreja produziram livros
eficazes sobre a apologética como The Faith of Our Fathers (do cardeal James
Gibbons), uma defesa da igreja católica romana; e Katkolieke Geloofsverdediging
(do cardeal Brocardus Meijer), uma obra muito completa e habilidosa sobre a
apologética em geral, em holandês. Como resultado das comissões eruditas de
Roma e de uma obra tão completa em apologética como a de Meijer, os católicos
romanos estão apresentando uma defesa convincente de sua fé, que está ganhando
muitos da ala modernista, onde não foi expressa nenhuma defesa semelhante da fé
cristã.
(b) Apologética protestante.
Há um forte elemento de apologética
presente na obra Institutes, de Calvino, onde ela é apresentada em combinação
com a teologia. As obras mais famosas e eficientes de apologética propriamente
dita, no entanto, antes da nossa época, são Analogy of Religion, de Joseph
Butler (1736) e Apologetics or Christianity Defensively Stated - de A, B. Bruee
(1892). Esta última foi a obra ortodoxa padrão em inglês durante muitos anos. Grande
parte de seu lugar foi tomado, ultimamente, pelos escritos de Edward John
Carnell. An Intro
Introduction to Chrístian Apologetics e A Phílosophy ofthe Chrístian Religion,
e de Bemard Ramm, Protestant Chrístian Evidences, Types of Apologetic Systems, e
The Chrístian View of Science and Scripture. Enquanto Carnell e Ramm lideraram a
causa evangélica em apologética com um trabalho admirável em muitas áreas deste
campo, ambos tiveram dificuldades em certos pontos, particularmente no que diz
respeito à absoluta infalibilidade da Bíblia na escrita original, a ponto de
outros terem que vir em seu auxílio neste ponto.
O valor e o lugar da apologética.
Considerando sua extensão, o AT faz
relativamente pouco uso da apologética. Em Jó 32-37, no entanto, está uma
repreensão de Eliú às falsas ou inadequadas opiniões de Jó e de seus três
amigos a respeito de Deus e da teodicéia que é a doutrina da justiça divina). O
próprio Senhor responde a Jó para convencê-lo de sua soberania, e, ao
mesmo tempo, da incapacidade de Jó (Jó 38-41). Vários Salmos recorrem à
atividade de Deus, ao seu cuidado providencial (por exemplo, Salmos 104 e 107)
e histórico (Salmos 105 e 106), para evocar o louvor e a confiança, e mostrar a
loucura da idolatria (Salmo 115). Dentre os profetas, especialmente Isaías
proclamou a apologia de Deus contra as divindades pagãs, desafiando os gentios
adoradores de ídolos a provarem a realidade e o poder de seus deuses por meio
do teste das profecias e seus respectivos cumprimentos (Is 41.21-29; 43.813; 44.6-20;
45.18-25; 46.1-11; 48.1-6), O NT dá à apologética um lugar muito mais
importante. Os patriarcas da igreja primitiva eram constantemente chamados a
defender a sua fé contra filósofos pagãos, agnósticos e hereges. Na
apologética, somos chamados a mostrar a racionalidade da fé cristã e sua
revelação como dada na Bíblia. Isto é realizado por meio de comparação da
ciência com as Escrituras, uma consideração da arqueologia com a história e
fatos bíblicos, um apelo ao cumprimento de profecias preditas, um estudo das
provas da inspiração e infalibilidade da Bíblia, e uma aplicação da razão à
questão da existência e da natureza de Deus.
Os apologistas protestantes não
ensinam que uma teologia completamente natural seja possível meramente pela
aplicação da razão humana na formulação de cinco ou mais provas teísticas
(provas da existência necessária e real de Deus). Antes, tão longe quanto possa
ir a razão humana - e isto inclui a formulação de argumentos teísticos, ou
seja, o cosmológico (a existência do mundo), ontológico (a existência de uma
ideia de Deus), o teológico (a existência e a manifestação da criação e
propósito no mundo e no homem) - é apenas racional concluir que uma Pessoa
racional, intencional e moral exista e seja a causa tanto do universo quanto do
homem. A Bíblia declara por revelação que tal é o caso e, em Romanos 1.18ss,
aprendemos que Deus considera o homem como o responsável por chegar à conclusão
de que Ele existe. Portanto, o apologista protestante nem se baseia
completamente na razão - como os católicos romanos com a sua teologia natural,
nem rejeita completamente o lugar da razão - como alguns aos protestantes extremamente
ortodoxos (por exemplo, Abraham Kuyper em sua obra Principles of Sacred
Theology e Cornelius Van Til em sua obra The Defense of the Faith, que
enfatizam a impotência da mente humana em pecado e a necessidade do poder
renovador do Espírito Santo), Ao invés disso, reconhecendo a fragilidade da
razão humana desde a queda do homem, ele dá uma função comprobatória,
subsidiária à revelação. Em outras palavras, as leis da lógica, os fatos da
vida e do cosmos, e as revelações proposicionais encontradas na Bíblia devem
receber seu lugar próprio na obtenção da verdade final e na formulação do
nosso sistema apologético.
Métodos apologéticos.
Torna-se muito importante desenvolver um
método apologético completo e satisfatório. Isto é de tudo o mais necessário,
uma vez que o cristão deve se defender não apenas contra as teorias passageiras
da ciência, mas também contra os erros da filosofia mundana. Nenhuma defesa
bem-sucedida é possível até que alguém seja capaz não apenas de enxergar o erro
ou os erros contra os quais discute, mas também compreender seus fundamentos
filosóficos. Portanto, a nossa causa é grandemente fortalecida quando
insistimos no fato de que temos uma filosofia cristã de existência, ou seja,
uma explicação para (a) a origem da realidade, consistindo do mundo e do homem;
(b) a realidade em si, consistindo de objetos (res extensa), ideias ou
pensamentos res cogitata) - duas das quais claramente definimos e distinguimos;
(c) o destino do mundo e do homem. Todos os filósofos são chamados a dar suas
próprias explicações sobre estas três questões. Uma defesa praticável e
completa do ponto de vista cristão sobre qualquer opinião procurada, portanto,
inclui o seguinte: (1 ) uma descrição justa e completa da opinião de um
adversário; (2) uma apresentação do valor da opinião que alguém tenha; (3) uma
consideração de sua base filosófica e uma apresentação clara de suas falácias,
com bases tanto lógicas quanto filosóficas; (4) um exame da opinião à luz das
confissões e credos da igreja; (5) um exame para ver que vantagens teológicas
ela pode oferecer e que problemas teológicos ela pode levantar; (6) uma
apresentação da opinião bíblica sobre o assunto em discussão e a prova de sua
racionalidade, e uma descrição clara de como a opinião bíblica foge dos problemas
filosóficos e teológicos levantados por uma visão errada. Além das obras
principais em apologética já mencionadas, houve muitos livros muito
valiosos sobre aspectos específicos da fé, tais como o nascimento
virginal, a ressurreição, milagres, a infalibilidade das Escrituras etc. Estes
podem ser prontamente encontrados em extensas bibliografias anexadas por
Carnell e Ramm aos livros mencionados acima.
O objetivo da apologética.
Este inclui: (1) fazer contato com
aqueles que tenham uma opinião errada ou perigosa, ou que ataquem a revelação e
fé cristãs; (2) encontrar uma área na qual o problema possa ser discutido
imparcialmente, e provar a fraqueza da opinião em questão primeiro em alguma
área neutra comum a todos, tais como a filosofia ou a lógica; (3) mostrar os
problemas teológicos levantados; (4) expor as convicções da igreja em suas
confissões e credos, e interpretar o que as Escrituras ensinam, enquanto se
apresenta a racionalidade de tudo isso, A base comum buscada para o diálogo com
o adversário, não tem de impor qualquer transigência, tal como tentado
por alguma apologética recente, nem forçar as Escrituras sobre o duvidoso ou o
agnóstico. Considerar cada aspecto de um problema antes de entrar no mérito das
próprias Escrituras, abre a mente do adversário para considerar a própria
posição e respostas de Deus.
Bibliografia:
A. B. Bruce, Apologetics, Edinburgh. T. & T.
Clark, 1892.
E.
J.Carnell, An Introduction to Chrístian Apologetics, Grand Rapids.
Eerdmans,1952;
A
Philosophy of the Chrístian Religion, Grand Rapids. Eerdmans, 1952.
Robert
Flint, Agnosticism, New York, Scribner’s, 1903;
Anti-Theistic
Theories, Edinburgh. Blackwood. 1879.
BrocardusMeijer,
Katholieke Geloofsverdediging, Roermond. Romen & Zonen, 1946.
Bernard
Ramm, Protestant Chrístian Evidences, Chicago. Moody Press, 1953;
Types
of Apologetic Systems, Wheaton, III.. VanKampen Press, 1953;
The
Chrístian View of Science and Scripture, Grand Rapids. Eerdmans, 1954.
fonte Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD,
págs. 158-16
fonte www.sigogospel.blogspot.com
Você é vulnerável as seitas?
Todo
ano, milhares de pessoas estão se filiando a uma nova seita. Um número
surpreendente deles se dirá crentes evangélicos. Eles poderão ser amigos, parentes
ou membros de sua igreja. E… é até possível que você esteja entre eles!
Nem
sempre os crentes estão imunes às atividades e satisfação que as seitas
oferecem. Contudo, as deserções poderão ser evitadas se estivermos alerta
acerca das áreas vulneráveis e procurarmos dar alguns passos positivos no
sentido de fortificar essas áreas. Um estudo sobre as seitas proeminentes, do
ponto de vista das necessidades humanas, que elas preenchem, revela várias
fraquezas entre os cristãos e suas igrejas, que colocam os crentes frente à
sedução das seitas. Para descobrir se você é vulnerável a se tornar membro de
uma seita, faça os seguintes testes:
1.
Seu conhecimento bíblico e apologético
Depois
de ouvir uma preleção introdutória da Igreja da Unificação (a seita do Rev.
Moon), é possível entender como os crentes que ainda não conhecem o conteúdo e
os princípios de interpretação da Bíblia possam ser fisgados facilmente. O
preletor fazia citações ou referências a um ou outro versículo bíblico, a
maioria das vezes retiradas do seu contexto, fazendo uma preleção que soava com
uma lógica aparentemente válida.
Cristãos
que são biblicamente ignorantes, ou que têm uma compreensão meramente
superficial da Bíblia, são os primeiros candidatos para esses tipos de
explicações.
Exceto
a maioria dos grupos orientais, tal como Hare Krishna, muitos membros das
seitas citam numerosos “textos de prova” da Bíblia – retirados do contexto –
para afirmar suas doutrinas.
As
testemunhas de Jeová são famosas por sua habilidade de confundir seus
oponentes, citando dezenas de versículos que parecem apoiar sua teologia
estranha. Todavia, freqüentemente, os crentes não são hábeis para sustentar
biblicamente suas próprias convicções e confrontar os falsos ensinamentos e
interpretações impróprias. Outros são atraídos por “novas revelações” de seitas
como a Igreja Apostólica da “Santa Vó Rosa” ou o profeta William Soto Santiago.
Exame
individual:
O
que você crê a respeito das doutrinas básicas (Bíblia, Trindade, Deus, Homem,
Salvação, Espírito Santo, Igreja, Escatologia, Anjos), e por que crê assim?
Você consegue sustentar suas convicções usando a Bíblia? Você está envolvido
pessoalmente com um estudo diário e sistemático da Bíblia? Você conhece os
princípios de uma sólida interpretação bíblica? Você lê livros e toma aulas de
teologia, apologética e exposição bíblica?
Exame
para a liderança da igreja:
Na
sua pregação, o que tem mais ênfase e autoridade: a Bíblia ou as experiências
espirituais? Você ensina as doutrinas básicas da fé cristã aos novos
convertidos? Você tem planos de ensinar teologia, métodos de estudo bíblico,
hermenêutica (interpretação bíblica) e apologética (a defesa da fé), nos
sermões, Escola Dominical, escola bíblica de férias, ou outras aulas especiais?
2.
Sua doutrina no dia-a-dia
A
maior atração do Templo do Povo de Jim Jones era a aparente integração dos
fiéis e o estilo de vida, que resultou em ação na ajuda para suprir as
necessidades da comunidade. A igreja também demonstrava unidade com a
integração racial. O Rev. Moon e a Igreja da Unificação têm atraído milhares de
jovens em idade universitária porque ele promete aos seus seguidores uma
maneira revolucionária para resolver os problemas do mundo e vencer o comunismo
– o qual havia profetizado que suplantaria a democracia – como sabemos essa
profecia falhou. Outros incontáveis jovens seguem a Igreja Mórmon porque ela
oferece uma sociedade cooperativa que cuida das necessidades de seus adeptos
através dos seus serviços de “bem-estar”. Muitas pessoas procuram centros
espíritas e terreiros de umbanda para resolver seus problemas particulares
pelos conselhos que recebem das entidades espirituais.
Em
contraste, as verdadeiras igrejas cristãs têm muitas vezes se desviado para uma
doutrina divorciada da vivência prática do dia-a-dia. Em muitos casos, os
cristãos falham em aplicar as verdades da Bíblia aos problemas do povo de uma
maneira prática. Estamos tão inquietos quanto ao caminhar para um “evangelho
social”, que muitas vezes acabamos perdendo o equilíbrio entre a pregação do
Evangelho e o socorro àqueles que passam necessidades.
Exame
individual:
Você
aplica o ensino bíblico à sua vida diária? Você já desenvolveu uma ética social
cristã baseada na Bíblia? De que maneira você está envolvido em ajudar a suprir
as necessidades de outra pessoa ou grupo – por exemplo: favelados, crianças
abandonadas, ou viciados? Os seus amigos não crentes e vizinhos o conhecem como
alguém que se preocupa com suas vidas e não apenas com suas almas?
Exame
para a liderança da igreja:
Você
ensina que a vida cristã é uma maneira completa de viver, que não enfatiza
apenas o aspecto espiritual? Você encoraja as pessoas a demonstrar a fé
ajudando outras pessoas? Você encoraja pessoas de outras raças ou níveis
sociais a frequentar sua igreja, ou não as recebe?
3. Seu senso de comunidade dentro da igreja local
Os
crentes ex-membros do Templo do Povo testemunham que a amizade e o senso de
comunidade os atraíram para aquela seita. Os moonistas demonstram tanta
intimidade, polidez e amizade, que muitos jovens solitários querem aderir ao
grupo. Outros são seduzidos pelos Meninos de Deus, atualmente conhecidos como A
Família, por causa das promessas de segurança e relacionamentos íntimos – e até
sexuais – sem aparentes compromissos.
Os
mórmons aprendem vários métodos de ganhar novos adeptos pela amizade usando o
folheto “Preciso de um Amigo”. Ao menos na aparência, muitas seitas oferecem
amor fraterno, sustento e aceitação. Achando sua igreja fria, e que não se
preocupa com seus membros, ele se volta para outros grupos onde se sentirá mais
confortável, íntimo e reconhecido.
Exame
individual:
Com
que freqüência você dá as boas-vindas aos visitantes de sua igreja e os contata
durante a semana? De que forma você procura demonstrar amor fraternal às
pessoas solitárias, com problemas, e doentes de sua igreja? Você convida
pessoas ou famílias com quem você raramente mantém comunhão para jantar em sua
casa, ou os visita caso faltem ao culto? Você compartilha seus conflitos e
falhas com membros de sua igreja? Os irmãos de sua comunidade podem contar com
você para enfrentar as duras provas da vida?
Exame
para a liderança da igreja:
Você
reserva tempo toda semana para que os membros da igreja possam compartilhar
suas alegrias e necessidades uns com os outros? O que você está fazendo para
promover um ambiente onde os membros sintam-se à vontade para compartilhar seus
conflitos e falhas? Você incentiva as pessoas a comunicar suas dúvidas e
procura ajudá-las a resolvê-las? Você conhece as necessidades do seu povo? O
que você está fazendo para suprir estas necessidades?
4.
Imaturidade ou amortecimento espiritual
Muitos
crentes professos, que acabam entrando para uma seita, são crentes novos que
não foram discipulados, ou são crentes antigos que se tornam bebês espirituais.
A imaturidade os fez presas fáceis de seitas que usam a Bíblia e possuem um
linguajar evangélico.
Crentes
que estão vivendo para si mesmos em vez de se submeterem ao senhorio de Cristo
podem ser fisgados por qualquer grupo que for simpático aos seus desejos carnais.
Outros crentes são enganados por seitas como o Tabernáculo da Fé de William
Branham. Muitas vezes, nossa ênfase acerca da sã doutrina tem tido a tendência
de extinguir a alegria da fé cristã. Alguns têm perdido o equilíbrio da Igreja
do primeiro século entre a ortodoxia e o gozo da nova vida em Cristo.
Exame
individual:
Você
está crescendo em sua fé? É Cristo o Senhor de sua vida, ou você está vivendo
para si mesmo? Há equilíbrio entre doutrina e prática em sua vida? Você
expressa a alegria de ser salvo?
?
5.
Diminuição da ênfase da doutrina do sacerdócio do crente
Quase
não existem ministros profissionais remunerados no mormonismo, qualquer membro
tem pelo menos uma responsabilidade na seita. De fato, muitos milhares de seus
jovens sentem-se honrados em gastar dois anos em serviço missionário de tempo
integral. Todas as testemunhas de Jeová batizadas são ministros, e fazem
visitas de porta em porta e ‘doutrinam’ nas praças várias horas por semana. Os
novos moonistas são usados quase que imediatamente nas ruas para levantar
fundos e fazer recrutamento. Nas seitas mais populares, cada pessoa
individualmente faz parte do ministério, ela é importante e necessária.
Muitas
igrejas evangélicas, em contraste, perderam a visão da doutrina do sacerdócio
do crente. De acordo com a Bíblia, os cristãos são iguais perante Deus, e cada
um tem a responsabilidade de servi-lo. Mas, em vez de todos os membros se
envolverem no trabalho, freqüentemente apenas um pequeno número está exercendo
o ministério. Os jovens, procurando por meios de expressar o seu idealismo,
podem ser forçados a fazê-lo fora de suas igrejas.
Novos
convertidos, geralmente não são solicitados para ajudar nos trabalhos da
igreja. Há, também, uma tendência entre os cristãos de fazer os pastores e
líderes de seminários de “gurus”. Não exercendo seus privilégios e responsabilidades
de estudar diretamente a Bíblia, eles aceitam sem raciocinar o que é pregado e
ensinado. Alguns crentes habitualmente citam o que disseram outros homens,
substituindo a Bíblia por suas palavras, como autoridade final. Esta atitude
fortalece os meios para que um líder de uma seita possa dominar uma pessoa ou
até uma congregação inteira.
Exame
individual:
Você
sabe qual é o seu dom espiritual? Como você o está usando? Você tem pelo menos
uma responsabilidade na igreja? Você compara aquilo que lhe ensinam com a
Bíblia? Você está centralizado na Bíblia ou num líder eclesiástico?
Exame
para a liderança da igreja:
Como
você está ajudando cada membro a descobrir e usar o seu dom espiritual? Todos
os seus membros têm deveres e responsabilidades na igreja? Quais oportunidades
de participação nos serviços da igreja estão à disposição para serem feitos por
jovens ou novos convertidos? Quantas oportunidades você oferece para o seu povo
tirar dúvidas sobre seus sermões e palestras?
6.
Colapso da família
A desintegração da união familiar tradicional e o conflito das gerações na sociedade moderna não estão limitados aos não-crentes. A migração populacional dos meios rurais para os grandes centros urbanos tem colaborado para acelerar este processo. O colapso da família está se tornando cada vez mais proeminente entre os cristãos, tornando os jovens mais vulneráveis.
Os
pais frequentemente estão muito ocupados com seus empregos e atividades sem fim
na igreja, para poder gastar tempo com a família. Em alguns lares cristãos, a
comunicação e o saber ouvir entre os membros da família são raros. As crianças
observam os seus pais falando de forma mais “bondosa” no templo do que em casa,
e imediatamente os classificam de hipócritas.
Adolescentes
e jovens em idade escolar, que recebem pouca atenção em casa, tendem a seguir
grupos que possuem uma imagem de família. A seita Moon, a Família, e muitas
seitas afro-brasileiras são grupos ávidos para compadecer-se por alguém nessa
situação. Eles falam de seus grupos como famílias que oferecem tudo a uma
pessoa que não está recebendo a devida atenção em casa. Com ênfase num forte
programa de união familiar, o mormonismo atrai crentes que estão desiludidos
devido à hipocrisia e a secularização que observam nas famílias cristãs.
Exame
individual:
Quanto tempo você passa com sua família? Qual a sua melhor maneira de se comunicar e escutar os membros de sua família? Eles sabem que você os ama incondicionalmente, tanto com suas palavras como com suas ações? Pais, vocês mostram amor determinando regras e disciplina? Suas ações em casa refletem aquilo que vocês professam crer?
Exame
para a liderança da igreja:
Você
procura reservar pelo menos uma noite livre de todas as atividades e reuniões
da igreja? Você incentiva as famílias de sua igreja a passarem tempo juntas?
Que estímulo você oferece para que as famílias façam o culto doméstico?
7.
Ignorância sobre as seitas
Muitas
seitas são falsificações do Cristianismo. Num contato inicial com um membro da
seita “A Família”, ou outras seitas pseudocristãs, você concluiria facilmente
que estaria falando com crente evangélico. Se um moonista bem
doutrinado sabe que você é um cristão, ele vai tecer sua conversa de tal forma
que soe como se fosse um cristão.
Outros,
por falta de conhecimento, não percebem que certas entidades não sectárias –
tais como a Ordem Rosa Cruz (AMORC), a Maçonaria, a Cultura Racional etc. – são
de fato, religiões não cristãs. Algumas seitas orientais, como a Seicho-no-ie,
e Arte Mahikari, aceitam pessoas de qualquer religião, facilitando assim o
envolvimento de cristãos. Outras pessoas, até evangélicas, se envolvem com a
astrologia, o “Método Silva”, o uso de pirâmides, ou ioga, ignorando a origem
ocultista delas. Contudo, a familiaridade com as doutrinas das seitas e seus
métodos de recrutamento vai ajudá-lo a detectá-los e a livrar-se de ser
enganado por eles.
Exame
individual:
O
que você sabe acerca das crenças e práticas das seitas mais destacadas? Você
sabe como abordar os membros das seitas a fim de ganhá-los para Cristo? Você
procura alertar seus familiares e amigos sobre o perigo das seitas para
protegê-los?
Exame para a liderança da igreja:
Você
dá aulas, ao menos uma vez por ano, aos membros de sua igreja sobre as
doutrinas das seitas e como evangelizar os seus adeptos? Você informa ao seu
rebanho sobre os novos grupos de seitas que estão ativos em sua região? Em que
nível o alertar os santos está em seu ministério?
O
Novo Testamento e os encontros fechados
Jesus
levou seus discípulos para um retiro espiritual e cerca de 500 pessoas o
acompanharam. Ele lhes ensinou as mesmas coisas. Não tinham eles grandes
verdades conhecidas só por um grupo seleto. Paulo menciona que descrentes
estavam presentes nas reuniões do Novo Testamento. I Co 14.16: “E se tu bendisseres
apenas em espírito, como dirá o indouto o amém depois da tua ação de graças?
Visto que não entende o que dizes.”
Não
há evidência de Paulo ser doutrinado por meio de grupos de células. Não há
evidências de que eles se sentaram com Paulo e lhe disseram que ele se
submetesse à autoridade deles. Não há evidência de qualquer “programa de
supersubmissão”.
CRISTIANISMO VERSUS NATURALISMO
Qual
é o maior desafio hoje? Nas categorias mais amplas, o conflito de nosso dia é o
teísmo contra o naturalismo. Teísmo é a crença de que há um Deus transcendente
que criou o Universo; naturalismo é a crença de que causas naturais sozinhas
são suficientes para explicar tudo o que existe. As questões mais fundamentais
reflectem essas categorias: A realidade última é Deus ou o cosmos? Há um reino
espiritual, ou a natureza é tudo o que existe? Deus falou e revelou sua verdade
a nós, ou a verdade é algo que temos que achar, ou até inventar para nós
mesmos? Há um propósito para as nossas vidas, ou somos acidentes cósmicos
emergindo da lama?
Esses
dois sistemas principais são, em última instância, diametralmente opostos; e se
vamos defender nossa fé efectivamente, devemos entender suas implicações por
completo. Naturalismo é a ideia de que a natureza é tudo o que existe, que a
vida surgiu de uma colisão de átomos por acaso, evoluindo mais tarde para a
vida humana como a conhecemos hoje. No sentido mais amplo, naturalismo pode até
incluir certas formas de religião – aquelas em que o espiritual é concebido
como totalmente inerente à natureza, como as religiões neopagãs e a Nova Era.
Em contraste, o Cristianismo ensina que há um Deus transcendente que existe
antes de o mundo vir a existência, que Ele é a origem última de todas as
coisas. O universo é dependente a todo o momento de seu governo e cuidado
providencial.
Relativismo
Moral. Na moralidade, o naturalismo resulta em relativismo. Se a natureza é
tudo o que há, então não há uma fonte transcendente de verdade moral, e podemos
construir nossa própria moralidade. Todo princípio é reduzido a uma preferência
pessoal. Em contraste, os cristãos acreditam em um Deus que tem falado, que
revelou um padrão absoluto e imutável de certo e errado, baseado, em última
instância, em seu próprio carácter santo.
Multiculturalismo.
Como consequência do relativismo, os naturalistas tratam todas as culturas como
moralmente equivalentes, cada uma meramente reflectindo sua própria história e
experiência. Tendências contemporâneas como pós-modernismo e multiculturalismo
estão profundamente enraizadas no naturalismo, pois se não há nenhuma força
transcendental de verdade ou moralidade, então achamos nossa identidade somente
em nossa raça, género ou grupo étnico. Mas os cristãos jamais poderiam igualar
a verdade com a perspectiva limitada de nenhum grupo. A verdade é a perspectiva
de Deus, como revelada nas Escrituras. Por essa razão, enquanto apreciamos a
diversidade cultural, insistimos na propriedade de julgar práticas particulares
de culturas como certas ou erradas. Além do mais, os cristãos consideram a tradição
e a herança ocidentais como dignas de serem defendidas; isto é, na medida em
que elas tenham sido historicamente formadas por uma cosmovisão bíblica.
Pragmatismo.
Desde que os naturalistas negam quaisquer padrões transcendentes de moral, eles
tendem a fazer uma abordagem pragmática da vida. O pragmatismo diz: O que
funcionar melhor é o certo. Acções e métodos são julgados somente sob base
utilitária. Em contraste, o cristão é um idealista, julgando acções não pelo
que dá certo, mas pelo que deve ser, baseado em padrões objectivos.
Utopia.
Os naturalistas geralmente abraçam a noção iluminista de que a natureza é
essencialmente boa, o que leva ao utopismo. O utopismo diz: Se tão somente
criarmos as estruturas sociais e económicas certas, podemos ser conduzidos a
uma era de harmonia e prosperidade. Mas os cristãos jamais poderão legitimar os
projectos utópicos. Sabemos que o pecado é real, que tem distorcido a natureza
humana profundamente, e que nenhum de nossos esforços pode criar o céu aqui na
terra. O céu é uma esperança escatológica que será cumprida somente com a
intervenção divina no fim da história. Nesse meio tempo, a tendência humana
para a maldade e a desordem deve ser controlada por lei e tradição.
Perspectiva
deste mundo. Os naturalistas só consideram o que acontece neste mundo, nesta
época, nesta vida. Mas os cristãos vêem as coisas sob perspectiva eterna. Tudo
o que fazemos agora tem significado eterno, porque um dia haverá julgamento, e
então se tornará evidente que nossas escolhas na vida tiveram consequências que
durarão por toda a eternidade.(E Agora, Como Viveremos?; Charles Colson &
Nancy Pearcey; CPAD; pp. 38-40)
Os
contornos de um sistema de vida cristão se tornarão claros nas quatro secções
que se seguem: criação – Deus trouxe o mundo à existência através da sua
palavra e criou a humanidade à sua imagem; queda – a condição humana é
desfigurada pelo pecado; redenção – Deus em sua graça proveu uma maneira de nos
reconciliar consigo mesmo; e restauração – somos chamados a trazer esses princípios
a todas as áreas da vida e criar uma nova cultura. Equipados deste
entendimento, podemos mostrar não somente que a cosmovisão cristã oferece as
melhores respostas – respostas que concordam com o senso comum e com a mais
avançada ciência – mas também que cristãos podem tomar as armas espirituais na
grande luta cósmica entre cosmovisões conflitantes.
(E
Agora, Como Viveremos?; Charles Colson & Nancy Pearcey; CPAD; pp. 58)
Da
Cosmovisão Centrada em Deus para a Cosmovisão Centrada no
Homem
Duzentos
anos depois da Reforma do século XVI, a Europa conheceu o iluminismo. Em
Weimar, Alemanha, visitei a casa de Goethe e fiquei impressionado com os
artefactos provenientes do mundo inteiro, particularmente da Grécia e Roma, mas
também da China e Japão. É óbvio que Goethe apreciava a arte, mas ele também
queria fazer uma declaração teológica: outras religiões, até as religiões
pagãs, podem produzir uma cultura tão avançada quanto o cristianismo. Portanto,
o cristianismo não deve ser considerado como tendo lugar especial na história
da raça humana, mas estudado como uma entre muitas religiões que realmente
ajudam.
Quando
o homem viu-se como o centro de todo o conhecimento, ele definiu religião de
acordo com suas próprias expectativas e desejos. A religião não era mais
estimada como busca do homem para correctamente ajustar sua vida às exigências
de Deus, mas como um sistema de crenças que o ajuda a atingir seu pleno
potencial.
Joseph
Haroutunian, destacado historiador, comentou:
Antes,
a religião era centralizada em Deus. Antes, tudo o que não conduzia à glória de
Deus era infinitamente mau; hoje, o que não contribui para a felicidade do
homem é mau, injusto e impossível de atribuir à deidade. Antes, o bem do homem
consistia basicamente em glorificar a Deus; hoje, a glória de Deus consiste no
bem do homem. Antes, o homem vivia para glorificar a Deus; hoje, Deus vive para
servir o homem.
O
iluminismo não era contra a religião; apenas declarava que nosso conhecimento
de Deus não deveria vir da Bíblia, mas pela luz universal da natureza. Como
tais, todas as religiões do mundo eram essencialmente iguais, fundamentadas
como estavam na observação natural e na experiência. A Bíblia foi vista como um
livro proveitoso, mas não considerada a revelação de um Deus pessoal. A razão
humana foi elevada acima da revelação.
O
iluminismo foi uma benção mesclada. Por um lado, enfatizou a liberdade
religiosa e a tolerância no melhor sentido da palavra. Dois séculos antes, a
Reforma tinha inspirado nova vida espiritual em regiões da Europa. Esta luz,
porém, era frequentemente oculta, senão extinta, pelas controvérsias religiosas
que se seguiram anos mais tarde. Podemos entender por que as pessoas foram
alimentadas com a intolerância da era. Ele deu ênfase muito necessária na
liberdade de aprendizagem e na liberdade de consciência.
Infelizmente,
o iluminismo também introduziu densas trevas. Quando a Alemanha (e toda a
Europa, no que diz respeito ao assunto) resolveu optar por aquela teologia mais
amável e gentil, referida anteriormente, o Evangelho de Cristo ficou
obscurecido. O homem tornou-se o juiz da religião e da moralidade, e apesar dos
ideais nobres, as trevas – profundas trevas – desceram.
Crimes
cometidos em nome da religião (e houve muitos) empalideceram de insignificância
em comparação com os crimes cometidos em nome de uma visão ateísta do homem e
do mundo. Não é apenas um acidente histórico que Buchenwald, um dos campos de
concentração de Hitler, esteja situado a somente seis quilómetros de Weimar –
uma ironia que evidentemente não passou despercebida pelo Fuhrer. Contaram-me
que ele teve o pervertido prazer de estabelecer um campo da morte bem junto aos
limites da cidade que era o orgulho da tolerância e da glória do homem.
É
um escândalo, além de irónico, que quando os homens se livram das disciplinas
da religião revelada, a liberdade acabe em escravidão. A tirania religiosa
deve, é claro, ser abominada; mas quando o género humano usa a ambicionada
liberdade para negar Deus, segue-se uma tirania pior.
Quando
perguntaram a Solzenitsyn como poderia tantos milhões de pessoas serem
brutalmente assassinadas sob a bandeira do ateísmo, ele respondeu: “Nós nos
esquecemos de Deus”. Dostoiévski tinha razão: “Quando Deus não existe, tudo é
permitido”.
Falando
dos falsos mestres, Pedro escreve: “Prometendo-lhes liberdade, sendo eles
mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do qual faz-se
também servo” (2 Pedro 2.19).
Esta
troca de pensamento levou a outras óbvias mudanças no modo como a verdade (se é
que ela existe) foi vista. Ideias trazem consequências. Quando subimos a bordo
de um trem ideológico, temos de ir até o seu destino final.(Erwin E. Lutzer;
Cristo Entre Outros Deuses; CPAD; pp. 34-36)
A maneira como vemos o mundo pode mudar o mundo.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Nossas
escolhas são formadas pelo que acreditamos ser real e verdadeiro, certo e
errado, bom e bonito. Nossas escolhas são formadas pela nossa cosmovisão ou
“visão de mundo”.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Nossa
maior tarefa na vida é descobrir o que é verdadeiro e viver de acordo com essa
verdade. Como vimos anteriormente, toda cosmovisão pode ser analisada pela
maneira como responde a três perguntas básicas: De onde viemos, e quem somos
(criação)? O que deu errado com o mundo (queda)? E o que podemos fazer para
consertar isso (redenção)? Estas três perguntas formam uma grade que podemos
usar para quebrar a lógica interna de todo o sistema de crença ou filosofia que
encontrarmos, dos livros escolares em nossas salas de aula até as filosofias
implícitas que dão forma à mensagem que ouvimos no programa de auditório de
Ophra Winfrey.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
A
base da cosmovisão cristã, é calro, é a revelação de Deus nas Escrituras. Ainda
assim, tristemente, muitos crentes não conseguem entender que as Escrituras são
intencionadas para ser a base de toda a vida. Nos séculos passados, o mundo
secular estabeleceu uma dicotomia entre ciência e religião, entre facto e
valor, entre conhecimento objectivo e sentimento subjectivo. Como resultado, os
cristãos costumam pensar em termos da mesma falsa dicotomia, permitindo que
nosso sistema de crença seja reduzido a pouco mais que sentimentos e
experiências privados, completamente divorciado dos factos objectivos.(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Mas
a ênfase demasiada no relacionamento pessoal pode ser também a maior fraqueza
de todos nós, evangélicos, porque pode impedir-nos de ver o plano de Deus para
a nossa vida além do ponto da salvação pessoal. O Cristianismo genuíno é mais
do que relacionamento com Jesus, tanto quanto se expressa em piedade pessoal,
frequência à igreja, estudo da Bíblia e obras de caridade. É mais do que
discipulado, mais do que acreditar em um sistema de doutrinas sobre Deus. O
Cristianismo genuíno é uma maneira de ver e compreender toda a realidade. É uma
cosmovisão, uma visão do mundo.
A
base bíblica para esse entendimento é a narrativa da criação, onde nos é dito
que Deus falou e tudo veio a existir do nada (ver Génesis 1 e João 1:1-14).
Tudo o que existe veio à existência mediante o seu comando, e é por essa razão
sujeito a Ele, encontrando propósito e sentido nEle. A implicação é que em todo
o assunto que investigamos, desde ética económica até ecologia, a verdade só é
encontrada em conexão com Deus e sua revelação. Deus criou o mundo natural e as
leis naturais. Deus criou os nossos corpos e as leis morais que nos mantêm saudáveis.
Deus criou as nossas mentes e as leis da lógica e da imaginação. Deus nos criou
como seres sociais e nos deu princípios para instituições sociais e políticas.
Deus criou um mundo de beleza e princípios de criação estética e artística. Em
toda área da vida, conhecimento genuíno significa discernir as leis e
ordenanças pelas quais Deus estabeleceu a criação, e então permitir que essas
leis modeles a maneira pela qual devemos viver.Como diziam os pais da igreja,
toda verdade é verdade de Deus. (…)
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 33)
A
guerra cultural não é sobre aborto, direitos dos homossexuais, ou o declínio da
educação pública. Esses são apenas os conflitos. A verdadeira guerra é uma luta
cósmica entre a cosmovisão cristã e as várias cosmovisões seculares e
espirituais que estão em ordem de combate contra ela. Isso é o que devemos
entender se vamos ser efectivos tanto em evangelizar nosso mundo hoje, como em
transformá-lo para reflectir a sabedoria do Criador.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 36)
Huntington
predisse um conflito entre as cosmovisões das três mais tradicionais
civilizações: o mundo ocidental, o mundo islâmico e o leste confucionista. Mas
um de seus ex-alunos, o cientista político James Kurth, discordou dele
afirmando que o conflito mais significativo seria na própria civilização
ocidental – entre os adeptos do modelo judaico-cristão e aqueles a favor do
pós-modernismo e do multiculturalismo.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 37)
Devemos
saber não só qual é a nossa cosmovisão e porque acreditamos nela, mas também
como defendê-la. Também devemos ter algum entendimento das cosmovisões
contrárias e porque as pessoas acreditam nelas. Somente então poderemos
defender a verdade de maneira encantadora e persuasiva.
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 45)
Os
contornos de um sistema de vida cristão se tornarão claros nas quatro secções
que se seguem: criação – Deus trouxe o mundo à existência através da sua
palavra e criou a humanidade à sua imagem; queda – a condição humana é
desfigurada pelo pecado; redenção – Deus em sua graça proveu uma maneira de nos
reconciliar consigo mesmo; e restauração – somos chamados a trazer esses
princípios a todas as áreas da vida e criar uma nova cultura.
Equipados
deste entendimento, podemos mostrar não somente que a cosmovisão cristã oferece
as melhores respostas – respostas que concordam com o senso comum e com a mais
avançada ciência – mas também que cristãos podem tomar as armas espirituais na
grande luta cósmica entre cosmovisões conflitantes.
Ousaríamos
acreditar que o Cristianismo pode ainda prevalecer? Devemos acreditar nisso.
Como afirmamos no começo, este é um momento histórico de oportunidade, e quando
a Igreja é fiel ao seu chamado, isso sempre leva a uma reforma da cultura.
Quando a Igreja é verdadeiramente Igreja, uma comunidade vivendo em obediência
bíblica e contendendo pela fé em toda área da vida, ela certamente reavivará a
cultura em volta ou criará uma nova.
Religião
não é reflexo ou produto da cultura, mas justamente o contrário. Como
argumentou o grande historiador do século XX, Christopher Dawson, o culto está
na raiz da cultura (considerando “culto” em seu sentido básico como um sistema
de adoração religiosa). O já falecido filósofo político Russell Kirk concordou:
“É a partir da associação em um culto, um corpo de adoradores, que a comunidade
humana cresce”.
A
ostra oferece uma boa analogia. Ostras fazem suas próprias conchas, de forma
que se uma concha é mal formada, o problema não está na concha, mas na ostra.
Da mesma forma, quando a cultura se deforma e degenera, não pergunte o que
aconteceu de errado com a cultura; pergunte o que deu errado com o culto – o
cerne religioso. “Quando a crença no culto tiver sido completamente
enfraquecida, a cultura degenerará rapidamente”, escreveu Kirk. “A ordem
material repousa na ordem espiritual.”
A
esperança para o mundo de hoje é uma ordem espiritual renovada e vibrante, um
culto criador de cultura, homens e mulheres de outra estirpe, em disposição de
batalha para a grande guerra de princípios contra princípios. Uma batalha que
coeça assim: “No princípio…”
(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 58,59)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.