Ciência e Fé – O Dilúvio e a Formação dos Continentes
Introdução
Pouco mais de 1600 anos
após sua criação, o ser humano se afastou tanto dos projetos de Deus, seu
Criador, e deu tanto lugar ao pecado que a ira divina foi derramada sobre a
Terra de forma nunca mais vista ou experimentada. Essa explosão da ira de Deus,
manifestada através do dilúvio, não atingiu apenas a humanidade, mas causou
transformações irreversíveis sobre todo o nosso planeta. Essa grande catástrofe
universal foi considerada de tamanha importância pelo escritor do livro de
Gênesis que lhe dedicou mais espaço do que para o relato da criação.
Resumidamente, a Bíblia
nos diz o seguinte sobre o período do dilúvio:
• A humanidade havia-se
corrompido em extremo, e foi-lhe dado um prazo de 120 anos para arrependimento
(6.3-7);
• Noé entrou na arca 7 dias antes de começar a chover (7.4,10);
• Choveu sobre a Terra durante 40 dias (7.12);
• Os seres vivos que foram preservados ficaram na arca durante 1 ano e 10 dias (5 meses flutuando e 7 meses na montanha) (7.11; 8.14).
• Noé entrou na arca 7 dias antes de começar a chover (7.4,10);
• Choveu sobre a Terra durante 40 dias (7.12);
• Os seres vivos que foram preservados ficaram na arca durante 1 ano e 10 dias (5 meses flutuando e 7 meses na montanha) (7.11; 8.14).
No meio cristão ainda
paira uma grande dúvida, não em relação à existência do dilúvio, mas se ele foi
realmente universal ou apenas regional. Segundo o Manual Bíblico Vida Nova,
aqueles que defendem a idéia de um dilúvio regional usam como argumentos o fato
de não existir na Terra uma quantidade de água necessária para cobrir as
montanhas mais altas (seria necessário um volume oito vezes maior que o total
de água disponível no planeta), os problemas práticos para abrigar e alimentar
tantos animais durante um ano, a destruição de toda a vida vegetal submersa em
água salgada por um ano, e ainda a idéia de que para destruir a raça humana era
necessária apenas uma inundação nas áreas habitadas naquele tempo.
Quem assim pensa não
levou em consideração: a duração do dilúvio, já que uma inundação local teria
baixado em poucos dias; a distribuição humana que não se restringia a uma área
geográfica tão pequena; a geografia e o relevo do planeta antes do dilúvio; e a
capacidade ilimitada que Deus tem para agir na história.
Um dilúvio regional já
seria bastante destruidor, como observamos recentemente com o Tsunami na Ásia e
as histórias de alagamentos que ouvimos todos os dias nos jornais. Já um
dilúvio em toda a Terra teria um poder de destruição incomparavelmente maior
que o alcance de nossa imaginação. Assim, sem dúvida, os argumentos referentes
a um dilúvio universal parecem mais fortes, até mesmo pelo fato de que, se o
dilúvio fosse mesmo regional, não seria necessária a construção de uma arca
imensa, pois bastava uma migração da família de Noé com os animais
selecionados. As palavras dos capítulos 6 a 9 de Gênesis são mais bem
interpretadas como um dilúvio em toda a Terra (7.19-23).
Existem tradições sobre
um dilúvio de proporção universal comuns a muitos povos espalhados pelo mundo
(esse fato só pode ser explicado se todos os povos tivessem uma ascendência
comum, Noé e seus filhos). Tradições de um dilúvio catastrófico são encontradas
em cerca de 200 culturas antigas – egípcia, grega, hindu, chinesa, inglesa,
polinésia, mexicana, peruana, dos aborígines americanos e da Groenlândia
(Manual de Halley).
A Extraordinária Fonte
de Água
Alguns estudiosos que
defendem a idéia de um dilúvio apenas regional alegam que não existia água
suficiente na Terra para cobrir os mais altos montes, apesar de a Bíblia
afirmar que foram cobertos em 15 côvados (7 metros e meio). Mas qual seria a
origem de tanta água?
No ano seiscentos da
vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as
fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa
chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. (Gn 7.11,12).
Esse trecho usa duas
expressões muito interessantes sobre a origem das águas do dilúvio:
• romperam-se todas as
fontes do grande abismo;
• as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra.
• as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra.
A abertura das comportas
dos céus fez com que toda a água que estava acima da atmosfera (Gn 1.6-7),
formando um grande dossel de vapor (assunto abordado no artigo anterior sobre o
efeito estufa), descesse sobre a Terra durante quarenta dias. Alguns estudiosos
acreditam que nesse período chuvoso a Terra tenha sido também bombardeada por
uma chuva de muitos meteoros.
Toda a água que se
encontrava abaixo da superfície da Terra veio para cima, ao “romperem-se todas
as fontes do grande abismo”. Antes do dilúvio, havia um bloco único continental
também conhecido como Pangéia. Este sofreu imensas rachaduras, sendo destruído
pelas chuvas torrenciais e pelas águas subterrâneas que afloravam sobre a
Terra. Essa água, acompanhada de grande quantidade de lama, causou a morte de
todos os animais, plantas e seres humanos que não estavam protegidos na arca de
Noé.
Separação dos
Continentes
Esse fato também
explica a origem dos fósseis já encontrados, pois a grande maioria desses
fósseis foi produzida em rochas sedimentares (processo pelo qual substâncias
minerais ou rochosas, ou substâncias de origem orgânica, depositam-se em
ambiente aquoso). Esse fenômeno fez também com que os continentes fossem se
separando durante o período do dilúvio, encontrando-se atualmente em processo
de acomodação. Há considerável evidência de que os continentes se moveram,
separando-se. Pode não ter ocorrido que todo o movimento das placas dos
continentes fosse completado durante o dilúvio; e movimentos significativos das
placas podem ter continuado por algum tempo após o dilúvio.
De qualquer forma, as
causas desse movimento não são bem compreendidas. Não se sabe se um movimento
rápido das placas pode ter sido facilitado pelas “águas sob a terra” ou o
rompimento das “fontes do abismo”, mas vale a pena considerar essa
possibilidade. Atualmente, elas se movem muito lentamente, mas poderiam se
mover mais rápido se houvesse condições apropriadas. No tempo presente, o monte
Everest tem 2 m a mais do que tinha quando medido em 1954 pelos geólogos,
devido a esse constante movimento das placas tectônicas.
Atualmente existem duas
teorias com o objetivo de explicar o afastamento continental e a deformação da
crosta terrestre com a formação das montanhas e outros acidentes geográficos
(platôs, bacias oceânicas). Uma delas fala de um lento afastamento continental
a partir de forças internas que atuam sobre eles (teoria das placas tectônicas)
e a outra defende um afastamento rápido dos continentes, considerando que os
mesmos “boiavam” e foram deslizando sobre as águas subterrâneas (teoria da
deriva continental).
Embora a Bíblia não
ofereça qualquer explicação sobre isso, podemos concluir que o fato do dilúvio
tende a favorecer mais a última idéia de um afastamento rápido e cataclísmico,
sendo que atualmente esse afastamento ainda continua, mas de forma muito lenta
(pois estamos no período de acomodação dessas placas), o que origina os
terremotos, maremotos e erupções vulcânicas atuais. Observando essas tragédias
atuais causadas por tais fenômenos da natureza, o que não poderíamos imaginar
sobre as conseqüências de um movimento rápido dessas placas, durante o
dilúvio…?
Existe uma hipótese que
diz que os dinossauros morreram com a queda de um grande meteoro na Terra, a
qual é ensinada nas escolas como um fato já estabelecido. Costumamos repeti-la
sem ao menos pensar no fato de que o meteoro matou animais tão grandes e
resistentes como dinossauros, mas deixou vivas outras espécies animais bem mais
sensíveis e frágeis. Por outro lado, o dilúvio explica bem a grande mortandade
desses animais, pois devido ao tamanho de algumas espécies, seria necessária
uma grande quantidade de material e, também, um tempo curto para sedimentá-los.
As águas que desceram
do céu e, também, as que vieram do subsolo foram suficientes para cobrir em 15
côvados as montanhas mais altas por dois motivos: 1) a superfície terrestre era
bem mais plana naquele período; e 2) as montanhas atuais foram formadas por
compressão ou sobreposição da crosta terrestre, na época em que as placas
continentais estacionaram e todo esse material foi-se projetando para cima.
Já ouvi alguns
estudiosos afirmarem que os continentes se separaram quando houve a divisão da
Terra nos dias de Pelegue (Gn 10.25). A idéia que esse texto nos dá é que o
território estava sendo dividido entre eles e não que as placas continentais
estavam-se separando. Um fato que contribui para essa idéia é que as diferenças
entre os animais terrestres da América do Sul e da África são tão grandes que
parece pouco provável que esses continentes estivessem ligados após o dilúvio.
Em Que nos Basear?
A Bíblia relata os
acontecimentos de forma bastante resumida (2.000 anos de história são relatados
do cap 2 ao cap 12 de Gênesis), e seu objetivo não é comprovar cientificamente
os fatos, mas traçar a história da humanidade para que possamos compreender
melhor a questão do pecado e como o homem deveria proceder para se aproximar
novamente de seu Criador. Mas como podemos perceber neste artigo, a história
bíblica não está em desacordo com as descobertas científicas, nem com as leis
da natureza. Existe sim uma divergência muito grande com algumas hipóteses e
teorias (como a da evolução das espécies), que até hoje não puderam ser
comprovadas cientificamente, mas que são divulgadas na televisão, nas revistas
e nas escolas como um fato concreto e indiscutível. Muitos cientistas atuais
ainda insistem em desenvolver suas pesquisas e raciocínios partindo de um
princípio de que Deus não existe e que a Bíblia é um exemplo de alienação do
verdadeiro conhecimento moderno. Muitas teorias vêm e vão, outras são bastante
difundidas e logo caem em desuso, mas a Palavra de Deus permanece para sempre.
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Sl 111.10). Milhões de dólares
são gastos em pesquisas para se descobrir o que já estava escrito na Bíblia há
mais de 3 mil anos. Mas esse é um assunto para os próximos artigos…
Outras passagens
bíblicas acerca do dilúvio: Gn 10.1,32; 11.10; Sl 29.10; 104.6-9; Is 54.9; Mt
24.38-39; Lc 17.26-27; Hb 11.7; I Pe 3.20; 2 Pe 2.5;3.3-7
fonte revista impacto
Ciência e Fé: Ciência Também
Exige Fé!
A fé desempenha um
papel importante tanto no cristianismo como na ciência. O cristianismo diz
respeito à fé em Cristo, e muitas vezes se pensa que isso evidencia um elemento
irracional dele. Pensa-se, por outro lado, que a ciência não envolve fé,
repousando inteiramente naquilo que pode ser provado em termos racionais.
Há dois enganos aqui. O
primeiro é o de pensar que na ciência não há lugar para a fé. Na verdade, ela é
fundamental. Os cientistas crêem, sem que haja prova absoluta (ou seja, têm
fé), que o mundo é ordenado de forma racional e que essa ordem é estável. E
mais: acreditam sem prova absoluta (ou seja, têm fé) que a mente humana é
racional e pode descobrir e compreender essa ordem corretamente. Não é possível
fazer ciência sem dar esses passos básicos de fé. Na origem da ciência, essas
crenças eram derivadas do ensino cristão. Sem essa base, elas ficam suspensas
no ar. Pode- se dizer que elas foram provadas pelo fato de estarem funcionando.
Mas será que funcionam mesmo? Será que todos os cientistas não poderiam estar
sofrendo uma alucinação coletiva? É o que sugerem alguns filósofos da ciência,
sem tempo a perder com o cristianismo como a base da ciência.
A vida cristã começa
quando se crê em Cristo como o Salvador, por meio de quem somos reconduzidos a
um relacionamento correto com o Criador. O segundo engano é pensar que esse ato
de fé seja irracional. É certo que se trata de um passo além daquilo que pode
ser provado sem sombra de dúvida. Mas a maioria dos cristãos diria que é um
passo sensato. A Bíblia e a experiência dos cristãos através dos séculos dão
muitas evidências de que Jesus é o que alegava ser e que, quando alguém entrega
a vida a ele, passa a vivenciar Deus da forma como a Bíblia promete. Em outras
palavras, a fé cristã é uma confiança racional e sensata em Cristo, baseada
numa boa dose de evidências históricas e experienciais acessíveis aos que
desejam investigá-la.
PERSPECTIVAS
COMPLEMENTARES DA REALIDADE
Considere a relação
entre a perspectiva científica do mundo e a perspectiva cristã. Um jeito
simples de colocar isso é dizer que são visões complementares da realidade.
Precisamos das duas para completar nossa compreensão da realidade. Precisamos
de respostas para o “como” e também para o “por quê”. Essas questões não são
contraditórias nem mutuamente excludentes. Elas se complementam.
Atualmente, os físicos
falam de flutuações num “vácuo quântico” que, de alguma forma, transformou-se
numa bola de neve, resultando num big bang que formou o universo da maneira
como o conhecemos. Para os cristãos, isso, caso se comprove, é apenas uma
afirmação sobre o método que Deus escolheu para criar o universo que
conhecemos. A doutrina cristã fornece algumas razões pelas quais ele o fez.
Os cientistas
descobriram as leis da natureza. Alguns falam como se isso de alguma maneira
expulsasse Deus do mundo e impedisse sua ação nele, se é que Deus existe. Mas
para o cristãos, as leis são de Deus e ele é livre para passar por cima delas,
se quiser. Mas é mais que isso. A Bíblia não ensina que Deus só criou o mundo e
depois o abandonou à própria sorte. Ele o sustenta continuamente. Talvez a
forma mais correta de encarar as leis da natureza seja vê-las como o modo
normal de Deus atuar em seu mundo, mantendo-o vivo. Às vezes, por algum bom
motivo, ele pode optar por uma ação diferente — e isso é o que chamamos de
milagre.
Poderíamos continuar
mostrando como a perspectiva científica e a perspectiva cristã do mundo se
ajustam entre si. Às vezes, usa-se a figura das plantas de um arquiteto em
relação a uma construção. O arquiteto desenha plantas para cada pavimento — o
térreo, o primeiro andar, e assim por diante. Haverá a fachada frontal, as
vistas laterais, a fachada posterior. Tomados em separado, esses desenhos não
parecem estar relacionados entre si, mas, para quem sabe do que se trata, todos
se ajustam e fazem sentido dando uma noção de toda a estrutura.
Essa ilustração só
precisa de uma modificação. A perspectiva cristã da realidade não é apenas um
desenho arquitetônico no mesmo nível dos outros desenhos. Parece-se muito mais
com a expressão artística de um prédio concluído, ajudando-nos a encaixar
devidamente os outros desenhos e a entendê-los melhor. É uma visão global. Essa
visão se encontra na Bíblia, mas precisamos ter certeza de que a estamos
entendendo corretamente.
Ciência e Fé-Isaac Newton
“Em minha opinião, os
maiores gênios criativos são Galileu e Newton, os quais eu considero, de certa
forma, como partes de uma unidade. E, nesta unidade, Newton é aquele que
realizou o mais imponente feito no domínio da ciência. Os dois foram os
primeiros a criar um sistema da Mecânica, fundamentado em poucas leis e dando
uma teoria geral dos movimentos, que representa, em sua totalidade, os
acontecimentos de nosso mundo.” Albert Einstein
Quase todos já ouviram
falar de Isaac Newton (1642-1727), o homem que formulou a teoria da gravidade,
considerado o pai da Ciência moderna. Poucos sabem, porém, dos enormes
obstáculos que enfrentou nas primeiras fases de sua vida.
Sua infância e
juventude
Desde o princípio,
parecia que tudo conspirava contra ele. Nasceu de parto prematuro, no dia de
Natal de 1642 (ano da morte de Galileu), em Woolsthorpe, Inglaterra. O pai, um
rico fazendeiro, havia morrido três meses antes. Além de quase morrer durante o
parto, o menino não pôde ser amamentado pela mãe, Hanna, que estava muito
doente e debilitada. Passou os primeiros dias em uma caixa de sapatos, atrás do
fogão a lenha.
Quando tinha apenas 2
anos de idade, sua mãe casou-se com um ministro da Igreja Anglicana. Por
exigência dele, Isaac foi deixado aos cuidados dos avós. Estes, por sua vez,
trataram-no com desprezo e indiferença apesar de serem cristãos. Newton
apanhava sem motivos e ouvia constantemente que a morte do pai acontecera por
culpa de seus pecados, sendo que ele nem mesmo havia nascido naquela época. Com
isso, o garoto tornou-se introvertido e solitário. Achava mais felicidade em
meditar sobre a natureza do que em relacionar-se com outros.
Como jovem, não se
adaptou bem às obrigações e aos serviços que ficavam a seu encargo na fazenda.
As cercas caíam, e, muitas vezes, ele era obrigado a pagar multas porque os
animais invadiam as propriedades vizinhas.
Fisicamente fraco, não
participava dos jogos e brincadeiras de luta, comuns entre os meninos da época.
Só começou a estudar aos 11 anos, mesmo contra a vontade de seus parentes. Foi
nessa época que sua mãe, viúva pela segunda vez, voltou para a casa na fazenda,
onde estavam os pais dela e o filho.
Devido aos problemas
emocionais e traumas, foi classificado como um aluno fraco, preguiçoso e
inativo pelos professores. Passava grande parte do tempo sozinho, fazendo
pipas, relógios de sol e pequenos inventos. Aos 13 anos, projetou um moinho de
vento tão perfeito que deixou todos admirados e logo foi construído em sua
cidade.
Por não acompanhar o
desempenho dos outros alunos, foi retirado da escola. Mas um tio, que não o via
há muito tempo, percebeu seu potencial e prometeu custear seus estudos até que
chegasse à faculdade, desde que houvesse dedicação por parte do menino. Em
1660, conseguiu entrar na Universidade de Cambridge, onde se formou em 1665.
Um homem de Ciência
Logo após a conclusão
do curso, quando estava com 24 anos, a Universidade entrou em recesso por causa
da peste negra que assolava a Europa, e Newton voltou para a casa de sua mãe em
Woolsthorpe. Durante um período de dois anos de reclusão ali, desenvolveu
algumas de suas principais descobertas, incluindo um conjunto de teorias (como
a da gravidade universal) que mudariam o pensamento das pessoas e sua percepção
do mundo. Entretanto, ninguém ainda imaginava o que aquele jovem distraído e
sonhador realmente estava fazendo.
De volta à
Universidade, tornou-se professor de Matemática e destacou-se cada vez mais por
causa de suas contribuições. Embora não fosse um excelente comunicador para o
público em geral, suas explicações do Universo, desde o movimento dos planetas,
até a oscilação de um pêndulo e a formação de um arco-íris, impressionaram
muito os colegas da Universidade. Algumas de suas palestras obrigatórias como
professor foram feitas diante de auditórios vazios. Mesmo assim, alcançou fama
e grande destaque por causa de suas descobertas, invenções e teorias.
Unindo, de forma
extraordinária, a observação cuidadosa com a matemática pura, Newton criou a
ciência da Mecânica que mudou o conceito do mundo baseado, até então, na
cosmologia de Aristóteles. Newton demonstrou que era possível escrever equações
precisas sobre a força da gravidade sem tentar explicar exatamente o que era.
Essa força misteriosa (e não as esferas vítreas de Aristóteles) mantinha todos
os astros em seus lugares, explicava os movimentos dos planetas e a velocidade
da queda de objetos de tamanhos diferentes. Explicava também por que a
atmosfera permanece junto à Terra enquanto ela se desloca em altíssima
velocidade ao redor do Sol.
Um homem de Teologia
Quando estava no auge
de reconhecimento e fama, Newton embarcou numa curiosa jornada de investigação
teológica. Provavelmente motivado pela exigência de ser ordenado na Igreja
Anglicana oficial para poder manter sua cadeira de Matemática na Universidade,
ele iniciou uma longa reflexão sobre as doutrinas cristãs.
A influência negativa
de sua família cristã durante a criação certamente exerceu um papel importante
no pensamento de Newton. Quando era mais novo, o desejo de que toda a família
estivesse trancada em uma casa tomada por chamas assombrava sua mente. Com o
passar do tempo, porém, ele se arrependera desse sentimento, pois o igualaria
aos próprios malfeitores. Em vez de revoltar-se contra Deus, entregando-se ao
ateísmo que crescia na época, Newton procurava entender como as coisas
funcionavam, aceitando sua origem e explicação em Deus. Em seus longos momentos
de solitude e meditação sobre os fenômenos naturais, teve um encontro com o
Criador. Esse período de busca foi aumentando ao longo de sua vida.
Passou a dedicar boa
parte de seu tempo ao estudo detalhado, ponto por ponto, dos livros proféticos
de Daniel e Apocalipse, procurando a chave para desvendar o que aconteceria no
final dos tempos. Estudou, também, a Bíblia como um todo, lendo os originais
grego e hebraico. No fim, escreveu muito mais sobre questões teológicas do que
qualquer outro assunto. Em um dos manuscritos, sobre o livro de Daniel, Newton
chegou à conclusão de que o mundo deveria acabar por volta do ano de 2060. “Ele
pode acabar depois dessa data, mas não há razão para acabar antes”, concluiu.
Algumas das conclusões
teológicas de Newton não foram muito ortodoxas. Para ele, a posição teológica
da Igreja Anglicana representava uma deturpação completa do cristianismo
original, e a doutrina da Trindade era um engano iniciado por Atanásio no
quarto século. Considerava tanto a Igreja Católica quanto a Anglicana como a
grande meretriz do Apocalipse. Ser ordenado por uma delas seria adorar a Besta
e receber sua marca.
Diante de tudo isso,
Newton achava que não o aceitariam mais na Universidade. Mas não foi o que
aconteceu. Abriram uma exceção e mantiveram-no como professor sem precisar da
ordenação. Seu interesse por assuntos teológicos, porém, persistiu e foi tão
importante em sua vida quanto a pesquisa científica.
Harmonizando Ciência e
Fé
Apesar de não
demonstrar interesse algum pela divulgação dos próprios trabalhos científicos,
Newton adotava um comportamento oposto em relação a Deus e à sua Palavra,
empenhando-se na distribuição de Bíblias para os pobres. Em contraste com
gerações posteriores de cientistas que usaram suas ideias para construir um
modelo mecânico e deísta do Universo, ele sempre procurou harmonizar a Ciência
com a fé em Deus. Em sua obra mais famosa, Principia, escreveu:
“Esse belíssimo sistema do Sol, dos planetas e dos cometas só poderia provir do
plano e da sabedoria de um Ser inteligente e poderoso. (…) Esse Ser rege todas
as coisas, não como a alma do Universo, mas como o Senhor de todas as coisas;
e, em virtude de seu domínio, ele é chamado de Senhor Deus, ou Senhor do
Universo. (…) Nele estão contidas e se movem todas as coisas”.
Esses aspectos da vida
de Newton são ignorados ou malcompreendidos pelos pesquisadores ou biógrafos de
hoje. A Enciclopédia Britânica inclui sua Emenda da
Cronologia dos Reis Antigos e Observações Sobre as Profecias de Daniel e o
Apocalipse de São João entre as cinco obras mais importantes de
Newton. Mas os pesquisadores não conseguem encontrar uma razão para o fato de
um dos mais importantes cientistas que já existiram “desperdiçar” grande parte
de seu tempo buscando Deus e estudando a Bíblia.
Estranhamente, a biografia
escrita por Michael White e publicada pela Editora Globo até cita como fato
verdadeiro a queda de uma maçã em sua cabeça (história tida como fictícia por
várias fontes), mas não dedica uma linha sequer às suas publicações teológicas.
José Luiz Goldfarb,
historiador da ciência e professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), observa que não foi “apesar de sua fé” que
Newton conseguiu grandes descobertas cientificas, mas justamente por causa
dela. Foram os estudos bíblicos de Newton que lhe proporcionaram uma
sensibilidade mais crítica e moderna. Uma tentativa de estudar as profecias de
forma quase matemática, usando cronologias detalhadas, abriu as portas para o
entendimento dos fenômenos naturais pouco compreendidos até o seu tempo.
Para muitos cientistas,
a fé em Deus desestimula a pesquisa, a procura de um entendimento cada vez mais
acurado das causas naturais, das explicações por trás dos fenômenos e das
soluções para os mais variados problemas que o homem enfrenta no planeta Terra
e no Universo. Se tudo foi criado por Deus, se ele guarda os mistérios da vida
em seu poder, por que tentar desvendá-los? Newton (entre tantos outros) mostrou
definitivamente que isso não é verdade. Uma das mentes mais produtivas e inquisitivas
da História não sentiu conflito algum entre aceitar um Deus criador, presente e
ativo em todas as esferas da vida, e a intensa busca de um entendimento mais
completo do funcionamento de todas as coisas.
Goldfarb vê indício do
interesse bíblico de Newton na própria formulação da lei da gravidade. “No
hebraico bíblico existe a palavra makom, que significa ‘lugar’.
Mas, com a evolução do pensamento rabínico, ela passa a designar a própria
divindade. Newton cita essa palavra em seus escritos e parece ter usado o
conceito para explicar como a gravidade atuava à distância – como a gravidade
do Sol atrai a Terra, por exemplo. É como se entre o Sol e a Terra houvesse
um makom, que é Deus, o qual está em todos os lugares”, diz o
pesquisador.
Com base em Naum 2.4 (“Os
carros passam furiosamente pelas ruas, e se cruzam velozes pelas praças;
parecem tochas, correm como relâmpago”), Newton entendeu que a Ciência
evoluiria a ponto de desenvolver meios de transporte ainda inimagináveis à sua
geração, e que os carros andariam a mais de 80 km/h.
Lembra-se de Voltaire,
o inimigo declarado da Bíblia? Veja o que ele escreveu sobre esta conclusão de
Newton: “Vejam vocês a que ponto pode chegar o cérebro deste homem que
descobriu a gravidade e nos revelou maravilhas admiráveis. Ao ficar velho e
caduco, Newton começou a estudar esse tal livro que chama de Sagrada Escritura
e, para mostrar fé no fabuloso absurdo deste livro, afirma que devemos
acreditar que o conhecimento humano aumentará a tal ponto que seremos capazes de
viajar a 80 km/h. Isso é ridículo!” Agora cabe a você decidir quem é o caduco e
ridículo. Voltaire, que desacreditava na Bíblia, ou Newton, que era um crente
convicto? (Rodrigo P. Silva em Eles criam em Deus, Casa
Publicadora Brasileira).
Contribuições científicas
de Isaac Newton
Com pouco mais de 20
anos de idade, Newton já havia assimilado por completo o trabalho de todos os
matemáticos notáveis do mundo. Foi então, depois de esgotar todo o conhecimento
comum, que começou a desenvolver seus próprios teoremas e métodos para criar os
fundamentos matemáticos de seu trabalho científico. Uma das primeiras coisas
que fez foi encontrar a resposta para um problema que vinha desafiando os
matemáticos há tempos, usando o teorema que mais tarde se tornaria conhecido
como o binômio de Newton.
Posteriormente, começou
a trabalhar naquilo que produziria o maior desenvolvimento na história da
Matemática — o cálculo. Hoje, tanto o famoso binômio quanto o cálculo são
usados em programas de computação, enquanto engenheiros espaciais os empregam
para ajudar a resolver problemas matemáticos complexos, tais como aqueles
destinados a garantir a chegada dos foguetes à Lua, a mais de 380 mil
quilômetros de distância, e o retorno à Terra em segurança.
Projetou-se na vida
pública por meio de seu livro Principia (Princípios
Matemáticos da Filosofia Natural) – o mais influente livro já escrito sobre
Matemática e Física, servindo como base para outros estudos por mais de 100
anos. Nele, descreve a lei da gravidade universal e as três leis de Newton (da
dinâmica), além de muitas outras descobertas que determinaram o momento
culminante da revolução científica. Mas, na época da publicação, ninguém
conseguia compreender o que fora escrito. Um aluno da universidade, apontando
para Newton, disse: “Aí está o homem que escreveu um livro que ninguém
compreende, nem ele próprio!”
Deixou vários
manuscritos inacabados sobre química. Fez ponderações acerca da estrutura da
matéria, sobre a qual dizia que se constituía por partículas móveis que
possuíam uma força inimaginável (o que levou mais de 200 anos para ser
comprovado por Einstein).
Foi o primeiro
cientista a receber o titulo de Cavaleiro da Coroa Inglesa. Em uma pesquisa
promovida pela renomada instituição Royal Society, Newton foi considerado o cientista
que causou maior impacto na história da Ciência.
“Talvez, a maior das
contribuições de Newton tenha sido as leis da mecânica, capazes de explicar
como as forças agem sobre os corpos em repouso ou em movimento. E, aplicando
essas leis a qualquer sistema mecânico, é possível prever o efeito que uma
força terá sobre qualquer objeto. Essas leis são usadas, em conjunto, em todas
as áreas da Ciência – do desenho de carros e barcos à previsão do curso das
naves espaciais enviadas à Lua; da fabricação de motores de avião à produção de
patins aerodinâmicos. Newton também desenvolveu a teoria da gravidade para
explicar como os planetas viajam em volta do Sol. A mesma teoria explica por
que não flutuamos, mas sim permanecemos firmemente presos à Terra. Newton
dedicou-se ainda a muitas outras áreas da Física. Suas teorias sobre a luz
ajudaram cientistas e engenheiros a projetar melhores telescópios e
microscópios, óculos e câmeras. Suas descobertas no campo da ótica levaram a
invenções tais como a televisão e o laser. Armadas com essas teorias, gerações
e gerações de físicos puderam desenvolver os conceitos de Newton em máquinas e
aparelhos utilizados atualmente por todos nós” (Isaac Newton. ( NOTAS REVISTA
IMPACTO.COM)
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