A Teologia da Prosperidade como a
Miséria ?
O
movimento da fé ou movimento da confissão positiva,como não é uma denominação
ou seita ,mas um movimento introduzido sutilmente entre as igrejas pentecostais
,enfatizandovo poder do crente em adquirir tudo o que quiser.é conhecida tambem
como "teologia da prosperidade'"palavra da fé" ou
"movimento da fé".As crenças e praticas desse movimento são
aberrações carregadas de perigos heresias.A teologia da prosperidade ,ou
teologia da saude e prosperidade ,como também é chamada ,é um ensino que,netre
tantas coisas,afirma que o crente não pode adoecer,passar por privação
,diciculdade financeiras ou outroas tipos de adversidades.Segundo este ensino,a
presença dessas situações na vida do cristão é sinal de que ele fracassou na fé
ou carrega consigo algum tipo de pecado.Conquanto seja uma mensagem
atrativa,ele traz consigo muitos desvios doutrinarios.A igreja portanto
,precisa estar alerta.A busca de respostas aos nossos anseios tem que passar
necessariamente pelo crivo da soberania de DEUS.Aprender a orar sabiamente é o
grande desafio da vida cristã e só consegue essa façanha aqueles que
apreenderam que a maior busca da vida deve ser busca da vontade divina.Não é a
riqueza nem pobreza que definem a performance na vida espiritual ,mas a nossa
capacidade de nos situar adequadamente dentro dos moldes divinos.
HISTÓRICO
SUA
ORIGEM:A confissão positiva é uma adaptação ,com roupagem cristã,das
idéias do hipnotismo e curandeiro Finéias parkhrst quimby(1802-1866).Os quimbistas
criam no poder da mente ,negavam a existencia da matéria ,do sofrimento do
pecado a da enfermidade.Deles surgiram varios movimentos ocultistas como o novo
pensamento ,as seitas Ciência da mente e ciência cristã ,de mary backer
eddy.Seus promotores procuram se passar por cristãos evangélicos.
PRINCIPAL
FUNDADOR :ESSEK W.KENYON:O movimento surgiu de forma gradual por meio de essek
william kenyon(1867-1948).Kenyon ,aproveitando-se dos conceitos de mary b.eddy
,empenhou-se em pregar a salvação e a cura em jesus cristo.Dava enfase aos
textos que falam de saúde e properidade .alem de aplicar a tecnica do poder do
pensamento positivo.Kenyon, que pastoreou varias igrajase fundou outras ,não
era pentecostal.Ele foi influenciado pelas seitas ciencia cristã da mente,ea
metafisica do novo penssamento.Hoje ,é reconhecida como o pai do movimento
confissão positiva ,tendo exercido forte influencia sobre Kenneth Hagin.
PRINCIPAL DIVULGADOR:Era
k.hagin.Nasceu em 1917 com problema de coração e ficou invalido durante 15
anos.Em 1933, converteu-se ao evangelho e ,no ano seguinte ,o SENHOR
JESUS o curou.Partir dai então ,começou a pregar.Ele recebeu o batismo no
ESPIRITO SANTO EM 1937.Estudando os escritos de kenyon ,divulgou os em seus
livros,cassetes e seminários,dando sempre enfase a confissão positiva.Em 1974
,fundou o centro rhema de adestramento biblico ,em Oklahoma.
FONTES
DE AUTORIDADE:REVELAÇÃO OU INSPIRAÇÃO DE SEUS LIDERES.
Hagin
fazia diferença entre as palavras gregas (rhêma e logos),pois ambas significam
"palavra".Ainda hoje os seguidores dessa crença afirmam que logos é a
palavra de DEUS escrita ,a biblia ;rhema ,a palavra falada por DEUS em
revelação ou inspiração a uma pessoa em qualquer época.Desse modo ,o crente
pode repetir com fé qualquer promessa biblica,aplicando a sua necessidade
pessoal e exigir o seu cumprimento.
CONFISSÃO POSITIVA DO CRENTE
Os adeptos da confissão positiva
creem ser a biblia a inerente e inspirada palavra de DEUS,mas não a unica,pois
admitem que crente tem a mesma autoridade.Para eles as fontes da autoridade
são:a biblia ,as revelações de seus lideres e a palavra da fé.O crente deve
declarar qua já tem o que DEUS prometeu nos textos biblicos e ,tal confissão
,confirma-se-a.A confissão negativa é reconhecer a presença das condições da
enfermidade e negar a exixtencia da enfermidade e ele simplesmente deixará de
existir.É doutrina de quimby ,da ciência cristã e do movimento da nova
era.
A AUTORIDADE PARA A VIDA DO CRISTÃO
Atribuir tanta autoridade assim
ás palavras de uma pessoa extrapola os limites biblicos.a emoção também caiu
com natureza humana e ,por isso,fé não pode ser fundamentada em experiências(jr
17.9).As experiências pessoais são marcas importantes na vida dos
pentecostais.Cremos em DEUS que se comunica com os seus filhos (at 2.17-18),mas
essas experiências são para edificação pessoal e não para estabelecer
doutrinas.O cristianismo autentico não deve ir alem das ESCRITURAS sagradas(is
8.20 ;1/cor 4.6).A bíblia é única autiridade para a vida do cristão.
RHEMA
E LOGOS:TERMOS DIFERENTES.O vocábulo rhema aparece 68 vezese , logos ,330 no
texto grego do novo testamento .Como não existe sinonimo perfeitos,exatamente
iguais,aqui também não é diferente.O termo rhema significa "palavra
,coisa";enquanto em logos ,os léxicos ,apresentam uma extensa variedades
de significados como:"palavra,discurso,pregaçaõ;relato,etc.Mas ambos os
termos coincidem (lc 9.44-450.).O conteúdo de rhema e de logos,inventados por
hagin,não reside á exegese biblica.Na verdade que haja a tal diferença entre as
referidas palavras.
TERMOS
USADOS PARA DESIGNAR AS ESCRITURAS:Ambos os termos são igualmente usados para
identificar as Escrituras Sagradas.Encontramos no texto grego do antigo
testamento(septuginta)a expressão(rhema tou theou) ,"palavra de
DEUS"em is 40.8.Nas paginas do novo testamento ,a mesma passagem é citada
pelo apostolo pedro(1;pd 1.25).Mas ,encontramos tambem ,logon tou
theou,"palavra de DEUS",com o mesmo significado(mc 7.130.Esses
exemlpos provam,por si ,só,que o conceito de hagin é falacioso,sem base
biblica.
FALACIAS
DA CONFISSÃO POSITIVA:O conceito da confissão positiva e negativa é falso;não
se confirma na biblia ou na pratica da vida cristã.Deus é soberano;Jeus ensinou(mt6.10).Basta
tão somente esse verso para reduzir a cinzas a insolência dos promotores da
confissão positiva.A biblia ensina ,ainda qual devemos confessar nossas culpas
para sermos sarados (tg 5.16),e isso,não parece ser confissão positiva.
CRENÇAS
E PRATICAS:TEOLOGIA.De maneira genérica ,os adeptos do confissão positiva
seguem uma linha ortodoxa no que tange aos pontos cardeais da fé cristã.Não se
trata de uma seita, mas de um movimento que permeia as igrejas ;dai a
diversidade de ensinos entre seus adeptos.Sobre DEUS,uns são unicistas,,outros
deificam o homem.Essa falta de padrão doutrinário existe;sobretudo ,a respeito
do SENHOR JESUS de sua obra.Os ensinos da confissão por conseguinte ,são um
desvio das doutrinas biblicas apesar de sua aparencia ortodoxa.
SUA
MARCA:As marcas distintas do movimento são:a properidade e a pregação restrita
aos pobres e enfermos.No endento ,deixa de lado o essencial:salvação.A
menssagem dos profetas da properidade pode fazer sentido nos paises ricos onde
as oportunidades são mais amplas,mas nas regiões pobers do planeta,são
irrelevantes.Isso é mais uma prova de que se trata de um evangelho
humano,contrario a bíblia,pois o evangelho de JESUS é para todos os seres
humanos em todas as épocas(mt 28.19 ,tito 2.11).
A
SALVAÇÃO:Em vez de trazer riquezas materiais aos pobres e saúde aos enfermos,o
propósito principal da vinda da JESUS ao mundo foi salvar os pecadores(1°tm
1.15),muito embora o seu ministério tenha sido corado do exito no campo da cura
divina a da libertação(at 10.38).O que asses pregadores fazem não passa de
espetáculo ,contrariando o verdadeiro propósito do evangelho.Não foi essa a
mensagem pregada pelos apóstolos .Paulo afirma haver se contentado com a
abundancia e com a escassez(fp 4.11-13).(notas eb.2006/cpad).
AS INFLUENCIA DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE NA IGREJA
fonte rev.manual cpad-brasil
Não é
de hoje que a igreja precisa tomar uma posição mais refletida sobre as
influencias que estas outros ensinos ,de forma lisonjeira, tem sidi
introduzidos no meio da igreja.A melhor posição diante desses desafios é adotar
posição dos crentes de Beréia(at17.10-11).A valorização do ensino e o estimulo
para a leitura da bilbia são os melhores instrumentos de defesa contra as
influencias das falsas doutrinas(1tm 4.13-16).
1°)A
INFLUENCIA SABRE A VISÃO DA IGREJA.Visão é o mesmo tempo capacidade de perceber
a realidade como ele é ,bem como de projetar algo.A teologia da prosperidade
tem influenciado a visão da igreja na medida em que ela absorve valores que
alteram a sua forma de ser(2°cor 11.3-4;at5.42).
2°)A
INFLUENCIA SOBRE A MENSSAGEM DA IGREJA.Quem muda a visão ,muda tambem o
discurso.E ,a primeira baixa sofrida é no conteudo tológico da menssagem ,onde
a fé passa a ter mais valor do que o própio DEUS,a benção é mais valorizada do
que o abençoador e a ansia por bençãos materiais tomam conta dos cultos ,cuja
liturgia perde o seu caráter contempla tivo e o resultado é a ausencia total de
resultados de reflexão bíblica(2°tm 4.2-5).
3°)A INFLUENCIA SOBRE A TEOLOGIA
DA IGREJA.A mudança na visão e menssagem cria uma igreja teológicamente
vulnerável,abrindo espaço no meio ,para heresias(2°pd 2.1;col 2.18-19);foi a advertência
que Paulo fez a igreja.Precisamos residir a toda mensagem que questione a
suficiência de CRISTO e roube a nossa liberdade em servi-lo com uma conciencia
pura e tranquila(gl 5.1).
SOBRE A FORMULA DA FÉ
Na
teologia da fé ,a fé é uma força.Ela é substancia da qual o universo foi
feito e também a força que faz funcionar as leis do mundo espiritual.Mas como
fazer que essas leis funcionem para voce?Por meio de formulas que ,segundo
eles,não somente fazem funcionar as leis do mundo espiritual,mas também serve
da causa a ação do ESPIRITO SANTO em favor do individuo.Isto significa que DEUS
é deslocado para uma posição de mero mensageiro que responde cegamente ao aceno
e á chamada de formulas proferidas pelos fiéis.
1°)AS
FORMULAS DE FÉ. As formulas de fé são o nome do jogo.Esse é o motivo pelo qual
o movimento de fé também tem sido de movimento da confissão positiva.A doutrina
da fé ensina que as confissões servem para dar efeito á formula da fé fazendo
com que a lei espiritual funcione em favor de quem as pronuncia.As confissões
positivas ativam a lado positivo da força; e as confissões negativas ativam o
seu lado negativo.Partir de uma perspetiva pretica,pode-se dizer que a
lei espiritual(que rege as coisas na esfera da eternidade)é a força derradeira
do universo.No livro chamado two kinds of faith(os dois tiops de fé),e.
w.kenyon insiste que é nossa confissão que nos governa".
2°FORMULA.A
formula é simples:1)"diga a coisa.positiva ou negativa,tudo depende do
individuo.De acordo com que ele recebá.2)"faça a coisa.Seus atos
derrotam-no ou lhe dão vitória.3)"receba a coisa.Compete a nós a conexão
com o "dinamo do céu".A fé é o primo da tmada -basta
conecta-lo.4)"conte a coisa a fim de que outros tambem possam crer.(notas
hanegraaff,hank,cristianisno em crise cpad 2004 ,p.79-81).
A
PROSPERIDADE SOB PERSPECTIVA BÍBLICA
Uma
perspetiva correta da prosperidade ,á luz da bilbia,pode nos levar a desfrutar
o melhor de DEUS para as nossas vidas (ef 1.3).Ao falar assim,evocamos
sua soberania nas nossas orações,idéia abominavel para aqueles que acham
que DEUS é obrigado a atender os nossos pedidos(1;jo 5.14-15).
1°DEUS
A AS NOSSAS NECESSIDADES:Deus e connhecido na sua palavra como JEOVA
JIRE""O SENHOR proverá"9gn 22.8).O crente em Cristo já
expirimmentou pessoalmente os cuidados de DEUS em sua vida.Quem já leu os
confortantes salmos ,os conselhos de 1°pd 5.7),as palavras de JESUS aos seus
discipulos(mt 6.25-34),a confiança expressa por habacuque(hc 3.17-18).Tudo isso
revela que DEUS está atento ás nossas necessidades9jo 6.1-12).
2°)DEUS
E OS NOSSOS DESEJOS:"Por isso ,vos digo que tudo o que pedirdes ,orando
,crede que o recebereis e telo-eis(mc 11.24).No entanto ,o contexto desta
passagem deixa bem claro que há condições para que os nossos desejos
sejam satisfeitos ,é necessário o perdão(mc 11.26).Os nossos desejos,para serem
prontamente atendidos ,precisam estar em consoância com vontade de DEUS(tg
4.3,jo 5.14).
3°)SER
PROSPERO É UMA RESPONSSABILIDADE:DEUS não é contrario á properidade de
ninguem,no entanto adverte serimente,em pelo menos tres coisas em relação
as riquezas(1°6.17-19).primeiro:que não se deva colocar nelas o coração,pois
não podem proporcionar á vida a devida segurança(1tm 6.10.segundo ,não confiar
nelas,pois toda riqueza é passageira(tg 1.10-11,e terceiro ,não administrar
mal,pois quem muito é dado muito será exigido(lc 12.48).
REGRESSÃO
PSICOLÓGICA
A cura interior é conhecida
como cura das memórias ou cura para os traumas emocionais.Estranha á pratica
evangélica ,tem intimo paralelismo com o ocultismo oriental.Seus
expositores,questionando a suficiencia sa expiação do calvario para a cura de
traumas a feridas emocionais buscam ,pretenciosamente ,"completar"a obra
de CRISTO com tecnicas psicológicas e até ocultistas.É algo contrario ao novo
testamento.A regressão psicológica ,tambem conhecida como hipnose -um estado
mental semelhante ao sono ,induzido artificialmente-tem sido bastante difundida
em nossos dias como opção no tratamento de doversos problemas.A hipnose permite
que o hipnotizado obedeça o que é ordenado pelo hipnotizador ,como diversas
vezes é demonstrado em progamas de auditório ,onde o artista e outros
voluntarios se submentem a pequenas demonstrações do método.Essa é uma forma de
tornar popular esse tipo de pratica.Em diversas igrejas evangélicas,essa
pratica de hipnotismo-ou regressão psicológica-é apresentada por grupos que
desejam desenvolver a chamada cura interior.Induzem as pessoas até mesmo a
perdoarem a DEUS,como se este lhe fosse mal,ou tenha lhes causado algum
dano.Nessas sessões ,os lideres induzem as pessoas a confessarem ,quando
pecados,e não raro ,tais informaçõespodem ser utilizadas contra as pessoas que
as disserem,quando no estado de transe,como uma forma de controle.Por isso
,essa pratica não deve ser incentivada dentro de nossas igrejas,pois carece de
respaldo biblico.(notas rev. emsinador cristão cpad).
A polissemia e a polifonia da revelação são
reduzidas a um discurso lazarento, miserável, monossêmico, incapaz de traduzir
toda riqueza da revelação de Javé na história.
No ano de 1846, Pierre-Joseph
Proudhon, filósofo político e anarquista francês, escreveu um livro no qual
criticava o sistema econômico de sua época. Contemporâneo de Karl Marx, enviou
a obra, "Sistemas das Contradições Filosóficas ou Filosofia da Miséria",
ao amigo e correspondente. Marx não concordou com a teoria econômica de
Proudhon e dedicou-se a compor outro escrito, "A Miséria da
Filosofia", editado em 1847. O título da obra de Marx era uma paródia ao
subtítulo do trabalho literário do amigo francês. Desde então a expressão
“miséria da filosofia” é usada para designar uma contradição dentro de um
sistema ou teoria e até mesmo para designar as falhas metodológicas em uma
abordagem, seja ela científica, seja ela religiosa.
De igual modo, também podemos
comparar a Teologia da Prosperidade (TP) como a Miséria da Teologia. Não apenas
pelo fato de ser uma teologia cáustica, que corrói os fundamentos epistêmicos
da Teologia Cristã, mas porque depaupera a Teologia, esvaziando sua mensagem e
corrompendo seu significado. Destaco duas doutrinas cristãs que são esvaziadas
pela Teologia da Prosperidade (doravante TP) que a torna a Miséria da Teologia
e a Teologi da Miséria. Vejamos:
1. A Doutrina da Revelação.
Toda e qualquer religião, seja em
seu aspecto teológico, seja em seu aspecto fenomenológico, se autocompreende
por meio de uma revelação, geralmente atribuída a uma ação divina e uma
recepção humana. A teologia cristã não existe sem uma compreensão da Revelação
de Deus. Assim, toda manifestação cristã reflete de alguma forma a teologia da
revelação ou uma compreensão a respeito dela, consciente ou inconscientemente.
A confissão de fé, que se deriva de uma hermenêutica da revelação, por exemplo,
se manifesta no rito, nos elementos que formam o culto, de tal forma que a
doutrina pode ser vista na liturgia e a liturgia apresenta a doutrina. A lex
credendi não é separada da lex orandi.
Desta forma, quando o teólogo da
prosperidade anuncia o desejo de Deus de conceder ao homem a prosperidade, a
honra e a riqueza, fala a partir de uma compreensão da Doutrina da Revelação e
se coloca como canal desvelador e profético. A autocomunicação que Deus faz de
si na Escritura e na história é reduzida ao imediatismo fugaz da necessidade
humana, pois torna-se apenas uma resposta ao sofrimento humano.
A TP reduz a Doutrina da
Revelação a um discurso ideológico que mescla algumas verdades da Escritura com
valores mensuráveis na vida do crente, como a prosperidade econômica. O
discurso sobre a Revelação de Deus é midiático e repetido à exaustão até que se
faça a troca simbólica de entregar a Deus o melhor e, o Senhor, dono do ouro e
da prata, “retribuirá proporcionalmente à oferta”.
A TP tem um conceito opaco de
Revelação que obriga o fiel a sacrificar o intelecto para aceitá-lo. Os teólogos
da prosperidade, se estudaram teologia algum dia, podem ser acusados de
improbidade ou desonestidade intelectual pelo fato de corromperem a Teologia da
Revelação de Deus. A polissemia e a polifonia da revelação são reduzidas a um
discurso lazarento, miserável, monossêmico, incapaz de traduzir toda riqueza da
revelação de Javé na história. Os teólogos da prosperidade são assim culpados
por reduzir a espinha dorsal da teologia cristã à miséria de uma teologia
reducionista e manipulável. Essa forma de teologia só pode ser a miséria da
teologia.
Conjunto à Doutrina da Revelação
necessariamente temos que abordar a respeito da teontologia, ou do ser de Deus.
2. A Doutrina de Deus.
Outro fundamento teológico
reduzido à miséria da teologia é a doutrina de Deus. A revelação do nome de
Deus a Moisés em Êx 3.13-15 tem elementos do mistério que circunda a
manifestação que Javé faz de si mesmo. O Deus que se mostra, afirma P. Ricouer
é um Deus escondido e a quem pertencem as coisas ocultas (Escritos e
Conferências, p.168). O Senhor se revela por meio de um nome inominável!
“Javé” – Ele é – não é um nome que define, mas que significa, que significa o
gesto da redenção, afirma Ricouer. A revelação do Eterno é histórica (Deus de
Abraão, Isaque e Jacó), no entanto, está apoiada no mistério que circunda o
sentido do nome.
Se na cultura judaica primitiva
conhecer o nome de um personagem tornava-o disponível ao talante do conhecedor;
a revelação do Nome a Moisés demonstrava que o Senhor não estaria à mercê da
linguagem e disposição de seus adoradores. “Eu Sou” (Ehyéh asher ehyéh) não é
um nome que desvela apenas sua natureza e essência incomunicável, mas que o
coloca como o Deus da Redenção do passado, do presente e do futuro. O que Ele é
está oculto na essência do que o Nome significa.
Há, portanto, um segredo e uma
comunicação. A TP, entretanto, emprega o nome divino e a autocomunicação que o
Eterno faz de Si na Escritura e na história como um amuleto mediante o qual
conhecer o Nome é colocá-lo à vontade do adorador. Javé é reduzido à coisa, ao
objeto que se manipula, ao divo frágil controlado à mercê de alguém. O Nome
divino assim empregado pelos teólogos, pastores e adeptos da TP perde a
dialética da comunicação e do segredo, do amor e do compromisso, da
transcendência e da imanência. O Eterno deixa de ser Deus para se tornar Deus
ex machina.
Permita-me o leitor, explicar o
sentido da expressão Deus ex machina, isto é, “o deus máquina ou
mecânico”. Quando determinada ficção criada pelos teatrólogos gregos estava
emaranhada, de difícil resolução, costumava-se descer inesperadamente um deus
por meio de uma máquina até o local da encenação a fim de resolver de modo
mirabolante a trama. O respectivo divo mecânico, chamado deus ex machina, era
uma válvula de escape e solução para o fechamento glorioso do drama. Desde
então a expressão é usada para descrever toda e qualquer solução artificial e
inesperada. Neste aspecto, o pastor e teólogo protestante D. Bonhoeffer fez
ácidas contestações ao “deus figurante” (deus ex machina) como uma forma de
explicação e solução quando nada mais é possível ou não se acha uma resposta
satisfatória para as perguntas que se colocam diante da Igreja. Afirmava que
Deus não é um tapa-furos; Deus
tem de ser conhecido não apenas nos limites de nossas possibilidades, mas no
centro da vida; Deus quer ser conhecido na vida e não apenas na morte, na saúde
e na força e não apenas no sofrimento, na ação e não apenas no pecado. A razão
disso está na revelação de Deus em Jesus Cristo. Ele é o centro da vida, e de
modo algum “veio para” trazer-nos a resposta para questões não resolvidas. A
partir do centro da vida, certas perguntas até mesmo caem por terra e, da mesma
forma, as respostas a essas perguntas. (Resitência e submissão, p.415-6)
A TP faz de Deus um deus ex
machina; um figurante que desce de seu trono para solucionar o indissolúvel. Um
deus levado ao talante de seus adoradores; dominado, limitado e preso às
circunstâncias de quem o clama. Essa forma de teologia só pode ser a miséria da
teologia. Rejeitemos, em forma de doutrina ou de cântico, como modelo litúrgico
e de comunhão cristã, a TP que nada mais é do que a miséria da teologia e a
teologia da miséria.
A Prosperidade no Antigo
Testamento: orientações para os dias modernos
O homem verdadeiramente próspero é como a
"árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na
estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará"
(Sl 1.3).
Cinco termos hebraicos que
descrevem a prosperidade no Antigo Testamento
1. Tsālēach: a
prosperidade como fruto de uma vida bem-sucedida. No Antigo Testamento a
palavra hebraica mais comum para descrever a prosperidade é tsālēach, isto
é,"ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar
abundância" e "fecundidade". Esse termo é usado em relação ao
sucesso que o Eterno deu a José (Gn 39.2,3,33) e a Uzias (2 Cr 26.5). No
contexto bíblico, a verdadeira prosperidade material ou espiritual é resultado
da obediência, temor e reverência do homem a Deus. A Escritura afirma que Uzias
"buscou o SENHOR, e Deus o fez prosperar". A prosperidade de Uzias
nesse período foi extraordinária. Como rei desfrutou de um sucesso e progresso
imensurável (2 Cr 26.7-15). Deus deu-lhe sabedoria para desenvolver poderosas
máquinas de guerra para proteger Jerusalém (vv.14,15). A prosperidade de Uzias
era subordinada à sua obediência a Deus. O profeta Zacarias o instruía no temor
do Senhor, razão pela qual o monarca prosperou abundantemente. O homem
verdadeiramente próspero é como a "árvore plantada junto a ribeiros de
águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e
tudo quanto fizer prosperará" (Sl 1.3). Porém, a soberba destronou o rei
de seu palácio e prosperidade (confira shālâ).
2. Chāyâ: a
prosperidade de uma vida longeva. Um outro termo hebraico que descreve a vida
próspera é chāyâ. Literalmente a palavra significa "viver" ou
"permanecer vivo", entretanto, em certos contextos significa
"viver prosperamente": "Até que eu venha e vos leve para uma
terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra
de oliveiras, de azeite e de mel; e assim vivereis e não morrereis" (2 Rs
18.32). Em 1 Samuel 10.24, a frase "Viva o rei!", quer dizer
"Viva prosperamente o rei!"; "Viva o rei em prosperidade".
Nesses dois contextos, chāyâ se refere à "fartura de dias",
"longevidade", "livrar-se da morte" e, consequentemente,
"prosperidade". O termo também relaciona-se à saúde física e a cura
de enfermidades. Em Js 5.8, o termo é traduzido por "sarar",
"recuperar a saúde".
3. Śākal: a
sabedoria que traz prosperidade. Um outro termo muito significativo no Antigo
Testamento é śākal. Textualmente significa "ser sábio", "agir
sabiamente" e, por extensão, "ter sucesso". Esta palavra está
relacionada à vida prudente, ao agir cautelosa e sabiamente em todos os
momentos e circunstâncias. Um exemplo negativo que serve para ilustrar a
importância do que estamos afirmando é o marido de Abigail. Nabal, do hebraico
nābāl, ipsis litteris, "louco", "imprudende", "tolo",
demonstrou imprudência, tolice e loucura ao negar socorrer a Davi em suas
necessidades. Embora rico, não era sábio e prudente (1 Sm 25.10-17); sua
estultice quase o leva à morte pelas mãos de Davi, mas não impediu que o mesmo
fosse morto pelo Senhor (1 Sm 25.37,38). Nabal não agiu com śēkel, isto é,
"sabedoria", "prudência"; não procedeu prudentemente,
portanto, "não teve sucesso", "não foi próspero". Davi, por
outro lado, viveu sabiamente diante de Saul, dos exércitos de Israel, do povo e
diante do próprio Senhor: "E Davi se conduzia com prudência [śākal] em
todos os seus caminhos, e o Senhor era com ele" (1 Sm 18.14 ler vv.12,15).
Nesses versículos temos a relação mútua entre dois conceitos: O Senhor era com
Davi, razão pela qual o filho de Jessé foi prudente em suas ações; Davi era
sábio, justo e prudente, motivo pelo qual o Senhor era com ele. Em alguns
textos śākal diz respeito à prosperidade que advém do comportamento sábio e
prudente.
4. Shālâ: o estado de
impertubabilidade da prosperidade. O vocábulo procede de uma raiz da qual se
deriva as palavras "tranquilidade" e "sossego". O termo
significa "estar descansado", "estar próspero",
"prosperidade". O termo também diz respeito à prosperidade do ímpio
(Jr 12.1). Porém, o foco que pretendo destacar é o flagrante estado de "impertubabilidade"
que pode levar ao orgulho. No Salmo 30. 6 o poeta afirma: "Eu dizia na
minha prosperidade [shālâ]: Não vacilarei jamais". Derek Kidner (1981,
p.148) afirma que a raiz hebraica que dá origem a palavra prosperidade nesse versículo
refere-se às "circunstâncias fáceis, ao ponto de vista despreocupado, ao
descuido e à complacência fatal" (Jr 22.21; Pv 1.32). Provérbios 1.32
revela com muita propriedade que "a prosperidade dos loucos os
destruirá". O Salmo 30 descreve o louvor pelo recebimento da cura divina e
pelo livramento da morte: "Senhor, fizeste subir a minha alma da
sepultura; conservaste-e a vida para que não descesse ao abismo" (v.3). A
salmodia foi composta logo após o restabelecimento da saúde física do salmista.
Neste poema, o rapsodo fala a respeito de sua prosperidade e de como sentia-se
seguro, tranquilo e impertubável até que a calamidade adentrou nos umbrais de
sua frágil vida e seu orgulho e confiança na riqueza foram abatidos. A
confiança na estabilidade da prosperidade cede lugar à confiança inabalável na
bondade divina: "Ouve, Senhor, e tem piedade de mim; Senhor, sê o meu
auxílio" (v.10). O patriarca Jó também alude ao "descanso" e
"tranquilidade" advindas da prosperidade e como de súbito foi apanhado
pelas adversidades: "Descansado [shālâ] estava eu, porém ele me
quebrantou" (Jó 16.12a). Paulo, muito tempo depois orienta ao jovem pastor
Timóteo para que exorte os ricos a não porem a esperança na incerteza das
riquezas, mas em Deus, que abundantemente dá todas as coisas (1 Tm 1.17). A
prosperidade anunciada por meio do vocábulo shālâ pode produzir, como afirma o
teólogo Victor Hamilton, "despreocupação" (Ez 23.41; Pv 1.32).
Portanto, esse termo afirma o perigo que subjaz na prosperidade. Esta não deve
substituir a confiança em Deus e nas santas promessas das Escrituras.
5. Dāshēm: a
prosperidade abundante. Este termo é mais frequente nos textos poéticos do que
nos prosaicos. Logo, trata-se de um vocábulo poético e idiomático hebreu.
Literamente significa "engordar", "ser gordo" e,
consequentemente, "ser próspero". Em nossa obra, Hermenêutica Fácil e
Descomplicada (CPAD) explicarmos detalhadamente o hebraísmo "gordura"
nas páginas 212, 213, 214 e 215. O Salmo 63.5, por exemplo, diz: "A minha
alma se farta, como de tutano e de gordura [dāshēm]; e a minha boca te louva
com alegres lábios". O hebraísmo dāshēm, isto é, gordura, descreve duas
verdades concernentes à prosperidade: suficiência e sentimento de bem-estar
advindo da prosperidade. Em Gênesis 41 aprendemos que as vacas gordas representam
prosperidade, suficiência, abundância e felicidade (vv.26,29), enquanto as
magras, necessidade, escassez, fome e tristeza (vv.27,30). Imagens como essas
eram frequentes no Crescente Fértil. Nos períodos áureos, o gado, sempre gordo,
refletia a prosperidade da terra, trazendo alegria a seus proprietários,
enquanto o rebanho magro refletia a miséria e infortúneo. Desde então, os
judeus, nada afeitos a termos abstratos, preferiram designar a prosperidade
utilizando-se de imagens como gordura, vacas gordas e tutanos (gordura do
interior dos ossos). Veja, por exemplo, a bênção de Isaque sobre o seu filho:
"Assim, pois Deus te dê do orvalho do céu, da gordura da terra, e da
abundância de trigo e mosto" (Gn 27.28 Edição Contemporânea de Almeida).
Na tradução, a ARA (Almeida Revista e Atualizada) omite o hebraísmo
"gordura da terra", mas traduz por "exuberância da terra".
Embora o termo hebraico em Gênesis seja outro, participa do mesmo campo
semântico de dāshēm, gordura, assim como o vocábulo chādal
A Prosperidade Bíblica
José e Uzias como paradigmas da verdadeira
prosperidade cristã
A prosperidade no Antigo e Novo Testamento. No Antigo
Testamento a palavra hebraica para prosperidade é tsälëach. O vocábulo
significa "ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar
abundância" e "fecundidade". Já em o Novo Testamento, o vocábulo
usado é euodóö, que significa "ir bem", "prosperar",
"ter sucesso". Na Almeida Atualizada, a palavra
"prosperidade" aparece vinte e três vezes, enquanto na Corrigida onze
(Sl 30.6; 35.27; 73.3; 122.7; Pv 1.32; Ec 7.14; Jr 22.21; At 19.25; 1 Co 16.2).
Se acrescentarmos as palavras "próspero" e "próspera"
teremos muitas outras ocorrências nas duas versões. Portanto, a Bíblia tem
muito a ensinar a respeito da prosperidade.
A prosperidade exemplificada na vida de José. No Antigo Testamento, o termo é
usado para referir-se ao sucesso que Deus deu a José no Egito (Gn 39.2,3,33).
Se tomarmos a vida de José como exemplo, poucos diriam que a trajetória do
menino sonhador foi de sucesso: odiado pelos irmãos, vendido aos ismaelitas,
escravo e encarcerado no Egito. Quem afirmaria que José foi um homem próspero?
A Bíblia. No conceito da teologia da prosperidade e triunfalista, José somente
foi bem-sucedido no final da carreira. Mas, anteriormente ele não era abençoado
por Deus? Era. Mas apenas os que compreendem o que de fato é a verdadeira
prosperidade são capazes de compreender o sucesso em meio ao ódio, castigos e
prisões (Gn 45.5,7-9). O plano dos irmãos de José era matá-lo, porém Deus interveio
conservando-lhe a vida (Gn 37.20-22). Os mercadores ismaelitas poderiam
vendê-lo para qualquer outra tribo ou povo, mas por que o Egito? Porque Deus o
estava conduzindo até a terra dos faraós. No Egito, poderia ser vendido a
qualquer nobre, mas por que a Potifar? Porque era na casa de Potifar que ele
enfrentaria a mais dura prova até ser levado ao governo do Egito. Deus estava
em todas as circunstâncias guiando os passos de José (Sl 37.23). A prosperidade
na vida de José não é medida pelo grau de privilégios que ele desfrutou até ser
governador, mas em cumprir a vontade de Deus em todas circunstâncias e
vicissitudes.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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