SUBSIDIO JUNIORES DANIEL HOMEM DE ORAÇÃO
N.13
Palavra Chave
Intercessão: Do lat. intercessionem. Súplica em favor de outrem. Sofrer
com os que sofrem, chorar com os que choram.
Jeremias foi um dos maiores intercessores da História da Salvação. Apesar
da contumácia de Jerusalém, jamais esquecia os judeus em suas orações. Não se
limitava a repreendê-los; ilitamitava-se na intercessão. É chegado, pois, o
momento de nos desfazermos em contínuos e amorosos rogos, para que o Senhor
apiede-se de nossa nação e reavive a sua Igreja.
A intercessão não é um ministério específico; é um dever de todos os
crentes. Aliás, uma das mais graves iniquidades que um servo de Deus pode
cometer é abandonar a oração intercessória.
Estamos intercedendo pelas almas perdidas? Suplicamos em favor da Igreja
de Cristo? Oramos pelas autoridades? Ou já não damos importância à oração
sacerdotal. Sem intercessão nenhum avivamento é possível.
I. O QUE É A INTERCESSÃO
Toda a intercessão é oração, mas nem toda a oração constitui-se em
intercessão. Apesar da obviedade deste pensamento, encerra este um grande
postulado teológico: o amor incondicional a Deus e ao próximo. Como seria
maravilhoso se, em nossos devocionais, esquecêssemos de nós e de nossos
problemas, e nos puséssemos a interceder pela Igreja, pelos que ainda não são
Igreja e pelos que a Igreja hão de alcançar. Ajamos assim, e teremos mais
resposta dos céus e menos orações frustradas.
1. Definição. A intercessão é a oração que fazemos a Deus em favor de
outrem. Constitui-se numa das maiores demonstrações de amor, e faz parte das
obrigações do verdadeiro cristão. A oração intercessória é conhecida também
como oração sacerdotal, pois, neste ato, estamos representando, diante de Deus,
as petições em prol de uma terceira pessoa. Assim agiu Abraão ao rogar pelas
cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-33).
2. A eficácia da oração intercessória. Não há oração tão eficaz quanto a
intercessória. Haja vista a prece que Nosso Senhor endereçou ao Pai no jardim
da agonia (Jo 17). Através da oração intercessória, estamos a demonstrar amor e
altruísmo; provamos que o bem-estar do semelhante está acima do nosso. Moisés,
por exemplo, chegou a abdicar de sua bem-aventurança eterna ao interceder pelos
filhos de Israel: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te,
do teu livro, que tens escrito” (Êx 32.32). Esta sua intercessão foi tão forte,
que levou Deus a poupar os rebelados israelitas. Paulo fez o mesmo concernente
a Israel (Rm 9.3).
A seguir, veremos Jeremias, outro grande intercessor do Antigo Testamento,
a lutar em oração pelos filhos de Judá.A Intercessão é uma das maiores
demonstrações de amor. Ela deve fazer parte da vida do verdadeiro cristão.
II. JEREMIAS INTERCEDE POR JUDÁ
Não sabemos exatamente quando se deu a calamidade que o profeta descreve
de forma tão bela e irretocável. O que sabemos é que, naquele instante tão
grave, havia alguém disposto a interceder por sua nação.
Se a estiagem parecia devorar o Reino de Judá, as lágrimas de Jeremias,
qual orvalho do Hermom, lá estavam para regar o coração do Deus, cujas
misericórdias duram para sempre.
1. A intercessão. Mesmo sabendo que os filhos de Judá achavam-se afastados
de Deus e mergulhados numa apostasia crônica, Jeremias intercede por eles: “Oh!
Esperança de Israel, Redentor seu no tempo da angústia! Por que serias como um
estrangeiro na terra e como o viandante que se retira a passar a noite?” (Jr
14.8).
Tem você intercedido pelos maus? Ou limita-se a orar somente pelos bons?
Tem implorado por seus desafetos? Nossa obrigação é interceder por todos,
porque Jesus incessantemente intercede por nós.
2. Deus rejeita a intercessão de Jeremias. Se Deus ouviu a intercessão de
Moisés, rejeitará a de Jeremias. Declara o Senhor explicitamente ao profeta:
“Não rogues por este povo para bem. Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor e
quando oferecerem holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei deles;
antes, eu os consumirei pela espada, e pela fome, e pela peste” (Jr 14.11,12;
cf. 7.16; 11.14).
Estava o Senhor de tal forma irado, que haveria de ignorar até mesmo as
petições de Samuel e de Moisés, caso os dois maiores intercessores da Antiga
Aliança pudessem voltar à vida, para rogar em favor daqueles rebeldes (Jr 15.1,2).
3. A persistência da intercessão de Jeremias. Diante da recusa divina, o
que faz Jeremias? Abandona seus compatriotas? Sente-se tranquilo por haver
cumprido suas obrigações como atalaia de Deus? Seu ministério intercessório
parecia destinado ao fracasso. Mas quando lemos os derradeiros capítulos de sua
profecia, constatamos que, apesar daquele quadro tão desolador, achava-se o
Senhor inclinado a socorrer o seu povo e a restaurar-lhe a sorte em tempo
oportuno.
Continue a interceder por seus familiares, amigos e pelas almas que
caminham para a perdição. No devido tempo, responderá o Senhor às suas
petições.
III. POR QUE DEVEMOS INTERCEDER
Vejamos por que temos de exercer o ministério da intercessão. Aliás, como
já frisamos, a intercessão não é um ministério específico; é uma obrigação de
todo aquele que professa o nome de Cristo Jesus, o intercessor por excelência.
1. É uma recomendação bíblica. Explícita ou implicitamente, somos
instados, do primeiro ao último livro das Sagradas Escrituras, a interceder.
Como esquecer o exemplo de Abraão? Ou o sacrifício de Samuel? Ou a emocionada
oração de Salomão no Templo Sagrado? E a agonia de Cristo no Getsêmani? A
recomendação não deixa qualquer dúvida: “[...] orai uns pelos outros” (Tg 5.16;
Cl 1.3; 4.3).
2. É uma demonstração do amor cristão. Não há maneira tão eficaz de se
demonstrar o amor cristão quanto orar intercessoriamente. Experimente
interceder! Mesmo esteja você enfrentando dores ou provações, interceda. No
exato momento em que estiver orando pelos outros, alguém estará suplicando e
chorando por você. O patriarca Jó livrou-se de seu cativeiro quando intercedia
por seus amigos (Jó 42.7-12).
3. É um exercício de piedade. Muitos crentes esforçam-se por manter uma
vida de intensa oração, mas não conseguem orar além de cinco ou dez minutos.
Frustrados, põem-se a perguntar: “Como perseverar na oração?”. A resposta é
simples: quando estiver orando, esqueça-se de si e ponha-se a suplicar por
todos aqueles que se acham em provações. Eis o segredo de uma poderosa e
constante vida de oração.A Palavra de Deus, do Gênesis ao Apocalipse, nos
exorta a intercedermos.
Chegou o momento de cultivar o ministério da intercessão. Oremos como
Jeremias. Aos pés de Cristo, choremos lágrimas compassivas e misericordiosas. Assim
não intercedeu o Senhor Jesus por todos nós? Choremos pelos que sofrem.
Supliquemos pelos que perecem. Que as nossas orações tenham como fundamento o
amor altruísta e desinteressado.
Lamentação e Confissão (14.11-22)
“Jeremias aqui deu vazão à sua tristeza a respeito do estado da nação.
Mas, de alguma maneira, a angústia do profeta também é uma expressão da
profunda tristeza de Deus. ‘Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia
[...] a virgem, filha do meu povo, está ferida [...] de chaga mui dolorosa’
(v.17). Ele então descreve os resultados da seca: guerra civil, saques e morte.
Se alguém se arrisca ir ao campo, acaba vendo os mortos pela espada; no
interior da cidade as pessoas estão debilitadas pela fome e doença. A todo
instante os falsos profetas e sacerdotes trafegam em ‘pseudosantidade’ pela
terra (veja v.18, NVI). Há maldade, frustração e morte por toda parte.
Talvez encorajado pela própria tristeza de Deus a intervir em favor da
nação, o profeta irrompe em novas lamentações. Ele pergunta se a misericórdia e
a cura ainda podem ser obtidas: ‘De todo rejeitaste tu a Judá?– (v.19). Com um
clamor amargo, ele confessa a maldade dos pais (v.20), e então lembra a Deus do
risco do seu próprio nome e lhe roga lembrar-se do seu concerto com a nação.
Jeremias alegremente reconhece que o Senhor é o único Deus: ‘Haverá,
porventura, entre as vaidades dos gentios, alguma que faça chover?’ (v.22). O
profeta está convencido de que há esperança somente no Deus vivo. Ele declara
sua intenção de esperar no Senhor até que sua petição seja
atendida”.(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías a Daniel. RJ: CPAD, 2005,
p. 299)
•
A devastação da seca (14.1-6) - “Uma seca amedrontadora deu ao profeta a
oportunidade de ensinar algumas lições morais ao povo. A data da seca não pode
ser fixada, mas os horrores dela são descritos em termos gráficos. Toda a terra
chorava e o clamor de Jerusalém vai subindo (2). Andam de luto até ao chão
também podem ser entendido como: ‘Seus habitantes se lamentam, prostrados no chão!’
(NVI). O rico e o pobre, homens e animais, sofrem porque não encontram água; os
pequenos (servos) retornam com seus cântaros vazios (3). A terra se fendeu
(‘rachou’, ASV), pois que não há chuva (4). As servas (corças) abandonaram suas
crias recém-nascidas, porquanto não há erva (5). Os olhos vitrificados e o
respirar ofegante dos animais selvagens revelam a terrível situação da terra.
Jeremias evidentemente acredita que essa calamidade natural veio sobre o povo
como resultado direto do seu pecado” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías
a Daniel. RJ: CPAD, 2005, p. 298).
• Apelos vazios (14.21) - “O povo de Judá
fundamentava sua esperança de alívio em um apelo a Deus para que agisse. 1) por
amor ao seu nome, 2) pelo seu templo, isto é, seu ‘trono glorioso’, e 3) por
sua aliança. Por que a alegação era vazia? Porque a idolatria desenfreada de
Israel levara o nome de Deus à lama. Seu templo fora maculado por aqueles que
supunham poder pecar e continuar louvando ao Senhor, como se nada de errado estivesse
ocorrendo. Ademais, sua aliança fora quebrada justamente por aqueles que agora
fazem reivindicação. Vai chegar a hora em que somente o julgamento é capaz de
preservar a honra de Deus” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ:
CPAD, 2005, p.457).
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